sexta-feira, 20 de agosto de 2010

URANTIA 1 A 12

O Livro de Urântia

INTRODUÇÃO

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Nas mentes dos mortais de Urântia – este sendo o nome do vosso mundo – existe uma grande confusão a respeito dos significados de termos como Deus, divindade e deidade. Os seres humanos encontram-se mais confusos e inseguros ainda a respeito das relações entre as personalidades divinas designadas por esses diversos nomes. Em vista dessa pobreza conceitual, somada à imensa confusão de idéias, fui orientado a formular essa exposição introdutória, com o fito de explicar os significados que deveriam corresponder a certos símbolos verbais, do modo como deverão ser utilizados a seguir nestes documentos, os quais o corpo de reveladores da verdade de Orvonton foi autorizado a traduzir para o idioma inglês de Urântia.

0:0:2 12 O nosso intuito é expandir a consciência cósmica e elevar a percepção espiritual; mas torna-se extremamente difícil apresentar conceitos ampliados e a verdade avançada, limitados que ficamos ao uso restrito de um idioma do vosso reino. Entretanto, o nosso mandato exorta-nos a empreender todos os esforços para transmitir os nossos conceitos usando as palavras existentes na língua inglesa. Foi-nos recomendado que introduzíssemos termos novos apenas quando o conceito a ser transmitido não encontrasse em inglês nenhuma terminologia que pudesse ser empregada para retratar um conceito inteiramente novo, ainda que parcialmente ou mesmo com alguma distorção de significado.

0:0:3 13 Na esperança de facilitar a compreensão e de impedir confusões da parte de todos os mortais que possam ler estes documentos, consideramos sábio apresentar, nesta declaração inicial, um esboço dos significados que estarão ligados a numerosas palavras em inglês a serem empregadas para designar a Deidade, bem como certos conceitos associados às coisas, significados e valores da realidade universal.

0:0:4 14 Contudo, ao formular esta introdução, já com definições e limitações de terminologia, faz-se necessário antecipar o uso desses termos na apresentação subseqüente. Esta introdução, portanto, não pode ser uma exposição completa e acabada, em si mesma; passando, assim, a ser apenas um guia definidor, destinado a ajudar os leitores dos documentos apresentados a seguir, que discorrem sobre a Deidade e o universo dos universos, e que foram formulados por uma comissão de Orvonton enviada a Urântia com esse propósito.

0:0:5 15 O vosso mundo, Urântia, é um entre muitos planetas similares habitados, que compreendem o universo local de Nebadon. Este universo, juntamente com criações semelhantes, constitui o superuniverso de Orvonton, de cuja capital, Uversa, provém a nossa comissão. Orvonton é um dos sete superuniversos evolucionários do tempo e do espaço, que circundam a criação de perfeição divina, sem princípio nem fim – o universo central de Havona. No coração desse universo central e eterno está a Ilha do Paraíso, sempre imóvel, centro geográfico da infinitude e morada do Deus eterno.

0:0:6 16 Por grande universo designamos, em geral, os sete superuniversos em evolução, em conjunto com o universo central e divino; e estas são as criações organizadas e habitadas até o presente. Elas são, todas, uma parte do universo-mestre, que abrange também os universos do espaço exterior, não habitados, mas em mobilização.

I. DEIDADE E DIVINDADE


0:1:1 21 O universo dos universos apresenta fenômenos de atividades de deidade nos diversos níveis de realidades cósmicas, de significados da mente e de valores do espírito; mas todas essas ministrações – pessoais ou de outras naturezas – são divinamente coordenadas.

0:1:2 22 A DEIDADE é personalizável como Deus, é pré-pessoal e suprapessoal, de modos não totalmente compreensíveis pelo homem. A deidade caracteriza-se pela qualidade da unidade – factual ou potencial – em todos os níveis supramateriais da realidade; e essa qualidade unificadora é mais bem compreendida pelas criaturas como divindade.

0:1:3 23 A Deidade funciona em níveis pessoais, pré-pessoais e suprapessoais. A Deidade Total é funcional nos sete níveis seguintes:

0:1:4 24 1. Estático – A Deidade contida em si própria e existente em si.

0:1:5 25 2. Potencial – A Deidade volitiva em si própria e com propósito em si.

0:1:6 26 3. Associativo – A Deidade personalizada em si própria e divinamente fraternal.

0:1:7 27 4. Criativo – A Deidade distributiva de si própria e divinamente revelada.

0:1:8 28 5. Evolucionário – A Deidade expansiva por si própria e identificada com a criatura.

0:1:9 29 6. Supremo – A Deidade que experiencia a si própria e que é unificadora de criatura e Criador. Esta Deidade funciona no primeiro nível de identificação com a criatura, como supracontroladora no tempo-espaço do grande universo, às vezes designada como a Supremacia da Deidade.

0:1:10 210 7. Último – A Deidade que se projeta a si própria e que transcende o tempo e o espaço. Deidade onipotente, onisciente e onipresente. Esta Deidade funciona no segundo nível da expressão da divindade unificadora, como supracontroladora eficaz e sustentadora absonita do universo-mestre. Comparada ao ministério das Deidades no grande universo, essa função absonita, no universo-mestre, equivale ao supracontrole e à supra-sustentação universal, algumas vezes denominada Ultimidade da Deidade.

0:1:11 211 O nível finito de realidade caracteriza-se pela vida da criatura nas limitações do tempo e do espaço. As realidades finitas podem não ter fim, mas têm sempre um começo – elas são criadas. O nível da Supremacia da Deidade pode ser concebido como uma função relacionada com as existências finitas.

0:1:12 212 O nível absonito de realidade é caracterizado por coisas e seres sem começo nem fim; e pela transcendência do tempo e do espaço. Os seres absonitos não são criados; são derivados – simplesmente são. O nível de Ultimidade da Deidade conota uma função relacionada às realidades absonitas. Sempre que o tempo e o espaço são transcendidos, não importando em que parte do universo-mestre, esse fenômeno do absonito é um ato da Ultimidade da Deidade.

0:1:13 213 O nível absoluto não tem começo nem fim, é fora do tempo e do espaço. Por exemplo: no Paraíso, o tempo e o espaço não existem; o status tempo-espacial do Paraíso é absoluto. As Deidades do Paraíso alcançam esse nível, existencialmente, por meio da Trindade; mas esse terceiro nível de expressão unificadora da Deidade não está plenamente unificado experiencialmente. Quaisquer que sejam o momento, o local e o modo como funcione o nível absoluto da Deidade, os valores e significados Paraíso-absolutos são manifestados.

0:1:14 31 A Deidade pode ser existencial, como no Filho Eterno; experiencial, como no Ser Supremo; associativa, como em Deus, o Sétuplo; indivisa, como na Trindade do Paraíso.

0:1:15 32 A Deidade é a fonte de tudo aquilo que é divino. A Deidade é característica e invariavelmente divina, mas nem tudo o que é divino é Deidade necessariamente, ainda que esteja coordenado com a Deidade e tenha a tendência de estar, em alguma fase, em unidade com a Deidade – espiritual, mental ou pessoalmente.

0:1:16 33 DIVINDADE é a qualidade característica, unificadora e coordenadora da Deidade.

0:1:17 34 A Divindade é inteligível, pela criatura, como verdade, beleza e bondade. Ela encontra a sua correspondência na personalidade como amor, misericórdia e ministração. E ela é revelada, nos níveis impessoais, como justiça, poder e soberania.

0:1:18 35 A Divindade pode ser perfeita – completa – como nos níveis existenciais e criadores da perfeição do Paraíso; pode ser imperfeita, como nos níveis experienciais e da criatura em evolução no tempo e no espaço; ou pode ser relativa, nem perfeita ou imperfeita, como em certos níveis de relações existenciais-experienciais de Havona.

0:1:19 36 Quando tentamos conceber a perfeição em todas as suas fases e formas de relatividade, encontramos sete tipos concebíveis.

37 1. A perfeição absoluta em todos os aspectos.

38 2. A perfeição absoluta em algumas fases e a perfeição relativa em todos os outros aspectos.

39 3. Os aspectos absolutos, relativos e imperfeitos, em combinações variadas.

310 4. A perfeição absoluta em alguns aspectos e a imperfeição em todos os outros.

311 5. A perfeição absoluta em nenhuma direção e a perfeição relativa em todas as manifestações.

312 6. A perfeição absoluta em nenhuma fase, uma perfeição relativa em algumas fases e a imperfeição em outras.

313 7. A perfeição absoluta em nenhum atributo e a imperfeição em todos eles.

II. DEUS


0:2:1 314 As criaturas mortais em evolução possuem uma necessidade irresistível de simbolizar os seus conceitos finitos de Deus. A consciência que o homem possui do dever moral, e o seu idealismo espiritual representam um nível de valores – uma realidade experiencial – difícil de simbolizar.

0:2:2 315 A consciência cósmica implica o reconhecimento de uma Causa Primeira, a realidade una e única não-causada. Deus, o Pai Universal, funciona em três níveis de personalidade-Deidade, de valor subinfinito e de expressão relativa de divindade.

316 1. Pré-pessoal – como na ministração dos fragmentos do Pai, tais como os Ajustadores do Pensamento.

317 2. Pessoal – como na experiência evolucionária dos seres criados e procriados.

318 3. Suprapessoal – como nas existências manifestadas de certos seres absonitos e semelhantes.

0:2:3 319 DEUS é uma palavra-símbolo que designa todas as personalizações da Deidade. O termo requer uma definição diferente para cada nível pessoal de função da Deidade e deve, ainda, futuramente, ser redefinido dentro de cada um desses níveis, pois esse termo pode ser usado para designar as personalizações diversas, coordenadas e subordinadas, da Deidade, como por exemplo: os Filhos Criadores do Paraíso – os pais dos universos locais.

0:2:4 41 O termo Deus, do modo como o usamos, pode ser compreendido:

0:2:5 42 Por designação – como Deus, o Pai.

0:2:6 43 Pelo contexto – como quando é usado na argumentação a respeito de uma associação de deidades ou um nível da deidade. Quando houver dúvida sobre a interpretação exata da palavra Deus, seria aconselhável referirmo-nos à pessoa do Pai Universal.

0:2:7 44 O termo Deus sempre denota personalidade. Deidade pode referir-se, ou não, às personalidades da divindade.

0:2:8 45 A palavra DEUS é usada, nestes documentos, com os significados que se seguem.

0:2:9 46 1. Deus, o Pai – Criador, Controlador e Sustentador. O Pai Universal, a Primeira Pessoa da Deidade.

0:2:10 47 2. Deus, o Filho – Criador Coordenado, Controlador do Espírito e Administrador Espiritual. O Filho Eterno, a Segunda Pessoa da Deidade.

0:2:11 48 3. Deus, o Espírito – Agente Conjunto, Integrador Universal e Outorgador da Mente. O Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade.

0:2:12 49 4. Deus, o Supremo – o Deus do tempo e do espaço, em factualização e em evolução. A Deidade Pessoal que associativamente alcança a realização experiencial da identidade criatura-Criador no tempo-espaço. O Ser Supremo está pessoalmente experienciando a realização da unidade da Deidade, como o Deus evolutivo e experiencial das criaturas evolucionárias do tempo e do espaço.

0:2:13 410 5. Deus, o Sétuplo – é a personalidade da Deidade, funcionando de modo factual em todos os lugares, no tempo e no espaço. São as Deidades pessoais do Paraíso e os seus coligados criadores, funcionando dentro e além das fronteiras do universo central e que estão personalizando o poder como Ser Supremo, no primeiro nível da criatura, para a revelação unificadora da Deidade, no tempo e no espaço. Esse nível, o grande universo, é a esfera na qual as personalidades do Paraíso fazem a sua descensão, no tempo-espaço, em associação recíproca com a ascensão, no espaço e no tempo, das criaturas evolucionárias.

0:2:14 411 6. Deus, o Último – o Deus em processamento corrente, do supratempo e do espaço transcendido. O segundo nível experiencial de manifestação da Deidade unificadora. Deus, o Último, implica a realização adquirida dos valores sintetizados absonitos-suprapessoais, dos valores de espaço e tempo transcendidos e dos valores experienciais em processamento (factualizados), coordenados nos níveis criadores finais da realidade da Deidade.

0:2:15 412 7. Deus, o Absoluto – o Deus que se experiencializa, dos valores suprapessoais transcendidos e dos significados da divindade, tornando-se agora existencial como o Absoluto da Deidade. Este é o terceiro nível da expressão e da expansão da Deidade unificadora. Neste nível supracriador, a Deidade experiencia a exaustão do potencial personalizável, encontra a Sua completude de divindade, passando pelo esvaziamento da capacidade da revelação de Si nos níveis sucessivos e progressivos de personalização-no-outro. A Deidade agora alcança o Absoluto Inqualificável, impinge-se nele, encontra-se nele e com ele experiencia a identidade.

III. A PRIMEIRA FONTE E CENTRO


0:3:1 413 A realidade infinita e total é existencial em sete fases e como sete Absolutos coordenados:

51 1. A Primeira Fonte e Centro.

52 2. A Segunda Fonte e Centro.

53 3. A Terceira Fonte e Centro.

54 4. A Ilha do Paraíso.

55 5. O Absoluto da Deidade.

56 6. O Absoluto Universal.

57 7. O Absoluto Inqualificável.

0:3:2 58 Deus, sendo a Primeira Fonte e Centro, é primordial em relação à realidade total – irrestritamente. A Primeira Fonte e Centro é infinita, bem como eterna e, portanto, é limitada ou condicionada apenas pela volição.

0:3:3 59 Deus – o Pai Universal – é a personalidade da Primeira Fonte e Centro e, como tal, mantém relações pessoais de controle infinito sobre todas as fontes e centros coordenados e subordinados. Tal controle é pessoal e infinito, em potencial, ainda que possa nunca funcionar, de fato, devido à perfeição da função de tais fontes, centros e personalidades coordenadas e subordinadas.

0:3:4 510 A Primeira Fonte e Centro é, portanto, primordial em todos os domínios: deificados ou não deificados, pessoais ou impessoais, factuais ou potenciais, finitos ou infinitos. Nenhum ser ou coisa, nenhuma relatividade ou finalidade existe, exceto em relação direta ou indireta com a primazia da Primeira Fonte e Centro ou em dependência dela.

0:3:5 511 A Primeira Fonte e Centro está relacionada ao universo do modo como se segue:

0:3:6 512 1. As forças da gravidade dos universos materiais convergem para o centro de gravidade do Paraíso inferior. Este é exatamente o motivo pelo qual a locação geográfica da Sua pessoa é fixa eternamente, em relação absoluta com o centro de força-energia do plano inferior ou material do Paraíso. Todavia, a personalidade absoluta da Deidade existe no plano superior ou espiritual do Paraíso.

0:3:7 513 2. As forças da mente convergem para o Espírito Infinito; a mente cósmica diferencial e divergente converge para os Sete Espíritos Mestres; a mente do Supremo, no seu processo de factualização como experiência no espaço-tempo, converge para Majeston.

0:3:8 514 3. As forças espirituais do universo convergem para o Filho Eterno.

0:3:9 515 4. A capacidade ilimitada para a ação da deidade reside no Absoluto da Deidade.

0:3:10 516 5. A capacidade ilimitada de resposta de infinitude existe no Absoluto Inqualificável.

0:3:11 517 6. Os dois Absolutos – o Qualificado e o Inqualificável – são coordenados e unificados no Absoluto Universal e por ele.

0:3:12 518 7. A personalidade potencial de um ser moral evolucionário, ou de qualquer outro ser moral, está centrada na personalidade do Pai Universal.

0:3:13 519 REALIDADE, tal como compreendida pelos seres finitos, é parcial, relativa e vaga. O máximo de realidade da Deidade, plenamente compreensível pelas criaturas evolucionárias finitas, está abrangido no Ser Supremo. Entretanto, há realidades antecedentes e eternas, realidades suprafinitas, que são ancestrais dessa Suprema Deidade das criaturas evolucionárias do tempo e do espaço. Na tentativa de retratar a origem e a natureza da realidade universal, somos forçados a empregar a técnica do raciocínio tempo-espacial, de modo a atingir o nível da mente finita. Portanto, muitos eventos simultâneos na eternidade devem ser apresentados como operações seqüenciais.

0:3:14 61 Tendo em conta o modo como uma criatura tempo-espacial perceberia a origem e a diferenciação da realidade, o eterno e infinito EU SOU realizou a liberação da Deidade dos entraves que a prendiam à infinitude inqualificável, por intermédio do exercício do livre-arbítrio, inerente e eterno; e essa separação da infinitude inqualificável produziu a primeira tensão-divindade absoluta. Tal tensão do diferencial de infinitude é resolvida pelo Absoluto Universal, que funciona unificando e coordenando a infinitude dinâmica da Deidade Total e a infinitude estática do Absoluto Inqualificável.

0:3:15 62 Nessa transação original, o teórico EU SOU alcançou a realização da personalidade, ao converter-se no Pai Eterno do Filho Original, tornando-se, simultaneamente, a Fonte Eterna da Ilha do Paraíso. Em coexistência com a diferenciação entre o Filho e o Pai, e na presença do Paraíso, deu-se o surgimento da pessoa do Espírito Infinito e do universo central de Havona. Com o surgimento das Deidades pessoais coexistentes, o Filho Eterno e o Espírito Infinito, o Pai escapou, enquanto personalidade, da Sua difusão, que, de outro modo, seria inevitável, no potencial da Deidade Total. Daí em diante, apenas na Trindade, ou seja, apenas na associação com as suas duas Deidades iguais, é que o Pai preenche todo o potencial da Deidade, enquanto a Deidade crescentemente experiencial está se realizando nos níveis de divindade em Supremacia, Ultimidade e Absolutez.

0:3:16 63 O conceito do EU SOU é uma concessão filosófica que fazemos à mente finita do homem, presa que é do tempo e acorrentada que é ao espaço, dada a impossibilidade de a criatura compreender as existências eternas – as realidades e as relações sem começo nem fim. Para a criatura do espaço e do tempo, todas as coisas devem ter um começo, exceto apenas AQUELE INCAUSADO – a causa primeva das causas. Conceituamos, então, esse valor-nível filosófico como o EU SOU, instruindo, ao mesmo tempo, a todas as criaturas, que o Filho Eterno e o Espírito Infinito são co-eternos com o EU SOU; em outras palavras, que nunca existiu um tempo em que o EU SOU não tivesse sido o Pai do Filho e, junto com este, do Espírito.

0:3:17 64 O Infinito é usado para denotar a plenitude – a finalidade –, conseqüência da primazia da Primeira Fonte e Centro. O teórico EU SOU é uma extensão, à maneira filosófica da criatura, da “infinitude da vontade”, mas o Infinito é um valor-nível factual, representando a intenção, na eternidade, da verdadeira infinitude do livre-arbítrio absoluto e sem entraves do Pai Universal. Esse conceito, algumas vezes, é designativo do Pai-Infinito.

0:3:18 65 Grande parte da confusão que todas as ordens de seres enfrentam, das mais elevadas às inferiores, nos seus esforços para descobrir o Pai-Infinito, é inerente às suas próprias limitações de compreensão. A primazia absoluta do Pai Universal não é aparente para os níveis subinfinitos; sendo, portanto, provável que apenas o Filho Eterno e o Espírito Infinito conheçam, verdadeiramente, o Pai como uma infinitude; para todas as outras personalidades, tal conceito representa o exercício da fé.

IV. REALIDADE DO UNIVERSO


0:4:1 66 A realidade factualiza-se diferencialmente em diversos níveis do universo; a realidade origina-se na volição infinita do Pai Universal e por meio dela; e é realizável, em três fases primordiais, nos muitos níveis diferentes de factualização no universo.

0:4:2 67 1. Realidade não deificada, que vai desde os domínios da energia do não pessoal até os reinos da realidade dos valores não personalizáveis da existência universal, chegando mesmo até à presença do Absoluto Inqualificável.

0:4:3 71 2. Realidade deificada abrange todos os potenciais infinitos da Deidade, indo de baixo para cima, por todos os domínios da personalidade, do finito menos elevado ao mais alto infinito, abrangendo, assim, o domínio de tudo o que é personalizável, e mais, indo até mesmo à presença do Absoluto da Deidade.

0:4:4 72 3. Realidade interassociada. A realidade do Universo é, supostamente, ou deificada ou não deificada, mas, para os seres subdeificados, existe um vasto domínio de realidade interassociada, em potencial ou em factualização, que é de identificação difícil. Grande parte dessa realidade coordenada está englobada nos domínios do Absoluto Universal.

0:4:5 73 Este é o conceito primordial de realidade original: o Pai inicia e mantém a Realidade. Os diferenciais primordiais de realidade são os deificados e os não deificados – o Absoluto da Deidade e o Absoluto Inqualificável. O relacionamento primordial é a tensão entre eles. Essa tensão-divindade, iniciada no Pai, resolve-se e eterniza-se perfeitamente no Absoluto Universal.

0:4:6 74 Do ponto de vista do tempo e do espaço, a realidade é também divisível como se segue:

0:4:7 75 1. Factual e Potencial. São as realidades que existem na plenitude de expressão, em contraste com aquelas que têm uma capacidade desconhecida de crescimento. O Filho Eterno é uma realidade espiritual absoluta; o homem mortal é, em grande parte, uma potencialidade espiritual não realizada.

0:4:8 76 2. Absoluta e Subabsoluta. As realidades absolutas são existências na eternidade. As realidades subabsolutas são projetadas em dois níveis: Absonitas – realidades que são relativas com respeito ao tempo e à eternidade. Finitas – realidades que são projetadas no espaço e factualizadas no tempo.

0:4:9 77 3. Existencial e Experiencial. A Deidade do Paraíso é existencial, mas o Supremo e o Último, que estão emergindo, são experienciais.

0:4:10 78 4. Pessoal e Impessoal. A expansão da Deidade, a expressão da personalidade e a evolução do universo estão, para sempre, condicionadas pelo ato de livre-arbítrio do Pai, que separou, para sempre, de um lado, os significados e os valores mente-espírito-pessoais da realidade factual e da potencialidade, centrados no Filho Eterno e, do outro lado, aquelas coisas que estão centradas na eterna Ilha do Paraíso e que a ela são inerentes.

0:4:11 79 PARAÍSO é um termo que inclui os Absolutos focalizados pessoais e não pessoais de todas as fases da realidade do universo. Apropriadamente qualificado, Paraíso pode designar todas e quaisquer formas da realidade: Deidade, divindade, personalidade e energia – espiritual, mental ou material. Todas compartilham o Paraíso, como o seu lugar de origem, função e destino, com respeito aos valores, aos significados e à existência factual.

0:4:12 710 A Ilha do Paraíso – Paraíso, sem outras conotações – é o Absoluto do controle da gravidade-material exercido pela Primeira Fonte e Centro. O Paraíso não tem movimento, sendo a única coisa estacionária, no universo dos universos. A Ilha do Paraíso tem uma localização no universo, mas nenhuma posição no espaço. Essa Ilha Eterna é a fonte factual dos universos físicos – passados, presentes e futuros. A Ilha da Luz central é um derivativo da Deidade, mas não chega a ser uma Deidade; nem as criações materiais são uma parte da Deidade; elas são uma conseqüência.

0:4:13 711 O Paraíso não é um criador, é um controlador único de inúmeras atividades no universo; controla muito mais do que reage. Em todos os universos materiais, o Paraíso exerce influência sobre as reações e a conduta de todos os seres que têm algo a ver com a força, a energia e o poder; mas o Paraíso em si mesmo é único, exclusivo e isolado nos universos. O Paraíso não representa nada e nada representa o Paraíso. Não é uma força nem uma presença, é tão somente o Paraíso.

V. REALIDADES DA PERSONALIDADE


0:5:1 81 A personalidade é um nível de realidade deificada e varia, partindo do nível mortal e intermediário de atividade mental mais elevada, de adoração e de sabedoria, passando pelos níveis moronciais e espirituais e indo até a realização do status de finalidade da personalidade. E essa é a ascensão evolucionária da personalidade da criatura mortal – e das criaturas semelhantes aos mortais –, no entanto há numerosas outras ordens de personalidades no universo.

0:5:2 82 A realidade está sujeita à expansão universal, a personalidade à diversificação infinita; e ambas são capazes de uma coordenação quase ilimitada com a Deidade e de uma estabilização eterna. Se bem que o campo metamórfico da realidade não pessoal seja definitivamente limitado, não conhecemos limitações para a evolução progressiva das realidades da personalidade.

0:5:3 83 Nos níveis experienciais alcançados, todas as ordens ou valores de personalidades são associáveis e mesmo co-criacionais. Até mesmo Deus e o homem podem coexistir em uma personalidade unificada, como tão admiravelmente é demonstrado no status presente do Cristo Michael – Filho do Homem e Filho de Deus.

0:5:4 84 Todas as ordens e fases subinfinitas da personalidade são realizáveis por associatividade e são potencialmente co-criadoras. O pré-pessoal, o pessoal e o suprapessoal estão todos ligados entre si, pelo potencial mútuo de empreender coordenadamente, na realização progressiva e na capacidade co-criadora. Mas nunca o impessoal transmuta-se diretamente em pessoal. A personalidade nunca é espontânea; é uma dádiva do Pai do Paraíso. A personalidade é supra-imposta à energia, e é associada apenas a sistemas vivos de energia; a identidade pode estar associada a formas não viventes de energia.

0:5:5 85 O Pai Universal é o segredo, tanto da realidade da personalidade quanto da outorga da personalidade e destino da personalidade. O Filho Eterno é a personalidade absoluta, é o segredo da energia espiritual, dos espíritos moronciais e dos espíritos perfeccionados. O Agente Conjunto é a personalidade mente-espírito, a fonte da inteligência, da razão e da mente universal. Contudo, a Ilha do Paraíso é não-pessoal e extra-espiritual, sendo a essência do corpo universal, fonte e centro da matéria física e arquétipo mestre absoluto da realidade material universal.

0:5:6 86 Essas qualidades da realidade universal estão manifestadas na experiência humana, em Urântia, nos níveis que se seguem:

0:5:7 87 1. Corpo. O organismo material ou físico do homem. O mecanismo eletroquímico vivo de natureza e origem animal.

0:5:8 88 2. Mente. O mecanismo de pensar, perceber e sentir do organismo humano. A experiência total, consciente e inconsciente. A inteligência associada à vida emocional, buscando, por meio da adoração e da sabedoria, alcançar o nível acima, do espírito.

0:5:9 89 3. Espírito. O espírito divino que reside na mente do homem – o Ajustador do Pensamento. Este espírito imortal é pré-pessoal – não é uma personalidade, se bem que esteja destinado a transformar-se em uma parte da personalidade da criatura mortal, quando da sua sobrevivência.

0:5:10 810 4. Alma. A alma do homem é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe “cumprir a vontade do Pai dos céus”, assim o espírito que reside no homem torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual – é moroncial. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte física e iniciar a ascensão ao Paraíso.

0:5:11 91 Personalidade. A personalidade do homem mortal não é corpo, nem mente, nem espírito; e também não é a alma. A personalidade é a única realidade invariável em meio a uma experiência constantemente mutável da criatura; e ela unifica todos os outros fatores associados da individualidade. A personalidade é o único dom que o Pai Universal confere às energias vivas e associadas de matéria, mente e espírito, e que sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial.

0:5:12 92 Morôncia é um termo que designa um vasto nível que se interpola entre o material e o espiritual. Pode designar realidades pessoais ou impessoais, energias vivas ou não viventes. Os elos do tecido moroncial são espirituais, a sua trama é física.

VI. ENERGIA E MODELO ORIGINAL


0:6:1 93 A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da personalidade do Pai, chamamos pessoal. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito espiritual do Filho, chamamos espírito. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da mente do Agente Conjunto, chamamos mente; mente, como um atributo do Espírito Infinito – e mente, em todas as suas fases. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito material da gravidade, centrado no Paraíso inferior, chamamos matéria – matéria-energia, em todos os seus estados metamórficos.

0:6:2 94 ENERGIA é um termo que usamos em um sentido inclusivo amplo, aplicado aos reinos espiritual, mental e material. Força é também usada assim amplamente. Poder tem o seu uso geralmente limitado à designação do nível eletrônico da matéria, no grande universo, que é sensível à gravidade linear ou material. Poder é também empregado para designar soberania. Não podemos ater-nos às vossas definições, geralmente aceitas, de força, energia e poder. Há uma tal pobreza de linguagem, que devemos atribuir significados múltiplos a esses termos.

0:6:3 95 A energia física é um termo que denota todas as formas e fases fenomênicas do movimento, seja da ação ou seja do potencial.

0:6:4 96 Ao abordarmos as manifestações da energia-física, geralmente usamos os termos força cósmica, energia emergente e poder do universo. Esses termos são empregados freqüentemente como se segue:

0:6:5 97 1. A força cósmica abrange todas as energias que derivam do Absoluto Inqualificável, mas que até o momento não reagem à gravidade do Paraíso.

0:6:6 98 2. A energia emergente abrange as energias que reagem à gravidade do Paraíso, mas que ainda não são sensíveis à gravidade local ou linear. Esse é o nível pré-eletrônico da matéria-energia.

0:6:7 99 3. O poder do universo inclui todas as formas de energia que, conquanto permaneçam ainda sensíveis à gravidade do Paraíso, são sensíveis diretamente à gravidade linear. Esse é o nível eletrônico da matéria-energia e de todas as evoluções subseqüentes.

0:6:8 910 Mente é um fenômeno que denota a presença-atividade do ministério vivo e também de sistemas variados de energia; e isso é verdadeiro para todos os níveis de inteligência. Na personalidade, a mente intervém continuamente, entre o espírito e a matéria; o universo é iluminado, portanto, por três espécies de luz: a luz material, a luz do discernimento intuitivo-intelectual e a luminosidade do espírito.

0:6:9 101 Luz – a luminosidade do espírito – é um símbolo verbal, uma figura de discurso que conota a manifestação da personalidade característica dos seres espirituais de várias ordens. Essa emanação luminosa não está relacionada, sob nenhum ponto de vista, à luz do discernimento intuitivo-intelectual nem às manifestações da luz física.

0:6:10 102 MODELO ORIGINAL pode ser projetado como energia material, espiritual ou mental, ou como qualquer combinação dessas energias. Pode estar presente nas personalidades, identidades, entidades ou na matéria não vivente. Mas o modelo é arquétipo e permanece como tal; apenas as cópias são múltiplas.

0:6:11 103 O modelo original, ou arquétipo, pode configurar a energia, mas não a controla. A gravidade é o único controle da matéria-energia. Nem o espaço nem o arquétipo são sensíveis à gravidade, mas não há nenhuma relação entre o espaço e o arquétipo; o espaço não é nem modelo, nem modelo potencial. O modelo é uma configuração da realidade que já pagou todo o seu débito à gravidade; a realidade de qualquer arquétipo consiste nas suas energias, nos seus componentes de mente, de espírito ou de matéria.

0:6:12 104 Em contraste com o aspecto do total, o modelo original revela o aspecto individual da energia e da personalidade. As formas da personalidade, ou da identidade, são modelos resultantes da energia (física, espiritual ou mental), mas não são inerentes a ela. Essa qualidade da energia ou da personalidade, em virtude da qual o arquétipo é levado a surgir, pode ser atribuída a Deus – à Deidade – ao dom de força do Paraíso e à coexistência da personalidade e do poder.

0:6:13 105 O modelo arquetípico é o desenho-mestre do qual as cópias são criadas. O Paraíso Eterno é o absoluto dos modelos; o Filho Eterno é a personalidade-modelo; o Pai Universal é a fonte-ancestral direta de ambos. E, assim, pois, o Paraíso não outorga arquétipos, e o Filho não pode outorgar a personalidade.

VII. O SER SUPREMO


0:7:1 106 A funcionamento da Deidade no universo-mestre é dual no que diz respeito às relações de eternidade: Deus, o Pai; Deus, o Filho; e Deus, o Espírito, são eternos – são seres existenciais – enquanto Deus, o Supremo; Deus, o Último; e Deus, o Absoluto, são Personalidades em factualização da Deidade, das épocas pós-Havona no tempo-espaço e nas esferas tempo-espacialmente transcendidas da expansão evolucionária do universo-mestre. Essas personalidades em factualização, da Deidade, são eternas no futuro, desde o tempo em que, quando e como se personalizam em poder, nos universos em crescimento, por meio da técnica de factualização experiencial dos potenciais criativos associativos, das Deidades eternas do Paraíso.

0:7:2 107 A Deidade é, portanto, dual na sua presença:

108 1. Existencial – seres de existência eterna; passada, presente e futura.

109 2. Experiencial – seres em factualização, no presente pós-Havona; mas de existência sem fim, ao longo de toda a eternidade futura.

0:7:3 1010 O Pai, o Filho e o Espírito são existenciais – existenciais, em factualidade (embora todos os potenciais sejam supostamente experienciais). O Supremo e o Último são totalmente experienciais. O Absoluto da Deidade é experiencial na factualização, mas existencial na potencialidade. A essência da Deidade é eterna, mas apenas as três pessoas originais da Deidade são eternas (sem quaisquer reservas) inqualificavelmente. Todas as outras personalidades da Deidade têm uma origem, mas são eternas no seu destino.

0:7:4 1011 Tendo alcançado a expressão existencial da Deidade de Si próprio, no Filho e no Espírito, o Pai está agora alcançando a expressão experiencial nos níveis até então impessoais e irrerevelados da deidade, que são Deus, o Supremo, Deus, o Último, e Deus, o Absoluto; mas essas Deidades experienciais não são, agora, plenamente existentes, pois estão em processo de factualização.

0:7:5 111 Deus, o Supremo, em Havona, é o reflexo do espírito pessoal da Deidade trina do Paraíso. E esse relacionamento associativo da Deidade está agora se expandindo criativamente, para o exterior, no sentido de Deus, o Sétuplo; e está sintetizando-se no poder experiencial do Supremo Todo-Poderoso no grande universo. A Deidade do Paraíso, existencial em três pessoas, está, assim, evoluindo experiencialmente em duas fases da Supremacia, ao passo que essas fases duais se estão unificando em poder de personalidade como um Senhor único, o Ser Supremo.

0:7:6 112 O Pai Universal, por livre escolha, alcança a liberação dos vínculos da infinitude e das correntes da eternidade por meio da técnica da trinitarização, a tríplice personalização da Deidade. O Ser Supremo está, ainda agora, evoluindo como uma unificação subeterna da personalidade, da manifestação sétupla da Deidade, nos segmentos tempo-espaciais do grande universo.

0:7:7 113 O Ser Supremo não é um criador direto, exceto como pai de Majeston, mas é um coordenador sintético de todas as atividades de Criador-criatura no universo. O Ser Supremo, agora factualizando-se nos universos evolucionários, é a Deidade correlacionadora e sintetizadora da divindade tempo-espacial, da Deidade trina do Paraíso, em associação experiencial com os Supremos Criadores do tempo e do espaço. Quando finalmente factualizada, essa Deidade evolucionária constituirá a fusão eterna do finito e do infinito – na união perpétua e indissolúvel entre o poder experiencial e a personalidade espiritual.

0:7:8 114 Toda a realidade finita no tempo-espaço, sob o impulso diretivo do Ser Supremo em evolução, está empenhada em uma mobilização sempre-ascendente e em uma unificação perfeccionante (na síntese de poder-personalidade) entre todas as fases e valores da realidade finita, em associação com fases variadas da realidade do Paraíso, com a finalidade e propósito de embarcar subseqüentemente na tentativa de alcançar os níveis absonitos de realização da supra-criatura.

VIII. DEUS, O SÉTUPLO


0:8:1 115 Para compensar a criatura pela sua finitude de status e pelas suas limitações de conceito, o Pai Universal estabeleceu, para a criatura evolucionária, uma forma sétupla de entendimento da Deidade, e de aproximação dela:

116 1. Os Filhos Criadores do Paraíso.

117 2. Os Anciães dos Dias.

118 3. Os Sete Espíritos Mestres.

119 4. O Ser Supremo.

1110 5. Deus, o Espírito.

1111 6. Deus, o Filho.

1112 7. Deus, o Pai.

0:8:2 1113 Essa personalização sétupla da Deidade, no tempo e no espaço, e dentro dos sete superuniversos, capacita o homem mortal para alcançar a presença de Deus, que é espírito. Essa Deidade sétupla que, para as criaturas finitas do tempo-espaço, algumas vezes personaliza-se em poder no Ser Supremo, é a Deidade funcional das criaturas mortais evolucionárias, de carreira ascensional ao Paraíso. Tal carreira, de descobertas experienciais na compreensão de Deus, começa com o reconhecimento da divindade do Filho Criador do universo local, e ascende, passando pelos Anciães dos Dias do superuniverso e por meio da pessoa de um dos Sete Espíritos Mestres, até atingir a descoberta e o reconhecimento da divina personalidade do Pai Universal do Paraíso.

0:8:3 121 O grande universo é o domínio tríplice da Deidade da Trindade da Supremacia, de Deus, o Sétuplo, e do Ser Supremo. Deus, o Supremo, é potencial na Trindade do Paraíso, de quem deriva a Sua personalidade e os seus atributos espirituais; mas está agora factualizando-se nos Filhos Criadores, nos Anciães dos Dias e nos Espíritos Mestres, de quem deriva o Seu poder de Todo-Poderoso para os superuniversos do tempo e do espaço. Essa manifestação de poder, do Deus imediato das criaturas evolucionárias, evolui factualmente, no tempo e no espaço, concomitantemente com elas. O Supremo Todo-Poderoso, que evolui no nível de valor das atividades não pessoais, e a pessoa espiritual de Deus, o Supremo, são uma única realidade – o Ser Supremo.

0:8:4 122 Os Filhos Criadores, na associação de Deidade, que é Deus, o Sétuplo, proporcionam o mecanismo pelo qual o mortal se torna imortal e pelo qual o finito encontra o amplexo da infinitude. O Ser Supremo provê a técnica para a mobilização da personalidade em poder, a síntese divina, de todas essas transações múltiplas, capacitando, assim, o finito para alcançar o absonito e, por meio de outras possíveis factualizações futuras, intentar alcançar o Último. Os Filhos Criadores e as suas consortes, as Ministras Divinas, são participantes dessa mobilização suprema, mas os Anciães dos Dias e os Sete Espíritos Mestres estão provavelmente fixados de forma eterna como administradores permanentes no grande universo.

0:8:5 123 A função de Deus, o Sétuplo, data da organização dos sete superuniversos e, provavelmente, ampliar-se-á junto com a evolução futura das criações do espaço exterior. A organização desses universos futuros, de primeiro, segundo, terceiro e quarto níveis espaciais de evolução progressiva, irá, sem dúvida, testemunhar a inauguração da forma transcendente e absonita de entendimento-aproximação da Deidade.

IX. DEUS, O ÚLTIMO


0:9:1 124 Assim como o Ser Supremo evolui progressivamente, a partir do dom antecedente da divindade, de potencial de energia e personalidade, contido no grande universo, do mesmo modo, Deus, o Último, emerge dos potenciais da divindade que residem nos domínios transcendidos tempo-espacialmente do universo-mestre. A factualização da Deidade Última assinala a unificação absonita da primeira Trindade experiencial e significa uma expansão unificante da Deidade, no segundo nível da auto-realização criativa. Isso constitui o equivalente, em poder-personalidade, da factualização da Deidade experiencial no universo, das realidades absonitas do Paraíso, nos níveis de manifestação de valores tempo-espacialmente transcendidos. A complementação de tal desdobramento experiencial tem por fim permitir um destino último, de serviço, para todas as criaturas do tempo-espaço que tiverem atingido níveis absonitos, por meio de uma realização completa do Ser Supremo, por intermédio do ministério de Deus, o Sétuplo.

0:9:2 125 Deus, o Último, é um designativo da Deidade pessoal, funcionando nos níveis absonitos da divindade e nas esferas do supratempo e do espaço transcendido do universo. O Último é uma manifestação supra-suprema de factualização da Deidade. O Supremo é a unificação da Trindade, segundo é compreendida pelos seres finitos; o Último é a unificação da Trindade do Paraíso, segundo é compreendida pelos seres absonitos.

0:9:3 131 O Pai Universal, por meio do funcionamento da Deidade evolucionária, está factualmente empenhado no ato, estupendo e surpreendente, de focalização da personalidade e de mobilização do poder, nos seus respectivos níveis de significados para o universo, dos valores da realidade divina nos âmbitos do finito, do absonito e mesmo do absoluto.

0:9:4 132 As três primeiras Deidades do Paraíso, eternas no passado – o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito –, estão, no futuro eterno, para complementar-se em personalidade, pela factualização experiencial das Deidades evolucionárias coligadas – Deus, o Supremo; Deus, o Último, e, possivelmente, Deus, o Absoluto.

0:9:5 133 Deus, o Supremo, e Deus, o Último, agora evoluindo nos universos experienciais, não são existenciais – não são passado-eternos, são apenas futuro-eternos, e eternos tempo-espacialmente condicionados e eternos transcendentalmente condicionados. Eles são Deidades de dons supremos, últimos e, possivelmente, supremo-últimos; mas experimentaram origens históricas no universo. Nunca terão um fim, mas tiveram, sim, um começo para as suas personalidades. São, na verdade, factualizações dos potenciais eternos e infinitos da Deidade, mas não são, por si próprios, nem eternos, nem infinitos incondicionalmente.

X. DEUS, O ABSOLUTO


0:10:1 134 A realidade eterna do Absoluto da Deidade tem muitas características que não podem ser inteiramente explicadas à mente tempo-espacialmente finita; mas a factualização de Deus, o Absoluto, existiria em conseqüência da unificação da segunda Trindade experiencial, a Trindade Absoluta. Isso constituiria a realização experiencial da divindade absoluta, na unificação de significados absolutos, em níveis absolutos; mas não estamos seguros no que diz respeito à abrangência de todos os valores absolutos, pois não fomos, em tempo algum, informados de que o Absoluto Qualificado seja equivalente ao Infinito. Destinos supra-últimos estão envolvidos nos significados absolutos e em uma espiritualidade infinita e, sem que essas duas realidades sejam alcançadas, não podemos estabelecer valores absolutos.

0:10:2 135 Deus, o Absoluto, é a meta de alcance e de realização de todos os seres superabsonitos, mas o potencial de poder e personalidade do Absoluto da Deidade transcende o nosso conceito; e hesitamos em discorrer sobre essas realidades, tão distantes que estão da factualização experiencial.

XI. OS TRÊS ABSOLUTOS


0:11:1 136 Quando o pensamento combinado do Pai Universal e do Filho Eterno, funcionando no Deus da Ação, constituiu a criação do universo divino e central, o Pai seguiu a expressão do Seu pensamento, na palavra do Seu Filho e na atuação do Executivo Conjunto Deles, diferenciando, assim, a Sua Presença Havonal dos potenciais de infinitude. E esses potenciais não desvelados de infinitude permanecem espacialmente oclusos no Absoluto Inqualificável, e divinamente envoltos no Absoluto da Deidade, enquanto estes dois últimos transformam-se em um único, no funcionamento do Absoluto Universal, que é a unidade-infinitude não revelada do Pai do Paraíso.

0:11:2 137 Tanto a potência da força cósmica quanto a potência da força espiritual estão em processo de revelação-realização progressiva, assim como o enriquecimento de toda a realidade é efetuado, por meio de um crescimento experiencial e de uma correlação do experiencial com o existencial, feita pelo Absoluto Universal. Em virtude da presença eqüipolente do Absoluto Universal, a Primeira Fonte e Centro realiza uma extensão do poder experiencial, desfruta da identificação com as Suas criaturas evolucionárias e realiza a expansão da Deidade experiencial, nos níveis da Supremacia, Ultimidade e Absolutez.

0:11:3 141 Quando não é possível distinguir plenamente entre o Absoluto da Deidade e o Absoluto Inqualificável; a função supostamente combinada deles, ou a sua presença coordenada, é designada como a ação do Absoluto Universal.

0:11:4 142 1. O Absoluto da Deidade parece ser o ativador onipotente, enquanto o Absoluto Inqualificável parece ser o mecanizador todo-eficiente do universo dos universos, supremamente unificado e coordenado em ultimidade, e mesmo dos universos após universos, já feitos, em feitura ou ainda por fazer.

0:11:5 143 O Absoluto da Deidade não pode reagir a qualquer situação, no universo, de um modo subabsoluto, ou, pelo menos, não o faz. Todas as respostas desse Absoluto, a qualquer situação que surja, parecem dar-se em termos do bem-estar de toda a criação de seres e coisas, não apenas no seu estado presente de existência, mas também com vistas às possibilidades infinitas, em toda a eternidade futura.

0:11:6 144 O Absoluto da Deidade é aquele potencial que foi segregado da realidade total e infinita, por escolha livre do arbítrio do Pai Universal, e no interior do qual todas as atividades da divindade – existenciais e experienciais – ocorrem. Este é o Absoluto Qualificado, que se contradistingue do Absoluto Inqualificável; mas o Absoluto Universal é a supersomatória de ambos, pois inclui todo o potencial absoluto.

0:11:7 145 2. O Absoluto Inqualificável é não pessoal, extradivino e não deificado. O Absoluto Inqualificável, portanto, é desprovido de personalidade, de divindade e de todas as prerrogativas de criador. Nem fatos, nem a verdade; nem a experiência, nem a revelação; nem a filosofia, nem a absonitude são capazes de penetrar a natureza e o caráter desse Absoluto sem qualificação no universo.

0:11:8 146 Que fique claro que o Absoluto Inqualificável é uma realidade positiva, que impregna o grande universo e que se estende, aparentemente, com igual presença espacial, para dentro e para fora das atividades de força e de evoluções pré-materiais, das assombrosas extensões das regiões espaciais, para além dos sete superuniversos. O Absoluto Inqualificável não é um mero negativismo de conceito filosófico, baseado em suposições metafísicas sofismáticas a respeito da universalidade, do predomínio e da primazia do incondicionado e do Inqualificável. O Absoluto Inqualificável é um supracontrole positivo do universo em infinitude; esse supracontrole é ilimitado em força e no espaço, mas é definitivamente condicionado à presença de vida, mente, espírito e personalidade; e, além disso, está condicionado às reações da vontade e dos mandatos, plenos de propósito, da Trindade do Paraíso.

0:11:9 147 Estamos convencidos de que o Absoluto Inqualificável não é uma influência indiferenciada que a tudo impregna e não é, pois, comparável, seja aos conceitos panteístas da metafísica, seja às hipóteses ocasionais do éter feitas pela ciência. O Absoluto Inqualificável é ilimitado quanto à força, e é condicionado à Deidade; mas não percebemos plenamente a relação deste Absoluto com as realidades espirituais dos universos.

0:11:10 148 3. O Absoluto Universal, deduzimos logicamente, era inevitável ao Pai Universal, em seu ato de livre-arbítrio absoluto, de diferenciar as realidades do universo em valores deificados e não deificados – personalizáveis e não personalizáveis. O Absoluto Universal é o fenômeno que indica, na Deidade, a resolução da tensão criada pela ação livre da vontade ao diferenciar, assim, as realidades do universo, e funciona como o coordenador associativo dessas somas totais de potencialidades existenciais.

0:11:11 151 A presença-tensão do Absoluto Universal significa o ajustamento dos diferenciais entre a realidade da deidade e a realidade não deificada, inerentes à separação feita entre a dinâmica da divindade, em pleno livre-arbítrio, e a estática incondicionada ou inqualificável.

0:11:12 152 Lembrai-vos sempre: a infinitude potencial é absoluta e inseparável da eternidade. A infinitude factual, no tempo, não pode nunca ser senão parcial, e deve, portanto, ser não absoluta; tampouco pode a infinitude da personalidade factual ser absoluta, exceto na Deidade inqualificável. E é o diferencial do potencial de infinitude, no Absoluto Inqualificável e no Absoluto da Deidade, que eterniza o Absoluto Universal, tornando cosmicamente possível que haja universos materiais no espaço e espiritualmente possível que haja personalidades finitas no tempo.

0:11:13 153 O finito pode coexistir no cosmo junto com o Infinito, tão somente porque a presença associativa do Absoluto Universal equaliza muito perfeitamente as tensões entre o tempo e a eternidade, entre o finito e o infinito, entre o potencial de realidade e a factualidade da realidade, entre o Paraíso e o espaço, entre o homem e Deus. Associativamente, o Absoluto Universal constitui a identificação da zona de realidade evolutiva progressiva que existe nos universos do tempo e do espaço e nos universos tempo-espacialmente transcendidos, e que são universos de manifestação sub-infinita da Deidade.

0:11:14 154 O Absoluto Universal é o potencial da Deidade estático-dinâmica, funcionalmente realizável nos níveis do tempo-eternidade, como valores finito-absolutos e de possível acesso experiencial-existencial. Esse aspecto incompreensível da Deidade pode ser estático, potencial e associativo, mas não é experiencialmente criativo nem evolutivo, no que concerne às personalidades inteligentes, ora funcionando no universo-mestre.

0:11:15 155 O Absoluto. Os dois Absolutos – o qualificado e o inqualificável –, se bem que aparentemente tão divergentes em função, quando observados pelas criaturas que possuem uma mente, estão, perfeita e divinamente, unificados no e pelo Absoluto Universal. Em última análise, e em uma compreensão final, todos os três são apenas um Absoluto. Nos níveis subinfinitos, eles estão funcionalmente diferenciados, mas, na infinitude, eles são UM.

0:11:16 156 Não utilizamos jamais o termo Absoluto como uma negação de alguma coisa, nem como rejeição de coisa alguma. Tampouco consideramos o Absoluto Universal como autodeterminativo, como uma espécie de Deidade panteísta e impessoal. O Absoluto, em tudo que diz respeito à personalidade no universo, é estritamente limitado pela Trindade e dominado pela Deidade.

XII. AS TRINDADES


0:12:1 157 A Trindade do Paraíso, original e eterna, é existencial; e foi inevitável. Essa Trindade, sem começo, era inerente ao fato da diferenciação entre o pessoal e o impessoal, pelo livre-arbítrio do Pai, e factualizou-se quando a Sua vontade pessoal coordenou essas realidades duais, por meio da mente. As Trindades do pós-Havona são experienciais – são inerentes à criação de dois níveis subabsolutos e evolutivos, de manifestação da personalidade em poder, no universo-mestre.

0:12:2 158 A Trindade do Paraíso – a união eterna na Deidade, do Pai Universal, ao Filho Eterno e ao Espírito Infinito – é existencial em factualidade, mas todos os potenciais são experienciais. Logo, essa Trindade constitui a única realidade da Deidade que abraça a infinitude; e, portanto, é nela que ocorrem os fenômenos de factualização, no universo, de Deus, o Supremo, de Deus, o Último, e de Deus, o Absoluto.

0:12:3 159 A primeira e a segunda Trindades experienciais, as Trindades pós-Havona, não podem ser infinitas, porque abrangem Deidades derivadas, Deidades que evoluíram por meio da factualização experiencial de realidades criadas ou manifestadas pela Trindade existencial do Paraíso. A infinitude da divindade está sendo constantemente enriquecida, quando não ampliada, pela finitude e pela absonitude da experiência entre criatura e Criador.

0:12:4 161 As Trindades são verdades do relacionamento e fatos da manifestação coordenada da Deidade. As funções da Trindade englobam as realidades da Deidade, e as realidades da Deidade sempre buscam a realização e a manifestação na personalização. Deus, o Supremo, Deus, o Último e, mesmo, Deus, o Absoluto, são, portanto, inevitabilidades divinas. Essas três Deidades experienciais eram potenciais, na Trindade existencial, a Trindade do Paraíso, mas os seus surgimentos no universo, como personalidades de poder, dependem, em parte, dos seus próprios funcionamentos experienciais, nos universos do poder e da personalidade, e, em parte, das realizações experienciais dos Criadores e das Trindades pós-Havona.

0:12:5 162 As duas Trindades pós-Havona, a Trindade Última e a Trindade Absoluta, ambas experienciais, não estão agora plenamente manifestadas; estão em processo de realização no universo. Essas associações de Deidades podem ser descritas como se segue:

0:12:6 163 1. A Trindade Última, atualmente em evolução, consistirá, finalmente, no Ser Supremo, nas Personalidades Criadoras Supremas e nos Arquitetos absonitos do universo-mestre, aqueles planejadores únicos do universo que não são criadores nem criaturas. Deus, o Último, final e inevitavelmente, adquirirá poder e personalizar-se-á como a Deidade-conseqüência da unificação desta Trindade Última experiencial, na arena em expansão do universo-mestre quase ilimitado.

0:12:7 164 2. A Trindade Absoluta – a segunda Trindade experiencial – agora em processo de factualização, consistirá em Deus, o Supremo, Deus, o Último, e o não revelado Consumador do Destino do Universo. Essa Trindade funciona tanto nos níveis pessoais quanto nos suprapessoais, e mesmo nas fronteiras do não pessoal; e a sua unificação na universalidade experienciaria a Deidade Absoluta.

0:12:8 165 A Trindade Última está unificando-se experiencialmente até completar-se, mas duvidamos verdadeiramente da possibilidade dessa unificação plena da Trindade Absoluta. O nosso conceito, contudo, da eterna Trindade do Paraíso, é mantido como uma lembrança, sempre presente, de que a trinitarização da Deidade pode realizar aquilo que, de outro modo, seria inatingível; e por isso é que postulamos o surgimento, em algum momento, do Supremo-Último e uma possível trinitarização e factualização de Deus, o Absoluto.

0:12:9 166 Os filósofos dos universos postulam uma Trindade das Trindades, uma Trindade Infinita experiencial-existencial, mas não são capazes de visualizar a personalização dela; possivelmente equivaleria à pessoa do Pai Universal, no nível conceitual do EU SOU. Todavia, independentemente de tudo isso, a Trindade original do Paraíso é potencialmente infinita, posto que o Pai Universal é factualmente infinito.

CONSIDERAÇÕES


0:12:10 167 As apresentações seguintes incluem a descrição do caráter do Pai Universal e a natureza dos seus coligados do Paraíso. Ao fazê-las, junto com a tentativa de descrever o universo central perfeito e os sete superuniversos que o rodeiam, estamo-nos guiando pelo mandato dos governantes superuniversais, o qual nos ordena que, em todos os nossos esforços para revelar a verdade e para coordenar o conhecimento essencial, seja dada preferência aos conceitos humanos mais elevados já existentes, relativos aos temas a serem apresentados. Apenas podemos recorrer à revelação pura quando o conceito em apresentação não houver tido expressão prévia adequada, na mente humana.

0:12:11 171 As sucessivas revelações planetárias da verdade divina, invariavelmente, têm abrangido os conceitos mais elevados existentes dos valores espirituais, como parte de uma nova e intensificada coordenação do conhecimento no planeta. De acordo com isso, ao fazermos essas apresentações sobre Deus e os Seus coligados do universo, nós selecionamos, como base destes documentos, mais de mil conceitos humanos que representam o mais alto e o mais avançado conhecimento planetário de valores espirituais e significados universais. À medida que esses conceitos humanos, reunidos dentre os dos mortais sabedores de Deus, do passado e do presente, tornarem-se inadequados para retratar a verdade, como fomos instruídos a revelá-la, nós iremos, sem hesitação, suplementá-los, recorrendo, para esse propósito, ao nosso conhecimento superior da realidade e da divindade das Deidades do Paraíso e do universo transcendente em que residem.

0:12:12 172 Estamos plenamente cientes das dificuldades dessa nossa missão; reconhecemos a impossibilidade que é transcrever plenamente a linguagem dos conceitos da divindade e da eternidade, por meio dos símbolos de uma língua, e com os conceitos finitos da mente mortal. Sabemos, porém, que, na mente humana, reside um fragmento de Deus e que, com a alma humana, permanece o Espírito da Verdade; e sabemos também que todas essas forças espirituais conspiram no sentido de tornar o homem material apto para captar a realidade dos valores espirituais e compreender a filosofia dos significados do universo. E, com certeza ainda maior, sabemos que esses espíritos da Divina Presença são capazes de prestar assistência ao homem, na tarefa de apropriação espiritual de toda a verdade que contribua para a elevação da realidade, em contínuo progresso, da experiência religiosa pessoal – a consciência de Deus.

0:12:13 173 [Ditado por um Conselheiro Divino de Orvonton, Dirigente do Corpo das Personalidades deste Superuniverso, designado para retratar, em Urântia, a verdade sobre as Deidades do Paraíso e o universo dos universos.]

DOCUMENTO 1

O PAI UNIVERSAL
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O Pai Universal é o Deus de toda a criação, a Primeira Fonte e Centro de todas as coisas e todos os seres. Pensai em Deus primeiro como um criador, depois como um controlador e finalmente como um sustentador infinito. A verdade sobre o Pai Universal teve o seu alvorecer, para a humanidade, quando o profeta disse: “Apenas Vós sois Deus, não há ninguém além de Vós. Criastes os céus e os céus dos céus com todas as suas hostes; e Vós os preservais e os controlais. Pelos Filhos de Deus, os universos foram feitos. O Criador cobre-Se da luz como se fosse uma veste e estende os céus como uma cortina”. Somente o conceito do Pai Universal – um Deus único, no lugar de muitos deuses – capacitou o homem mortal a compreender o Pai como um criador divino e um controlador infinito.

1:0:2 212 As miríades de sistemas planetários foram todas feitas para serem afinal habitadas por muitos tipos diferentes de criaturas inteligentes, seres que poderiam conhecer a Deus, receber a afeição divina e amá-Lo em retribuição. O universo dos universos é obra de Deus e morada das Suas diversas criaturas. “Deus criou os céus e formou a Terra; e não foi em vão que Ele estabeleceu o universo e criou este mundo; Ele o formou, para que fosse habitado”.

1:0:3 213 Todos os mundos esclarecidos reconhecem e adoram o Pai Universal, o elaborador eterno e o sustentador infinito de toda a criação. As criaturas de vontade, de universo em universo, embarcaram nessa jornada imensamente longa até o Paraíso, a luta fascinante da aventura eterna de alcançar Deus, o Pai. A meta transcendente dos filhos do tempo é ir ao encontro do Deus eterno, é compreender a Sua natureza divina e reconhecer o Pai Universal. As criaturas sabedoras de Deus têm apenas uma ambição suprema, um só desejo ardente, que é o de tornar-se, nas suas próprias esferas, perfeitos como Ele é, na Sua perfeição de personalidade no Paraíso e na Sua esfera universal de supremacia na retidão. Do Pai Universal que habita a eternidade, emanou o supremo mandato: “Sede perfeitos, assim como Eu sou perfeito”. Em amor e misericórdia, os mensageiros do Paraíso levaram essa exortação divina, através dos tempos e através dos universos, até mesmo às criaturas inferiores de origem animal, tais como as raças humanas de Urântia.

1:0:4 221 Esse mandato, magnífico e universal, de esforçar-se para atingir a perfeição da divindade, é o primeiro dever e deveria ser a mais alta ambição de todas as criaturas que lutam nessa criação do Deus da perfeição. A possibilidade de atingir a perfeição divina é o destino certo e final de todos os homens, no eterno progresso espiritual.

1:0:5 222 Os mortais de Urântia dificilmente podem esperar ser perfeitos, no sentido infinito, mas, para os seres humanos, partindo como o fazem, deste planeta, é inteiramente possível alcançar a meta superna e divina, que o Deus infinito estabeleceu para o homem mortal; e, quando atingirem esse destino, em tudo o que diz respeito à auto-realização e ao alcance da mente, eles estarão tão repletos, na sua esfera de perfeição divina, quanto o próprio Deus o é, no seu âmbito de infinitude e eternidade. Tal perfeição pode não ser universal, no sentido material, nem ilimitada, em alcance intelectual, nem final, como experiência espiritual, mas ela é final e completa, sob todos os aspectos finitos, em divindade, vontade, perfeição de motivação da personalidade e consciência de Deus.

1:0:6 223 O verdadeiro significado do mandamento divino é este: “Sede perfeitos, assim como Eu sou perfeito”; o que impulsiona constantemente o homem mortal a ir adiante e o atrai para o interior de si próprio, na sua labuta longa e fascinante para alcançar níveis cada vez mais elevados de valores espirituais e de significados verdadeiros do universo. Essa busca sublime, pelo Deus dos universos, é a aventura suprema dos habitantes de todos os mundos do tempo e do espaço.

1. O NOME DO PAI


1:1:1 224 De todos os nomes pelos quais Deus, o Pai, é conhecido nos universos, aqueles que O designam como a Primeira Fonte e Centro do Universo são os mais freqüentemente encontrados. O Pai Primeiro é conhecido por vários nomes, em universos diferentes e nos diversos setores de um mesmo universo. Os nomes por meio dos quais a criatura designa o Criador dependem, em grande parte, do conceito que a criatura tem do Criador. A Primeira Fonte e Centro do Universo nunca revelou a Si própria por meio de um nome, apenas pela Sua natureza. Se acreditamos que somos filhos deste Criador, afinal, torna-se natural que o chamemos de Pai. Mas essa é uma denominação da nossa própria escolha, e que advém do reconhecimento da nossa relação pessoal com a Primeira Fonte e Centro.

1:1:2 225 O Pai Universal nunca impõe qualquer forma de reconhecimento arbitrário, de adoração formal, ou de serviço escravizante às criaturas inteligentes e dotadas de vontade dos universos. Os habitantes evolucionários dos mundos do tempo e do espaço, por si mesmos, devem – nos seus corações – reconhecer, amar e voluntariamente adorá-Lo. O Criador recusa-Se a exercer coação de submissão sobre os livres-arbítrios espirituais das suas criaturas materiais. A dedicação afetuosa da vontade humana, de fazer a vontade do Pai, é a dádiva mais bem escolhida que o homem pode oferecer a Deus; de fato, uma consagração assim, da sua vontade de criatura, constitui a única dádiva possível de valor verdadeiro, do homem, ao Pai do Paraíso. Em Deus, o homem vive, move-se e tem o seu ser; não há nada que o homem possa dar a Deus, a não ser essa escolha de ater-se à vontade do Pai; e uma decisão como essa, efetivada pelas criaturas volitivas inteligentes dos universos, na realidade, constitui a verdadeira adoração, que satisfaz muito plenamente ao Pai Criador, em cuja natureza o amor é preponderante.

1:1:3 226 Quando realmente vos houverdes tornado conscientes de Deus, após descobrirdes verdadeiramente a majestade do Criador e houverdes experimentado e compreendido a presença do controlador divino, que em vós reside, então, segundo o vosso esclarecimento e de acordo com a maneira e o método pelo qual os Filhos divinos revelam Deus, vós encontrareis um nome para o Pai Universal que expresse adequadamente o vosso conceito da Primeira Grande Fonte e Centro. E assim, em mundos diferentes e em vários universos, o Criador torna-se conhecido por inúmeros nomes; e todos, pelo sentido das relações, significando a mesma coisa; mas, em palavras e símbolos, cada um representa um grau, uma profundidade da Sua entronização nos corações das Suas criaturas de um determinado reino.

1:1:4 231 Perto do centro do universo dos universos, o Pai Universal é em geral conhecido por nomes que podem ser considerados como significando Primeira Fonte. Mais além, nos universos do espaço, os termos empregados para designar o Pai Universal significam, com mais freqüência, o Centro Universal. E, mais além ainda, nesta criação estelar, como na sede central do vosso universo local, Ele é conhecido como a Primeira Fonte Criadora e Centro Divino. Numa constelação próxima, Deus é chamado de Pai dos Universos. Em outra, de Sustentador Infinito e, mais para leste, de Controlador Divino. Ele tem sido designado também por Pai das Luzes, Dom da Vida e Todo-Poderoso Único.

1:1:5 232 Nos mundos em que um Filho do Paraíso viveu uma vida de auto-outorga ou de doação de si próprio, Deus geralmente é conhecido por algum nome que indica um relacionamento pessoal, de alguma afeição terna ou devoção paternal. Na sede da vossa constelação, todos referem-se a Deus como o Pai Universal; e, nos diversos planetas do vosso sistema local de mundos habitados, Ele é alternadamente conhecido como Pai dos Pais, Pai do Paraíso, Pai de Havona e Pai Espírito. Aqueles que conhecem a Deus, por meio das revelações feitas pelos Filhos do Paraíso, durante as outorgas de si próprios aos mundos, sempre cedem ao apelo sentimental da relação tocante que advém da associação entre a Criatura e o Criador, e se referem a Deus como o “nosso Pai”.

1:1:6 233 Num planeta de criaturas sexuadas, em um mundo em que os impulsos da emoção parental são inerentes aos corações dos seus seres inteligentes, o termo Pai torna-se um nome muito expressivo e apropriado para o Deus Eterno. Ele é mais bem conhecido, mais universalmente reconhecido no vosso planeta, Urântia, pelo nome de Deus. O nome que Lhe é dado é de pouca importância; o que é significativo é que deveis conhecê-Lo e aspirar a ser como Ele. Os vossos profetas de outrora verdadeiramente chamavam-No de “Deus eterno” e referiam-se a Ele como “Aquele que habita a eternidade”.

2. A REALIDADE DE DEUS


1:2:1 234 Deus é a realidade primordial no mundo do espírito; Deus é a fonte da verdade nas esferas da mente; Deus abriga, com a sua sombra, todas as partes dos reinos materiais. Para todas as inteligências criadas, Deus é uma personalidade e, para o universo dos universos, Ele é a Primeira Fonte e Centro da realidade eterna. Deus não se assemelha ao homem, nem à máquina. O Primeiro Pai é espírito universal, eterna verdade, realidade infinita e personalidade paterna.

1:2:2 235 O Deus eterno é infinitamente mais do que a realidade idealizada ou o universo personalizado. Deus não é simplesmente o supremo desejo do homem, a busca mortal transformada em realidade objetiva. Tampouco Deus é um mero conceito, o poder-potencial de retidão. O Pai Universal não é um sinônimo para a natureza, nem é a lei natural personificada. Deus é uma realidade transcendente, não é meramente o conceito tradicional que o homem tem dos valores supremos. Deus não é uma focalização psicológica de significados espirituais, nem é a “criação mais nobre do homem”. Na mente dos homens, Deus pode ser qualquer desses conceitos e todos eles; no entanto, Ele é mais. Ele é uma pessoa salvadora e um Pai cheio de amor, para todos aqueles que desfrutam da paz espiritual na Terra, e que anseiam por experimentar a sobrevivência da personalidade após a morte.

1:2:3 241 A realidade da existência de Deus é demonstrada na experiência humana, pela presença divina que reside dentro do homem, o Monitor espiritual, enviado do Paraíso para viver na mente mortal do homem e para ali assisti-lo na evolução da sua alma imortal, na sua sobrevivência eterna. A presença desse Ajustador divino, na mente humana, faz-se conhecer por três fenômenos experienciais:

242 1. A capacidade intelectual para conhecer a Deus – a consciência de Deus.

243 2. O impulso espiritual de encontrar Deus – a busca de Deus.

244 3. O anseio da personalidade de ser como Deus – o desejo, de todo o coração, de fazer a vontade do Pai.

1:2:4 245 A existência de Deus não pode jamais ser comprovada pela experiência científica, nem pela razão pura com uma dedução lógica. Deus só pode ser compreendido no âmbito da experiência humana; contudo, o verdadeiro conceito da realidade de Deus é razoável para a lógica, plausível para a filosofia, essencial para a religião e indispensável a qualquer esperança de sobrevivência da personalidade.

1:2:5 246 Aqueles que são sabedores de Deus experimentaram o fato da Sua presença; tais mortais sabedores de Deus têm, na própria experiência pessoal, a única prova positiva da existência do Deus vivo que um ser humano pode oferecer a outro. A existência de Deus está muito além de qualquer possibilidade de demonstração, a não ser pelo contato entre a consciência que a mente humana tem de Deus e a presença de Deus, no Ajustador do Pensamento, que reside no intelecto mortal e que é outorgada ao homem, como dádiva graciosa do Pai Universal.

1:2:6 247 Em teoria, vós podeis pensar em Deus como o Criador, pois Ele é o criador pessoal do Paraíso e do universo central da perfeição; mas os universos do tempo e do espaço foram todos criados e organizados pelo corpo do Paraíso de Filhos Criadores. O Pai Universal não é o criador pessoal do universo local de Nebadon; o universo, no qual vós viveis, é criação do Seu Filho Michael. Ainda que o Pai não haja pessoalmente criado os universos evolucionários, Ele os controla, por meio de muitas das suas relações universais e por meio de algumas das suas manifestações de energias físicas, mentais e espirituais. Deus, o Pai, é o Criador pessoal do universo do Paraíso e, em associação com o Filho Eterno, é o Criador de todos os outros criadores pessoais de universos.

1:2:7 248 Como uma controladora física, no universo dos universos materiais, a Primeira Fonte e Centro funciona nos moldes originais da Ilha Eterna do Paraíso e, por meio desse centro absoluto de gravidade, o Deus eterno exerce o supracontrole cósmico do nível físico, igualmente no universo central e em todo o universo dos universos. Enquanto mente, Deus atua por meio da Deidade do Espírito Infinito; como espírito, Deus manifesta-se na pessoa do Filho Eterno e nas pessoas dos filhos divinos do Filho Eterno. Essa inter-relação da Primeira Fonte e Centro, com as Pessoas e com os Absolutos coordenados do Paraíso, em nada exclui a ação pessoal direta do Pai Universal, em toda a criação e em todos os seus níveis. Por meio da presença do Seu espírito fragmentado, o Pai Criador mantém um contato direto com os Seus filhos criaturas e com os Seus universos criados.

3. DEUS É UM ESPÍRITO UNIVERSAL


1:3:1 251 “Deus é espírito”. Ele é uma presença espiritual universal. O Pai Universal é uma realidade espiritual infinita; Ele é “o soberano eterno, imortal, invisível e o único Deus verdadeiro”. Ainda que sejais a “progênie de Deus”, não deveis pensar que o Pai seja como vós, na forma e no aspecto físico, porque foi dito que fostes criados “à sua imagem” – resididos que sois pelos Monitores Misteriosos vindos da morada central, da Sua eterna Presença. Os seres espirituais são reais, apesar de invisíveis aos olhos humanos; mesmo não sendo de carne e osso.

1:3:2 252 Disse o vidente de outrora: “Ei-Lo aqui, Ele passa a meu lado e não O vejo; Ele me ultrapassa, mas não O percebo”. Podemos observar constantemente as obras de Deus, podemos ser extremamente conscientes das evidências materiais da Sua conduta majestosa, mas raramente podemos contemplar a manifestação visível da Sua divindade, nem mesmo ver a presença do espírito que Ele delegou para residir no homem.

1:3:3 253 O Pai Universal não é invisível porque esteja escondendo-Se das criaturas inferiores, que têm apenas capacidades materiais reduzidas e dons espirituais limitados. A situação antes é: “Vós não podeis ver a Minha face, porque nenhum mortal pode ver-Me e viver”. Nenhum homem material pode contemplar o Deus espírito e preservar a sua existência mortal. É impossível aos grupos mais baixos de seres espirituais, e a qualquer ordem de personalidades materiais, aproximarem-se da glória e do brilho espiritual da presença da personalidade divina. A luminosidade espiritual da presença pessoal do Pai é uma “luz da qual nenhum material pode aproximar-se; que nenhuma criatura mortal tenha visto ou possa ver”. Mas não é necessário ver Deus, com os olhos da carne, para discerni-Lo pela visão da fé da mente espiritualizada.

1:3:4 254 A natureza espiritual do Pai Universal é compartilhada plenamente com o Seu eu coexistente, o Filho Eterno do Paraíso. Ambos, o Pai e o Filho, da mesma maneira, compartilham o espírito eterno e universal, plena e irrestritamente, com a Sua personalidade conjunta coordenada, o Espírito Infinito. O espírito de Deus é, em Si e por Si próprio, absoluto; no Filho, é inqualificável; no Espírito, é universal; e, em todos e por todos Eles, é infinito.

1:3:5 255 Deus é um espírito universal; Deus é a pessoa universal. A realidade pessoal suprema da criação finita é espírito; a realidade última do cosmo pessoal é espírito absonito. Apenas os níveis da infinitude são absolutos; e apenas em tais níveis existe finalidade de unicidade entre matéria, mente e espírito.

1:3:6 256 Nos universos, Deus, o Pai, é, em potencial, o supracontrolador da matéria, da mente e do espírito. Somente por meio do imenso circuito da Sua personalidade é que Deus lida diretamente com as personalidades da Sua vasta criação de criaturas volitivas, mas Ele é contatável (fora do Paraíso) apenas nas presenças das Suas entidades fragmentadas, a vontade de Deus na vastidão dos universos. Esse espírito do Paraíso, que reside na mente dos mortais do tempo e que nela fomenta a evolução da alma imortal da criatura sobrevivente, é da mesma natureza e divindade que o Pai Universal. No entanto, as mentes dessas criaturas evolucionárias originam-se nos universos locais, e devem alcançar a perfeição divina, realizando as transformações experienciais, de alcance e de realização espiritual, que são o resultado inevitável da escolha da criatura de fazer a vontade do Pai nos Céus.

1:3:7 261 Na experiência interior do homem, a mente encontra-se vinculada à matéria. E as mentes, vinculadas assim à matéria, não podem sobreviver ao perecimento mortal. Abraçar a técnica de sobrevivência é fazer as transformações na mente mortal e os ajustamentos da vontade humana, por meio dos quais tal intelecto, consciente de Deus, deixa-se gradualmente ensinar pelo espírito e, finalmente, deixa-se guiar por ele. Essa evolução da mente humana, a partir da associação material, até a união com o espírito, resulta na transmutação das fases, potencialmente espirituais, da mente mortal, nas realidades moronciais da alma imortal. A mente mortal se for subserviente à matéria, está destinada a tornar-se cada vez mais material e, conseqüentemente, a sofrer uma extinção final da personalidade; a mente entregue ao espírito está destinada a tornar-se cada vez mais espiritual e, finalmente, a realizar a unificação com o espírito divino, que é sobrevivente e que é o guia para que, dessa forma, se consiga a sobrevivência e a eternidade de existência da personalidade.

1:3:8 262 Eu procedo do Eterno e tenho, repetidamente, retornado à presença do Pai Universal. Sei da realidade e da personalidade da Primeira Fonte e Centro, o Pai Eterno e Universal. Conquanto o grande Deus seja absoluto, eterno e infinito, eu sei que Ele também é bom, divino e pleno de graças. Sei da verdade das grandes declarações: “Deus é espírito” e “Deus é amor”; e esses dois atributos foram revelados e estão revelados ao universo, da forma mais completa, pelo Filho Eterno.

4. O MISTÉRIO DE DEUS


1:4:1 263 A infinitude da perfeição de Deus é tal que faz Dele um mistério eterno. E o maior de todos os mistérios insondáveis de Deus é o fenômeno da residência divina nas mentes mortais. A maneira pela qual o Pai Universal convive com as criaturas do tempo é o mais profundo de todos os mistérios do universo; a presença divina na mente do homem é o mistério dos mistérios.

1:4:2 264 Os corpos físicos dos mortais são “templos de Deus”. Não obstante os Filhos Criadores Soberanos aproximarem-se das criaturas dos seus mundos habitados e “atraírem a si todos os homens”, e embora “estejam junto à porta” da consciência “e batam” e alegrem-se de entrar em todos aqueles que “abrirem as portas dos seus corações”; conquanto exista uma comunhão íntima entre os Filhos Criadores e as suas criaturas mortais, no entanto, os homens mortais têm algo do próprio Deus, que de fato reside dentro deles e assim, pois, os seus corpos são templos Dele.

1:4:3 265 Quando houverdes terminado aqui, e a vossa carreira estiver concluída, na sua forma temporária terrena, quando a vossa viagem de provações na carne estiver finda, e o pó que compõe o tabernáculo mortal “retornar à terra de onde veio”, então, isso foi revelado, o residente “Espírito retornará a Deus, que o outorgou”. Dentro de cada ser mortal deste planeta reside um fragmento de Deus, uma parte do todo da divindade. Esse fragmento ainda não é vosso por direito de posse, mas o desígnio intencional dele é unificar-se convosco, se sobreviverdes após a vossa existência mortal.

1:4:4 266 Confrontamo-nos constantemente com esse mistério de Deus; ficamos perplexos com o desenvolvimento crescente do panorama infindável da verdade da Sua infinita bondade, da Sua inesgotável misericórdia, da Sua incomparável sabedoria e do Seu caráter supremo.

1:4:5 267 O mistério divino consiste na inerente diferença que existe entre o finito e o infinito, o temporal e o eterno, a criatura tempo-espacial e o Criador Universal, o material e o espiritual, a imperfeição do homem e a perfeição da Deidade do Paraíso. Infalivelmente, o Deus do amor universal manifesta-Se a cada uma das Suas criaturas, até a plenitude da capacidade da criatura de apreender espiritualmente as qualidades da verdade, da beleza e da bondade divinas.

1:4:6 271 Para todo ser espiritual e para todas as criaturas mortais, em todas as esferas e em todos os mundos, no universo dos universos, o Pai Universal revela tudo do Seu ser divino e pleno de graças, tudo o que pode ser discernido ou compreendido por aqueles seres espirituais e por tais criaturas mortais. Deus não tem preferência por pessoas, espirituais ou materiais. A divina presença, da qual qualquer filho do universo desfruta, em qualquer momento, é limitada apenas pela capacidade que tal criatura tem de receber e de discernir as realidades espirituais do mundo supramaterial.

1:4:7 272 Como uma realidade na experiência espiritual humana, Deus não é um mistério. Quando, porém, é feita uma tentativa de tornar claras, para as mentes físicas de ordem material, as realidades do mundo espiritual, surgem mistérios: mistérios tão sutis e tão profundos que apenas o entendimento pela fé, nos mortais sabedores de Deus, pode realizar o milagre filosófico do reconhecimento do Infinito pelo finito, o discernimento, da parte dos mortais em evolução, nos mundos materiais do tempo e espaço, do Deus eterno.

5. A PERSONALIDADE DO PAI UNIVERSAL


1:5:1 273 Não permitais que a magnitude e a infinitude de Deus obscureçam ou eclipsem a vossa visão da personalidade Dele. “Ele, que planejou o ouvido, não escutará? Ele, que formou o olho, não verá?” O Pai Universal é o auge da personalidade divina; Ele é a origem e o destino da personalidade, em toda a criação. Deus é tanto infinito, quanto pessoal; Ele é uma personalidade infinita. O Pai é verdadeiramente uma personalidade; se bem que a infinitude da Sua pessoa coloque-O sempre para além da compreensão plena dos seres materiais e finitos.

1:5:2 274 Deus é muito mais do que uma personalidade, do modo como a personalidade é entendida pela mente humana; Ele é mais ainda do que qualquer conceito possível de uma superpersonalidade. Contudo, é totalmente inútil discutir um conceito tão incompreensível, o da personalidade divina, com as mentes das criaturas materiais, para quem o máximo, em matéria de entendimento da realidade do ser, consiste na idéia e no ideal de personalidade. O mais elevado conceito que a criatura material tem do Criador Universal está englobado nos ideais espirituais de uma idéia elevada, que ela pode ter da personalidade divina. Portanto, se bem que possais saber que a personalidade de Deus deve ser mais do que pode alcançar uma concepção humana de personalidade, igualmente, bem sabeis que o Pai Universal não pode, certamente, ser nada menos do que uma personalidade eterna, infinita, verdadeira, boa e bela.

1:5:3 275 Deus não se está escondendo de nenhuma das suas criaturas. Ele é inabordável, para tantas ordens de seres, apenas porque ele “reside em uma luz da qual nenhuma criatura material pode aproximar-se”. A imensidão e a grandeza da personalidade divina estão muito além do entendimento da mente imperfeita dos mortais evolucionários. Ele “mede as águas no oco das suas mãos, avalia um universo com a palma da sua mão. É Ele quem se assenta no círculo da Terra, que estende os céus como uma cortina e que os abre, como um universo, para morar”. “Levantai alto os vossos olhos e contemplai Aquele que criou todas as coisas, que traz os Seus mundos contados e os chama a todos pelos seus nomes”; e também é verdade que “as coisas invisíveis de Deus apenas parcialmente são compreendidas pelas coisas que foram criadas”. Hoje em dia, e no estágio em que estais, vós deveis discernir o Criador invisível por meio das Suas diversas e múltiplas criações, bem como por intermédio da revelação e da ministração dos Seus Filhos e dos inúmeros subordinados destes.

1:5:4 281 Ainda que os mortais materiais não possam ver a pessoa de Deus, eles deveriam regozijar-se com a certeza de que Ele é uma pessoa; pela fé deveriam aceitar a verdade que afirma que o Pai Universal amou tanto o mundo, que proporcionou o crescimento espiritual eterno dos seus mais humildes habitantes; que Ele “Se regozija com os Seus filhos”. Deus não carece de nenhum dos atributos supra-humanos e divinos que constituem uma personalidade Criadora perfeita, eterna, plena de amor e infinita.

1:5:5 282 Nas criações locais (com exceção do pessoal dos superuniversos) Deus não tem manifestações pessoais ou residenciais, além dos Filhos Criadores do Paraíso, que são os pais dos mundos habitados e os soberanos dos universos locais. Se a fé da criatura fosse perfeita, ela saberia com segurança que, quando houvesse visto um Filho Criador, ela teria visto o Pai Universal; ao procurar pelo Pai, ela não deveria pedir nem esperar ver nada além do Filho. O homem mortal simplesmente não pode ver Deus; não antes de atingir a completa transformação espiritual e, de fato, não antes de alcançar o Paraíso.

1:5:6 283 As naturezas dos Filhos Criadores do Paraíso não abrangem todos os potenciais irrestritos, ou inqualificáveis, da absolutez universal da natureza infinita da Primeira Fonte e Centro; mas o Pai Universal está, sob todos os pontos de vista, divinamente presente nos Filhos Criadores. O Pai e os seus Filhos são Um. Esses Filhos do Paraíso, da ordem de Michael, são personalidades perfeitas, modelos originais, mesmo, de todas as personalidades do universo, desde a do Brilhante Estrela Matutino até a das criaturas humanas mais primárias, de evolução animal progressiva.

1:5:7 284 Sem Deus, e não fora pela Sua excelsa pessoa central, não haveria nenhuma personalidade em todo o vasto universo dos universos. Deus é personalidade.

1:5:8 285 Não obstante Deus ser um poder eterno, uma presença majestosa, um ideal transcendente, um espírito glorioso; embora Ele seja tudo isso e infinitamente mais, ainda assim, Ele é, verdadeiramente e para sempre, uma personalidade perfeita de Criador, uma pessoa que pode “conhecer e ser conhecida”, que pode “amar e ser amada”, e que pode demonstrar amizade por nós; e assim vós podeis ser reconhecidos, como outros seres humanos o foram, como o amigo de Deus. Ele é um espírito real e uma realidade espiritual.

1:5:9 286 Por vermos o Pai Universal revelando-Se em todo o Seu universo; por discerni-Lo residindo no interior das Suas miríades de criaturas; por contemplá-Lo nas pessoas dos Seus Filhos Soberanos; por continuarmos a sentir a Sua divina presença aqui e ali, mais perto ou longe, não duvidemos nem questionemos a primazia da Sua personalidade. Não obstante todas as vastas distribuições de Si próprio, Ele permanece sendo uma pessoa verdadeira e mantém eternamente uma conexão pessoal com as hostes incontáveis das Suas criaturas espalhadas pelos universos dos universos.

1:5:10 287 A idéia de personalidade aplicada ao Pai Universal é o conceito ampliado e o mais verdadeiro de Deus que chegou à humanidade, sobretudo por meio da revelação. A razão, a sabedoria e a experiência religiosa, todas inferem e indicam a personalidade de Deus; no entanto, não a tornam atestada. Até mesmo o Ajustador do Pensamento residente é pré-pessoal. A verdade, e a maturidade, de qualquer religião é diretamente proporcional ao conceito que faz da personalidade infinita de Deus e à compreensão que tem da unidade absoluta de Deus. A idéia de uma Deidade pessoal transforma-se, portanto, na medida da maturidade religiosa, desde que a religião tenha antes formulado o conceito da unidade de Deus.

1:5:11 291 A religião primitiva tinha muitos deuses pessoais, e eles eram moldados à imagem do homem. A revelação afirma e confirma a validade do conceito da personalidade de Deus; a qual não passa de uma mera possibilidade, segundo o postulado científico de uma Causa Primeira, e, apenas provisoriamente, é sugerida na idéia filosófica da Unidade Universal. Apenas por meio da idéia da personalidade qualquer pessoa pode começar a compreender a unidade de Deus. Negar a personalidade da Primeira Fonte e Centro deixa-nos diante de uma escolha limitada a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteísmo.

1:5:12 292 Para a contemplação da Deidade, o conceito da personalidade deve ser desprovido da idéia de corporalidade. Um corpo material não é indispensável à personalidade, seja no homem, seja em Deus. Esse engano, o da corporeidade, é mostrado nos dois extremos da filosofia humana. No materialismo, quando perde o seu corpo com a morte, o homem cessa de existir como personalidade; no panteísmo, desde que não tenha nenhum corpo, Deus não pode ser, portanto, uma pessoa. O tipo de personalidade progressiva supra-humana funciona em uma união de mente e espírito.

1:5:13 293 A personalidade não é simplesmente um atributo de Deus; antes representa a totalidade da natureza infinita coordenada e da vontade divina unificada, as quais são exibidas na eternidade e universalidade da sua expressão perfeita. A personalidade, em seu sentido supremo, é a revelação de Deus ao universo dos universos.

1:5:14 294 Deus, sendo eterno, universal, absoluto e infinito, não pode ter o Seu conhecimento nem a Sua sabedoria aumentados. Deus não adquire experiência, como o homem finito poderia conjecturar ou entender; no entanto, Ele desfruta, dentro do âmbito da Sua própria personalidade eterna, de contínuas expansões de auto-realização, as quais, de um certo modo, podem ser comparáveis e análogas à aquisição de novas experiências feitas pelas criaturas finitas dos mundos evolucionários.

1:5:15 295 A perfeição absoluta do Deus infinito levá-Lo-ia a sofrer limitações terríveis, pelo irrestrito da sua finalidade de perfeição, não fosse pelo fato de que o Pai Universal participa, diretamente, da luta da personalidade de cada alma imperfeita, no universo amplo, que está buscando com a ajuda divina ascender aos mundos celestes espiritualmente perfeitos. Essa experiência progressiva de cada ser espiritual e de cada criatura mortal, em todo o universo dos universos, é uma parcela da consciência-da-Deidade, sempre em expansão, do Pai, no divino círculo sem fim da auto-realização incessante.

1:5:16 296 É literalmente verdade que: “Com todas as vossas aflições Ele aflige-Se”. “Em todos os vossos triunfos, Ele triunfa em vós e convosco”. O Seu espírito divino pré-pessoal é uma parte real de vós. A Ilha do Paraíso responde a todas as metamorfoses físicas do universo dos universos; o Filho Eterno inclui todos os impulsos espirituais de toda a criação; o Agente Conjunto abrange toda a expressão mental do cosmo em expansão. O Pai Universal tem, em plena consciência divina, toda a experiência individual das lutas progressivas das mentes em expansão e dos espíritos em ascensão, de cada entidade, ser e personalidade em toda a criação evolucionária do tempo e do espaço. E tudo isso é absolutamente verdadeiro, pois “Nele todos nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser”.

6. A PERSONALIDADE NO UNIVERSO


1:6:1 297 A personalidade humana é uma imagem, a sombra tempo-espacial, projetada pela personalidade Criadora divina. E nenhum fato pode jamais ser adequadamente compreendido por um exame da sua sombra. As sombras devem ser interpretadas em termos da substância verdadeira.

1:6:2 301 Deus é uma causa para a ciência; uma idéia para a filosofia; e para a religião é uma pessoa ou mesmo o Pai celeste, cheio de amor. Para o cientista, Deus é uma força primordial; para o filósofo, uma hipótese de unidade; para o religioso, uma experiência espiritual viva. O conceito inadequado que o homem tem, da personalidade do Pai Universal, pode ser aperfeiçoado apenas pelo próprio progresso espiritual do homem no universo; e tornar-se-á verdadeiramente adequado apenas quando os peregrinos do tempo e do espaço finalmente alcançarem o abraço divino do Deus vivo no Paraíso.

1:6:3 302 Nunca percais de vista os aspectos antípodas da personalidade: como concebida por Deus e como vista pelo homem. O homem vê e compreende a personalidade, olhando do finito para o infinito; Deus olha do infinito para o finito. O homem possui o tipo mais baixo de personalidade; Deus, o mais elevado, supremo mesmo, último e absoluto. Portanto, os melhores conceitos da personalidade divina tiveram de esperar pacientemente o surgimento de idéias mais evoluídas da personalidade humana; especialmente pela revelação acentuada tanto da personalidade humana, como da personalidade divina, por meio da vida que Michael levou em Urântia, de doação ou de auto-outorga de si próprio, como Filho Criador.

1:6:4 303 O espírito divino pré-pessoal, que reside na mente mortal, traz, com a sua simples presença, uma prova válida da sua existência factual; mas o conceito da personalidade divina pode ser alcançado apenas pelo discernimento interno espiritual, na experiência religiosa genuína. Qualquer pessoa, humana ou divina, pode ser conhecida e compreendida independentemente das reações exteriores ou da presença material dessa pessoa.

1:6:5 304 Uma certa afinidade moral e harmonia espiritual são essenciais à amizade entre duas pessoas; uma personalidade amorosa dificilmente pode revelar-se a uma pessoa incapaz de amar. Da mesma forma, para aprimorar o conhecimento de uma personalidade divina, todos os dons da personalidade do homem devem consagrar-se inteiramente a tal esforço; a devoção parcial, com a metade do coração, não será de nenhuma valia.

1:6:6 305 Quanto mais completamente o homem compreender a si próprio e apreciar os valores da personalidade nos seus semelhantes, tanto mais ansiará para conhecer a Personalidade Original e, mais honestamente, tal ser humano sabedor de Deus lutará para ser como a Personalidade Original. Baseados em opiniões vós podeis discutir sobre Deus, contudo, a experiência com Ele e Nele está acima e além de qualquer controvérsia humana e da mera lógica intelectual. O homem sabedor de Deus descreve as suas experiências espirituais, não para convencer os descrentes, mas para a edificação e a satisfação mútua dos que acreditam.

1:6:7 306 Assumir que o universo possa ser conhecido, que é inteligível, significa assumir que o universo foi feito pela mente e que é administrado pela personalidade. Apenas a mente do homem pode perceber o fenômeno mental de outras mentes, sejam humanas ou supra-humanas. Se a personalidade do homem pode experienciar o universo, então há uma mente divina e uma personalidade real ocultas em algum lugar neste universo.

1:6:8 307 Deus é espírito – personalidade espiritual –; o homem também é um espírito – uma personalidade espiritual potencial. Jesus de Nazaré atingiu a realização plena da personalidade espiritual potencial, na experiência humana; conseqüentemente a sua realização, em vida, da vontade do Pai, torna-se a revelação mais real e ideal da personalidade de Deus. Ainda que a personalidade do Pai Universal possa ser apreendida apenas por meio de uma experiência religiosa factual, na vida terrena de Jesus, somos inspirados pela demonstração perfeita dessa realização e da revelação da personalidade de Deus, em uma experiência verdadeiramente humana.

7. O VALOR ESPIRITUAL DO CONCEITO DE PERSONALIDADE


1:7:1 311 Quando Jesus falou do “Deus vivo”, ele referiu-se a uma Deidade pessoal – o Pai do Céu. O conceito da personalidade da Deidade facilita a amizade; favorece a adoração inteligente; promove uma confiança arejada. As interações podem dar-se entre coisas não pessoais, mas não a amizade. A relação de amizade entre o pai e o filho, tanto quanto aquela entre Deus e o homem, não pode ser desfrutada, a menos que ambos sejam pessoas. Somente as personalidades podem comungar uma com a outra, embora essa comunhão pessoal possa ser imensamente facilitada pela presença de uma entidade tão impessoal quanto o Ajustador do Pensamento.

1:7:2 312 O homem consegue a união com Deus, mas não como uma gota de água poderia encontrar a unidade com o oceano. O homem consegue a união divina por meio de uma comunhão recíproca espiritual progressiva, pelo relacionamento da personalidade com o Deus pessoal, ao atingir, de um modo crescente, a natureza divina, por meio de uma conformidade inteligente, buscada com todo o seu coração, à vontade divina. Uma relação tão sublime só pode existir entre personalidades.

1:7:3 313 O conceito da verdade poderia ser, certamente, mantido à parte da personalidade; o conceito da beleza pode existir sem a personalidade; mas o conceito da bondade divina só é compreensível em relação à personalidade. Somente uma pessoa pode amar e ser amada. E até mesmo a beleza e a verdade não teriam esperança de sobrevivência se não fossem atributos de um Deus pessoal, de um Pai repleto de amor.

1:7:4 314 Não podemos entender inteiramente como Deus pode ser primordial, imutável, Todo-Poderoso e perfeito e, ao mesmo tempo, estar cercado por um universo sempre em mutação e aparentemente limitado por leis, um universo em evolução, de imperfeições relativas. Contudo, podemos conhecer tal verdade, na nossa própria experiência pessoal, desde que mantenhamos, todos, a identidade da personalidade e a unidade da vontade, a despeito das mudanças constantes, não apenas em nós próprios, mas também no nosso ambiente.

1:7:5 315 A realidade última do universo não pode ser captada pela matemática, nem pela lógica, nem pela filosofia; apenas a experiência pessoal pode captá-la, em conformidade progressiva com a vontade divina de um Deus pessoal. Nem a ciência, nem a filosofia, nem a teologia podem atestar a personalidade de Deus. Apenas a experiência pessoal dos filhos pela fé do Pai Celeste pode tornar efetiva a compreensão espiritual da personalidade de Deus.

1:7:6 316 Os conceitos mais elevados de personalidade, no universo, implicam: identidade, autoconsciência, vontade própria e possibilidade de auto-revelação. E essas características implicam, ainda, uma comunhão de amizade com personalidades outras, iguais e diferentes, tal como existe nas associações das personalidades das Deidades do Paraíso. E a unidade absoluta dessas associações é tão perfeita que a divindade torna-se conhecida pela indivisibilidade e pela unidade. “O Senhor Deus é Um ”. A indivisibilidade da personalidade não interfere na dádiva, feita por Deus, do Seu espírito, para que viva nos corações dos homens mortais. A indivisibilidade da personalidade de um pai humano não impede que ele reproduza filhos e filhas mortais.

1:7:7 317 Esse conceito de indivisibilidade, associado ao conceito de unidade, resulta na transcendência, tanto do tempo quanto do espaço, pela Ultimidade da Deidade; portanto, nem o espaço nem o tempo podem ser absolutos, nem infinitos. A Primeira Fonte e Centro é a infinitude, que transcende, de modo inqualificável, a toda mente, a toda matéria e a todo espírito.

1:7:8 318 A existência da Trindade do Paraíso é um fato que não viola, de forma alguma, a verdade da unidade divina. As três personalidades da Deidade do Paraíso são unas, em todas as suas reações à realidade do universo e em todas as relações com as criaturas. E a existência dessas três pessoas eternas, tampouco, viola a verdade da indivisibilidade da Deidade. Eu estou plenamente cônscio de que não disponho de nenhum idioma adequado para deixar claro, para a mente mortal, como essas questões do universo mostram-se para nós. Mas vós não deveis desencorajar-vos; nem todas essas coisas estão totalmente claras, mesmo para as altas personalidades pertencentes ao meu grupo de seres do Paraíso. Tende sempre em mente que as verdades profundas, a respeito da Deidade, irão clareando-se cada vez mais à medida que as vossas mentes, progressivamente, tornarem-se mais espiritualizadas, durante as sucessivas épocas da longa ascensão mortal, até o Paraíso.

1:7:9 321 [Apresentado por um Conselheiro Divino, membro de um grupo de personalidades celestes, designado pelos Anciães dos Dias, em Uversa, sede do governo do sétimo superuniverso, para supervisionar os trechos seguintes, desta revelação vindoura, que têm a ver com os assuntos de além das fronteiras do universo local de Nebadon. Eu fui incumbido de responder pelos documentos que descrevem a natureza e os atributos de Deus, porque eu represento a mais alta fonte de informação disponível para tal propósito, em qualquer mundo habitado. Tenho servido como Conselheiro Divino, em todos os sete superuniversos, e por muito tempo residi no centro de todas as coisas no Paraíso. Muitas vezes tenho eu desfrutado do prazer supremo de uma estada na presença direta do Pai Universal. Eu retrato a realidade e a verdade da natureza e dos atributos do Pai, com autoridade indiscutível; eu conheço aquilo de que falo.]

DOCUMENTO 2

A NATUREZA DE DEUS
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Considerando que o conceito mais elevado possível que o homem pode fazer de Deus está abrangido na idéia e no ideal humano de uma personalidade primordial e infinita, torna-se admissível, e mesmo útil, estudar certas características da natureza divina que constituem o caráter da Deidade. O melhor modo de compreender a natureza de Deus é pela revelação do Pai, tal como desenvolvida por Michael de Nebadon nos seus múltiplos ensinamentos e na magnífica qualidade da sua vida mortal na carne. O homem pode compreender melhor ainda a natureza divina, também, se ele se considerar a si próprio como um filho de Deus e admirar o Criador do Paraíso como um verdadeiro Pai Espiritual.

2:0:2 332 A natureza de Deus pode ser estudada por meio de uma revelação de idéias supremas; o caráter divino pode ser considerado uma representação de ideais supernos; no entanto, a revelação mais esclarecedora e espiritualmente edificante da natureza divina é encontrada na compreensão da vida religiosa de Jesus de Nazaré, tanto antes quanto depois de haver ele atingido a plena consciência da divindade. Se tomarmos a vida encarnada de Michael como a própria base da revelação de Deus ao homem, podemos tentar colocar, em símbolos verbais humanos, certas idéias e ideais a respeito da natureza divina, que irão contribuir certamente para uma futura iluminação e unificação do conceito humano da natureza e do caráter da personalidade do Pai Universal.

2:0:3 333 Em todos os nossos esforços para ampliar e espiritualizar o conceito que os humanos têm de Deus, a capacidade limitada da mente mortal tem sido um obstáculo imenso. Da mesma forma, somos prejudicados seriamente, no cumprimento do nosso desígnio, pelas limitações de linguagem e pela pobreza do material que pode ser utilizado, com o propósito de ilustração ou de comparação, nos nossos esforços para retratar os valores divinos e apresentar os significados espirituais à mente finita e mortal do homem. Todos os nossos esforços para ampliar o conceito humano de Deus seriam quase improfícuos, não fosse o fato de a mente mortal ser residida pelo Ajustador outorgado pelo Pai Universal e de estar impregnada pelo Espírito da Verdade, do Filho Criador. Contando, pois, com a presença desses espíritos divinos, dentro do coração do homem, para que o assistam na ampliação do conceito de Deus, eu empreendo, com alegria, a execução do meu mandato, que é tentar fazer uma descrição mais ampla da natureza de Deus para a mente do homem.

1. A INFINITUDE DE DEUS


2:1:1 334 “Ainda que no limiar do infinito, não podemos encontrá-Lo. Os passos divinos não são conhecidos. ” “A Sua compreensão é infinita e a Sua grandeza é insondável. ” A luz ofuscante da presença do Pai é tamanha, para as Suas criaturas mais baixas, que Ele aparentemente “habita na escuridão espessa”. Não apenas os Seus pensamentos e planos são inescrutáveis, mas “Ele faz um sem número de coisas grandes e maravilhosas. ” “Deus é grande; não O compreendemos; nem pode o número dos Seus anos ser contado. ” “Deus habitará de fato a Terra? Observai, o céu (o universo) e os céus dos céus (o universo dos universos) não podem contê-Lo. ” “Quão insondáveis são os Seus julgamentos e quão indecifráveis os seus caminhos!”

2:1:2 341 “Não há senão um Deus, o Pai Infinito, que também é o Criador fiel. ”“O Criador Divino é também o Ordenador Universal, é a fonte e o destino das almas. Ele é a Alma Suprema, a Mente Primordial e o Espírito Ilimitado de toda criação. ”“O grande Controlador não comete erros. Ele é resplandecente em majestade e glória. ” “O Deus Criador é totalmente desprovido de medo e de inimizade. Ele é imortal, eterno, auto-existente, divino e magnânimo. ” “Quão puro e belo, quão profundo e insondável é o superno Ancestral de todas as coisas!” “O Infinito é ainda mais excelente, pois reparte a Si próprio com os homens. Ele é o começo e o fim, o Pai de todo propósito bom e perfeito. ” “Com Deus todas as coisas são possíveis; o Criador eterno é a Causa das causas. ”

2:1:3 342 Não obstante a infinitude das manifestações estupendas, da personalidade eterna e universal do Pai, Ele é irrestritamente autoconsciente tanto da Sua eternidade quanto da Sua infinitude; do mesmo modo, Ele conhece totalmente a Própria perfeição e poder. Ele é o único ser no universo, além dos Seus coordenados divinos, a experimentar uma avaliação apropriada, perfeita e completa de Si próprio.

2:1:4 343 O Pai satisfaz, constante e infalivelmente, às diferentes necessidades de demanda de Si próprio, à medida que essa necessidade vai se alterando, de tempos em tempos, nas várias partes do Seu universo-mestre. O grande Deus conhece e entende a Si próprio; Ele é infinitamente consciente de todos os Seus atributos primordiais de perfeição. Deus não é um acidente cósmico; nem é um experimentador do universo. Os Soberanos do Universo podem empreender aventuras, os Pais da Constelação podem fazer experimentos; os líderes dos sistemas podem exercitar-se; mas o Pai Universal pode ver o fim, a partir do princípio; e o Seu plano divino e o Seu propósito eterno, de fato, abrangem e compreendem todos os experimentos e todas as aventuras, de todos os Seus subordinados, em cada mundo, sistema e constelação de todos os universos dos Seus imensos domínios.

2:1:5 344 Nada é novo para Deus e nenhum evento cósmico jamais surge como uma surpresa; Ele habita o círculo da eternidade. Os Seus dias não têm princípio nem fim. Para Deus não há passado, presente ou futuro; todo tempo é presente, em qualquer instante. É Ele o grande e único EU SOU.

2:1:6 345 O Pai Universal é infinito, absolutamente e sem quaisquer reservas, em todos os Seus atributos; e esse fato, em si e por si mesmo, isola-O, automaticamente, de toda comunicação pessoal direta com os seres materiais finitos e outras inteligências inferiores criadas.

2:1:7 346 Assim, pois, tudo isso necessita de tais arranjos para os contatos e a comunicação com as Suas múltiplas criaturas; e por isso ficou estabelecido, em primeiro lugar, o papel das personalidades dos Filhos de Deus no Paraíso, as quais, ainda que perfeitas em divindade, também participam, muitas vezes, da própria natureza do sangue e da carne das raças planetárias, tornando-se um de vós e um convosco; e desse modo Deus se faz homem, como ocorreu na outorga de Michael, que foi chamado intermitentemente de Filho de Deus e Filho do Homem. Em segundo lugar, está a existência das personalidades do Espírito Infinito, as várias ordens de hostes seráficas e outras inteligências celestes, que se aproximam dos seres materiais de origem inferior para ministrar-lhes ensinamentos e servi-los, de tantas maneiras. E, em terceiro lugar, contamos com a existência dos Monitores Misteriosos impessoais, os Ajustadores do Pensamento, autênticas dádivas do grande Deus, Ele próprio, enviadas para habitar os seres como os humanos de Urântia, enviadas sem anunciação, nem explicação. Em profusão sem fim, eles descem das alturas da glória para conferir graças e residir nas mentes humildes daqueles mortais que apresentam capacidade de conhecer a Deus ou que têm potencialidade para realizar isso.

2:1:8 351 Dessas maneiras e de muitas outras, desconhecidas para vós e, muito além da vossa compreensão finita, o Pai do Paraíso, voluntária e amorosamente, condescende e, de várias formas, modifica, dilui e atenua a Sua infinitude, de modo a poder chegar mais perto das mentes finitas das Suas criaturas, os Seus filhos. E assim, por meio de uma série de distribuições de personalidade, em um grau cada vez menos absoluto, o Pai infinito capacita-Se para desfrutar de um contato estreito com as diversas inteligências dos muitos reinos do Seu vasto universo.

2:1:9 352 Tudo isso Ele fez, faz agora e continuará a fazer para sempre, sem a mínima redução, de fato e de realidade, na Sua infinitude, eternidade e primazia. E essas coisas são absolutamente verdadeiras, não obstante a dificuldade de compreendê-las, apesar do mistério em que estão envolvidas, e ainda, apesar da impossibilidade de serem inteiramente compreendidas pelas criaturas, como as que residem em Urântia.

2:1:10 353 Posto que o Primeiro Pai é infinito, nos Seus planos, e eterno, nos Seus propósitos é inerentemente impossível para qualquer ser finito, alcançar ou compreender algum dia esses planos e propósitos divinos na sua plenitude. Apenas de quando em quando, o homem mortal pode vislumbrar os propósitos do Pai, da forma como são revelados, aqui e acolá, em relação ao desenvolvimento do plano de ascensão da criatura, em níveis sucessivos na sua progressão no universo. Embora o homem não possa compreender, na sua totalidade, o que significa a infinitude, o Pai infinito por certo compreende plenamente, e amorosamente abraça, a natureza finita de todos os Seus filhos, em todos os universos.

2:1:11 354 A divindade e a eternidade, o Pai as compartilha com um grande número de seres superiores, do Paraíso; questionamos, todavia, se a infinitude e a conseqüente primazia universal seriam plenamente compartilhadas com qualquer deles além dos Seus coligados coordenados dentro da Trindade do Paraíso. A infinitude da personalidade deve, forçosamente, abranger toda a finitude da personalidade; e daí provém a verdade – a verdade literal – do ensinamento que afirma “Nele vivemos e movemos-nos e temos o nosso ser”. E o fragmento de pura Deidade, do Pai Universal, que reside no homem mortal, é uma parte da infinitude da Primeira Grande Fonte e Centro, o Pai dos Pais.

2. A PERFEIÇÃO ETERNA DO PAI


2:2:1 355 Mesmo os vossos antigos profetas compreenderam a natureza circular eterna, sem princípio nem fim, do Pai Universal. Deus está, verdadeira e eternamente, presente no Seu universo dos universos. Ele habita o momento presente, com toda a Sua majestade absoluta e eterna grandeza. “O Pai tem vida em Si próprio, e essa vida é a vida eterna. ” Através das idades eternas, tem sido o Pai que “a todos dá a vida”. Há perfeição infinita na integridade divina. “Eu sou o Senhor; Eu não mudo. ” O nosso conhecimento do universo dos universos desvela que Ele não é apenas o Pai das luzes, mas também que na Sua condução dos assuntos interplanetários “não há variabilidade, sequer uma sombra de mudança”. “Do princípio, Ele prediz o fim”. Ele diz: “O Meu conselho perdurará; Eu farei tudo o que Me aprouver”, “de acordo com o propósito eterno que Me propus no Meu Filho”. Assim são os planos e os propósitos da Primeira Fonte e Centro, como é Ela própria: eterna, perfeita e, para sempre, imutável.

2:2:2 356 Nos mandatos do Pai há a integridade final e a perfeição da plenitude. “Tudo o que Deus faz, será para sempre; nada pode ser acrescentado e nada pode ser retirado. ” O Pai Universal não Se arrepende dos Seus propósitos originais de sabedoria e de perfeição. Os Seus planos são firmes, o Seu parecer imutável, enquanto os Seus atos são divinos e infalíveis. “Mil anos diante dos Seus olhos são apenas como o passar do dia de ontem ou como a vigília de uma noite. ” A perfeição da divindade e a magnitude da eternidade estão, para sempre, além da plena apreensão da mente limitada do homem mortal.

2:2:3 361 As reações de um Deus imutável, no cumprimento do Seu propósito eterno, podem parecer variar de acordo com a atitude mutável e as mentes cambiantes das suas inteligências criadas, quer dizer, elas podem variar, aparente e superficialmente; sob a superfície e no fundo de todas as manifestações aparentes, contudo, permanece, ainda presente, o propósito imutável, o plano perpétuo do Deus eterno.

2:2:4 362 Nos universos afora, a perfeição deve, necessariamente, ser um termo relativo, mas, no universo central e, especialmente no Paraíso, a perfeição não é diluída; em certos domínios é, até mesmo, absoluta. As manifestações da Trindade fazem variar a exibição da perfeição divina, mas não a atenuam.

2:2:5 363 A perfeição primordial de Deus não consiste em uma retidão presumida, mas sim na perfeição inerente à bondade da Sua natureza divina. Ele é final, completo e perfeito. Nada há que falte à beleza e à perfeição do Seu caráter reto. E todo o esquema das existências vivas, nos mundos do espaço, é centrado no propósito divino de elevação de todas as criaturas volitivas, até o alto destino da experiência de compartilhar da perfeição do Pai no Paraíso. Deus não é autocentrado nem autocontido; Ele nunca cessa de conferir-Se a todas as criaturas autoconscientes do vastíssimo universo dos universos.

2:2:6 364 Deus é eterna e infinitamente perfeito, Ele não pode conhecer a imperfeição como uma experiência Sua, propriamente, mas Ele compartilha da consciência de toda a experiência de imperfeição, de todas as criaturas em luta, nos universos evolucionários, de todos os Filhos Criadores do Paraíso. O toque pessoal e libertador do Deus da perfeição paira sobre os corações e, no Seu circuito, abrange as naturezas de todas as criaturas mortais que ascenderam no universo até o nível do discernimento moral. Desse modo, tanto quanto por meio dos contatos da divina presença, o Pai Universal participa efetivamente da experiência com a imaturidade e com a imperfeição, na carreira evolutiva de todos os seres mortais no universo inteiro.

2:2:7 365 As limitações humanas e o mal em potencial não fazem parte da natureza divina, mas a experiência mortal e todas as relações do homem com o mal são, certamente, uma parte da auto-realização sempre expansiva de Deus, nos filhos do tempo – criaturas de responsabilidade moral que têm sido criadas ou que evoluíram por intermédio de todos os Filhos Criadores que vêm do Paraíso.

3. JUSTIÇA E RETIDÃO


2:3:1 366 Deus é reto, portanto, é justo. “O Senhor é reto, em todos os Seus caminhos. ” “‘De tudo o que fiz, nada foi sem uma causa’, diz o Senhor”. “Os juízos do Senhor são totalmente verdadeiros e corretos. ” A justiça do Pai Universal não pode ser influenciada pelos atos e realizações das Suas criaturas, “pois não há iniqüidade no Senhor, nosso Deus; não há favorecimento de pessoas, nem aceitação de oferendas”.

2:3:2 367 Quão fútil é fazer apelos pueris a este Deus, para que modifique os Seus decretos imutáveis, de modo a evitar as justas conseqüências da ação das Suas leis naturais e mandatos espirituais retos! “Não vos enganeis; não se pode zombar de Deus; pois, do que semeardes, daquilo também colhereis. ” Mas é verdade que, mesmo na justiça que vem da colheita plantada pelo erro, a justiça divina ainda tem a misericórdia a temperá-la. A sabedoria infinita é o árbitro eterno que determina as proporções da justiça e da misericórdia, a serem dispensadas em qualquer circunstância. A maior punição (na realidade, uma conseqüência inevitável) para o erro e a rebelião deliberados, contra o governo de Deus, é a perda da existência, como súdito individual do Seu governo. O resultado final do pecado pleno e deliberado é o aniquilamento. Em última análise, os indivíduos identificados com o pecado já destruíram a si próprios, ao tornarem-se inteiramente irreais por meio da adoção da iniqüidade. O desaparecimento factual de uma tal criatura, no entanto, é sempre retardado, até que a ordem comandada pela justiça corrente, naquele universo, tenha sido inteiramente cumprida.

2:3:3 371 A cessação da existência geralmente é decretada no juízo dispensacional, ou no juízo epocal do reino ou dos reinos. Num mundo como o de Urântia, ela vem ao fim de uma dispensação planetária. A cessação da existência pode ser decretada, em tais épocas, pela ação coordenada de todos os tribunais da jurisdição, que vão desde o conselho planetário, passando pelas cortes dos Filhos Criadores, até os tribunais de julgamento dos Anciães dos Dias. O mandato de dissolução tem origem nas cortes mais altas do superuniverso, seguindo uma confirmação ininterrupta da sentença original, na esfera de residência daquele que adota o mal; e então, quando a sentença de extinção houver sido confirmada do alto, a execução é feita por um ato direto dos juízes que residem e atuam nos centros do governo do superuniverso.

2:3:4 372 Quando uma sentença como essa é finalmente confirmada, é como se o ser, identificado com o pecado, instantaneamente não tivesse existido. Não há ressurreição desse destino; ele é perdurável e eterno. Os fatores da identidade da energia vivente são resolvidos pelas transformações no tempo e pela metamorfose no espaço, nos potenciais cósmicos, dos quais emergiram certa vez. Quanto à personalidade do ser iníquo, é ela despojada do seu veículo de continuidade vital, em vista do fracasso de tal criatura ao efetivar as escolhas e as decisões finais que lhe teriam assegurado a vida eterna. Quando o abraçar contínuo do pecado, pela mente, culmina em completa identificação com a iniqüidade, então, ao cessar da vida, pela dissolução cósmica, essa personalidade isolada é absorvida na supra-alma da criação, tornando-se uma parte da experiência de evolução do Ser Supremo. Nunca mais aparece como uma personalidade. A sua identidade é transformada, como se nunca tivesse existido. No caso de uma personalidade residida por um Ajustador, os valores espirituais experimentados sobrevivem na realidade da continuidade do Ajustador.

2:3:5 373 Em qualquer contenda no universo, entre níveis factuais da realidade, a personalidade de nível mais elevado terminará por triunfar sobre a personalidade de nível inferior. Essa conseqüência inevitável, de uma controvérsia no universo, é inerente ao fato de que a divindade da qualidade iguala-se ao grau de realidade, ou de factualidade, de qualquer criatura de vontade própria. O mal não diluído, o erro completo, o pecado voluntário e a iniqüidade não mitigada são, inerente e automaticamente, suicidas. Tais atitudes, de irrealidade cósmica, podem sobreviver no universo apenas em razão da tolerância misericordiosa transitória que depende e aguarda a ação determinante nos mecanismos da justiça e da equanimidade da parte dos tribunais que buscam encontrar o juízo da retidão no universo.

2:3:6 374 O papel dos Filhos Criadores, nos universos locais, é o da criação e da espiritualização. Esses Filhos devotam-se à execução efetiva do plano do Paraíso, de ascensão mortal progressiva, de reabilitação dos rebeldes e dos pensadores em erro, mas, quando todos os seus esforços, plenos de amor, forem finalmente e para sempre rejeitados, o decreto final de dissolução é executado pelas forças que agem sob a jurisdição dos Anciães dos Dias.

4. A MISERICÓRDIA DIVINA


2:4:1 381 A misericórdia é simplesmente a justiça temperada pela sabedoria, que cresce da perfeição do conhecimento e do reconhecimento pleno da fraqueza natural e das limitações ambientais, das criaturas finitas. “O nosso Deus é cheio de compaixão, de graça, de paciência e abundante em misericórdia”. Portanto “todo aquele que invocar o Senhor será salvo”, “pois Ele perdoará abundantemente”. “A misericórdia do Senhor vai de eternidade a eternidade”, sim, “a Sua misericórdia perdura para sempre”. “Eu sou o Senhor que faz prevalecer a benevolência amorosa, o juízo e a retidão na Terra, pois com essas coisas Me deleito”. “Eu não aflijo voluntariamente, nem encho de pesar, aos filhos dos homens”, pois Eu sou “o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação”.

2:4:2 382 Deus é inerentemente bom, naturalmente compassivo e eternamente misericordioso. E jamais é necessário que se exerça qualquer influência sobre o Pai, para suscitar o Seu amor e benevolência. A necessidade da criatura é inteiramente suficiente para assegurar a fluência total da terna misericórdia do Pai e da Sua graça salvadora. E porque Deus sabe de tudo sobre os Seus filhos, torna-se fácil para Ele perdoar. Quanto melhor o homem entender o seu vizinho, mais fácil será perdoá-lo e, mesmo, amá-lo.

2:4:3 383 Somente o discernimento da sabedoria infinita capacita um Deus reto a ministrar a justiça e a misericórdia, ao mesmo tempo e em qualquer situação no universo. O Pai celeste nunca Se conturba com atitudes conflitantes, em relação aos Seus filhos do universo; Deus nunca é vítima de antagonismos de atitudes. A onisciência de Deus dirige infalivelmente o Seu livre-arbítrio, na escolha daquela conduta no universo que satisfaz, perfeita, simultânea e igualmente, às demandas de todos os Seus atributos divinos e qualidades infinitas da Sua natureza eterna.

2:4:4 384 A misericórdia é fruto natural e inevitável da bondade e do amor. A boa natureza de um Pai amantíssimo não poderia, certamente, recusar o ministério sábio da misericórdia, a cada membro de todos os grupos dos Seus filhos no universo. A eqüidade da justiça eterna e a misericórdia divina constituem, juntas, aquilo a que a experiência humana chama de justiça.

2:4:5 385 A misericórdia divina representa uma técnica equânime de ajustamento entre os níveis de perfeição e imperfeição do universo. A misericórdia é a justiça da Supremacia, adaptada às situações do finito em evolução; é a retidão da eternidade, modificada para satisfazer aos mais altos interesses e ao bem-estar dos filhos do tempo no universo. A misericórdia não é uma contravenção da justiça, é antes uma interpretação compreensiva das demandas da justiça suprema, aplicada com equanimidade aos seres espirituais subordinados e às criaturas materiais dos universos em evolução. A misericórdia é a justiça da Trindade do Paraíso, sábia e amorosamente enviada às inteligências múltiplas, das criações do tempo e do espaço, tal como foi formulada pela sabedoria divina e determinada pela mente onisciente e pela vontade soberana do Pai Universal, e de todos os Seus Criadores coligados.

5. O AMOR DE DEUS


2:5:1 386 “Deus é amor” e, conseqüentemente, a Sua única atitude pessoal para com os assuntos do universo é sempre uma reação de afeto divino. O Pai ama-nos o suficiente para outorgar-nos a Sua vida. “Ele faz o Seu sol se levantar para os maus e para os bons, e Ele envia a chuva aos justos e aos injustos”.

2:5:2 391 É errado pensar que Deus possa ser persuadido a amar os Seus filhos, por meio de sacrifícios feitos pelos Seus Filhos, ou pela intercessão das Suas criaturas subordinadas, “pois o Pai, Ele próprio, vos ama”. É em resposta a essa afeição paternal que o Pai envia os maravilhosos Ajustadores para residir nas mentes dos homens. O amor de Deus é universal; “todos aqueles que quiserem podem vir”. Ele gostaria “que todos os homens se salvassem pelo conhecimento da verdade”. “Ele não deseja que nenhum homem pereça. ”

2:5:3 392 Os Criadores são os primeiros a tentar salvar o homem dos resultados desastrosos das suas tolas transgressões às leis divinas. O amor de Deus é, por natureza, uma afeição paterna; em conseqüência, algumas vezes, Ele “nos disciplina, para o nosso próprio bem, para que possamos ser partícipes da Sua santidade”. Mesmo durante as mais duras das vossas provações lembrai-vos de que “em todas as nossas aflições, Ele aflige-se conosco”.

2:5:4 393 Deus é divinamente bondoso com os pecadores. Quando os rebeldes retornam à retidão, eles são recebidos com misericórdia, “pois o nosso Deus perdoará abundantemente”. “Eu sou Aquele que apaga as vossas transgressões, para o Meu próprio bem, e Eu não me lembrarei dos vossos pecados. ” “Atentai para a forma de amor que o Pai nos dedica, a nós, para que fôssemos chamados de filhos de Deus. ”

2:5:5 394 Afinal, a maior evidência da bondade de Deus e a suprema razão para amá-Lo é a dádiva do Pai, que reside em cada um de vós – o Ajustador, que tão pacientemente aguarda a hora em que ireis, ambos, transformar-vos em um, eternamente. Embora não possais encontrar Deus procurando-O: se vos submeterdes ao guiamento do espírito residente, sereis guiados, passo a passo e vida por vida, sem erros, de universo em universo, de idade em idade, até que estejais finalmente em presença da personalidade do Pai Universal no Paraíso.

2:5:6 395 Quão pouco razoável é que não adoreis a Deus, porque as limitações da natureza humana e os impedimentos da vossa constituição material fazem com que, para vós, seja impossível vê-Lo. Entre vós e Deus há uma distância imensa (de espaço físico) a ser percorrida. Da mesma forma, existe um grande abismo de diferenças espirituais a ser atravessado; mas, apesar de tudo o que vos separa, física e espiritualmente, da presença pessoal de Deus no Paraíso, parai e ponderai sobre o fato solene de que Deus vive dentro de vós, e de que, a Seu modo, Ele já venceu a separação. Ele enviou a Si próprio, ao Seu espírito, para viver dentro de vós e para lutar arduamente, do vosso lado, na busca dos objetivos da vossa carreira eterna.

2:5:7 396 Eu acho fácil e agradável adorar a alguém que é tão grande e, ao mesmo tempo, tão afeiçoadamente devotado ao ministério sagrado da elevação das Suas criaturas humildes. Naturalmente eu amo a quem é tão poderoso, para a criação e para o seu controle, e que, além do mais, é tão perfeito na bondade e tão fiel e gentil no Seu amor, que constantemente nos abriga na sua sombra. Eu penso que amaria a Deus da mesma forma, não fosse Ele nem tão grande nem poderoso, desde que fosse tão bom e misericordioso. Todos nós amamos ao Pai, mais por causa da sua natureza do que pelo reconhecimento dos Seus atributos assombrosos.

2:5:8 397 Quando eu observo os Filhos Criadores e os seus administradores subordinados lutando tão valentemente com as múltiplas dificuldades do tempo, inerentes à evolução dos universos do espaço, descubro que tenho uma grande e profunda afeição por esses dirigentes menores dos universos. Afinal, penso que todos nós, incluindo os mortais dos reinos, amamos o Pai Universal e todos os outros seres, divinos ou humanos, porque discernimos que essas personalidades nos amam verdadeiramente. A experiência de amar é, em muito, uma resposta direta à experiência de ser amado. Por saber que Deus me ama, eu deveria continuar a amá-Lo supremamente, ainda que Ele fosse despojado de todos os Seus atributos de supremacia, ultimidade e absolutez.

2:5:9 401 O amor do Pai acompanha-nos, agora e por todo o círculo interminável das idades eternas. Ao ponderardes sobre a natureza amorosa de Deus, apenas uma reação razoável e natural surge na personalidade: amareis cada vez mais o vosso Criador; ireis dedicar a Deus uma afeição análoga àquela dedicada por uma criança a um pai terreno; pois, como um pai, um pai real e verdadeiro ama aos seus filhos, do mesmo modo o Pai Universal ama e para sempre busca o bem-estar dos Seus filhos e filhas criadas.

2:5:10 402 Mas o amor de Deus é uma afeição paterna inteligente e que sabe prever. O amor divino funciona em associação unificada com a sabedoria divina e todas as outras características infinitas da natureza perfeita do Pai Universal. Deus é amor, mas o amor não é Deus. A maior manifestação do amor divino pelos seres mortais é constatada por meio da dádiva dos Ajustadores do Pensamento, mas a vossa maior revelação do amor do Pai vem da vida de doação do Seu Filho Michael, auto-outorgado, que viveu na Terra a vida espiritual ideal. É o Ajustador residente que individualiza o amor de Deus em cada alma humana.

2:5:11 403 Algumas vezes, chego quase a ficar atormentado ao ser compelido a descrever a afeição divina do Pai celeste pelos Seus filhos do universo, empregando um símbolo verbal humano: amor. Esse termo, ainda que tenha a conotação do mais alto conceito humano de relações mortais de respeito e devoção é, com tamanha freqüência, designativo de relações humanas tão totalmente ignóbeis, que não são merecedoras de serem conhecidas por qualquer palavra que seja também usada para indicar a afeição, sem par, do Deus vivo, pelas criaturas do Seu universo! É uma infelicidade eu não poder fazer uso de algum termo superno e exclusivo que transmita à mente do homem a verdadeira natureza, e a delicada beleza do significado da afeição divina, do Pai do Paraíso.

2:5:12 404 Quando o homem perde de vista o amor de um Deus pessoal, o Reino de Deus passa a ser meramente o reino do bem. Não obstante a unidade infinita da natureza divina, o amor é a característica dominante de todas as relações pessoais de Deus com as Suas criaturas.

6. A BONDADE DE DEUS


2:6:1 405 No universo físico podemos ver a beleza divina, no mundo intelectual é-nos possível discernir a verdade eterna, mas a bondade de Deus é encontrada somente no mundo espiritual da experiência religiosa pessoal. Na sua verdadeira essência, a religião é a fé feita de confiança na bondade de Deus. Para a Filosofia, Deus poderia ser grande e absoluto e, de algum modo, até inteligente e pessoal; mas, para a Religião, é necessário também que Deus seja moral; Ele deve ser bom. O homem poderia temer a um Deus grande, mas ama e confia apenas em um Deus de bondade. Essa bondade é parte da personalidade de Deus, e a Sua plena revelação surge apenas na experiência religiosa pessoal dos filhos que crêem em Deus.

2:6:2 406 A religião requer que o supramundo da natureza do espírito seja conhecedor das necessidades fundamentais do mundo humano e que seja sensível a elas. A religião evolucionária pode tornar-se ética, mas apenas a religião revelada é moral e espiritual de um modo verdadeiro. O conceito antigo de que Deus é uma Deidade regida por uma moralidade majestática foi elevado por Jesus até aquele nível afetuoso e tocante da moralidade familiar íntima, própria da relação pai-filho. E, na experiência mortal, não há nenhuma relação mais terna e bela.

2:6:3 411 A “riqueza da bondade de Deus leva o homem que errou ao arrependimento”. “Toda boa dádiva e toda a dádiva perfeita vêm do Pai das luzes. ” “Deus é bom; Ele é o refúgio eterno das almas dos homens. ” “O Senhor Deus é misericordioso e pleno de graças. Ele é paciente e abundante, em bondade e em verdade. ” “Provai e vede como o Senhor é bom! Abençoado seja o homem que confia Nele. ” “O Senhor é cheio de graça e de compaixão. Ele é o Deus da salvação. ” “Ele alivia o coração dos infelizes e cura as feridas da alma. Ele é o Benfeitor Todo-Poderoso do homem”.

2:6:4 412 O conceito de um Deus rei-juiz, ainda que tenha colaborado para desenvolver um padrão elevado de moralidade e criado um povo respeitador das leis, como um grupo, deixava o indivíduo crente em uma posição triste, de insegurança com relação ao próprio status no tempo e na eternidade. Os profetas hebreus, mais recentes, proclamaram Deus como um Pai para Israel; Jesus revelou Deus como o Pai de cada ser humano. Todo conceito que os mortais fazem de Deus foi transcendentalmente iluminado pela vida de Jesus. O altruísmo é inerente ao amor paternal. Deus ama, não à maneira de um pai, mas como Pai. Ele é o Pai, no Paraíso, de todas as personalidades do universo.

2:6:5 413 A retidão indica que Deus é a fonte da lei moral do universo. A verdade exibe Deus como um Revelador, como um Mestre. Mas o amor dá afeto e anseia por afeto, procura a comunhão compreensiva, tal como existe entre pai e filho. A retidão pode ser própria do pensamento divino, mas o amor é a atitude de um pai. A suposição errônea de que a retidão de Deus fosse irreconciliável com o amor altruísta do Pai celeste, pressupôs a ausência de unidade na natureza de Deus e levou diretamente à elaboração da doutrina da expiação, que é uma violentação filosófica tanto da unidade, quanto do livre-arbítrio de Deus.

2:6:6 414 O Pai celeste afetuoso, cujo Espírito reside nos Seus filhos da Terra, não é uma personalidade dividida – uma, a da justiça, e outra, a da misericórdia. Nem requer, Ele, um mediador, para assegurar o seu favorecimento ou o perdão de Pai. A retidão divina não é dominada pela estrita justiça de retribuição; Deus, enquanto um Pai, transcende Deus, enquanto juiz.

2:6:7 415 Deus nunca é irado, vingativo ou enraivecido. É verdade que a sabedoria, muitas vezes, restringe o Seu amor, assim como a justiça condiciona a Sua misericórdia rejeitada. O Seu amor pela retidão não pode evitar que, com a mesma intensidade, seja manifestado como ódio ao pecado. O Pai não é uma personalidade incoerente; a unidade divina é perfeita. Na Trindade do Paraíso há uma unidade absoluta, a despeito das identidades eternas dos coordenados de Deus.

2:6:8 416 Deus ama o pecador e odeia o pecado: tal afirmação é verdadeira filosoficamente; contudo, Deus é uma personalidade transcendental, e as pessoas apenas amam e odeiam às outras pessoas. O pecado não é uma pessoa. Deus ama o pecador porque ele é uma realidade de personalidade (potencialmente eterna), enquanto, em relação ao pecado, Deus não assume nenhuma atitude pessoal; pois o pecado não é uma realidade espiritual, não é pessoal; portanto, apenas a justiça de Deus toma conhecimento da existência dele. O amor de Deus salva o pecador; a lei de Deus destrói o pecado. Essa atitude da natureza divina mudaria, aparentemente, se o pecador afinal se identificasse completamente com o pecado, da mesma forma que a mente mortal pode também se identificar totalmente com o espírito Ajustador residente. Um mortal, assim identificado com o pecado, tornar-se-ia então inteiramente não espiritual, na sua natureza (e, portanto, pessoalmente irreal), e por fim experimentaria a extinção do seu ser. A irrealidade, e mesmo a incompletude da natureza da criatura, não pode existir para sempre, em um universo cada vez mais real e crescentemente espiritual.

2:6:9 421 Perante o mundo da personalidade, Deus é descoberto como uma pessoa de amor; perante o mundo espiritual, Ele é o amor pessoal; na experiência religiosa, Ele é ambos. O amor identifica o arbítrio volitivo de Deus. A bondade de Deus permanece no cerne do livre-arbítrio divino – a tendência universal para amar manifesta misericórdia, demonstra paciência e ministra o perdão.

7. VERDADE E BELEZA DIVINAS


2:7:1 422 Todo conhecimento finito e todo entendimento da criatura são relativos. A informação e os ensinamentos, ainda que colhidos de fontes elevadas, são apenas relativamente completos: precisos apenas em relação ao local e verdadeiros para a pessoa.

2:7:2 423 Os fatos físicos são suficientemente uniformes, mas a verdade é um fator vivo e flexível na filosofia do universo. As personalidades em evolução são apenas parcialmente sábias e relativamente verazes, nas suas comunicações. Podem estar certas apenas dentro dos limites da sua experiência pessoal. Aquilo que, pela aparência, pode ser totalmente verdadeiro em um lugar, pode ser apenas relativamente verdadeiro em outro segmento da criação.

2:7:3 424 A verdade divina, a verdade final, é uniforme e universal, mas a história das coisas espirituais, como é contada por inúmeros indivíduos, procedentes de várias esferas, pode, algumas vezes, variar quanto aos detalhes, devido a essa relatividade na totalização do conhecimento e na abrangência da experiência pessoal, bem como na duração e no alcance dessa experiência. Conquanto as leis e os decretos, os pensamentos e as atitudes da Primeira Fonte e Centro sejam eterna, infinita e universalmente verdadeiros, ao mesmo tempo, a sua aplicação e os ajustamentos que recebem, em cada universo, sistema, mundo, e inteligência criada, estão de acordo com os planos e a técnica dos Filhos Criadores, quando atuam e funcionam nos seus universos respectivos, tanto quanto em harmonia com os planos locais e os procedimentos do Espírito Infinito e de todas as outras personalidades celestes coligadas.

2:7:4 425 A falsa ciência do materialismo sentenciaria o homem mortal a reduzir-se a um marginal no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente um mal; é conhecimento que se compõe, tanto do bem, quanto do mal. A verdade é bela, porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o homem busca a verdade, ele está buscando o divinamente real.

2:7:5 426 Os filósofos cometem o seu mais grave erro quando são conduzidos à falácia da abstração e à prática de focalizar a sua atenção em um aspecto da realidade e de proclamar, então, um tal aspecto isolado como sendo a verdade inteira. O filósofo sábio irá sempre recorrer ao projeto da criação que está por trás e que é preexistente a todos os fenômenos universais. O pensamento criador, invariavelmente, precede à ação criadora.

2:7:6 427 A autoconsciência intelectual pode descobrir a beleza da verdade e a sua qualidade espiritual, não apenas pela consistência filosófica dos seus conceitos, mas, ainda mais certa e seguramente, pela resposta inequívoca do sempre presente Espírito da Verdade. A felicidade vem como conseqüência do reconhecimento da verdade, porque esta pode ser factual, pode ser vivenciada. O desapontamento e a tristeza advêm após o erro, porque, não sendo este uma realidade, não pode ser factualizado pela experiência. A verdade divina é mais conhecida pelo seu aroma espiritual.

2:7:7 428 A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo físico faz-se coerente na Ilha do Paraíso; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual faz-se coerente na personalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do homem é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a, e na, Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro.

2:7:8 431 O discernimento da beleza suprema é a descoberta e a integração da realidade: o discernimento da bondade divina, na eterna verdade, é a beleza última. O encanto mesmo da arte humana consiste na harmonia da sua unidade.

2:7:9 432 O grande erro da religião hebraica foi não ter associado a bondade de Deus às verdades factuais da ciência e da beleza atraente da arte. À medida que a civilização progrediu, e enquanto a religião continuou a seguir o mesmo caminho, pouco sábio, de enfatizar exageradamente a bondade de Deus, a ponto de negligenciar a beleza e de excluir relativamente a verdade, foi sendo desenvolvida, em certos tipos de homens, uma tendência crescente para desviar-se no conceito abstrato e dissociado da bondade isolada. A moralidade proclamada ao exagero e isolada da religião moderna, que fracassa em manter a devoção e a lealdade de muitos dos homens deste século, poderia reabilitar-se se, além dos seus mandatos morais, tivesse a mesma consideração pelas verdades da ciência, da filosofia e da experiência espiritual, e pelas belezas da criação física, bem como pelo encanto da arte intelectual e pela grandeza de uma realização genuína de caráter.

2:7:10 433 O desafio religioso desta época é dirigido àqueles homens e àquelas mulheres que, pela sua visão ampla e voltada para o futuro, e, pelo discernimento da sua luz interna, ousarão construir uma nova e atraente filosofia de vida, partindo dos conceitos modernos, sutilmente integrados, da verdade cósmica, da beleza universal e da bondade divina. Uma tal visão, nova e reta, da moralidade, atrairá tudo o que existir de bom na mente do homem e convocará o que houver de melhor na alma humana. A verdade, a beleza e a bondade são realidades divinas, e à medida que o homem ascende na escalada da vida espiritual, essas qualidades supremas, do Eterno, tornam-se cada vez mais coordenadas e unificadas em Deus, que é amor.

2:7:11 434 Toda a verdade – material, filosófica ou espiritual – é tanto bela, quanto boa. Toda a beleza real – a arte material ou a simetria espiritual – é tanto verdadeira, quanto boa. Toda a bondade genuína – seja a moralidade pessoal, a eqüidade social ou o ministério divino – é igualmente verdadeira e bela. A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses níveis de uma vida eficaz advêm, pela unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais.

2:7:12 435 A verdade é coerente, a beleza é atraente e a bondade estabilizadora. E quando esses valores, naquilo que é real, são coordenados na experiência da personalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor, condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda a educação, no universo, é tornar efetiva a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas da sua experiência em expansão. A realidade é finita no nível humano: e é infinita e eterna nos níveis mais elevados e divinos.

2:7:13 436 [Apresentado por um Conselheiro Divino, atuando pela autoridade dos Anciães dos Dias em Uversa.]


DOCUMENTO 3

OS ATRIBUTOS DE DEUS
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Deus está presente em todos os lugares; o Pai Universal rege o círculo da eternidade. Nos universos locais, entretanto, Ele governa por intermédio das pessoas dos Seus Filhos-Criadores do Paraíso, e também concede a vida por intermédio desses Filhos. “Deus nos deu a vida eterna e essa vida está nos seus Filhos”. Esses Filhos-Criadores de Deus são a expressão pessoal Dele próprio, nos setores do tempo e para os filhos dos planetas que giram, nos universos em evolução do espaço.

3:0:2 442 As ordens inferiores de inteligências criadas podem discernir com clareza os Filhos de Deus altamente personalizados e, desse modo, estes compensam a invisibilidade do Pai que é infinito e, portanto, menos discernível. Os Filhos do Pai Universal, que são os Filhos-Criadores do Paraíso, são uma revelação de um Ser que, de outro modo, não seria visível; seria invisível devido à absolutez e à infinitude inerentes ao círculo da eternidade e às personalidades das Deidades do Paraíso.

3:0:3 443 A faculdade de criar dificilmente é um atributo de Deus; é mais algo que vem em conseqüência da Sua natureza atuante. E essa função universal criadora manifesta-se, eternamente condicionada e controlada que é, por todos os atributos coordenados da realidade infinita e divina da Primeira Fonte e Centro. Duvidamos sinceramente que possamos considerar uma, dentre as características da natureza divina, como sendo antecedente a qualquer outra; mas se fosse esse o caso, então, a natureza criadora da Deidade teria precedência sobre todas as outras naturezas, atividades e atributos. E a faculdade criadora da Deidade culmina na verdade universal: a Paternidade de Deus.

1. A ONIPRESENÇA DE DEUS


3:1:1 444 A capacidade do Pai Universal de estar presente em todas as partes, e ao mesmo tempo, constitui a Sua onipresença. Apenas Deus pode estar em dois, em inúmeros lugares, ao mesmo tempo. Deus está simultaneamente presente “nas alturas do céu e na Terra abaixo”; como exclamou o salmista: “Onde me esconderei do Teu espírito? Ou onde escaparei da Tua presença?”

3:1:2 445 “‘Sou um Deus próximo e distante’, diz o Senhor. ‘Por acaso não preencho o céu e a Terra?’” O Pai Universal está constantemente presente em todas as partes, e em todos os corações da Sua vasta criação. Ele é “a plenitude Daquele que preenche a todos de tudo”, e “Quem tudo opera em todos” e, além disso, o conceito da Sua personalidade é tal que “o céu (o universo) e o céu dos céus (o universo dos universos) não podem contê-Lo”. É literalmente verdadeiro que Deus é tudo e está em tudo. Mesmo isso, contudo, ainda não é a totalidade de Deus. O Infinito só pode ser plenamente revelado na infinitude; a causa nunca pode ser compreendida por meio de uma análise dos efeitos; o Deus vivo é incomensuravelmente maior do que a soma total da criação, que veio a existir como um resultado dos atos criadores do Seu livre-arbítrio ilimitado. Deus está revelado em todo o cosmo, mas o cosmo não pode jamais conter ou abranger a totalidade da infinitude de Deus.

3:1:3 451 A presença do Pai ronda incessantemente o universo-mestre. “Ele se conduz, desde o fundo do céu, e o Seu circuito vai até os confins do céu; e nada há que se oculte da Sua luz”.

3:1:4 452 A criatura não apenas existe em Deus, mas também Deus vive na criatura. “Sabemos que Nele habitamos, porque Ele vive em nós; Ele nos deu o Seu espírito. Essa dádiva do Pai do Paraíso é companheira inseparável do homem. ” “Ele é o Deus sempre presente e Aquele que a tudo preenche. ” “O espírito do Pai eterno guarda-se na mente de cada filho mortal. ” “O homem sai à procura de um amigo, enquanto o verdadeiro amigo vive dentro do seu próprio coração. ” “O verdadeiro Deus não está longe, é parte de nós; o Seu espírito fala de dentro de nós. ” “O Pai vive no filho. Deus está sempre conosco. Ele é o espírito guia do destino eterno. ”

3:1:5 453 Em verdade foi dito das raças humanas: “Sois de Deus”, porque “Aquele que habita no amor, habita em Deus, e Deus nele”. E assim, pois, estando em erro, vós atormentais o Ajustador do Pensamento, pois esse dom de Deus, que reside em vós, deve necessariamente sofrer todas as conseqüências dos maus pensamentos, junto com a mente humana, na qual está encarcerado.

3:1:6 454 A onipresença de Deus, na realidade, é uma parte da Sua natureza infinita; o espaço não constitui obstáculo para a Deidade. Deus está, sem limitações e na perfeição, presente, de modo discernível, apenas no Paraíso e no universo central. Por isso a Sua presença não pode ser observada nas criações que circundam Havona; pois Deus limitou a Sua presença direta e efetiva, em reconhecimento à soberania e às prerrogativas divinas dos criadores e dos dirigentes coordenados dos universos, do tempo e do espaço. Desse modo, o conceito da divina presença deve ser estendido a uma gama ampla, tanto de modos como de canais de manifestação abrangendo os circuitos da presença do Filho Eterno, do Espírito Infinito e da Ilha do Paraíso. Nem sempre é possível distinguir entre a presença do Pai Universal e as ações dos Seus coordenados, agentes e agências eternas, tão perfeitamente todos eles preenchem os quesitos infinitos do Seu propósito imutável. Mas não é assim com o circuito da personalidade e com os Ajustadores; nesses casos Deus atua de um modo único, direta e exclusivamente.

3:1:7 455 O Controlador Universal está presente potencialmente nos circuitos de gravidade da Ilha do Paraíso, em todas as partes do Universo, a todo o tempo e no mesmo grau, em conformidade com a massa, em resposta às demandas físicas da Sua presença e por causa da natureza inerente de toda criação, a qual leva todas as coisas a aderirem a Ele e a consistirem Nele. Do mesmo modo a Primeira Fonte e Centro está potencialmente presente no Absoluto Inqualificável, depositário que é dos universos não criados do eterno futuro. Deus, assim, potencialmente, impregna os universos físicos do passado, do presente e do futuro. Ele é a base primordial da coerência da criação chamada material. Esse potencial não espiritual da Deidade torna-se factual aqui e acolá, no nível das existências físicas, por meio da interação inexplicável de alguns dos Seus intermediários exclusivos, no campo da ação universal.

3:1:8 456 A presença da mente de Deus está correlacionada à mente absoluta do Agente Conjunto, o Espírito Infinito. Contudo, nas criações finitas, essa presença é mais bem discernida na mente cósmica dos Espíritos Mestres do Paraíso, que funciona de modo onipresente. Do mesmo modo que a Primeira Fonte e Centro está potencialmente presente nos circuitos da mente do Agente Conjunto, também está potencialmente presente nas tensões do Absoluto Universal. Mas a mente da ordem humana é uma dádiva das Filhas do Agente Conjunto, as Ministras Divinas dos universos em evolução.

3:1:9 461 O espírito onipresente do Pai Universal está coordenado à função da presença do espírito universal do Filho Eterno e ao potencial divino perpétuo do Absoluto da Deidade. Contudo, nem a atividade espiritual do Filho Eterno e dos seus Filhos do Paraíso, nem as outorgas da mente, feitas pelo Espírito Infinito, parecem excluir a ação direta dos Ajustadores do Pensamento, os fragmentos de Deus que residem nos corações dos Seus filhos criaturas.

3:1:10 462 No que diz respeito à presença de Deus em um planeta, sistema, constelação ou universo, o grau dessa presença em qualquer unidade da criação é uma medida do grau da presença evolutiva do Ser Supremo: é determinada pelo reconhecimento, em massa, de Deus, e pela lealdade que a Ele dedica a vasta organização universal, que se estende até mesmo aos próprios sistemas e planetas. Por isso, às vezes, na esperança de salvaguardar e conservar essas fases da presença preciosa de Deus é que, quando alguns planetas (ou mesmo sistemas) mergulham profundamente nas trevas espirituais, são eles, de algum modo, postos em quarentena, ou em isolamento parcial, permanecendo sem intercâmbio com as unidades maiores da criação. E tudo isso, tal como sucede em Urântia, se dá como uma reação de defesa espiritual da maioria dos mundos, para abrigarem-se a si próprios, tanto quanto possível, de sofrerem com o isolamento que viria por conseqüência das ações separadoras e alienantes de uma minoria obstinada, perversa e rebelde.

3:1:11 463 Embora o Pai inclua, paternalmente, nos Seus circuitos, a todos os Seus filhos – todas as personalidades –, a Sua influência sobre eles é limitada pelo afastamento que a origem deles tem em relação à Segunda e à Terceira Pessoas da Deidade, e aumenta à medida que a realização do destino deles aproxima-se daqueles níveis. O fato da presença de Deus, nas mentes das criaturas, é determinado por elas serem ou não resididas por fragmentos do Pai, como os Monitores Misteriosos; mas a Sua presença efetiva é determinada pelo grau da cooperação concedida aos Ajustadores internos pela mente residida por eles.

3:1:12 464 As flutuações da presença do Pai não são devidas à inconstância de Deus. O Pai não se retira em reclusão, por ter sido insultado; o Seu afeto não se aliena, por causa de ações erradas da criatura. Tendo sido dotados com o poder de escolha (no que diz respeito a Ele), são os Seus filhos, no exercício dessa escolha, que determinam diretamente a intensidade e as limitações da influência divina do Pai, nos seus próprios corações e almas. O Pai entregou-Se livremente a nós, sem limitações e sem favorecimento. Ele não tem preferência por pessoas, planetas, sistemas, nem universos. Nos setores do tempo, Ele confere honras diferenciadas apenas às personalidades do Paraíso, constituintes de Deus, o Sétuplo: os Criadores Coordenados dos universos finitos.

2. O PODER INFINITO DE DEUS


3:2:1 465 Todos os universos sabem que “o Senhor Deus onipotente reina”. Os assuntos deste e de outros mundos são divinamente supervisionados. “Ele atua segundo a Sua vontade, no exército dos céus e entre os habitantes da Terra. ” É eternamente verdadeiro que “não há poder que não provenha de Deus”.

3:2:2 466 Dentro dos limites daquilo que é consistente com a natureza divina, é literalmente verdadeiro que “com Deus, todas as coisas são possíveis”. Os processos, lentos e prolongados, da evolução dos povos, dos planetas e dos universos estão sob o perfeito controle dos criadores e administradores do universo e desenvolvem-se de acordo com o propósito eterno do Pai Universal; sucedendo-se em harmonia, ordem e conformidade com o plano plenamente sábio de Deus. Há apenas um único legislador. Ele sustenta os mundos no espaço e faz girar os universos, no círculo infinito do circuito eterno.

3:2:3 471 De todos os atributos divinos, a Sua onipotência é a mais bem compreendida, especialmente da forma como ela prevalece no universo material. Se encarado como um fenômeno não espiritual, Deus é energia. Essa declaração de um fato físico é baseada na verdade incompreensível de que a Primeira Fonte e Centro é a causa primeira dos fenômenos universais físicos em todo o espaço. Da atividade divina deriva toda a energia física, bem como outras manifestações materiais. A luz, ou seja, a luz sem calor, é outra, dentre as manifestações não espirituais das Deidades. E há ainda uma outra forma de energia não espiritual, que é virtualmente desconhecida em Urântia, pois não foi ainda reconhecida.

3:2:4 472 Deus controla todo o poder; Ele faz “um caminho para o relâmpago”; Ele ordenou os circuitos de toda a energia. Ele decretou a hora e o modo de manifestação de todas as formas de energia-matéria. E todas essas coisas são mantidas, para sempre, sob o Seu eterno comando – sob o controle gravitacional centrado no Paraíso inferior. A luz e a energia do Deus eterno, assim, giram, para sempre, em torno do Seu circuito majestoso, em uma procissão sem fim, mas ordenada, das hostes estelares que compõem o universo dos universos. Toda a criação circunvoluciona eternamente ao redor do centro da Personalidade-Paraíso de todas as coisas e seres.

3:2:5 473 A onipotência do Pai refere-se ao domínio onipresente, no nível absoluto, no qual as três energias, a material, a mental e a espiritual, estão em proximidade indistinta Dele – a Fonte de todas as coisas. A mente da criatura, não sendo nem monota do Paraíso, nem espírito do Paraíso, não é diretamente sensível ao Pai Universal. Deus ajusta-Se com a mente da imperfeição – e, com os mortais de Urântia, Ele o faz por meio dos Ajustadores do Pensamento.

3:2:6 474 O Pai Universal não é uma força transitória, nem um poder que muda, nem uma energia que flutua. O poder e a sabedoria do Pai são totalmente adequados para arcar com toda e qualquer exigência do universo. À medida que surgem, as emergências da experiência humana foram todas previstas por Ele e, desse modo, Ele não reage aos assuntos do universo de uma forma isolada, mas sim de acordo com os ditames da sabedoria eterna e em consonância com os mandatos do juízo infinito. A despeito das aparências, o poder de Deus não funciona no universo como uma força cega.

3:2:7 475 Situações surgem nas quais parece que medidas de emergência foram tomadas, que leis naturais foram suspensas, que desajustes se fizeram reconhecer e que um esforço está sendo feito para endireitar a situação; mas não é esse o caso. Tais conceitos de Deus têm a sua origem no alcance limitado do vosso ponto de vista, na finitude da vossa compreensão e na abrangência limitada do vosso exame; essa má compreensão de Deus se deve à ignorância profunda que tendes, em relação a tudo que concerne à existência de leis mais elevadas nos reinos, à magnitude do caráter do Pai, à infinitude dos Seus atributos e ao exercício da Sua livre vontade.

3:2:8 476 As criaturas planetárias, que são resididas pelo espírito de Deus, amplamente espalhadas por vários locais nos universos do espaço, são quase infinitas em número e ordem; seus intelectos são tão diversos, suas mentes tão limitadas e por vezes tão grosseiras, sua visão é tão reduzida e localizada, que é quase impossível formular generalizações de leis que exprimam de um modo adequado os atributos infinitos do Pai e que, ao mesmo tempo, sejam compreensíveis, em qualquer grau, por tais inteligências criadas. Por conseguinte, muitos dos atos do Criador Todo-Poderoso parecem ser arbitrários, isolados e, não raro, até desalmados e cruéis, para vós, criaturas. Todavia, novamente eu vos asseguro que isso não é uma verdade. Os feitos de Deus todos são plenos de propósito, inteligentes, sábios, bondosos e eternamente atentos ao bem maior, nem sempre apenas de um ser individual, uma raça específica, um planeta determinado, ou mesmo de um determinado universo; mas sim, atentos ao bem-estar e ao maior proveito de todos os seres envolvidos, desde os mais baixos aos mais elevados. Nas idades do tempo, o bem-estar de uma parte pode, algumas vezes, parecer diferente do bem-estar do todo; no círculo da eternidade essas diferenças aparentes inexistem.

3:2:9 481 Somos todos parte da família de Deus e devemos, portanto, algumas vezes, compartilhar da disciplina da família. Muitos dos atos de Deus, que tanto nos perturbam e confundem, são resultado das decisões e ditames finais da onisciência, que autorizam o Agente Conjunto a executar, segundo a escolha da vontade infalível da mente infinita, de modo a fortalecer as decisões da personalidade da perfeição, cujo exame, visão e solicitude abrangem o bem-estar mais elevado e eterno de toda a Sua vasta e ampla criação.

3:2:10 482 Assim é que o vosso ponto de vista, isolado, parcial, finito, grosseiro e altamente materialista, junto às limitações inerentes à natureza do vosso ser constituem um impedimento tal que vos tornam incapazes de ver, compreender, ou conhecer a sabedoria e a bondade de muitos dos atos divinos, os quais vos parecem carregados de uma crueldade esmagadora, de uma indiferença extrema, tanto ao conforto e ao bem-estar, quanto à felicidade planetária e à prosperidade pessoal das criaturas, companheiras vossas. É em conseqüência das limitações da visão humana, e em conseqüência do vosso entendimento restrito e da vossa compreensão finita, que vos equivocais sobre os motivos e que deturpais os propósitos de Deus. Contudo, muitas coisas ocorrem nos mundos evolucionários, que não são feitos pessoais do Pai Universal.

3:2:11 483 A onipotência divina está perfeitamente coordenada aos outros atributos da personalidade de Deus. Em geral, o poder de Deus, nas Suas manifestações espirituais no universo, é limitado apenas por três condições ou situações:

484 1. Pela natureza de Deus, especialmente pelo Seu amor infinito, pela verdade, a beleza e a bondade.

485 2. Pela vontade de Deus, pelo Seu ministério de misericórdia e pelo relacionamento de paternidade com as personalidades do universo.

486 3. Pela lei de Deus, pela retidão e justiça da Trindade eterna do Paraíso.

3:2:12 487 Deus é ilimitado em poder, divino em natureza, final em vontade, infinito em atributos, eterno em sabedoria e absoluto em realidade. Mas todas essas características do Pai Universal estão unificadas na Deidade e universalmente expressas na Trindade do Paraíso e nos Filhos divinos da Trindade. Por outro lado, fora do Paraíso e do universo central de Havona, tudo o que pertence a Deus é limitado pela presença evolucionária do Supremo, condicionado pela presença eventiva do Último, e coordenado pelos três Absolutos existenciais: o Absoluto da Deidade, o Absoluto Universal e o Absoluto Inqualificável. E a presença de Deus está limitada desse modo porque essa é a vontade de Deus.

3. O CONHECIMENTO UNIVERSAL DE DEUS


3:3:1 488 “Deus conhece todas as coisas”. A mente divina é consciente do pensamento de toda criação e dialoga com ele. O Seu conhecimento dos acontecimentos é universal e perfeito. As entidades divinas que procedem Dele são uma parte Dele; Ele, que “equilibra as nuvens”, é também “perfeito em conhecimento”. “Os olhos do Senhor estão em todos os lugares. ” Disse o vosso grande Mestre, referindo-se a um insignificante pardal: “Nenhum deles cairá na terra sem o conhecimento do meu Pai”, e também, “até os cabelos das vossas cabeças são contados”. “Ele sabe o número das estrelas; e chama a todas pelos seus nomes. ”

3:3:2 491 O Pai Universal é a única personalidade, em todo o universo, que de fato sabe o número das estrelas e planetas do espaço. Todos os mundos de cada universo estão, constantemente, dentro da consciência de Deus. Ele também diz: “Tenho certamente visto a aflição do meu povo, tenho ouvido o seu pranto e conheço os seus pesares”. Pois “o Senhor olha do céu; Ele observa todos os filhos dos homens; do local da Sua morada, Ele olha por todos os habitantes da Terra”. Cada filho criado pode, em verdade, dizer: “Ele conhece o caminho que tomo e, depois que Ele me houver posto à prova, ressurgirei como ouro”. “Deus sabe quando nos sentamos e quando nos levantamos; Ele compreende os nossos pensamentos de longe e é conhecedor de todos os nossos caminhos. ” “Todas as coisas estão a descoberto e abertas aos olhos Daquele com quem temos a ver”. E deveria ser um verdadeiro conforto, para todos os seres humanos, compreender que “Ele conhece a vossa estrutura; Ele lembra-se de que sois pó”. Jesus, falando do Deus vivo, disse: “O vosso Pai sabe das vossas necessidades, antes mesmo de irdes pedir a Ele”.

3:3:3 492 Deus possui o poder ilimitado de conhecer todas as coisas; a Sua consciência é universal. O Seu circuito pessoal inclui todas as personalidades, e o Seu conhecimento, mesmo o das criaturas mais ínfimas, é suplementado indiretamente pela série descendente de Filhos divinos e, diretamente, por intermédio dos Ajustadores do Pensamento residentes. Além do mais, o Espírito Infinito está presente, todo o tempo e em todos os lugares.

3:3:4 493 Não estamos plenamente certos se Deus escolhe, ou não, prever de antemão o evento do pecado. Mas, ainda que Deus previsse os atos do livre-arbítrio dos Seus filhos, tal conhecimento prévio não revogaria, em nada, a liberdade deles. Uma coisa é certa: Deus nunca está sujeito a surpreender-Se.

3:3:5 494 A onipotência não significa poder de fazer o infactível, a ação que não é divina. Nem a onisciência implica saber aquilo que é incognoscível. Todavia, tais afirmações dificilmente fazem-se compreensíveis para a mente finita. A criatura dificilmente pode compreender o alcance e as limitações da vontade do Criador.

4. ILIMITABILIDADE DE DEUS


3:4:1 495 As sucessivas doações de Si próprio, nos universos, como vieram a ser efetuadas, não reduzem, de nenhum modo, o potencial de poder ou a reserva de sabedoria; e estes continuam residindo e repousando na personalidade central da Deidade. Em potencial de força, sabedoria e amor, o Pai nunca teve reduzida a Sua medida, nem Se tornou desprovido de qualquer atributo da Sua personalidade gloriosa, em resultado da doação ilimitada de Si próprio, aos Filhos do Paraíso, às Suas criações subordinadas e às múltiplas criaturas dessas criações.

3:4:2 496 A criação de cada novo universo exige um novo ajuste de gravidade; mas, ainda que a criação continuasse, indefinida e eternamente, até à infinitude mesma, de modo tal que finalmente a criação material fosse existir sem limitações, ainda assim o poder de controle e coordenação, que reside na Ilha do Paraíso, estaria à altura e seria adequado ao domínio, ao controle e à coordenação de um universo assim infinito. E, posteriormente a essa concessão de força ilimitada e poder, a um universo sem limites, o Infinito ainda estaria plenamente carregado, no mesmo grau, de força e energia; o Absoluto Inqualificável subsistiria ainda, sem diminuição; Deus ainda possuiria o mesmo potencial infinito, como se nada da Sua força, energia e poder tivesse sido vertido, para dotar universos após universos.

3:4:3 501 Da mesma forma, acontece com a sabedoria: o fato de que a mente seja tão livremente distribuída, para o pensar dos reinos, de nenhum modo empobrece a fonte central da sabedoria divina. À medida que os universos se multiplicam e os seres dos reinos crescem em número, até às fronteiras da compreensão, ainda que a mente continue incessantemente sendo concedida aos seres de elevada ou de baixa condição, a personalidade central de Deus continuaria a abranger a mesma mente eterna, infinita e onisciente.

3:4:4 502 O fato de que Ele envie mensageiros espirituais, saídos Dele próprio, para que residam nos homens e mulheres do vosso mundo e de outros mundos, de nenhum modo reduz a Sua capacidade de funcionar como uma personalidade espiritual divina e onipotente; e não existe absolutamente nenhum limite à extensão ou ao número desses Monitores espirituais, que Ele pode e consegue enviar. Essa dádiva de Si mesmo, às Suas criaturas, gera uma possibilidade futura, sem limites e quase inconcebível, de existências progressivas e sucessivas, para esses mortais, assim divinamente dotados. E essa distribuição pródiga de Si próprio, na forma dessas entidades espirituais ministradoras, de nenhuma maneira diminui a sabedoria e a perfeição da verdade e do conhecimento, que repousam na pessoa do Pai onisciente, pleno de sabedoria e Todo-Poderoso.

3:4:5 503 Para os mortais do tempo há um futuro; Deus, contudo, habita a eternidade. Embora eu tenha vindo de muito perto da própria morada da Deidade, não posso presumir falar, com perfeição de entendimento, a respeito da infinitude dos muitos atributos divinos. Apenas a infinitude de mente pode compreender plenamente a infinitude de existência e a eternidade de ação.

3:4:6 504 O homem mortal não pode, certamente, conhecer a infinitude do Pai celeste. A mente finita não pode pensar sobre uma verdade ou um fato de tal modo absoluto. Todavia, esse mesmo ser humano finito pode de fato sentir – literalmente experimentar – o impacto pleno e não amortecido de um AMOR tão infinito quanto o do Pai. Esse amor pode ser verdadeiramente experimentado, mas, ainda que a qualidade da experiência seja ilimitada, a quantidade em uma tal experiência é limitada, estritamente, pela capacidade humana de receptividade espiritual e pela capacidade empenhada em retribuir ao Pai, em amor.

3:4:7 505 A apreciação finita, de qualidades infinitas, transcende, em muito, às capacidades logicamente limitadas da criatura, em vista do fato de o homem mortal ser feito à imagem de Deus – pois vive dentro dele um fragmento da infinitude. Por conseguinte, o acesso mais querido e de maior aproximação a Deus, que o homem tem, é o amor, e por intermédio do amor, pois Deus é amor. E tudo, em uma relação assim tão única, é um experimento factual da sociologia cósmica: a relação entre o Criador e a criatura – o afeto entre Pai e filho.

5. A LEI SUPREMA DO PAI


3:5:1 506 No Seu contato com as criações pós-Havona, o Pai Universal não exerce o Seu poder infinito, nem a Sua autoridade final, por transmissão direta, mas por intermédio dos Seus Filhos e das personalidades subordinadas a eles. E Deus faz tudo isso por Sua livre vontade. Todos e quaisquer dos poderes delegados, caso surgisse a ocasião e se fosse da escolha da mente divina, poderiam ser exercidos diretamente; mas, via de regra, essa ação acontece apenas em conseqüência do fracasso da personalidade delegada, ao tentar corresponder à confiança divina. Em ocasiões assim, diante de um descumprimento e nos limites da reserva de poder e de potencial divinos, o Pai atua independentemente e de acordo com os mandatos da Sua própria escolha; e essa escolha é sempre a da perfeição infalível e sabedoria infinita.

3:5:2 511 O Pai governa por intermédio dos Seus Filhos. Descendo, na organização do universo, existe uma corrente ininterrupta de dirigentes, que termina com os Príncipes Planetários, os quais dirigem os destinos das esferas evolucionárias, dos vastos domínios do Pai. Não é uma expressão meramente poética a que exclama: “Do Senhor é a Terra e a sua plenitude”. “Ele faz e destrona reis. ” “Os Altíssimos governam nos reinos dos homens. ”

3:5:3 512 Nos assuntos dos corações dos homens, nem sempre o Pai Universal pode ter caminho aberto; mas, na conduta e destino de um planeta, o plano divino prevalece; o propósito eterno de sabedoria e amor triunfa.

3:5:4 513 Disse Jesus: “Meu Pai, que os outorgou a mim, é maior do que todos; e ninguém poderá arrebatá-los da mão do meu Pai”. Ao vislumbrar as obras múltiplas e ao contemplar a imensidão assombrosa da criação quase ilimitada de Deus, podeis vacilar quanto ao vosso conceito da Sua primazia; contudo, não deveis vacilar em aceitá-Lo como firme e eternamente entronizado no centro do Paraíso de todas as coisas, e como o Pai beneficente de todos os seres inteligentes. Não há senão “um único Deus e Pai de todos, que está acima de tudo e em tudo”, e que “é anterior a todas as coisas e em Quem consistem todas as coisas”.

3:5:5 514 As incertezas da vida e as vicissitudes da existência, de nenhuma maneira, contradizem o conceito da soberania universal de Deus. Toda a vida da criatura evolucionária é assediada por certas inevitabilidades. Considerai o seguinte:

3:5:6 515 1. A coragem – a força de caráter – é desejável? Então, o homem deve ser criado em um ambiente que requeira um enfrentamento das dificuldades e uma reação às decepções.

3:5:7 516 2. O altruísmo – o serviço aos semelhantes – é desejável? Então, a experiência de vida deve propiciar-lhe o deparar-se com situações de desigualdade social.

3:5:8 517 3. A esperança – a grandeza da confiança – é desejável? Então a existência humana deve confrontar-se constantemente com inseguranças e incertezas renovadas.

3:5:9 518 4. A fé – a suprema afirmação do pensamento humano – é desejável? Então, a mente humana deve ser colocada frente a grandes dificuldades, nas quais sempre sabe menos do que pode crer.

3:5:10 519 5 . O amor à verdade e a disposição de ir até onde quer que esse amor conduza são desejáveis? Então, o homem deve crescer em um mundo no qual o erro esteja presente e a falsidade seja sempre possível.

3:5:11 5110 6. O idealismo – um conceito muito próximo do divino – é desejável? Então, o homem deve labutar em um ambiente de relativa bondade e beleza, em cercanias que estimulem a busca incontida de coisas melhores.

3:5:12 5111 7. A lealdade – a devoção ao dever mais elevado – é desejável? Então, o homem deve continuar indo em frente, apesar de rodeado de possibilidades de traição e deserção. O valor da devoção ao dever advém do perigo implícito de fracasso.

3:5:13 5112 8. O desapego – o espírito do auto-esquecimento – é desejável? Então, o homem mortal deve viver frente a frente com o incessante clamor de um ego inescapável, que exige reconhecimento e honras. O homem não poderia escolher, de um modo dinâmico, a vida divina, se não existisse uma vida do ego à qual renunciar. O homem não poderia nunca se aferrar à salvação, na retidão, se não houvesse nenhum mal em potencial exaltando e diferenciando o bem, por contraste.

3:5:14 5113 9. O prazer – a satisfação da felicidade – é desejável? Então, o homem deve viver em um mundo no qual a alternativa da dor e a probabilidade do sofrimento sejam possibilidades experimentáveis sempre presentes.

3:5:15 521 Em todo o universo, cada unidade é considerada como uma parte do todo. A sobrevivência da parte depende da cooperação com o plano e o propósito do todo: o desejo, de todo coração, e uma perfeita disposição para fazer a vontade divina do Pai. O único mundo evolucionário sem erro (sem a possibilidade de um juízo pouco sábio) seria um mundo sem inteligência livre. No universo de Havona, há um bilhão de mundos perfeitos, com os seus habitantes perfeitos; mas o homem em evolução deve ser falível, se houver de ser livre. A inteligência livre e inexperiente não pode ser, certamente, de início, uniformemente sábia. A possibilidade do juízo errôneo (o mal) transforma-se em pecado apenas quando a vontade humana endossa, conscientemente, e adota, de propósito, um juízo deliberadamente imoral.

3:5:16 522 A apreciação plena da verdade, da beleza e da bondade é inerente à perfeição do universo divino. Os habitantes dos mundos de Havona não necessitam do potencial de níveis relativos de valores, como um estímulo à escolha; esses seres perfeitos são capazes de identificar e de escolher o bem, ainda que na ausência de situações morais contrastantes e que os obriguem a pensar. Todos esses seres perfeitos são o que são, contudo, pela sua natureza moral e status espiritual, em virtude do fato de simplesmente existirem. Eles conquistam experiencialmente um avanço, mas apenas dentro do seu estado inerente; ao passo que o homem mortal ganha, inclusive, o seu status de candidato à ascensão, por meio da sua própria fé e esperança. Tudo que a mente humana alcança de divino, e tudo que a alma humana adquire, é uma conquista da experiência; é uma realidade da experiência pessoal e, portanto, uma posse única, em contraste com a inerente bondade e retidão das personalidades de Havona não sujeitas ao erro.

3:5:17 523 As criaturas de Havona são naturalmente valentes, mas não são corajosas, no sentido humano. Elas são inatamente gentis e deferentes, mas dificilmente são altruístas à maneira humana. Têm a expectativa de um futuro agradável, mas não são esperançosas de um modo especial, como o mortal confiante das esferas evolucionárias incertas. Elas têm fé na estabilidade do universo, mas estão longe de conhecer aquela fé salvadora, por meio da qual o mortal ascende, desde o seu status de animal até os portais do Paraíso. Elas amam a verdade, mas não conhecem as qualidades redentoras dela. São idealistas, mas nasceram assim; elas ignoram inteiramente o êxtase de chegar a sê-lo por um ato de escolha vivificante. São leais, mas nunca experimentaram a emoção da devoção inteligente e sincera ao dever cumprido, enfrentando a tentação de descumpri-lo. Não têm egoísmo, mas nunca chegaram a esse nível de experiência por meio da conquista magnífica de um ego beligerante. Elas desfrutam do prazer, mas desconhecem a doçura do prazer de escapar do potencial da dor.

6. A PRIMAZIA DO PAI


3:6:1 524 Com o altruísmo divino e uma consumada generosidade, o Pai Universal despoja-se da autoridade e delega o poder, mas ainda assim permanece primordial; a Sua mão repousa sobre a poderosa alavanca das circunstâncias, nos domínios universais. Ele reservou para Si todas as decisões finais e, de forma infalível, maneja o cetro Todo-Poderoso do veto do Seu propósito eterno, com uma autoridade indiscutível, sobre o bem-estar e o destino da imensa criação, que sempre gira em um círculo ascendente.

3:6:2 525 A soberania de Deus é ilimitada; é o fato fundamental de toda criação. O universo não era inevitável. O universo não é um acidente, nem existe por si próprio. O universo é uma obra de criação e, portanto, está totalmente sujeito à vontade do Criador. A vontade de Deus é a verdade divina e o amor vivo; por conseguinte as criações, dos universos evolucionários, em perfeccionamento, são caracterizadas pela bondade – a proximidade da divindade –; e pela maldade potencial – o distanciamento da divindade.

3:6:3 531 Toda filosofia religiosa, mais cedo ou mais tarde, chega ao conceito de uma lei unificada a reger o universo, de um único Deus. As causas do universo não podem ser inferiores aos efeitos do universo. A fonte do caudal de vida no universo e da mente cósmica deve estar acima dos seus níveis de manifestação. A mente humana não pode ser explicada, de um modo consistente, nos termos das ordens inferiores de existência. A mente do homem só pode ser verdadeiramente compreendida quando se reconhece a realidade das ordens mais elevadas de pensamento e de vontade propositada. O homem torna-se inexplicável, como ser moral, a menos que a realidade do Pai Universal seja reconhecida.

3:6:4 532 O filósofo mecanicista professa rejeitar a idéia de uma vontade universal e soberana, essa mesma vontade soberana, cuja atividade, de elaboração das leis universais, ele reverencia tão profundamente. Que homenagem não é prestada, de um modo não intencional, ao Criador das leis, quando o mecanicista concebe que tais leis são atuantes e explicativas por si mesmas!

3:6:5 533 É um erro grosseiro humanizar a Deus, exceto no conceito do Ajustador do Pensamento residente, mas mesmo isso ainda não é um erro tão crasso quanto mecanizar completamente a idéia da Primeira Grande Fonte e Centro.

3:6:6 534 Será que o Pai do Paraíso sofre? Eu não sei. Os Filhos Criadores podem e certamente sofrem, algumas vezes, da mesma forma que os mortais. O Filho Eterno e o Espírito Infinito sofrem, em um sentido modificado. Penso que o Pai Universal possa sofrer, mas não posso entender como; talvez por meio do circuito da personalidade, ou através da individualidade dos Ajustadores do Pensamento e das outras outorgas da Sua natureza eterna. Ele disse às raças mortais: “Com todas as vossas aflições, aflijo-Me”. Sem dúvida Ele experimenta um sentimento de paternidade e simpatia compreensiva; Ele pode sofrer verdadeiramente, mas não compreendo a natureza desse sofrer.

3:6:7 535 O Soberano eterno e infinito, do universo dos universos, é poder, forma, energia, processo, modelo, princípio, presença e realidade idealizada. No entanto Ele é mais; Ele é pessoal; Ele exerce uma vontade soberana, e experiencia a autoconsciência da divindade, Ele executa os mandatos de uma mente criadora, busca a satisfação da realização de um propósito eterno, e manifesta o amor e o afeto de Pai pelos Seus filhos do universo. E todos esses traços mais pessoais do Pai podem ser mais bem entendidos, quando são observados do modo como foram revelados na vida auto-outorgada de Michael, o vosso Filho Criador, enquanto esteve encarnado em Urântia.

3:6:8 536 Deus, o Pai, ama os homens; Deus, o Filho, serve aos homens; Deus, o Espírito, inspira os filhos do universo, na sua aventura sempre ascendente ao encontro de Deus, o Pai, pelos meios ordenados por Deus, os Filhos, por meio do ministério da graça de Deus, o Espírito.

3:6:9 537 [Sendo o Conselheiro Divino designado para a apresentação da revelação do Pai Universal, eu continuei realizando esta declaração sobre os atributos da Deidade.]

DOCUMENTO 4

A RELAÇÃO DE DEUS COM O UNIVERSO
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O Pai Universal tem um propósito eterno em relação aos fenômenos materiais, intelectuais e espirituais do universo dos universos, propósito este que Ele está cumprindo ao longo de todo o tempo. Deus criou os universos pela Sua própria vontade, livre e soberana, e criou-os de acordo com o Seu propósito onisciente e eterno. É questionável que alguém, exceto as Deidades do Paraíso e os Seus coligados mais elevados, realmente saiba muita coisa sobre o propósito eterno de Deus. Até mesmo os cidadãos excelsos do Paraíso têm opiniões bastante diversas sobre a natureza do propósito eterno das Deidades.

4:0:2 542 É fácil deduzir que o propósito de criar o universo central perfeito de Havona foi puramente uma satisfação de natureza divina. Havona pode servir como modelo original de criação para todos os outros universos e como aprendizado final para os peregrinos do tempo, no seu caminho para o Paraíso; contudo, essa criação tão superna deve existir fundamentalmente para o prazer e a satisfação dos Criadores perfeitos e infinitos.

4:0:3 543 O plano assombroso de aperfeiçoamento dos mortais evolucionários e, uma vez que hajam alcançado o Paraíso e os Corpos da Finalidade, a fim de prover-lhes o preparo posterior para alguma tarefa futura não revelada, com efeito, parece ser, no presente, uma das principais preocupações dos sete superuniversos e das suas numerosas subdivisões; entretanto, esse esquema de ascensão para espiritualizar e aperfeiçoar os mortais do tempo e do espaço não é, de forma alguma, a ocupação exclusiva das inteligências do universo. Há, de fato, muitas outras metas fascinantes que ocupam o tempo e canalizam as energias das hostes celestes.

1. A ATITUDE DO PAI PARA COM O UNIVERSO


4:1:1 544 Durante muitas épocas, os habitantes de Urântia têm interpretado erroneamente a providência de Deus. Há uma providência divina operando no vosso mundo, mas ela não é o ministério material, pueril e arbitrário que muitos mortais conceberam que fosse. A providência de Deus consiste nas atividades entrelaçadas dos seres celestes e dos espíritos divinos, os quais, de acordo com as leis cósmicas, trabalham incessantemente para a honra de Deus e para o avanço espiritual dos Seus filhos no universo.

4:1:2 545 Acaso não podeis avançar no vosso conceito do trato de Deus com o homem, até aquele nível no qual reconhecereis que a palavra de ordem do universo deve ser progresso? Durante longas idades, a raça humana tem lutado para chegar ao seu estado atual. Ao longo de todos esses milênios, a Providência tem colocado em prática o plano de evolução progressiva. Esses dois pensamentos não são opostos na prática, apenas na concepção errônea dos homens. A Providência divina não se alinha em oposição ao verdadeiro progresso humano, seja ele temporal, seja espiritual. A Providência é sempre coerente com a natureza imutável e perfeita do Legislador supremo.

4:1:3 551 “Deus é fiel” e “todos os Seus mandamentos são justos”. “A Sua constância está estabelecida nos próprios céus. ” “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra estabeleceu-se nos céus. A Tua fidelidade é para todas as gerações; Tu estabeleceste a Terra e ela permanece. ” “Ele é um Criador merecedor de fé. ”

4:1:4 552 Não há limites para as forças e personalidades que o Pai pode usar para manter o Seu propósito e sustentar as Suas criaturas. “O Deus eterno é O nosso refúgio, e por debaixo Ele mantém os Seus braços perpétuos. ” “Ele, que mora no lugar secreto do Altíssimo, habitará sob a sombra do Todo-Poderoso. ” “Olhai, Aquele que nos guarda não cochilará nem adormecerá. ” “Sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus”, “pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e os Seus ouvidos abertos às preces deles”.

4:1:5 553 Deus sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder”. E mundos novos nascem, quando Ele “envia espaço afora os Seus Filhos, e os mundos são criados”. Deus não apenas os cria, mas “preserva-os todos”. Deus sustenta constantemente todas as coisas materiais e todos os seres espirituais. Os universos são eternamente estáveis. A estabilidade se sustenta em meio à instabilidade aparente. Existem uma ordem e uma segurança subjacentes, em meio às perturbações da energia e aos cataclismos físicos nos domínios estelares.

4:1:6 554 O Pai Universal não Se retirou da administração dos universos; Ele não é uma Deidade inativa. Se Deus deixasse de ser o sustentador sempre presente de toda a criação, um colapso universal ocorreria imediatamente. Fora de Deus, não haveria uma coisa tal como a realidade. Neste momento mesmo, bem como durante eras remotas no passado e no futuro eterno, Deus continua como o sustentador. O alcance divino estende-se ao redor do círculo da eternidade. Não se dá corda ao universo como a um relógio, para que funcione por um tempo até cessar de funcionar; todas as coisas estão sendo constantemente renovadas. O Pai distribui incessantemente a energia, a luz e a vida. O trabalho de Deus é tão real e prático quanto espiritual. “Ele estende o norte sobre o espaço vazio e suspende a Terra sobre o nada. ”

4:1:7 555 Um ser da minha ordem pode descobrir a harmonia última e detectar uma coordenação profunda e ampla nos assuntos rotineiros da administração do universo. Muito do que parece ser desconectado e fortuito, para a mente mortal, mostra-se ordenado e construtivo à minha compreensão. No universo, entretanto, ocorrem muitas coisas que eu não compreendo plenamente. Por muito tempo tenho estudado as forças, as energias, as mentes, as morôncias, os espíritos e as personalidades reconhecidas dos universos locais e superuniversos, e por isso tenho uma certa familiaridade com eles. Possuo uma compreensão geral de como essas agências e personalidades operam; e estou intimamente familiarizado com os trabalhos das inteligências espirituais dignas de crédito no grande universo. Apesar do conhecimento que tenho dos fenômenos dos universos, vejo-me constantemente confrontado por reações cósmicas que não posso penetrar inteiramente. Eu deparo continuamente com conspirações aparentemente fortuitas, tecidas por uma interação de forças, energias, intelectos e espíritos, que não consigo explicar de maneira satisfatória.

4:1:8 556 Considero-me inteiramente competente para descrever e analisar como operam todos os fenômenos resultantes diretamente das ações do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e, em grande parte, da Ilha do Paraíso. O que causa a minha perplexidade é deparar com o que parece ser o desempenho dos Seus coordenados misteriosos, os três Absolutos de potencialidade. Esses Absolutos parecem suplantar a matéria, transcender a mente e sobrepujar-se ao espírito. Fico constantemente confuso, e muitas vezes perplexo, com a minha incapacidade de compreender essas transações complexas que atribuo às presenças e à atuação do Absoluto Inqualificável, do Absoluto da Deidade e do Absoluto Universal.

4:1:9 561 Esses Absolutos devem ser as presenças não totalmente reveladas no amplo universo que, nos fenômenos de potência do espaço e na função de outros superúltimos, tornam impossível aos físicos, filósofos ou mesmo aos religiosos predizer, com certeza, como as fontes primordiais de força, conceito e espírito responderão às exigências feitas em uma situação complexa de realidade, envolvendo ajustes supremos e valores últimos.

4:1:10 562 Há também uma unidade orgânica, nos universos do tempo e do espaço, que parece respaldar toda a tessitura dos eventos cósmicos. Essa presença viva do Ser Supremo em evolução, essa Imanência do Incompleto Projetado, é inexplicavelmente manifestada de quando em quando por meio daquilo que parece ser uma coordenação assombrosamente fortuita de acontecimentos cósmicos aparentemente desconectados. Essa deve ser a função da Providência – o âmbito do Ser Supremo e do Agente Conjunto.

4:1:11 563 Estou inclinado a acreditar que é esse controle vasto e geralmente irreconhecível, de coordenação e de interassociação, de todas as fases e formas da atividade universal, que causa uma mescla tão variada, tão aparente e incorrigivelmente confusa, de fenômenos físicos, mentais, morais e espirituais que, de um modo tão inequívoco, trabalham para a glória de Deus e para o bem de homens e anjos.

4:1:12 564 Mas, em um sentido mais amplo, os “acidentes” aparentes do cosmo são indubitavelmente uma parte do drama finito da aventura tempo-espacial do Infinito, na sua eterna manipulação dos Absolutos.

2. DEUS E A NATUREZA


4:2:1 565 A natureza é, em um sentido limitado, a vestimenta física de Deus. A conduta, ou a ação de Deus qualifica-se e modifica-se provisionalmente pelos planos experimentais, pelos modelos evolucionários de um universo local, constelação, sistema ou planeta. Deus atua de acordo com uma lei bem definida, invariável e imutável, em todo o amplo e vasto universo-mestre; mas Ele modifica os modelos da Sua ação, de modo a contribuir para a conduta coordenada e equilibrada de cada universo, constelação, sistema, planeta e personalidade, de acordo com os objetivos, metas e planos locais dos projetos finitos para o desdobramento evolucionário.

4:2:2 566 Por conseguinte, a natureza, como o homem mortal a compreende, representa o fundamento de respaldo e o suporte fundamental para uma Deidade imutável e para as suas leis invariáveis, que se modificam, que flutuam e que passam por transtornos devido ao funcionamento local dos planos, propósitos, modelos e condições inauguradas e levadas adiante pelas forças e personalidades do universo local, da constelação, do sistema e dos planetas. Por exemplo: as leis de Deus, tais como ordenadas em Nebadon, foram modificadas pelos planos estabelecidos pelo Filho Criador e pelo Espírito Criativo desse universo local; e, além de tudo isso, a operação dessas leis foi ainda ulteriormente influenciada pelos erros, falhas e insurreições de alguns seres residentes no vosso planeta e pertencentes diretamente ao vosso sistema planetário de Satânia.

4:2:3 567 A natureza é uma resultante, no tempo-espaço, de dois fatores cósmicos: primeiro, a imutabilidade, a perfeição e a retidão da Deidade do Paraíso; e, segundo, os planos experimentais, os tropeços nas execuções, os erros de insurreições, a incompletude no desenvolvimento e a imperfeição de sabedoria das criaturas exteriores ao Paraíso, das mais altas às mais baixas. A natureza, portanto, traz um vínculo de perfeição, uniforme, imutável, majestoso e maravilhoso, que vem do círculo da eternidade; mas, em cada universo, planeta e vida individual, essa natureza é modificada, qualificada e desfigurada casualmente pelos atos, erros e deslealdades das criaturas dos sistemas e dos universos evolucionários; e é por isso que a natureza tem sempre o ânimo mutável e caprichoso, se bem que estável, no fundo, e que varia de acordo com os procedimentos vigentes em cada universo local.

4:2:4 571 A natureza é a perfeição do Paraíso dividida pela incompletude, pelo mal e o pecado dos universos inacabados. Esse quociente expressa, assim, tanto do perfeito quanto do parcial, tanto do eterno quanto do temporal. A evolução contínua modifica a natureza fazendo aumentar o seu conteúdo de perfeição do Paraíso e reduzindo o conteúdo de mal, de erro e de desarmonia da realidade relativa.

4:2:5 572 Deus não está pessoalmente presente na natureza, nem em nenhuma das forças da natureza, pois o fenômeno da natureza é uma superimposição das imperfeições da evolução progressiva e, algumas vezes, das conseqüências da rebelião insurrecionária, sobre os fundamentos provenientes do Paraíso, da lei universal de Deus. Do modo como se apresenta em um mundo, tal como o de Urântia, a natureza jamais pode ser a expressão adequada, a verdadeira representação, o retrato fiel de um Deus infinito e onisciente.

4:2:6 573 A natureza, no vosso mundo, é uma requalificação estipulada das leis da perfeição, feita pelos planos evolucionários do universo local. Que farsa é adorar a natureza porque esteja penetrada por Deus, pois ela o está de um modo limitado e restritivo, porque é apenas uma fase do poder universal e, portanto, do poder divino! A natureza também é uma manifestação do inacabado, do incompleto, das elaborações imperfeitas do desenvolvimento, do crescimento e do progresso de um universo experimental, em evolução cósmica.

4:2:7 574 Os defeitos aparentes do mundo natural não indicam quaisquer defeitos correspondentes no caráter de Deus. As imperfeições observadas são meramente as interrupções momentâneas inevitáveis na projeção de um filme sempre em movimento, que é a infinitude. E são essas mesmas interrupções defeituosas, da perfeição em continuidade, que possibilitam à mente finita do homem material captar uma visão fugaz da realidade divina no tempo e no espaço. As manifestações materiais da divindade parecem defeituosas à mente evolucionária do homem, apenas porque o homem mortal insiste em uma visão dos fenômenos da natureza por meio dos seus olhos naturais; pela visão humana não ajudada pela mota moroncial; nem por meio da revelação, que é a substituta compensatória da mota nos mundos do tempo.

4:2:8 575 E a natureza está desfigurada: a sua face de beleza tem cicatrizes, as suas feições ficaram murchas com a rebelião, pela conduta errônea, pelo pensamento desviado das miríades de criaturas que são uma parte da natureza, mas que têm contribuído para a sua desfiguração no tempo. Não, a natureza não é Deus. A natureza não é um objeto de adoração.

3. O CARÁTER IMUTÁVEL DE DEUS


4:3:1 576 Por um tempo grande demais o homem pensou em Deus como um ser semelhante a si próprio. Deus não tem, nunca teve e nunca terá rivalidade ou ciúme do homem, nem de qualquer outro ser no universo dos universos. Sabendo que o Filho Criador pretendia que o homem fosse a obra-prima da criação planetária, que fosse o soberano da Terra inteira, quando Deus teve a visão do homem sendo dominado pelas suas próprias paixões mais baixas, e viu o espetáculo da Sua criatura prostrada diante de ídolos de madeira, de pedra, de ouro, e diante da própria ambição egoísta – essas cenas sórdidas levaram Deus e os Seus Filhos a tomar-Se de zelo e de cuidado pelo homem, mas nunca por rivalidade nem por ciúme do homem.

4:3:2 577 O Deus eterno é incapaz de ira ou de raiva, no sentido que essas emoções humanas têm e como o homem entende tais reações. Esses sentimentos são mesquinhos e desprezíveis; são indignos de serem chamados até de humanos e mais ainda de divinos; e tais atitudes são totalmente alheias à natureza perfeita e ao caráter pleno de graça do Pai Universal.

4:3:3 581 Uma parte muito grande da dificuldade que os mortais de Urântia têm de compreender Deus deve-se às conseqüências, de longo alcance, da rebelião de Lúcifer e da traição de Caligástia. Em mundos não segregados pelo pecado, as raças evolucionárias são capazes de formular idéias muito melhores do Pai Universal, pois os seus conceitos sofrem menos distorções, confusões e deturpações.

4:3:4 582 Deus não se arrepende de nada que haja feito, que agora faça ou que venha um dia a fazer. Ele é onisciente, bem como onipotente. A sabedoria do homem vem das provações e dos erros da experiência humana; a sabedoria de Deus consiste na perfeição inqualificável, ou ilimitada, do Seu discernimento universal infinito e irrestrito; e esse pré-conhecimento efetivamente dirige o Seu livre-arbítrio criador.

4:3:5 583 O Pai Universal nunca faz nada que cause dor ou arrependimento subseqüentes. Mas as criaturas volitivas, planejadas e feitas pelas Suas personalidades Criadoras, nos universos remotos, pela própria escolha desafortunada dessas criaturas, algumas vezes, causam emoções de pesar divino nas personalidades dos seus pais Criadores. Todavia, embora o Pai não cometa erros, nem abrigue arrependimentos, ou experimente o pesar, Ele é um Ser que tem uma afeição de Pai, e o Seu coração fica pesaroso, sem dúvida, quando os Seus filhos falham em atingir os níveis espirituais que seriam capazes de alcançar, com a assistência que foi tão livremente provida pelos planos da realização espiritual e pelas políticas de ascensão dos mortais nos universos.

4:3:6 584 A infinita bondade do Pai está além da compreensão da mente finita do tempo; por isso é que deve haver sempre uma forma de contraste com o mal comparativo (não o pecado) para a exibição efetiva de todas as fases da bondade relativa. A perfeição da bondade divina pode ser discernida pela intuição mortal imperfeita apenas porque ela se destaca, por contraste, da imperfeição relativa das relações entre o tempo e a matéria, nos movimentos do espaço.

4:3:7 585 O caráter de Deus é infinitamente supra-humano; e é por isso que essa natureza da divindade deve ser personalizada, como o é, nos Filhos divinos, antes que possa ser captada com a fé, pela mente finita do homem.

4. COMO COMPREENDER DEUS


4:4:1 586 Deus é o único ser estacionário, autocontido e imutável em todo o universo dos universos e para quem não há um lado exterior além, nem passado, nem futuro. Deus é energia com um propósito (o espírito criador) e vontade absoluta, atributos que são auto-existentes e universais.

4:4:2 587 Posto que Deus existe por si próprio, Ele é absolutamente independente. A própria identidade de Deus é inimiga da mudança. “Eu, o Senhor, não mudo. ” Deus é imutável; mas, até que vós tenhais alcançado o status do Paraíso, não podeis nem mesmo começar a entender como Deus pode passar da simplicidade à complexidade, da identidade à variação, da quiescência ao movimento, da infinitude à finitude, do divino ao humano e da unidade à dualidade, e, desta, à trindade. E Deus pode, assim, modificar as manifestações da sua absolutez, pois a imutabilidade divina não implica a imobilidade; Deus tem vontade – Ele é a vontade.

4:4:3 588 Deus é o Ser da autodeterminação absoluta, não há limites para as Suas reações no universo, exceto aqueles que são auto-impostos, e os Seus atos de livre-arbítrio são condicionados apenas por aquelas qualidades divinas e atributos perfeitos que caracterizam inerentemente a Sua natureza eterna. Portanto, Deus está relacionado ao universo como o Ser de bondade final e, ainda, de vontade livre de infinitude criadora.

4:4:4 589 O Pai-absoluto é o criador do universo central e perfeito e o Pai de todos os outros Criadores. Deus compartilha a personalidade, a bondade e inúmeras outras características, com o homem e outros seres; a infinitude da vontade, entretanto, é apenas Dele. Deus é limitado, nos Seus atos criadores, apenas pelos sentimentos da Sua natureza eterna e pelos ditames da Sua sabedoria infinita. Deus pessoalmente escolhe apenas aquilo que é infinitamente perfeito, daí a perfeição superna do universo central; e, embora os Filhos Criadores compartilhem plenamente a Sua divindade e até mesmo algumas fases da Sua absolutez, eles não estão completamente orientados por aquela finalidade de sabedoria que dirige a infinitude da vontade do Pai. E por isso, na ordem de filiação dos Michaéis, o livre-arbítrio criador torna-se mais ativo, mais plenamente divino, e quase último, se não absoluto mesmo. O Pai é infinito e eterno, mas negar a possibilidade da Sua autolimitação volitiva equivaleria a negar o próprio conceito de absolutez da Sua vontade.

4:4:5 591 A absolutez de Deus permeia todos os sete níveis da realidade universal. E a totalidade da Sua natureza absoluta está sujeita à relação do Criador com a Sua família de criaturas no universo. A precisão pode caracterizar a justiça trinitária no universo dos universos, mas em todo o Seu vasto relacionamento familiar, com as criaturas do tempo, o Deus dos universos Se pauta pelo sentimento divino. Em primeiro e último lugares – eternamente –, o Deus infinito é um Pai. Entre todos os títulos possíveis pelos quais Ele poderia ser conhecido apropriadamente, fui instruído a retratar o Deus de toda criação como o Pai Universal.

4:4:6 592 Em Deus, o Pai, os atos do livre-arbítrio não são regidos pelo poder, nem guiados apenas pelo intelecto; a personalidade divina é definida como consistindo no espírito e manifestando a Si próprio aos universos como amor. Portanto, em todas as Suas relações pessoais, com as personalidades criaturas dos universos, a Primeira Fonte e Centro é sempre e de forma coerente um Pai amoroso. Deus é um Pai, no sentido mais elevado do termo. Ele está eternamente motivado pelo idealismo perfeito do amor divino; e essa natureza terna encontra a Sua mais forte expressão e a maior satisfação em amar e ser amada.

4:4:7 593 Para a ciência, Deus é a Primeira Causa; para a religião, o Pai universal pleno de amor; para a filosofia, o único Ser que existe por Si próprio, não dependendo de nenhum outro ser para existir; e, magnanimamente, Ele confere realidade de existência a todas as coisas e a todos os outros seres. Contudo, torna-se necessária a revelação, para mostrar que a Primeira Causa da ciência e a Unidade auto-existente da filosofia são o mesmo Deus da religião, pleno de misericórdia e bondade, e comprometido em efetivar a sobrevivência eterna dos Seus filhos da Terra.

4:4:8 594 Nós almejamos o conceito do infinito, mas adoramos a idéia-experiência de Deus, a nossa capacidade de captar, em qualquer tempo e qualquer lugar, os fatores da personalidade e da divindade dentro do nosso mais elevado conceito de Deidade.

4:4:9 595 A consciência de uma vida humana vitoriosa, na Terra, nasce daquela fé do ser criado a qual se atreve a desafiar cada episódio recorrente da existência, quando se defronta com o espetáculo pavoroso das limitações humanas, por meio da afirmação infalível: ainda que eu não possa fazer isso, em mim vive alguém que pode e que irá fazê-lo, uma parte do Pai-Absoluto do universo dos universos. E essa é “a vitória que conquista o mundo, é a vossa própria fé”.

5. IDÉIAS ERRÔNEAS SOBRE DEUS


4:5:1 596 A tradição religiosa é o registro, imperfeitamente preservado, das experiências dos homens sabedores de Deus das eras passadas; contudo, tais registros não são confiáveis como guias para a vida religiosa, nem como fonte de informação verdadeira sobre o Pai Universal. Tais crenças antigas têm sido invariavelmente alteradas pelo fato de o homem primitivo haver sido um elaborador de mitos.

4:5:2 601 Em Urântia, uma das fontes principais de confusão, a respeito da natureza de Deus, provém do fato de que os vossos livros sagrados não foram capazes de distinguir claramente as personalidades da Trindade do Paraíso, entre elas próprias; nem entre a Deidade do Paraíso e os criadores e administradores do universo local. Durante as dispensações passadas, de entendimento parcial, os vossos sacerdotes e profetas não conseguiram estabelecer com clareza as diferenças entre os Príncipes Planetários, os Soberanos dos Sistemas, os Pais da Constelação, os Filhos Criadores, os Governantes dos Superuniversos, o Ser Supremo e o Pai Universal. Muitas das mensagens de personalidades subordinadas, tais como os Portadores da Vida e várias ordens de anjos, têm sido apresentadas, nos vossos registros, como sendo provenientes do próprio Deus. O pensamento religioso de Urântia ainda confunde as personalidades coligadas da Deidade com o próprio Pai Universal, de maneira a dar a todos um mesmo nome.

4:5:3 602 O povo de Urântia continua a sofrer a influência de conceitos primitivos de Deus. Os deuses desencadeados na tormenta, que sacodem a Terra na sua cólera e que derrubam os homens na sua ira, os que infligem o seu julgamento descontente na forma de penúria e de enchentes – estes são os deuses da religião primitiva, não são os Deuses que vivem nos universos e que os governam. Tais conceitos são uma relíquia dos tempos em que os homens supunham que o universo estivesse sob o domínio e o controle dos caprichos de tais deuses imaginários. O homem mortal, entretanto, está começando a dar-se conta de que vive em um reino de relativa lei e ordem, no que diz respeito às políticas administrativas e à conduta dos Criadores Supremos e dos Controladores Supremos.

4:5:4 603 A idéia bárbara de apaziguar a um Deus irado, fazendo propiciações para um Senhor ofendido, tentando ganhar os favores da Deidade; e tudo isso por meio de sacrifícios e de penitências, ou mesmo pelo derramamento de sangue, é sinal de uma religião totalmente pueril e primitiva, de uma filosofia indigna de uma era esclarecida pela ciência e pela verdade. Tais crenças são extremamente repulsivas aos seres celestes e aos governantes divinos que servem e reinam nos universos. É uma afronta a Deus acreditar, sustentar ou ensinar que o sangue inocente deve ser derramado com a finalidade de conquistar os Seus favores ou de conjurar uma ira divina fictícia.

4:5:5 604 Os hebreus acreditavam que “sem derramamento de sangue não haveria remissão do pecado”. Eles não se haviam libertado da velha idéia pagã de que os Deuses não poderiam ser apaziguados a não ser pela visão do sangue, embora Moisés tenha trazido um claro avanço quando proibiu os sacrifícios humanos e os substituiu, na mente primitiva dos beduínos infantis que o seguiam, pelo sacrifício cerimonial de animais.

4:5:6 605 A outorga de si próprio, feita por um Filho do Paraíso, no vosso mundo, foi inerente à situação de fechamento de uma era planetária. Não que tenha sido necessária ao propósito de ganhar os favores de Deus, e sim porque era inevitável. Essa doação de si próprio também aconteceu como ato pessoal final de um Filho Criador, na longa aventura de alcançar a soberania experiencial do seu universo. Que distorção do caráter infinito de Deus não é o ensinamento de que o Seu coração paternal, em Sua suposta frieza e dureza austeras, não era tocado pelos sofrimentos e infortúnios das Suas criaturas, de que a Sua misericórdia terna não seria distribuída senão quando Ele visse o Seu Filho inocente sangrando e morrendo na cruz no Calvário!

4:5:7 606 Mas os habitantes de Urântia hão de libertar-se dos erros antigos e das superstições pagãs, a respeito da natureza do Pai Universal. A revelação da verdade sobre Deus está surgindo, e a raça humana está destinada a conhecer o Pai Universal, em toda a beleza de caráter e graça de atributos que o Filho Criador tão magnificamente descreveu, ao residir em Urântia, como o Filho do Homem e o Filho de Deus.

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DOCUMENTO 5

A RELAÇÃO DE DEUS COM O INDIVÍDUO
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Se a mente finita do homem é incapaz de compreender de que modo um Deus tão grande e majestoso, como o Pai Universal, pode descer da Sua morada eterna na perfeição infinita para confraternizar com a criatura individual humana, então esse intelecto finito deve depositar a sua segurança, de comunhão divina, na verdade do fato de que um fragmento real do Deus vivo reside no intelecto de cada mortal urantiano de mente normal e de consciência moral. Os Ajustadores do Pensamento residentes são uma parte da Deidade eterna do Pai do Paraíso. O homem não tem de ir além da própria experiência interior de contemplação, da presença da realidade espiritual na sua própria alma, para encontrar Deus e tentar a comunhão com Ele.

5:0:2 622 Deus distribuiu a infinitude da Sua natureza eterna, entre as realidades existenciais dos Seus seis absolutos coordenados, mas Ele pode, em qualquer momento, fazer contato pessoal direto com qualquer parte, fase, ou espécie de criação, por meio da atuação dos Seus fragmentos pré-pessoais. E o Deus eterno reservou também, a Si próprio, a prerrogativa de outorgar personalidade aos Criadores Divinos e às criaturas viventes dos universos dos universos; e Ele Se reservou, além disso, a prerrogativa de manter um contato direto e parental com todos esses seres pessoais, por meio do circuito da personalidade.

1. O CAMINHO ATÉ DEUS


5:1:1 623 A incapacidade da criatura finita de chegar até o Pai infinito é inerente, não ao retraimento do Pai, mas à finitude e limitações materiais dos seres criados. A magnitude da diferença espiritual entre a mais alta personalidade em existência do universo e o mais baixo grupo de inteligências criadas, é inconcebível. Ainda que fosse possível às ordens mais baixas de inteligências serem transportadas instantaneamente até a própria presença do Pai, elas não saberiam que estariam junto Dele. Seriam tão insensíveis à presença do Pai Universal, quanto o são agora. O homem mortal tem diante de si um caminho longo, muito longo mesmo, a ser percorrido, antes de poder, de uma forma consistente e dentro dos domínios do possível, pedir o seu salvo-conduto para estar na presença do Pai Universal, no Paraíso. Espiritualmente, o homem deve ser transladado muitas vezes, antes que possa atingir um plano que lhe permita ter um descortínio espiritual tal que o capacite a ver ao menos um dos Sete Espíritos Mestres.

5:1:2 624 O nosso Pai não se esconde; Ele não se encontra em reclusão proposital. Ele mobilizou os recursos da sabedoria divina, em um esforço sem fim, para revelar a Si próprio aos filhos, nos Seus domínios dos universos. Uma grandeza infinita e uma generosidade inexprimível estão ligadas à majestade do Seu amor, que O leva a almejar a associação com todos os seres criados, capazes de compreendê-Lo, amá-Lo, ou aproximar-se Dele; e, portanto, são as limitações inerentes a vós que não se separam da vossa personalidade finita e da vossa existência material, que determinam o tempo, o lugar e as circunstâncias pelas quais podeis realizar a meta da jornada da ascensão mortal, para chegar à presença do Pai no centro de todas as coisas.

5:1:3 631 Embora a ida até a presença do Pai no Paraíso deva esperar que tenhais alcançado os níveis finitos mais elevados da progressão do espírito, vós deveríeis rejubilar-vos com o reconhecimento da possibilidade, sempre presente, de comunhão imediata com o espírito outorgado do Pai, que está associado tão intimamente à vossa alma interior e ao vosso eu em constante espiritualização.

5:1:4 632 Os mortais dos reinos do tempo e do espaço podem diferir muito pelas capacidades inatas e dons intelectuais, podem desfrutar de ambientes excepcionalmente favoráveis ao avanço social e ao progresso moral, ou podem padecer da falta de qualquer ajuda humana à cultura e a supostos avanços, nas artes da civilização; no entanto, as possibilidades de progresso espiritual, na carreira ascensional, são iguais para todos. Graus crescentes de discernimento espiritual e dos significados cósmicos são conquistados de um modo inteiramente independente de todas as diferenças sociomorais entre os ambientes materiais diversificados dos mundos evolucionários.

5:1:5 633 Conquanto os mortais de Urântia possam diferir, pelos seus dons e oportunidades intelectuais, sociais, econômicas e até mesmo morais, não vos esqueçais de que a dotação espiritual deles é uniforme e única. Todos desfrutam da mesma presença divina, dádiva do Pai; e todos são igualmente privilegiados, de poder buscar a comunhão pessoal íntima com esse espírito residente de origem divina; e, da mesma forma, todos eles podem igualmente optar por aceitar a liderança espiritual uniforme desses Monitores Misteriosos.

5:1:6 634 Se o homem mortal é motivado espiritualmente, de todo o seu coração, consagrando-se sem reservas a fazer a vontade do Pai, então, desde que ele é, de um modo tão seguro e tão efetivo, dotado espiritualmente com o Ajustador divino residente, não podem deixar de materializar-se, na experiência desse indivíduo, a sublime consciência de conhecer a Deus e a superna certeza da sobrevivência, com o propósito de encontrar Deus por meio da experiência progressiva de se tornar mais e mais como Ele.

5:1:7 635 O homem é espiritualmente residido por um Ajustador do Pensamento, que tem sobrevivência eterna. Se tal mente humana for sincera e espiritualmente motivada, se tal alma humana deseja conhecer a Deus e tornar-se semelhante a Ele, se quiser honestamente fazer a vontade do Pai, não existe influência negativa alguma, de privação mortal, nem poder ativo positivo possível que, possa impedir que essa alma, divinamente motivada, ascenda com segurança aos portais do Paraíso.

5:1:8 636 O Pai deseja que todas as Suas criaturas estejam em comunhão pessoal com Ele. Ele tem, no Paraíso, um lugar para receber todos aqueles cujo status de sobrevivência e a natureza espiritual tornem possível tal realização. Portanto, estabelecei na vossa filosofia, agora e para sempre, que, para cada um de vós e para todos nós, Deus é acessível; o Pai é alcançável, o caminho está aberto; as forças do amor divino e os modos e os meios da administração divina estão todos interligados em um esforço, para facilitar o avanço de cada inteligência merecedora, de todos os universos, até a presença do Pai Universal no Paraíso.

5:1:9 637 O fato de que se leva muito tempo para chegar a Deus não faz com que a presença e a personalidade do Infinito sejam menos reais. A vossa ascensão é uma parte do circuito dos sete superuniversos e, embora, por inúmeras vezes, gireis ao redor dele, vós podereis esperar, em espírito e em status, estar sempre girando para dentro. Vós podeis confiar que sereis transladados de esfera em esfera, dos circuitos exteriores cada vez mais para o centro interior, e não duvideis, algum dia vós estareis diante da presença divina e central e O vereis, figurativamente falando, face a face. É uma questão de atingir níveis espirituais reais e verdadeiros; e esses níveis espirituais são alcançáveis por qualquer ser que tenha sido residido por um Monitor Misterioso e que se tenha, subseqüentemente, fusionado eternamente com esse Ajustador do Pensamento.

5:1:10 641 O Pai não se oculta espiritualmente, mas tantas das Suas criaturas têm escondido a si próprias, nas brumas das suas próprias decisões obstinadas, que num dado momento se encontram separadas da comunhão com o Seu espírito e com o espírito do Seu Filho, pela escolha dos seus próprios caminhos desviados e pela indulgência na auto-afirmação das suas mentes intolerantes e de suas naturezas não-espirituais.

5:1:11 642 O homem mortal pode acercar-se de Deus e pode repetidamente abandonar a vontade divina, desde que conserve o seu poder de escolha. O destino final do homem não está selado, enquanto ele não houver perdido o poder de escolher a vontade do Pai. Nunca há um fechamento do coração do Pai à necessidade e ao pedido dos Seus filhos. São os filhos que fecham os seus corações para sempre ao poder de atração do Pai, até, finalmente e para sempre, perderem o desejo de fazer a Sua divina vontade – de conhecê-Lo e de ser como Ele. Do mesmo modo, o destino eterno do homem fica assegurado quando a fusão com o Ajustador proclama ao universo que tal ser ascendente efetuou a escolha final e irrevogável de viver a vontade do Pai.

5:1:12 643 O grande Deus faz contato direto com o homem mortal e cede uma parte do Seu ser infinito, eterno e incompreensível, para que viva e resida nele. Deus embarcou, junto com o homem, na aventura eterna. Se vós vos renderdes aos guiamentos das forças espirituais, dentro e em torno de vós, não podereis falhar em alcançar o destino elevado, que foi estabelecido pelo Deus pleno de amor, como meta universal para as Suas criaturas ascendentes, dos mundos evolucionários do espaço.

2. A PRESENÇA DE DEUS


5:2:1 644 A presença física do Infinito é a realidade do universo material. A presença da mente da Deidade deve ser determinada, forçosamente, pela profundidade da experiência intelectual individual e pelo nível evolucionário da personalidade. A presença espiritual da Divindade deve, por necessidade, ser diferenciada no universo. É determinada pela capacidade espiritual de receptividade e pelo grau com o qual a criatura consagra a sua vontade de cumprir a vontade divina.

5:2:2 645 Deus vive em cada um dos Seus filhos nascidos do espírito. Os Filhos do Paraíso sempre têm acesso à presença de Deus, “à mão direita do Pai”, e todas as Suas criaturas com personalidade têm acesso ao “seio do Pai”. Isso se refere ao circuito da personalidade, quando, onde e como for contatado ou, de um outro modo, pode referir-se ao contato e à comunhão pessoal e autoconsciente com o Pai Universal, seja na morada central ou em qualquer outro local designado, tal como em uma das sete esferas sagradas do Paraíso.

5:2:3 646 A presença divina, entretanto, não pode ser descoberta em um lugar qualquer da natureza, ou mesmo nas vidas dos mortais conhecedores de Deus, tão plena e certamente quanto o é na vossa busca de comunhão com o Monitor Misterioso residente, o Ajustador do Pensamento, do Paraíso. Que erro é sonhar com Deus, distante nos céus, quando o espírito do Pai Universal vive dentro da vossa própria mente!

5:2:4 647 É por causa desse fragmento de Deus, que reside em vós, que podeis ter a esperança, à medida que progredis na vossa harmonização com os guiamentos espirituais desse Ajustador, de discernir mais completamente a presença e o poder transformador das outras influências espirituais que vos cercam e que se impingem sobre vós, mas que não atuam como uma parte integrante de vós. O fato de que não estejais conscientes intelectualmente do contato estreito e íntimo com o Ajustador residente, não contradiz, no que quer que seja, essa experiência tão elevada. A prova da fraternidade com o Ajustador divino consiste integralmente na natureza e extensão dos frutos do espírito os quais são colhidos na experiência vital do indivíduo que crê. “Pelos seus frutos, vós os conhecereis. ”

5:2:5 651 É extremamente difícil, para a mente material ainda insuficientemente espiritualizada como a do homem mortal, experienciar uma consciência marcante das atividades espirituais de tais entidades divinas, como os Ajustadores do Paraíso. À medida que a existência da alma, fruto da criação conjunta da mente e do Ajustador, vai tornando-se cada vez mais firme, surge também uma nova fase da consciência, que a alma tem, de ser capaz de experienciar a presença e de reconhecer os guiamentos e outras atividades supramateriais dos Monitores Misteriosos.

5:2:6 652 Toda a experiência de comunhão com o Ajustador é tal que envolve um status moral, uma motivação mental e uma experiência espiritual. A auto-realização desse feito é limitada principalmente, ainda que não exclusivamente, aos domínios de consciência da alma, mas as provas se produzem e abundam, na manifestação dos frutos do espírito, nas vidas daqueles que contatam esse espírito interior.

3. A VERDADEIRA ADORAÇÃO


5:3:1 653 Embora as Deidades do Paraíso sejam como uma, do ponto de vista do universo, nas suas relações espirituais com os seres como os que habitam Urântia, elas são também três pessoas distintas e separadas. Há uma diferença entre as Pessoas de Deus, na questão dos apelos pessoais de comunhão e de outras relações íntimas. No sentido mais elevado, adoramos o Pai Universal e apenas Ele. É verdade que podemos adorar e adoramos o Pai, tal como Ele está manifestado nos seus Filhos Criadores, mas é o Pai, direta ou indiretamente, quem é cultuado e adorado.

5:3:2 654 As súplicas de todas espécies pertencem ao reino do Filho Eterno e à organização espiritual do Filho. As preces e todas as comunicações formais, tudo, exceto a adoração e o culto ao Pai Universal, são questões que concernem a um universo local; comumente, não saem fora do domínio da jurisdição de um Filho Criador. Mas a adoração, sem dúvida, entra em circuito e é despachada para a pessoa do Criador, pela função do circuito da personalidade do Pai. Nós cremos, ainda, que esse registro da homenagem de uma criatura residida por um Ajustador, seja facilitado pela presença do espírito do Pai. Existe uma quantidade enorme de evidências que consubstanciam tal crença e eu sei que todas as ordens de fragmentos do Pai têm o poder para registrar, de um modo aceitável, a adoração feita de boa-fé, das personalidades resididas, levando-a à presença do Pai Universal. Os Ajustadores, sem dúvida, também utilizam canais pré-pessoais, diretos, de comunicação com Deus, e da mesma forma estão capacitados para utilizar os circuitos da gravitação espiritual do Filho Eterno.

5:3:3 655 A adoração existe para a sua própria causa; a prece incorpora um elemento de interesse próprio ou da criatura; e essa é a grande diferença entre a adoração e a prece. Não existe absolutamente nenhuma autodemanda, ou outro elemento de interesse pessoal, na verdadeira adoração; nós simplesmente adoramos a Deus, pelo que compreendemos que Ele seja. A adoração nada pede e nada espera, para o adorador. Nós não adoramos o Pai por causa de alguma coisa que possamos extrair de tal veneração; prestamos tal devoção e nos dedicamos à adoração como uma reação natural e espontânea ao reconhecimento da personalidade incomparável do Pai; e por causa da Sua natureza plena de amor e dos Seus atributos adoráveis.

5:3:4 656 No momento em que o elemento do interesse próprio é introduzido na adoração, nesse instante, a devoção passa da adoração para a prece e, mais apropriadamente, deveria ser dirigida à pessoa do Filho Eterno ou do Filho Criador. Mas, na experiência religiosa prática, não existe nenhuma razão para que a prece não deva ser endereçada a Deus, o Pai, como parte da verdadeira adoração.

5:3:5 661 Quando vós lidais com os afazeres práticos do cotidiano, vós estais nas mãos de personalidades espirituais originárias da Terceira Fonte e Centro; estais cooperando com as agências do Agente Conjunto. E assim é: vós adorais a Deus; fazeis as vossas preces para o Filho e comungais com ele; e trabalhais os detalhes da vossa estada terrena em conexão com as inteligências do Espírito Infinito que operam no vosso mundo e em todo o vosso universo.

5:3:6 662 Os Filhos Criadores ou Soberanos que presidem aos destinos dos universos locais estão no lugar tanto do Pai Universal, quanto do Filho Eterno do Paraíso. Esses Filhos do Universo recebem, em nome do Pai, a adoração como culto e dão ouvidos às preces dos seus súditos peticionários, de todas as suas respectivas criações. Para os filhos de um universo local, um Filho Michael é Deus, para todos os fins e propósitos práticos. Ele é a personificação, no universo local, do Pai Universal e do Filho Eterno. O Espírito Infinito mantém um contato pessoal com os filhos desses reinos, por meio dos Espíritos Maternos do Universo, que são as coligadas criativas e administrativas dos Filhos Criadores do Paraíso.

5:3:7 663 A adoração sincera denota a mobilização de todos os poderes da personalidade humana, sob o domínio da alma em evolução e sujeita à orientação divina do Ajustador do Pensamento solidário. A mente, por suas limitações materiais, nunca pode vir a ser altamente cônscia do significado real da verdadeira adoração. A compreensão que o homem tem, da realidade da experiência da adoração, é determinada principalmente pelo estado de desenvolvimento da sua alma imortal em evolução. O crescimento espiritual da alma acontece de um modo inteiramente independente da autoconsciência intelectual.

5:3:8 664 A experiência da adoração consiste no esforço sublime, do Ajustador solidário, de comunicar ao Pai divino os anseios inexprimíveis e as inefáveis aspirações da alma humana – criação conjunta que é, da mente mortal, a qual busca a Deus, e do Ajustador imortal, que revela Deus. A adoração é, portanto, um ato de consentimento da mente material à intenção do seu ser espiritualizante, sob o guiamento do espírito solidário, de comunicar-se com Deus, como um filho de fé, do Pai Universal. A mente mortal consente em adorar; a alma imortal anseia pela adoração e inicia esse ato; a presença do Ajustador divino conduz essa adoração, em nome da mente mortal e da alma imortal em evolução. A verdadeira adoração, em última análise, converte-se em uma experiência realizada em quatro níveis cósmicos: intelectual, moroncial, espiritual e pessoal – a consciência da mente, da alma, do espírito, e a unificação de todas elas, na personalidade.

4. DEUS NA RELIGIÃO


5:4:1 665 A moralidade das religiões evolucionárias impulsiona os homens na busca de Deus, por meio do poder da motivação do medo. As religiões de revelação atraem os homens para a busca de um Deus de amor, porque eles anseiam por ser como Ele. Mas o ato religioso não é meramente um sentimento passivo, de “dependência absoluta” e de “certeza de sobrevivência”; é uma experiência viva e dinâmica de alcançar a divindade, baseando-se no serviço à humanidade.

5:4:2 666 O serviço grande e imediato, da verdadeira religião, é o estabelecimento de uma unidade duradoura, na experiência humana, de uma paz perdurável e de uma segurança profunda. Com o homem primitivo, até mesmo o politeísmo é uma unificação relativa do conceito evolutivo da Deidade; o politeísmo é monoteísmo em processo de formação. Mais cedo ou mais tarde, Deus está destinado a ser compreendido como sendo a realidade dos valores, a essência dos significados e a vida da verdade.

5:4:3 671 Deus não é apenas o determinador do destino; Ele É o destino eterno do homem. Todas as atividades humanas, não religiosas, buscam vergar o universo no serviço distorcido do eu; o indivíduo verdadeiramente religioso busca identificar o eu com o universo e então dedica as atividades desse eu unificado ao serviço da família universal de seres companheiros, humanos e supra-humanos.

5:4:4 672 Os domínios da filosofia e da arte interpõem-se entre as atividades não religiosas e religiosas do eu humano. Por meio da arte e da filosofia, o homem, cuja mente é material, é induzido a contemplar as realidades espirituais e os valores universais dos significados eternos.

5:4:5 673 Todas as religiões ensinam a adoração da Deidade e alguma doutrina de salvação humana. A religião budista promete salvar do sofrimento e estabelecer uma paz infindável; a religião judaica promete a salvação das dificuldades e a prosperidade baseada na retidão; a religião grega prometia a salvação da desarmonia, da fealdade, pela realização da beleza; o cristianismo promete uma salvação do pecado e a santidade; o maometismo promete a libertação dos padrões morais rigorosos do judaísmo e do cristianismo. A religião de Jesus é a salvação do eu, a libertação dos males do isolamento da criatura, no tempo e na eternidade.

5:4:6 674 Os hebreus baseavam a sua religião na bondade; os gregos, na beleza; e ambas as religiões buscavam a verdade. Jesus revelou um Deus de Amor; e o amor abrange tudo, a verdade, a beleza e a bondade.

5:4:7 675 Os zoroastristas tinham uma religião de moral; os hindus, uma religião de metafísica; os confucionistas, uma religião de ética. Jesus viveu uma religião de serviço. Todas essas religiões têm valor, pelo que apresentam de aproximações válidas à religião de Jesus. A religião está destinada a converter-se na realidade da unificação espiritual, de tudo o que é bom, belo e verdadeiro na experiência humana.

5:4:8 676 A religião grega tinha uma máxima: “Conhece-te a ti mesmo”; os hebreus centraram os seus ensinamentos em “Conhece a teu Deus”; os cristãos pregam um evangelho que tem como meta “o conhecimento do Senhor Jesus Cristo”; Jesus proclamou as boas-novas que são: “Conhece a Deus e conhece a ti próprio, como um filho de Deus”. Esses diferentes conceitos do propósito da religião determinam a atitude do indivíduo, nas várias situações da vida, e prefiguram a profundidade da adoração e a natureza dos seus hábitos pessoais de prece. O status espiritual de qualquer religião pode ser determinado pela natureza das suas preces.

5:4:9 677 O conceito de um Deus semi-humano e ciumento é uma transição inevitável entre o politeísmo e um monoteísmo sublime. Um antropomorfismo exaltado é o nível mais alto alcançado pela religião puramente evolucionária. A cristandade elevou o conceito de antropomorfismo, partindo de um ideal do humano, até o conceito transcendente e divino da pessoa do Cristo glorificado. E esse é o mais elevado antropomorfismo que o homem pode conceber.

5:4:10 678 O conceito cristão de Deus é uma tentativa de combinar três ensinamentos separados:

6710 1. O conceito hebreu – Deus, como um reivindicador de valores morais, um Deus de retidão.

6711 2. O conceito grego – Deus como um unificador, um Deus de sabedoria.

681 3. O conceito de Jesus – Deus como um amigo vivo, um Pai amoroso, a divina presença.

5:4:11 682 Portanto, deve ficar evidente que a teologia cristã, de composição híbrida, encontra grande dificuldade em ter coerência. Essa dificuldade agrava-se ainda mais pelo fato de que as doutrinas do cristianismo primitivo foram, geralmente, baseadas na experiência religiosa pessoal de três pessoas diferentes: Filo de Alexandria, Jesus de Nazaré e Paulo de Tarso.

5:4:12 683 No estudo da vida religiosa de Jesus, olhai-o positivamente. Pensai, não tanto na sua falta de pecado, mas na sua retidão, no seu serviço de amor. Jesus elevou o amor passivo, como é compreendido no conceito hebreu, do Pai celeste, à afeição amorosa pela criatura, mais altamente ativa, de um Deus que é o Pai de cada indivíduo, até mesmo dos que persistem no erro.

5. A CONSCIÊNCIA QUE SE TEM DE DEUS


5:5:1 684 A moralidade tem a sua origem na razão, voltada para a autoconsciência; é supra-animal, todavia é puramente evolucionária. A evolução humana abrange, no seu desenvolvimento, todos os dons que antecederam à outorga dos Ajustadores e à efusão do Espírito da Verdade. Mas a obtenção de um certo nível de moralidade não livra o homem das lutas reais da vida mortal. O ambiente físico do homem acarreta a batalha pela existência; o ambiente social necessita de ajustes éticos; as situações morais requerem que se façam escolhas, nos domínios mais elevados da razão; a experiência espiritual (de aceitar a própria compreensão de Deus) exige que o homem O encontre e que se esforce sinceramente para assemelhar-se a Ele.

5:5:2 685 A religião não se fundamenta nos fatos da ciência, nem nas obrigações da sociedade, nem nas premissas da filosofia, nem nos deveres implícitos da moralidade. A religião é um domínio independente de resposta humana às situações da vida e aparece infalivelmente em todos os estágios pós-morais do desenvolvimento humano. O ato religioso pode permear todos os quatro níveis da realização dos valores e do gozar da fraternidade universal: o nível físico ou material da autopreservação; o nível social ou o nível emocional da fraternidade; o nível moral ou do dever da razão; o nível espiritual da consciência de fraternidade no universo, por meio da adoração divina.

5:5:3 686 O cientista, investigador dos fatos, concebe Deus como a Primeira Causa, um Deus de força. O artista, emocional, vê Deus como um ideal de beleza, um Deus de estética. O filósofo dado ao raciocínio, algumas vezes, fica inclinado a propor um Deus de unidade universal, uma Deidade até panteística. O religioso de fé acredita em um Deus que fomenta a sobrevivência, o Pai que está nos céus, o Deus de amor.

5:5:4 687 A conduta moral é sempre um antecedente da religião evoluída e uma parte da própria religião revelada, mas nunca é a totalidade da experiência religiosa. O serviço social é o resultado do pensamento moral e da vivência religiosa. A moralidade não conduz biologicamente aos níveis espirituais mais elevados da experiência religiosa. A adoração da beleza abstrata não é a adoração de Deus; e a exaltação da natureza tampouco é adoração a Deus, como não o é a reverência à unidade.

5:5:5 688 A religião evolucionária é a mãe da ciência, da arte e da filosofia, que elevaram o homem ao nível de ser capaz de receber a religião revelada, incluindo a outorga dos Ajustadores e a vinda do Espírito da Verdade. O quadro evolutivo da existência humana começa e termina com o ato religioso, muito embora as qualidades sejam muito diferentes na religião, uma sendo evolucionária e biológica, a outra revelacional e periódica. E assim, enquanto a religião é normal e natural, para o homem, é também opcional. O homem não tem de ser religioso contra a sua vontade.

5:5:6 691 A experiência do ato religioso, sendo essencialmente espiritual, não pode nunca ser entendida completamente pela mente material; daí a função da teologia, a psicologia da religião. A doutrina essencial da compreensão humana, de Deus, cria um paradoxo no entendimento finito. É quase impossível, para a lógica humana e a razão finita, harmonizar o conceito da imanência divina, um Deus no interior e como uma parte de cada indivíduo, com a idéia da transcendência de Deus, a dominação divina do universo dos universos. Esses dois conceitos essenciais de Deidade devem ser unificados, no entendimento-fé do conceito da transcendência de um Deus pessoal e na compreensão da presença residente do fragmento desse Deus, para justificar a adoração inteligente e para validar a esperança de sobrevivência da personalidade. As dificuldades e os paradoxos da religião são inerentes ao fato de as realidades da religião estarem extremamente além da capacidade de compreensão intelectual dos mortais.

5:5:7 692 O homem mortal assegura três grandes satisfações, com a experiência religiosa, mesmo ainda nos dias da sua estada temporal na Terra:

5:5:8 693 1. Intelectualmente, ele tem a satisfação de adquirir uma consciência humana mais unificada.

5:5:9 694 2. Filosoficamente, ele desfruta da consubstanciação dos seus ideais de valores morais.

5:5:10 695 3. Espiritualmente, ele prospera na experiência da companhia divina, na satisfação espiritual da verdadeira adoração.

5:5:11 696 A consciência de Deus, da forma como é experienciada nos reinos por um mortal em evolução, deve consistir em três fatores variáveis, em três níveis diferenciados de compreensão da realidade. Primeiro há a consciência da mente – a realização-compreensão da idéia de Deus. Então se segue a consciência da alma – a compreensão do ideal de Deus. Por último, nasce a consciência do espírito – a compreensão da realidade espiritual de Deus. Pela unificação desses fatores na compreensão de Deus, não importando quão incompletos eles sejam, a personalidade mortal, todo o tempo, expande-se por todos os níveis de consciência, com uma compreensão da personalidade de Deus. Para aqueles mortais que alcançaram o Corpo da Finalidade, tudo isso, com o tempo, irá levar à compreensão da supremacia de Deus e pode, subseqüentemente, causar a realização-compreensão da ultimidade de Deus, uma fase da supraconsciência absonita do Pai do Paraíso.

5:5:12 697 A experiência da consciência de Deus permanece a mesma, de geração em geração, mas em cada época de avanço do conhecimento humano, o conceito filosófico e as definições teológicas de Deus devem mudar. A experiência do conhecimento de Deus, a consciência religiosa, é uma realidade universal, mas não importa quão válida (real) seja a experiência religiosa, ela deve estar disposta a submeter-se à crítica inteligente e a uma interpretação filosófica razoável; não deve buscar ser algo à parte, na totalidade da experiência humana.

5:5:13 698 A sobrevivência eterna da personalidade depende inteiramente da escolha da mente mortal, cujas decisões determinam o potencial de sobrevivência da alma imortal. Quando a mente acredita em Deus e a alma conhece a Deus e quando, com o suporte do Ajustador, ambas desejam a Deus, a sobrevivência fica assegurada. As limitações de intelecto, as restrições na educação, a carência de cultura, o empobrecimento no status social, até mesmo a inferioridade nos padrões humanos de moralidade, resultante da falta desafortunada de vantagens educacionais, culturais ou sociais, nada disso pode invalidar a presença do espírito divino, em indivíduos que crêem, mas que são, de alguma maneira, desafortunados ou humanamente desfavorecidos. A residência do Monitor Misterioso constitui a raiz e assegura a possibilidade do potencial de crescimento e de sobrevivência da alma imortal.

5:5:14 701 A capacidade dos pais mortais de procriar não está baseada no seu status educacional, cultural, social ou econômico. A união dos atributos dos progenitores, sob condições naturais, é plenamente suficiente para iniciar a procriação. Uma mente humana que discerne o certo do errado e que tem a capacidade de adorar a Deus, em união com um Ajustador divino, é tudo o que se requer de um mortal, para iniciar e fomentar a criação da sua alma imortal, com qualidades de sobrevivência, se esse indivíduo dotado de espírito busca a Deus e deseja sinceramente tornar-se como Ele, escolhendo honestamente fazer a vontade do Pai dos céus.

6. O DEUS DA PERSONALIDADE


5:6:1 702 O Pai Universal é o Deus das personalidades. O domínio da personalidade no universo, desde a da criatura mortal e material mais baixa, em status de personalidade, até a dos seres mais elevados, com dignidade de criador e com status divino, tem o seu centro e a sua circunferência no Pai Universal. Deus, o Pai, é o outorgador e o conservador de todas as personalidades. E o Pai do Paraíso é, do mesmo modo, o destino de todas as personalidades finitas que, em plenitude de coração, escolhem fazer a vontade divina; aquelas personalidades que amam a Deus e que almejam ser como Ele.

5:6:2 703 A personalidade é um dos mistérios não-resolvidos dos universos. Somos capazes de formular conceitos adequados acerca dos fatores que entram na composição de várias ordens e níveis de personalidade, mas não compreendemos totalmente a natureza real da personalidade em si mesma. Percebemos claramente os inúmeros fatores que, colocados juntos, constituem o veículo para a personalidade humana, mas não compreendemos inteiramente a natureza e o significado de tal personalidade finita.

5:6:3 704 A personalidade é potencial, em todas as criaturas que possuem o dom da mente, variando desde um mínimo de autoconsciência até o máximo de consciência de Deus. Mas o dom da mente por si só não é personalidade, nem o é o espírito ou a energia física. A personalidade é aquela qualidade ou valor, dentro da realidade cósmica, que é exclusivamente outorgada por Deus, o Pai, aos sistemas vivos de energias congregadas e coordenadas, de matéria, mente e espírito. E a personalidade não é, também, uma conquista progressiva. A personalidade pode ser material ou espiritual, mas, ou há personalidade ou não há personalidade. O que não é pessoal nunca atinge o nível do pessoal, exceto por um ato direto do Pai do Paraíso.

5:6:4 705 A outorga da personalidade é função exclusiva do Pai Universal, é a personalização dos sistemas vivos de energia, aos quais Ele dota com os atributos de relativa consciência criadora e com o correspondente controle de livre-arbítrio. Não há personalidade fora de Deus, o Pai, e nenhuma personalidade existe senão para Deus, o Pai. Os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana, são outorgas feitas pelo Pai Universal, atuando em Seu domínio exclusivamente pessoal de ministração cósmica.

5:6:5 706 Os Ajustadores, de status pré-pessoal, residem em inúmeros tipos de criaturas mortais, assegurando assim que tais seres possam sobreviver à morte física para personalizar-se como criaturas moronciais, com o potencial da realização espiritual última. Pois quando a mente da criatura, com o dom da personalidade, é residida por um fragmento do espírito do Deus eterno, outorga pré-pessoal do Pai pessoal, então, essa personalidade finita possui o potencial do divino e do eterno e aspira a um destino semelhante ao do Último, tentando mesmo alcançar a compreensão do Absoluto.

5:6:6 711 A capacidade para a personalidade divina é inerente ao Ajustador pré-pessoal; a capacidade para a personalidade humana é potencial no dom de mente-cósmica do ser humano. Mas a personalidade experiencial, do homem mortal, não é observável, como uma realidade ativa e funcional, enquanto o veículo da vida material da criatura mortal não houver sido tocado pela divindade liberadora do Pai Universal, sendo assim lançado aos mares da experiência como uma personalidade autoconsciente e (relativamente) autodeterminante e autocriadora. O eu material é verdadeiramente pessoal e irrestritamente pessoal.

5:6:7 712 O eu material tem personalidade e identidade, identidade temporal; o espírito Ajustador pré-pessoal também tem identidade, identidade eterna. Essa personalidade material e essa pré-personalidade espiritual são capazes, assim, de unir os seus atributos criativos, para trazer à existência a identidade sobrevivente da alma imortal.

5:6:8 713 Tendo assim provido o crescimento da alma imortal e tendo liberado o eu interno do homem, das algemas de uma dependência absoluta da causação anterior, o Pai permanece de lado. Ora, tendo o homem sido liberado desse modo das algemas da resposta à causação, ao menos no que diz respeito ao destino eterno, e tendo sido proporcionados a ele os meios para o crescimento do eu imortal, ou alma, cabe ao homem ele próprio, e está sob o controle da sua vontade, a escolha de criar ou de inibir a criação desse eu sobrevivente e eterno. Nenhum outro ser, força, criador, ou agência, em toda a amplidão do universo dos universos, pode interferir, em qualquer grau, na soberania absoluta do livre-arbítrio do mortal, enquanto ele opera nos domínios da escolha, no que concerne ao destino eterno da personalidade do mortal que escolhe. No que se refere à sobrevivência eterna, Deus decretou a soberania da vontade material e mortal; e esse decreto é absoluto.

5:6:9 714 A outorga da personalidade à criatura confere relativa liberação da reação escravizada à causação anterior; e as personalidades de todos esses seres morais, evolucionários ou não, estão centradas na personalidade do Pai Universal. Elas são sempre atraídas para a Sua presença no Paraíso por aquela afinidade de ser que constitui o círculo da família vasta e universal e o circuito fraternal do Deus eterno. Há uma afinidade de espontaneidade divina entre todas as personalidades.

5:6:10 715 O circuito da personalidade, no universo dos universos, é centrado na pessoa do Pai Universal, e o Pai do Paraíso é pessoalmente cônscio, e está em contato pessoal com todas as personalidades, de todos os níveis de existência autoconsciente. E essa consciência de personalidade, em toda a criação, existe independentemente da missão dos Ajustadores do Pensamento.

5:6:11 716 Como toda gravidade está ligada em circuito à Ilha do Paraíso, toda mente está ligada em circuito ao Agente Conjunto e todo espírito ao Filho Eterno; e assim também toda personalidade está ligada em circuito à presença pessoal do Pai Universal; e este circuito transmite infalivelmente a adoração de todas as personalidades à Personalidade Original e Eterna.

5:6:12 717 No que diz respeito às personalidades que não são resididas pelo Ajustador: o atributo da escolha-liberdade é também outorgado pelo Pai Universal, e, da mesma forma, tais pessoas estão abrangidas pelo grande circuito do amor divino, o circuito da personalidade do Pai Universal. Deus dá a escolha soberana a todas as personalidades verdadeiras. Nenhuma criatura pessoal pode ser forçada à aventura eterna; o portal da eternidade abre-se apenas em resposta à escolha, feita em livre-arbítrio, pelos filhos, com livre-arbítrio do Deus do arbítrio livre.

5:6:13 721 E isso, pois, representou os meus esforços para apresentar a relação do Deus vivo com os filhos do tempo. E uma vez que tudo foi dito e feito já, nada posso fazer mais, de útil, além de reiterar que Deus é o vosso Pai Universal e que vós sois todos os Seus filhos planetários.

5:6:14 722 [Este é o quinto e último documento de uma série que apresenta a descrição do Pai Universal, feita por um Conselheiro Divino de Uversa.]
[Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]

DOCUMENTO 6

O FILHO ETERNO
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O Filho Eterno é a expressão perfeita e final da “primeira” idéia pessoal e absoluta do Pai Universal. Conseqüentemente, em qualquer tempo e circunstância que o Pai se expresse a Si próprio, pessoal e absolutamente, Ele o faz por meio do Seu Filho Eterno, que sempre foi, é agora e sempre será a Palavra viva e divina. E esse Filho Eterno reside no centro de todas as coisas, em associação com o Pai Eterno e Universal, cuja presença pessoal o Filho envelopa diretamente.

6:0:2 732 Falamos do “primeiro” pensamento de Deus e referimo-nos a uma origem impossível do Filho Eterno, no tempo, com o propósito de prover acesso aos canais de pensamento do intelecto humano. Tais distorções de linguagem representam os nossos melhores esforços em um compromisso de contato com as mentes limitadas no tempo das criaturas mortais. O Pai Universal nunca poderia ter tido um primeiro pensamento, em um sentido seqüencial, nem poderia o Filho Eterno jamais ter tido um princípio. Mas fui instruído a retratar as realidades da eternidade, para as mentes dos mortais, limitadas pelo tempo, por meio de tais simbologias de pensamento, e a designar as relações de eternidade, por meio de conceitos tais, todos em uma seqüência temporal.

6:0:3 733 O Filho Eterno é a personalização espiritual do conceito universal e infinito, da realidade divina do Pai do Paraíso, do Seu espírito inqualificável e da Sua personalidade absoluta. E, por isso, o Filho constitui a revelação divina da identidade de criador do Pai Universal. A personalidade perfeita do Filho revela que o Pai, de fato, é a fonte universal e eterna de todos os significados e valores espirituais, volicionais, pessoais e de tudo o que é pleno de propósito.

6:0:4 734 Num esforço para capacitar a mente temporal finita a formar algum conceito seqüencial das relações dos seres eternos e infinitos da Trindade do Paraíso, nós utilizamos tais licenças de concepção, como a de referirmo-nos à “primeira idéia pessoal, universal e infinita do Pai”. É impossível, para mim, transmitir à mente humana qualquer idéia adequada das relações eternas entre as Deidades; assim, pois, emprego termos tais que proporcionem à mente finita algo como uma idéia da relação desses seres eternos, nas eras subseqüentes do tempo. Acreditamos que o Filho tenha surgido do Pai; fomos ensinados que ambos são eternos, sem quaisquer restrições, ou seja, de modo inqualificável. Claro fica, portanto, que nenhuma criatura do tempo pode jamais compreender totalmente esse mistério que é um Filho, derivado do Pai e que, ainda assim, seja coordenadamente eterno com o próprio Pai.

1. A IDENTIDADE DO FILHO ETERNO


6:1:1 735 O Filho Eterno é o Filho original e unigênito de Deus. Ele é Deus, o Filho, a Segunda Pessoa da Deidade e o criador coligado de todas as coisas. Como o Pai é a Primeira Grande Fonte e Centro, assim, o Filho Eterno é a Segunda Grande Fonte e Centro.

6:1:2 741 O Filho Eterno é o centro espiritual e o administrador divino do governo espiritual do universo dos universos. O Pai Universal é, primeiro, um criador e, então, um controlador; o Filho Eterno é, primeiro, um co-criador, e então, um administrador espiritual. “Deus é espírito”, e o Filho é uma revelação pessoal deste espírito. A Primeira Fonte e Centro é o Absoluto Volicional; a Segunda Fonte e Centro é o Absoluto da Personalidade.

6:1:3 742 O Pai Universal nunca funciona pessoalmente como um criador, ele o faz sempre em conjunção com o Filho ou com a ação coordenada do Filho. Tivesse aquele que escreveu o Novo Testamento se referido ao Filho Eterno, e teria sido verdade o que ele proclamou, ao escrever: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que se fez teria sido feito”.

6:1:4 743 Quando um Filho, do Filho Eterno, surgiu em Urântia, aqueles que confraternizaram com esse ser divino, em forma humana, aludiram a ele como “Ele que foi, desde o princípio, de quem ouvimos, a quem vimos com os nossos olhos, a quem contemplamos, em quem as nossas mãos tocaram, o Verbo mesmo da vida”. E esse Filho auto-outorgado veio do Pai, exatamente como veio o Filho original, segundo é sugerido em uma das suas orações terrenas: “E agora, ó meu Pai, glorifica-me com o Teu próprio Ser, com a glória que tive Contigo antes que este mundo houvesse sido".

6:1:5 744 O Filho Eterno é conhecido por nomes diferentes, nos vários universos. No universo central Ele é conhecido como a Fonte Coordenada, o Co-Criador e o Absoluto Associado. Em Uversa, sede central do superuniverso, nós designamos o Filho como o Centro Coordenado do Espírito e como o Administrador Espiritual Eterno. Em Salvington, sede central do vosso universo local, esse Filho está registrado como a Segunda Fonte Eterna e Centro. Os Melquisedeques falam Dele como o Filho dos Filhos. No vosso mundo, mas não no vosso sistema de esferas habitadas, este Filho original tem sido confundido com um Filho Criador coordenado, Michael de Nebadon, que se auto-outorgou às raças mortais de Urântia.

6:1:6 745 Embora qualquer dos Filhos do Paraíso possa ser adequadamente chamado de Filho de Deus, temos o hábito de reservar a designação de “o Filho Eterno” a esse Filho Original, a Segunda Fonte e Centro e o co-criador com o Pai Universal do universo central de poder e perfeição e co-criador de todos os outros Filhos divinos que nascem das Deidades infinitas.

2. A NATUREZA DO FILHO ETERNO


6:2:1 746 O Filho Eterno é tão imutável e infinitamente confiável quanto o Pai Universal. Ele também é tão espiritual quanto o Pai e é um espírito tão verdadeiramente ilimitado quanto o Pai. Para vós, de baixa origem, o Filho poderia parecer mais pessoal, já que Ele está um passo mais próximo de vós, em termos de acessibilidade, do que o Pai Universal.

6:2:2 747 O Filho Eterno é a Palavra eterna de Deus. Ele é inteiramente como o Pai; de fato, o Filho Eterno é Deus, o Pai, pessoalmente manifestado no universo dos universos. E assim foi, é e será para sempre verdadeiro, sobre o Filho Eterno e todos os Filhos Criadores coordenados: “Aquele que vir o Filho, terá visto o Pai”.

6:2:3 748 Na sua natureza, o Filho é totalmente como o Pai do espírito. Quando adoramos o Pai Universal, na verdade, ao mesmo tempo cultuamos Deus, o Filho, e Deus, o Espírito. Deus, o Filho, é tão divinamente real e eterno, na sua natureza, quanto Deus, o Pai.

6:2:4 751 O Filho possui não apenas toda a retidão infinita e transcendente do Pai, como reflete também toda a santidade de caráter do Pai. O Filho compartilha da perfeição do Pai e, em conjunto, compartilha da responsabilidade de ajudar a todas as criaturas da imperfeição, nos seus esforços espirituais, para alcançar a perfeição divina.

6:2:5 752 O Filho Eterno possui todo o caráter de divindade e os atributos de espiritualidade do Pai. O Filho é a plenitude da absolutez de Deus, em personalidade e em espírito; e o Filho revela essas qualidades no seu manejo pessoal do governo espiritual do universo dos universos.

6:2:6 753 Deus é, em realidade, um espírito universal; Deus é espírito; e essa natureza, em espírito, do Pai, está focalizada e personalizada na Deidade do Filho Eterno. No Filho todas as características espirituais parecem grandemente acentuadas, por diferenciação, da universalidade da Primeira Fonte e Centro. E, como o Pai compartilha a natureza do Seu espírito com o Filho, da mesma forma, juntos, Eles compartilham assim, plena e irrestritamente, o espírito divino com o Agente Conjunto, o Espírito Infinito.

6:2:7 754 No amor pela verdade e na criação da beleza, o Pai e o Filho são iguais, exceto pelo fato de que o Filho parece devotar-se mais à realização da beleza exclusivamente espiritual de valores universais.

6:2:8 755 Quanto à bondade divina, eu não posso discernir nenhuma diferença entre o Pai e o Filho. O Pai ama aos filhos do Seu universo como um pai; o Filho Eterno vê todas as criaturas tanto como um pai, quanto como um irmão.

3. THE NATURE OF THE FATHER'S LOVE


6:3:1 756 O Filho compartilha a justiça e a retidão da Trindade, contudo, pela infinita personalização de amor e misericórdia do Pai, esses traços da divindade ficam atenuados; o Filho é a revelação do amor divino aos universos. Como Deus é amor, o Filho é misericórdia. O Filho não pode amar mais do que o Pai, mas pode mostrar misericórdia às criaturas, de um modo suplementar, pois Ele não apenas é um criador primordial como o Pai, mas é também o Filho Eterno desse mesmo Pai, compartilhando por isso a experiência de filiação de todos os outros filhos do Pai Universal.

6:3:2 757 O Filho Eterno é o grande ministrador da misericórdia a toda a criação. A misericórdia é a essência do caráter espiritual do Filho. Os mandatos do Filho Eterno, quando se espalham pelos circuitos espirituais da Segunda Fonte e Centro, estão afinados nas notas da misericórdia.

6:3:3 758 Para compreender o amor do Filho Eterno, vós deveis antes perceber a Sua fonte divina, o Pai, que é amor; e, então, contemplar o desdobramento dessa afeição infinita, no amplo ministério do Espírito Infinito e das Suas hostes quase ilimitadas de personalidades ministradoras.

6:3:4 759 O ministério do Filho Eterno é devotado à revelação do Deus do Amor ao universo dos universos. Este Filho divino não está engajado na tarefa ignóbil de tentar persuadir o Seu benévolo Pai, nem a amar as suas criaturas inferiores nem a mostrar misericórdia aos malfeitores do tempo. Quão errado seria visualizar o Filho Eterno pedindo ao Pai Universal que mostrasse misericórdia às Suas criaturas inferiores, dos mundos materiais do espaço! Tais conceitos de Deus são rudimentares e grotescos. Antes, devíeis compreender que todas as ministrações misericordiosas dos Filhos de Deus são uma revelação direta do coração do Pai de amor universal e compaixão infinita. O amor do Pai é a fonte real e eterna da misericórdia do Filho.

6:3:5 7510 Deus é amor, o Filho é misericórdia. A misericórdia é o amor aplicado, é o amor do Pai em ação, na pessoa do Seu Filho Eterno. O amor deste Filho universal é, do mesmo modo, universal. Tal como o amor é compreendido em um planeta sexuado, o amor de Deus é mais comparável ao amor de um pai, enquanto o amor do Filho Eterno é mais como a afeição de uma mãe. Tais ilustrações são de fato elementares, mas eu as emprego na esperança de transmitir, à mente humana, o pensamento de que há uma diferença, não no conteúdo divino, mas na qualidade e na técnica de expressão, entre o amor do Pai e o amor do Filho.

4. ATRIBUTOS DO FILHO ETERNO


6:4:1 761 O Filho Eterno motiva o nível do espírito da realidade cósmica; o poder espiritual do Filho é absoluto em relação a todas as factualidades do universo. Ele exerce um controle perfeito sobre a interassociação de todas as energias espirituais indiferenciadas, e sobre toda a realidade espiritual factualizada, por meio do Seu controle absoluto da gravidade do espírito. Todos os espíritos puros não fragmentados e todos os seres e valores espirituais são sensíveis ao infinito poder de atração do Filho primordial do Paraíso. E, se o futuro eterno pudesse testemunhar o surgimento de um universo ilimitado, a gravidade do espírito e a força de espírito, do Filho Original, mostrar-se-iam inteiramente adequadas para o controle espiritual e a administração efetiva de tal criação ilimitada.

6:4:2 762 O Filho é onipotente apenas no reino do espírito. Na economia eterna, da administração do universo, a repetição desnecessária e desperdiçada de funções nunca acontece; as Deidades não são dadas à duplicação inútil de ministérios no universo.

6:4:3 763 A onipresença do Filho Original constitui a unidade espiritual do universo dos universos. A coesão espiritual, de toda a criação, repousa sobre a presença ativa, em todos os lugares, do espírito divino do Filho Eterno. Quando nós concebemos a presença espiritual do Pai, achamos difícil diferenciá-La, no nosso pensamento, da presença espiritual do Filho Eterno. O espírito do Pai está eternamente residente no espírito do Filho.

6:4:4 764 O Pai deve ser espiritualmente onipresente, mas tal onipresença parece ser inseparável das atividades espirituais do Filho Eterno, em todos os lugares. Contudo, nós acreditamos que em todas as situações da presença de Pai-Filho, em uma presença de natureza espiritual dual, o espírito do Filho está coordenado ao espírito do Pai.

6:4:5 765 No seu contato com a personalidade, o Pai atua no circuito da personalidade. No Seu contato pessoal e detectável com a criação espiritual, Ele aparece nos fragmentos da totalidade da Sua Deidade, e esses fragmentos do Pai têm uma função solitária, única e exclusiva, onde e quando aparecerem nos universos. Em todas essas situações, o espírito do Filho está coordenado à função espiritual da presença fragmentada do Pai Universal.

6:4:6 766 Espiritualmente, o Filho Eterno é onipresente. O espírito do Filho Eterno está, muito certamente, convosco e à vossa volta, mas não dentro de vós, nem como uma parte de vós, como o Monitor Misterioso. O fragmento residente do Pai ajusta a mente humana para atitudes que se tornam progressivamente divinas, de um modo tal que a mente ascendente se torne crescentemente sensível ao poder da atração espiritual, do circuito Todo-Poderoso de gravidade do espírito da Segunda Fonte e Centro.

6:4:7 767 O Filho Original é, universal e espiritualmente, autoconsciente. Em sabedoria, o Filho é inteiramente igual ao Pai. Nos domínios do conhecimento, ou onisciência, não podemos distinguir entre a Primeira e a Segunda Fonte; como o Pai, o Filho sabe tudo; Ele nunca é surpreendido por qualquer evento no universo; Ele compreende o fim desde o início.

6:4:8 771 O Pai e o Filho realmente sabem o número e o paradeiro de todos os espíritos e seres espiritualizados no universo dos universos. Não apenas o Filho sabe de todas as coisas, em virtude do Seu próprio espírito onipresente, mas o Filho, da mesma forma que o Pai e o Agente Conjunto, é plenamente conhecedor da vasta informação que, por refletividade, provém do Ser Supremo, cuja inteligência é sabedora, todo o tempo, de todas as coisas que acontecem em todos os mundos dos sete superuniversos. E há ainda outras formas por meio das quais o Filho do Paraíso é onisciente.

6:4:9 772 O Filho Eterno, como uma personalidade de amor, misericórdia e ministério espiritual, é plena e infinitamente igual ao Pai Universal, enquanto, em todos os contatos pessoais misericordiosos e afeiçoados com os seres ascendentes dos reinos mais baixos, o Filho Eterno é tão bondoso e pleno de consideração, tão paciente e magnânimo, quanto o são os Seus Filhos do Paraíso, nos universos locais, nos quais eles tão freqüentemente se auto-outorgam, aos mundos evolucionários do tempo.

6:4:10 773 Torna-se desnecessário dissertar mais sobre os atributos do Filho Eterno. Com as exceções registradas, é suficiente estudar apenas os atributos espirituais de Deus, o Pai, para entender e avaliar corretamente os atributos de Deus, o Filho.

5. LIMITAÇÕES DO FILHO ETERNO


6:5:1 774 O Filho Eterno não funciona pessoalmente nos domínios físicos, nem o faz, exceto por meio do Agente Conjunto, nos níveis da ministração da mente, aos seres-criaturas. Mas essa reserva de qualificação, de maneira alguma, não limita o Filho Eterno no exercício pleno e livre de todos os atributos divinos de onisciência, onipresença e onipotência espiritual.

6:5:2 775 O Filho Eterno não invade pessoalmente os potenciais de espírito inerentes à infinitude do Absoluto da Deidade, mas, à medida que esses potenciais tornam-se factuais, eles vão para o domínio Todo-Poderoso do circuito de gravidade do espírito do Filho.

6:5:3 776 A personalidade é dádiva exclusiva do Pai Universal. O Filho Eterno deriva a Sua personalidade do Pai, mas ele não outorga personalidade, sem o Pai. O Filho dá origem a vastas hostes de espíritos, mas tais derivações não são personalidades. Quando o Filho cria a personalidade, Ele o faz em conjunção com o Pai ou com o Criador Conjunto, que pode atuar pelo Pai em tais relações. O Filho Eterno, assim, é um co-criador de personalidades, mas Ele não outorga personalidade a nenhum ser; e, por Si próprio, sozinho, jamais cria seres pessoais. Essa limitação de ação, contudo, não priva o Filho da capacidade de criar todo e qualquer tipo de realidades outras, que não as pessoais.

6:5:4 777 O Filho Eterno é limitado na transmissão das prerrogativas de criador. O Pai, ao eternizar o Filho Original, outorgou-lhe o poder e o privilégio de unir-se, posteriormente, ao próprio Pai, no ato divino de produzir Filhos adicionais que possuam os atributos da criação; e Eles têm feito isso, e ainda o fazem. Mas, uma vez que esses Filhos coordenados tenham sido gerados, aparentemente, as prerrogativas de criação não se transmitem mais. O Filho Eterno transmite poderes de criação apenas à personalização primeira ou direta. Portanto, quando o Pai e o Filho se unem para personalizar um Filho Criador, Eles realizam o Seu propósito; mas o Filho Criador, trazido à existência desse modo, nunca é capaz de transmitir ou delegar as prerrogativas de criação às várias ordens de Filhos que ele possa subseqüentemente criar, não obstante haja, nos Filhos mais elevados de um universo local, um reflexo muito limitado dos atributos criativos de um Filho Criador.

6:5:5 781 O Filho Eterno, como um ser infinito e exclusivamente pessoal, não pode fragmentar a Sua natureza, não pode distribuir e outorgar porções individualizadas do Seu ser a outras entidades ou pessoas, como o fazem o Pai Universal e o Espírito Infinito. Mas o Filho pode outorgar a Si próprio como um espírito ilimitado, para banhar toda a criação, e Ele o faz, atraindo para si mesmo, incessantemente, todas as personalidades espirituais e as realidades espirituais.

6:5:6 782 Lembrai-vos sempre de que o Filho Eterno é a representação pessoal do Pai espiritual, para toda a criação. O Filho é pessoal, e nada mais que pessoal, no sentido da Deidade; e tal personalidade divina e absoluta não pode ser desintegrada ou fragmentada. Deus, o Pai, e Deus, o Espírito, são verdadeiramente pessoais, mas Eles são também tudo o mais, além de serem tais personalidades da Deidade.

6:5:7 783 Embora o Filho Eterno não possa participar pessoalmente da outorga dos Ajustadores do Pensamento, Ele estabeleceu, em concílio com o Pai Universal, no eterno passado, aprovando esse plano e prometendo cooperação interminável, quando o Pai, ao projetar a outorga dos Ajustadores do Pensamento, propôs ao Filho: “Façamos o homem mortal à Nossa própria imagem”. E, da mesma forma que o fragmento do espírito do Pai reside dentro de vós, a presença espiritual do Filho vos envolve, pois estes dois trabalham como um para o vosso avanço espiritual.

6. A MENTE ESPIRITUAL


6:6:1 784 O Filho Eterno é espírito e tem mente, mas não uma mente ou um espírito que a mente mortal possa entender. O homem mortal percebe a mente nos níveis do finito, do cósmico, do material e do pessoal. O homem observa também os fenômenos da mente em organismos vivos funcionando no nível subpessoal (animal), mas é difícil para o homem captar a natureza da mente quando associada a seres supramateriais e como uma parte das personalidades exclusivamente espirituais. A palavra mente deve, contudo, ser diferentemente definida, quando se refere ao nível espiritual de existência e quando é usada para denotar funções espirituais de inteligência. Essa espécie de mente, que é diretamente aliada ao espírito, não é comparável, nem àquela mente que coordena espírito e matéria, nem àquela mente que está aliada apenas à matéria.

6:6:2 785 O espírito é sempre consciente, dotado de mente, e possui várias fases de identidade. Sem mente, em alguma fase, não haveria a consciência espiritual, na fraternidade dos seres espirituais. O equivalente da mente, a capacidade de conhecer e de ser conhecido, é inerente à Deidade. A Deidade pode ser pessoal, pré-pessoal, suprapessoal ou impessoal, mas a Deidade nunca é desprovida de mente, ou seja, nunca fica sem a capacidade de, pelo menos, comunicar-se com entidades, seres ou personalidades semelhantes.

6:6:3 786 A mente do Filho Eterno é como a do Pai, mas não Se assemelha a nenhuma outra mente no universo e, junto com a mente do Pai, é a ancestral das diversas e vastas mentes do Criador Conjunto. A mente do Pai e do Filho, aquele intelecto que é o ancestral da mente absoluta da Terceira Fonte e Centro, é ilustrada talvez de um modo melhor pela pré-mente do Ajustador do Pensamento, pois, embora esses fragmentos do Pai estejam inteiramente fora dos circuitos da mente do Agente Conjunto, eles têm alguma forma de pré-mente; eles conhecem, são conhecidos e desfrutam de um equivalente do pensamento humano.

6:6:4 787 O Filho Eterno é completamente espiritual; o homem é quase inteiramente material; conseqüentemente, o entendimento de muito daquilo que diz respeito à personalidade do Filho Eterno, daquilo que diz respeito às esferas espirituais que circundam o Paraíso e à natureza das criações impessoais do Filho do Paraíso, terá de aguardar até que vós alcanceis o status de espírito, que vem em seguida à completa ascensão moroncial no universo local de Nebadon. E, então, à medida que passardes pelo superuniverso seguindo até Havona, e começardes a ser dotados com a “mente do espírito” – o discernimento espiritual interno – muitos desses mistérios ocultos do espírito serão esclarecidos.

7. A PERSONALIDADE DO FILHO ETERNO


6:7:1 791 O Filho Eterno é aquela personalidade infinita de cujos elos inqualificáveis (incondicionais) de personalidade o Pai Universal escapou pela técnica da trinitarização e, em virtude da qual, Ele sempre continuou a auto-outorgar a Si próprio, em uma profusão infindável, ao Seu universo sempre em expansão de Criadores e criaturas. O Filho é a personalidade absoluta; Deus é a personalidade pai – a fonte da personalidade, o outorgador da personalidade e a causa da personalidade. Todo ser pessoal deriva a sua personalidade do Pai Universal, exatamente como o Filho Original eternamente deriva a Sua personalidade do Pai do Paraíso.

6:7:2 792 A personalidade do Filho do Paraíso é absoluta e puramente espiritual; e essa personalidade absoluta é também o modelo divino e eterno, primeiro, da outorga de personalidade do Pai ao Agente Conjunto e, subseqüentemente, da Sua outorga de personalidade às Suas miríades de criaturas em todo um imenso universo.

6:7:3 793 O Filho Eterno é verdadeiramente o ministrador misericordioso, um espírito divino, um poder espiritual e uma personalidade real. O Filho é a natureza espiritual e pessoal de Deus, manifestada assim aos universos – a soma e a essência da Primeira Fonte e Centro, despojada de tudo aquilo que é impessoal, extradivino, não espiritual e puramente potencial. Mas é impossível transmitir à mente humana um quadro, em palavras, da beleza e grandeza da personalidade superna do Filho Eterno. Tudo aquilo que tende a ocultar o Pai Universal, opera com a mesma influência para impedir o reconhecimento conceitual do Filho Eterno. Vós deveis aguardar até alcançardes o Paraíso e, então, compreendereis por que eu fui incapaz de retratar o caráter dessa personalidade absoluta, para o entendimento da mente finita.

8. A COMPREENSÃO DO FILHO ETERNO


6:8:1 794 Quanto à identidade, à natureza e a outros atributos da personalidade, o Filho Eterno é plenamente equivalente, é o complemento perfeito e a eterna contraparte do Pai Universal. Do mesmo modo que Deus é o Pai Universal, o Filho é a Mãe Universal. E todos nós, elevados ou inferiores, constituímos a Sua família universal.

6:8:2 795 Para apreciar o caráter do Filho, deveríeis estudar a revelação do caráter divino do Pai; Eles são, para sempre e inseparavelmente, Um. Como personalidades divinas, Eles são virtualmente indistinguíveis pelas ordens mais baixas de inteligências. Para aqueles cuja origem está nos atos criadores das próprias Deidades, não é tão difícil fazer o reconhecimento Deles, em separado. Os seres que tiveram o seu nascimento no universo central e no Paraíso discernem o Pai e o Filho, não apenas como unidades pessoais de controle universal, mas também como duas personalidades separadas, funcionando em domínios definidos de administração dos universos.

6:8:3 796 Como Pessoas, vós podeis conceber o Pai Universal e o Filho Eterno sendo indivíduos separados, pois, na verdade, o são; mas, na administração dos universos, Eles ficam tão entrelaçados e inter-relacionados, que nem sempre é possível distinguir entre Eles. Quando, nos assuntos dos universos, o Pai e o Filho forem encontrados em interassociações intrincadas, nem sempre advém algum benefício em tentar-se separar as Suas atuações; meramente relembrai-vos de que Deus é o pensamento inicial e o Filho é a palavra plena de expressão. Em cada universo local essa inseparabilidade está personalizada na divindade do Filho Criador, que representa tanto o Pai quanto o Filho, para as criaturas de dez milhões de mundos habitados.

6:8:4 801 O Filho Eterno é infinito, mas ele é acessível por intermédio das pessoas dos Seus Filhos do Paraíso e pelo ministério paciente do Espírito Infinito. Sem o serviço da auto-outorga, dos Filhos do Paraíso, e sem a ministração de amor das criaturas do Espírito Infinito, os seres de origem material dificilmente poderiam esperar alcançar o Filho Eterno. E é igualmente verdade: com a ajuda e o guiamento dessas agências celestes, o mortal consciente de Deus certamente irá alcançar o Paraíso e, algum dia, chegará à presença pessoal deste grandioso Filho entre os Filhos.

6:8:5 802 Ainda que o Filho Eterno seja o modelo para o alcance de realização da personalidade mortal, vós achais mais fácil entender a realidade, tanto do Pai quanto do Espírito, porque o Pai é o outorgador de fato da vossa personalidade humana e o Espírito Infinito é a fonte absoluta da vossa mente mortal. Mas, à medida que vós ascenderdes, no caminho de progressão espiritual, até o Paraíso, a personalidade do Filho Eterno passará a ser crescentemente real para vós, e a realidade da sua mente infinitamente espiritual tornar-se-á mais discernível, para a vossa mente progressivamente espiritualizada.

6:8:6 803 Nunca o conceito do Filho Eterno irá resplandecer na vossa mente material, nem na mente moroncial subseqüente; não, até que vos espiritualizeis e comeceis a vossa ascensão de espírito; só então a compreensão da personalidade do Filho Eterno começará a ter uma vividez igual à do vosso conceito da personalidade do Filho Criador originário do Paraíso, o qual, em pessoa e como uma pessoa, encarnou e viveu, uma vez, em Urântia, como um homem entre os homens.

6:8:7 804 Mediante a vossa experiência no universo local, o Filho Criador, cuja personalidade é compreensível pelo homem, deve compensar-vos pela vossa incapacidade de apreender a total significação Daquele que é mais exclusivamente espiritual, mas não menos pessoal, o Filho Eterno do Paraíso. À medida que progredirdes passando por Orvonton e Havona, e deixardes para trás o quadro vívido e as memórias profundas do Filho Criador, do vosso universo local, a superação dessa experiência material e moroncial será compensada por conceitos cada vez mais amplificados e pela compreensão sempre intensificada, do Filho Eterno do Paraíso, cuja realidade e proximidade sempre aumentarão conforme progredirdes na direção do Paraíso.

6:8:8 805 O Filho Eterno é uma personalidade grande e gloriosa. Embora esteja além dos poderes da mente mortal e material captar de fato a personalidade deste Ser infinito, não duvideis, Ele é uma pessoa. Conheço aquilo de que falo. Por um número incontável de vezes, permaneci na presença divina deste Filho Eterno e então me coloquei jornada adiante, no universo, para executar o seu mandado pleno de graças.

6:8:9 806 [Escrito por um Conselheiro Divino, designado para formular esta declaração que descreve o Filho Eterno do Paraíso.]


DOCUMENTO 7

A RELAÇÃO DO FILHO ETERNO COM O UNIVERSO
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O Filho Original está sempre ocupado com a execução dos aspectos espirituais do propósito eterno do Pai, tal como se dá em seu desenvolvimento progressivo nos fenômenos dos universos em evolução, e com os Seus múltiplos grupos de seres vivos. Nós não compreendemos totalmente esse plano eterno, mas o Filho do Paraíso sem dúvida o entende.

7:0:2 812 O Filho é como o Pai, no sentido de que busca outorgar tudo que é possível de Si próprio aos Seus Filhos coordenados e aos Seus Filhos subordinados. E o Filho compartilha da natureza autodistributiva do Pai; na doação irrestrita de Si próprio ao Espírito Infinito, o executivo conjunto Deles.

7:0:3 813 Como sustentadora das realidades espirituais, a Segunda Fonte e Centro é o contrapeso eterno da Ilha do Paraíso, que tão magnificamente sustenta todas as coisas materiais. Assim, a Primeira Fonte e Centro é revelada, para sempre, na beleza material dos admiráveis modelos da Ilha Central, e nos valores espirituais da personalidade superna do Filho Eterno.

7:0:4 814 O Filho Eterno é o sustentador de fato da vasta criação de realidades espirituais e de seres espirituais. O mundo espiritual é o hábito, a conduta pessoal do Filho; e as realidades impessoais de natureza espiritual são sempre sensíveis à vontade e ao propósito da personalidade perfeita do Filho Absoluto.

7:0:5 815 O Filho, todavia, não é pessoalmente responsável pela conduta de todas as personalidades espirituais. A vontade da criatura pessoal é relativamente livre e por isso determina as ações de tais seres volitivos. O mundo do livre-arbítrio do espírito nem sempre é verdadeiramente representativo do caráter do Filho Eterno, como a própria natureza em Urântia não é reveladora, verdadeiramente, da perfeição e da imutabilidade do Paraíso, nem da Deidade. Contudo, não importando o que possa caracterizar a ação do livre-arbítrio do homem ou do anjo, o domínio eterno do Filho, no controle gravitacional universal de todas as realidades do espírito, continua absoluto.

1. O CIRCUITO DA GRAVIDADE DO ESPÍRITO


7:1:1 816 Tudo o que foi ensinado a respeito da imanência de Deus, da Sua onipresença, onipotência e onisciência, é igualmente verdadeiro para o Filho, nos domínios espirituais. A pura e universal gravidade do espírito de toda a criação, esse circuito puramente espiritual, reconduz diretamente à pessoa da Segunda Fonte e Centro, no Paraíso. Ela comanda o controle e a operação desse domínio sempre presente e infalível de todos os valores verdadeiramente espirituais. Assim, o Filho Eterno exerce uma soberania espiritual absoluta. Ele sustenta, literalmente, todas as realidades espirituais e todos os valores espiritualizados, por assim dizer, na palma da sua mão. O controle da gravidade espiritual universal é uma soberania espiritual universal.

7:1:2 821 Esse controle da gravidade das coisas espirituais atua independentemente do tempo e do espaço; por isso a energia espiritual não sofre diminuição na transmissão. A gravidade do espírito nunca está sujeita a demoras de tempo, nem a reduções espaciais. Não decresce de acordo com o quadrado da distância da sua transmissão; os circuitos do poder do espírito puro não são retardados pela massa da criação material. E essa transcendência, do tempo e do espaço, das energias puramente espirituais, é inerente à absolutez do Filho; não é devido à interposição das forças antigravitacionais da Terceira Fonte e Centro.

7:1:3 822 As realidades espirituais são sensíveis ao poder de atração do centro de gravidade espiritual, de acordo com o seu valor qualitativo, com o grau real da sua natureza espiritual. A substância espiritual (a qualidade) é tão sensível à gravidade espiritual, quanto a energia organizada da matéria física (a quantidade) é sensível à gravidade física. Os valores espirituais e as forças do espírito são reais. Do ponto de vista da personalidade, o espírito é a alma da criação; a matéria é o corpo físico nebuloso.

7:1:4 823 As reações e flutuações da gravidade do espírito são sempre fiéis ao conteúdo dos valores espirituais, ao status espiritual qualitativo de um indivíduo ou de um mundo. Esse poder de atração responde instantaneamente aos valores inter e intra-espirituais, em qualquer situação no universo ou em qualquer condição planetária. Todas as vezes que uma realidade espiritual se realiza nos universos, essa alteração necessita de um reajustamento imediato e instantâneo da gravidade espiritual. Esse espírito novo é, de fato, uma parte da Segunda Fonte e Centro; e, com a mesma certeza que o homem mortal se torna um ser espiritualizado, ele alcançará o Filho espiritual, o Centro e a Fonte da gravidade espiritual.

7:1:5 824 O poder de atração espiritual do Filho é inerente, em um grau menos elevado, a muitas ordens de filiação do Paraíso. Pois existem dentro do circuito absoluto de gravidade do espírito, aqueles sistemas locais de atração espiritual que funcionam nas unidades menores da criação. Essas focalizações subabsolutas da gravidade do espírito são uma parte da divindade das personalidades Criadoras do tempo e do espaço, e estão correlacionadas ao supracontrole emergente experiencial do Ser Supremo.

7:1:6 825 A força de atração da gravidade do espírito e a sensibilidade a ela, não apenas atuam no universo como um todo, mas também e até mesmo entre indivíduos e grupos de indivíduos. Há uma coesão espiritual entre as personalidades espirituais e espiritualizadas de qualquer mundo, raça, nação ou grupo de indivíduos de uma mesma crença. Há uma atração direta de natureza espiritual entre pessoas de mente espiritualizada, de gostos e aspirações semelhantes. O termo espíritos afins não é mera figura de discurso.

7:1:7 826 Tal como a gravidade material do Paraíso, a gravidade espiritual do Filho Eterno é absoluta. O pecado e a rebelião podem interferir no funcionamento dos circuitos do universo local, mas nada pode suspender a gravidade espiritual do Filho Eterno. A rebelião de Lúcifer produziu muitas mudanças no vosso sistema de mundos habitados e em Urântia, mas nós não constatamos que a quarentena espiritual resultante, do vosso planeta, tenha afetado, no mínimo que seja, a presença e a função tanto do espírito onipresente do Filho Eterno, quanto do circuito, ligado a Ele, da gravidade espiritual.

7:1:8 827 Todas as reações no circuito de gravidade do espírito do grande universo são previsíveis. Reconhecemos todas as ações e reações do espírito onipresente do Filho Eterno e consideramos que sejam confiáveis. De acordo com leis bem conhecidas, podemos medir e efetivamente medimos a gravidade do espírito, do mesmo modo que o homem tenta computar a ação da gravidade física finita. Há uma resposta invariável, do espírito do Filho, a todas as coisas, seres e pessoas espirituais, e essa resposta está sempre de acordo com o grau de factualidade (o grau qualitativo de realidade) de todos esses valores espirituais.

7:1:9 831 Todavia, junto com essa função bem confiável e previsível de presença espiritual do Filho Eterno, são encontrados fenômenos que não são tão previsíveis, pelas suas reações. Tais fenômenos indicam, provavelmente, a ação coordenada do Absoluto da Deidade nos domínios dos potenciais espirituais emergentes. Sabemos que a presença espiritual do Filho Eterno é a influência de uma personalidade majestosa e infinita, mas dificilmente consideramos as reações, associadas às supostas atuações do Absoluto da Deidade, como sendo pessoais.

7:1:10 832 Vistos por pessoas e do ponto de vista da personalidade, o Filho Eterno e o Absoluto da Deidade parecem estar relacionados do seguinte modo: O Filho Eterno domina o reino dos valores espirituais factuais, enquanto o Absoluto da Deidade parece abranger o vasto domínio dos valores espirituais potenciais. Todo valor factual de natureza espiritual encontra acolhimento no domínio da gravidade do Filho Eterno, mas se for potencial, então, aparentemente, aloja-se na presença do Absoluto da Deidade.

7:1:11 833 O espírito parece emergir dos potenciais do Absoluto da Deidade; o espírito em evolução encontra correlação no domínio experiencial e incompleto do Supremo e do Último; o espírito acaba por encontrar o seu destino final na atração absoluta da gravidade espiritual do Filho Eterno. Isso parece ser o ciclo experiencial do espírito, mas o espírito existencial é inerente à infinitude da Segunda Fonte e Centro.

2. A ADMINISTRAÇÃO DO FILHO ETERNO


7:2:1 834 No Paraíso, a presença e a atividade pessoal do Filho Original são profundas; absolutas no sentido espiritual. Quando vamos de dentro para fora no Paraíso nós passamos por Havona e seguimos em direção ao reino dos sete superuniversos, nós detectamos cada vez menos a atividade pessoal do Filho Eterno. Nos universos pós-Havona a presença do Filho Eterno é personalizada nos Filhos do Paraíso, condicionada pelas realidades experienciais do Supremo e do Último, e coordenada ao espírito potencial ilimitado do Absoluto da Deidade.

7:2:2 835 No universo central, a atividade pessoal do Filho Original é discernível na delicada harmonia espiritual da criação eterna. Havona é tão maravilhosamente perfeita que o status espiritual e os estados da energia desse universo arquetípico estão em equilíbrio perfeito e perpétuo.

7:2:3 836 Nos superuniversos, o Filho não está pessoalmente presente nem é residente; nessas criações, ele mantém apenas uma representação suprapessoal. Essas manifestações espirituais do Filho não são pessoais; não estão no circuito de personalidade do Pai Universal. Nós não conhecemos um termo melhor para indicá-las do que a designação de suprapersonalidades; e elas são seres finitos; não são nem absonitas nem absolutas.

7:2:4 837 A administração do Filho Eterno nos superuniversos, sendo exclusivamente espiritual e suprapessoal, não é discernível pelas criaturas personalidades. Entretanto o impulso espiritual, onipresente, da influência pessoal do Filho é encontrado em todos os tipos de atividades de todos os setores dos domínios dos Anciães dos Dias. Nos universos locais, contudo, observamos o Filho Eterno pessoalmente presente nas pessoas dos Filhos do Paraíso. Nos universos locais, o Filho Eterno atua, espiritual e criativamente, nas pessoas do corpo grandioso dos Filhos Criadores coordenados.

3. A RELAÇÃO DO FILHO ETERNO COM O INDIVÍDUO


7:3:1 841 Durante a ascensão no universo local, os mortais do tempo consideram o Filho Criador como o representante pessoal do Filho Eterno. Quando começa o regime do aprendizado da ascensão no superuniverso, porém, os peregrinos do tempo detectam cada vez mais a presença superna do espírito inspirador do Filho Eterno, e tornam-se capazes de beneficiar-se, por absorção, desse ministério de energização espiritual. Em Havona, os ascendentes tornam-se ainda mais conscientes do abraço do amor do espírito onipresente do Filho Original. Em nenhum estágio, em toda a ascensão mortal, o espírito do Filho Eterno reside na mente ou na alma do peregrino do tempo; mas a sua ação benéfica está sempre próxima e sempre atenta ao bem-estar e à segurança espiritual dos filhos do tempo no seu avanço.

7:3:2 842 A atração da gravidade espiritual do Filho Eterno constitui o segredo inerente da ascensão das almas humanas sobreviventes até o Paraíso. Todos os valores espirituais genuínos e todos os indivíduos espiritualizados na boa-fé são mantidos dentro da atração infalível da gravidade espiritual do Filho Eterno. A mente mortal, por exemplo, inicia a sua carreira como um mecanismo material e, finalmente, ingressa no Corpo da Finalidade como uma existência espiritual quase perfeita, tornando-se progressivamente menos sujeita à gravidade material e, de forma correspondente, mais sensível à atração interna da gravidade do espírito durante toda essa experiência. O circuito da gravidade do espírito atrai a alma do homem literalmente em direção ao Paraíso.

7:3:3 843 O circuito da gravidade do espírito é o canal básico para transmitirem-se as preces genuínas do coração crente do homem, do nível da consciência humana até a consciência real da Deidade. Tudo aquilo que representa um valor espiritual verdadeiro, nos vossos pedidos, será captado pelo circuito universal da gravidade espiritual e passará imediata e simultaneamente a todas as personalidades divinas envolvidas. Cada uma ocupar-se-á com o que for pertinente ao Seu âmbito pessoal. Portanto, na vossa experiência religiosa prática, é indiferente se, ao dirigir a vossa súplica, visualizardes o Filho Criador do vosso universo local ou o Filho Eterno no centro de todas as coisas.

7:3:4 844 A operação discriminadora, do circuito da gravidade do espírito, poderia talvez ser comparada às funções dos circuitos nervosos no corpo humano material: as sensações viajam pelas trajetórias nervosas internas; algumas são captadas pelos centros automáticos inferiores da coluna vertebral, os quais respondem a elas; outras passam aos centros menos automáticos, mas educados pelo hábito, do cérebro inferior; enquanto as mensagens mais importantes e vitais atravessam com rapidez esses centros subordinados e são imediatamente registradas nos níveis mais elevados da consciência humana.

7:3:5 845 No entanto, quão mais perfeita é a magnífica técnica do mundo espiritual! Se qualquer coisa, plena de um valor espiritual supremo, surgir na vossa consciência, quando vós lhe derdes expressão, nenhum poder no universo pode impedir que ela se encaminhe direta e velozmente à Personalidade do Espírito Absoluto de toda a criação.

7:3:6 846 Inversamente, se as vossas súplicas forem puramente materiais e totalmente egocêntricas, não existe plano por meio do qual tais preces sem maior dignidade possam encontrar lugar no circuito espiritual do Filho Eterno. O conteúdo de qualquer petição que não seja “ditada pelo espírito” não pode encontrar lugar no circuito universal do espírito; tais pedidos, puramente egoístas e materiais, perecem; eles não ascendem aos circuitos dos valores espirituais verdadeiros. Tais palavras são como “o bronze que soa e o címbalo que ressoa”.

7:3:7 851 É o pensamento motivador do conteúdo espiritual que valida a súplica do mortal. As palavras não têm valor.

4. OS PLANOS DA PERFEIÇÃO DIVINA


7:4:1 852 O Filho Eterno está em ligação eterna com o Pai no prosseguimento, com êxito, do plano divino de progresso : o plano universal para a criação, evolução, ascensão e aperfeiçoamento das criaturas dotadas de vontade. E, na plenitude divina da fé, o Filho é o eterno igual ao Pai.

7:4:2 853 O Pai e o Seu Filho são como Um na formulação e no prosseguimento desse plano gigantesco de realização, para o avanço dos seres materiais do tempo até a perfeição da eternidade. Esse projeto de elevação espiritual das almas ascendentes do espaço é uma criação conjunta do Pai e do Filho, e estão, com a cooperação do Espírito Infinito, empenhados na execução associativa do Seu divino propósito.

7:4:3 854 Esse plano divino para atingir a meta da perfeição abrange três empreendimentos que, ainda que maravilhosamente correlacionados, são únicos na aventura do universo:

7:4:4 855 1. O Plano de Realização Progressiva. Este é o plano do Pai Universal, para a ascensão evolucionária; um programa aceito sem reservas pelo Filho Eterno, quando ele participou da proposta do Pai: “Façamos as criaturas mortais à Nossa própria imagem”. Esse aprovisionamento para elevar as criaturas do tempo envolve a outorga, feita pelo Pai dos Ajustadores do Pensamento, a dádiva das prerrogativas de personalidade às criaturas materiais.

7:4:5 856 2 . O Plano de Auto-outorga. O plano universal seguinte é o grande empreendimento da revelação do Pai, feita pelo Filho Eterno e pelos seus Filhos coordenados. Esse é o propósito do Filho Eterno e consiste na autodoação, dos Filhos de Deus, às criações evolucionárias, personalizando-se e factualizando-se ali, para encarnar e tornar real o amor do Pai e a misericórdia do Filho às criaturas de todos os universos. Inerentemente ao plano de auto-outorga e como um aspecto do provimento da ministração do amor, os Filhos do Paraíso atuam como reabilitadores daquilo que a vontade desviada da criatura colocou sob ameaça espiritual. Quando e onde ocorrer uma demora, no funcionamento do plano de realização da meta, se a rebelião, por acaso, afetar ou complicar essa realização, então, o provisionamento de emergência do plano de auto-outorga torna-se imediatamente ativo. Os Filhos do Paraíso ficam comprometidos e prontos para atuar como resgatadores e ir até os reinos mesmos da rebelião, para ali restaurar o status espiritual das esferas. E foi esse serviço heróico que um Filho Criador coordenado prestou em Urântia, concomitantemente à sua carreira experiencial de auto-outorga para aquisição da soberania.

7:4:6 857 3. O Plano de Ministração da Misericórdia. Uma vez formulados e proclamados o plano de realização da meta e o plano da auto-outorga, o Espírito Infinito, por si próprio e de si próprio, projetou e pôs em operação o empreendimento grandioso e universal da ministração da misericórdia. Esse serviço é verdadeiramente essencial à operação prática e efetiva, tanto da realização da meta, quanto da auto-outorga; e as personalidades espirituais da Terceira Fonte e Centro compartilham todas do espírito de ministração da misericórdia, que, tão claramente, é uma parte da natureza da Terceira Pessoa da Deidade. O Espírito Infinito atua verdadeira e literalmente como o executivo conjunto do Pai e do Filho, não apenas para a criação como também na administração.

7:4:7 861 O Filho Eterno é o custódio pessoal, o comissário divino, do plano universal do Pai para a ascensão da criatura. Tendo promulgado o mandato universal: “Sede perfeitos, como Eu sou perfeito”, o Pai encarregou o Filho Eterno da execução dessa realização formidável; e o Filho Eterno compartilha a realização dessa missão superna com o seu coordenado divino, o Espírito Infinito. Assim, as Deidades cooperam efetivamente no trabalho de criação, controle, evolução, revelação e ministração – e, se necessário for, de restauração e de reabilitação.

5. O ESPÍRITO DA AUTO-OUTORGA


7:5:1 862 O Filho Eterno, sem reservas, uniu-se ao Pai Universal para a difusão, para toda a criação, da injunção formidável que é: “Sede perfeitos, assim como o vosso Pai em Havona é perfeito”. E, desde então, essa conclamação tem motivado todos os planos de sobrevivência e todos os projetos de auto-outorga do Filho Eterno e da sua vasta família de Filhos coordenados e agregados. E, nessas muitas auto-outorgas, os Filhos de Deus têm-se tornado, para todas as criaturas evolucionárias, o “caminho, a verdade e a vida”.

7:5:2 863 O Filho Eterno não pode contatar diretamente os seres humanos como o Pai pode, por meio da dádiva dos Ajustadores do Pensamento, pré-pessoais; mas, o Filho Eterno aproxima-se das personalidades criadas por meio de uma série de gradações decrescentes de filiações divinas, até ser-Lhe possível estar em presença do homem e, por vezes, como homem Ele próprio.

7:5:3 864 A natureza puramente pessoal do Filho Eterno é incapaz de fragmentação. O Filho Eterno faz a sua ministração como uma influência espiritual ou como uma pessoa, nunca de outro modo. Para o Filho, é impossível tornar-se uma parte da experiência da criatura, no mesmo sentido em que o Ajustador-Pai participa dela, mas o Filho Eterno compensa essa limitação pela técnica da outorga de si próprio. Aquilo que a experiência das entidades fragmentadas significa para o Pai Universal, as experiências de encarnação dos Filhos do Paraíso significam para o Filho Eterno.

7:5:4 865 O Filho Eterno não vem até o homem mortal como vontade divina, como o Ajustador do Pensamento que reside na mente humana; mas o Filho Eterno efetivamente veio até o homem mortal em Urântia quando a personalidade divina do seu Filho, Michael de Nebadon, encarnou na natureza humana de Jesus de Nazaré. Para compartilhar da experiência das personalidades criadas, os Filhos de Deus do Paraíso devem assumir as naturezas verdadeiras de tais criaturas e encarnar, eles próprios, suas personalidades divinas como criaturas, factualmente. A encarnação, segredo de Sonarington, é a técnica do Filho para escapar das correntes do absolutismo da personalidade, que, de outro modo, seria todo-abrangente.

7:5:5 866 Há muitíssimo tempo atrás, o Filho Eterno auto-outorgou-se em cada um dos circuitos da criação central, para esclarecimento e avanço de todos os habitantes e peregrinos de Havona, incluindo os peregrinos ascendentes do tempo. Em nenhuma dessas sete auto-outorgas ele funcionou, seja como um ascendente, seja como um ser de Havona. Ele existiu como ele próprio. A sua experiência foi única; não foi nem com nem como um humano ou outro peregrino, mas foi associativa, de algum modo, no sentido suprapessoal.

7:5:6 867 Nem, também, passou Ele pelo sono que se interpola entre o circuito interno de Havona e as margens do Paraíso. Não é possível para Ele, um ser absoluto, suspender a consciência da personalidade, pois Nele todas as linhas da gravidade espiritual estão centradas. E, durante o tempo dessas auto-outorgas, nunca foi diminuída a luminosidade espiritual no Seu alojamento próprio no Paraíso central; como nunca foi reduzido o controle da gravidade espiritual deste Filho.

7:5:7 871 As outorgas do Filho Eterno, em Havona, não estão dentro do escopo da imaginação humana; elas foram transcendentais. Ele acrescentou muito à experiência de toda Havona, nessa época, e subseqüentemente também; mas não sabemos se Ele acrescentou algo à suposta capacidade experiencial da Sua natureza existencial. Isso estaria incluído no mistério da auto-outorga dos Filhos do Paraíso. Nós acreditamos, entretanto, qualquer tenha sido a aquisição do Filho Eterno, que nessas missões de auto-outorga, desde sempre e para sempre, ele a reteve consigo; mas não sabemos o que possa ser.

7:5:8 872 Qualquer que seja a nossa dificuldade para compreender as auto-outorgas da Segunda Pessoa da Deidade, nós compreendemos a auto-outorga de Havona, de um Filho do Filho Eterno, que literalmente passou pelos circuitos do universo central e que factualmente compartilhou aquelas experiências que constituem a preparação de um ser ascendente para alcançar a Deidade. Este foi o Michael original, o Filho Criador primogênito; e ele passou pelas experiências de vida dos peregrinos ascendentes pessoalmente, de circuito em circuito, permanecendo por um estágio em cada círculo, junto com eles, nos dias de Grandfanda, o primeiro entre todos os mortais a alcançar Havona.

7:5:9 873 Além de todas as coisas que esse Michael original revelou, ele transformou a auto-outorga transcendente do Filho Materno Original em uma realidade para as criaturas de Havona. Tão real que, para todo o sempre, cada peregrino do tempo que trabalha na aventura de percorrer os circuitos de Havona é alentado e fortalecido pelo conhecimento certo de que o Filho Eterno de Deus, por sete vezes, abdicou do poder e da glória do Paraíso, para participar das experiências dos peregrinos do tempo-espaço nos sete circuitos do alcançar progressivo da meta que é Havona.

7:5:10 874 O Filho Eterno é a inspiração exemplar para todos os Filhos de Deus, nas suas ministrações de auto-outorga, em todos os universos do tempo e do espaço. Os Filhos Criadores coordenados e os Filhos Magisteriais associados, junto com outras ordens não reveladas de filiação, participam todos dessa maravilhosa vontade de outorgar a si próprios às variadas ordens de vidas de criaturas e como as próprias criaturas. Portanto, em espírito e em vista da semelhança da natureza, bem como pela origem de fato, torna-se verdadeiro que, nas auto-outorgas de todo Filho de Deus, nos mundos do espaço, por meio dessas auto-outorgas, nelas e por elas, o Filho Eterno tem outorgado a si próprio às criaturas de vontade inteligente dos universos.

7:5:11 875 Em espírito e em natureza, senão em todos os atributos, cada Filho do Paraíso é um retrato divinamente perfeito do Filho Original. É literalmente verdade que quem tiver visto um Filho do Paraíso, haverá visto o Filho Eterno de Deus.

6. OS FILHOS DE DEUS, DO PARAÍSO


7:6:1 876 A falta de um conhecimento claro sobre os múltiplos Filhos de Deus é uma fonte de grande confusão em Urântia. E essa ignorância perdura, apesar de afirmações como o registro de um conclave dessas personalidades divinas: “quando os Filhos de Deus proclamaram o regozijo, e todos os Estrelas matutinos cantaram juntos”. A cada milênio do tempo padrão do Setor, as várias ordens de Filhos divinos reúnem-se para os seus conclaves periódicos.

7:6:2 877 O Filho Eterno é a fonte pessoal dos atributos adoráveis de misericórdia e de serviço, que tão abundantemente caracterizam todas as ordens de Filhos descendentes de Deus quando eles atuam em toda a criação. O Filho Eterno transmite infalivelmente toda a natureza divina, se não toda a infinitude de atributos, aos Filhos do Paraíso que saem da Ilha Eterna afora para revelar o caráter divino do Filho Eterno ao universo dos universos.

7:6:3 881 O Filho Original e Eterno é o primeiro Descendente-pessoa do “primeiro” pensamento infinito e completo do Pai Universal. Cada vez que o Pai Universal e o Filho Eterno, em conjunto, projetam um pensamento pessoal novo, original, idêntico, único e absoluto, nesse mesmo instante, essa idéia criativa é, perfeita e finalmente, personalizada no ser e na personalidade de um Filho Criador novo e original. Por sua natureza espiritual, sabedoria divina e poder criativo coordenado, esses Filhos Criadores são potencialmente iguais a Deus, o Pai, e a Deus, o Filho.

7:6:4 882 Os Filhos Criadores saem do Paraíso para os universos do tempo e, com a cooperação das agências controladoras e criadoras da Terceira Fonte e Centro, completam a organização dos universos locais de evolução progressiva. Esses Filhos não estão ligados aos controles universais centrais da matéria, da mente e do espírito, nem se ocupam deles. Eles ficam, pois, limitados, nos seus atos criativos, pela preexistência, prioridade e primazia da Primeira Fonte e Centro e Seus Absolutos coordenados. Esses Filhos são capazes de administrar apenas aquilo que trazem à existência. A administração absoluta é inerente à prioridade de existência e é inseparável da eternidade de presença. O Pai permanece primaz nos universos.

7:6:5 883 Do mesmo modo que os Filhos Criadores são personalizados pelo Pai e pelo Filho, os Filhos Magisteriais são personalizados pelo Filho e pelo Espírito. Os Filhos Magisteriais são os Filhos que, nas experiências de encarnação como criaturas, ganham o direito de servir como juízes da sobrevivência nas criações do tempo e do espaço.

7:6:6 884 O Pai, o Filho e o Espírito também se unem para personalizar os versáteis Filhos Instrutores da Trindade, que percorrem o grande universo como mestres supernos de todas as personalidades, humanas e divinas. E há inúmeras outras ordens de filiação do Paraíso, que não foram apresentadas ao conhecimento dos mortais de Urântia.

7:6:7 885 Entre o Filho-Mãe Original e essas hostes de Filhos do Paraíso, espalhadas por toda a criação, há um canal direto e exclusivo de comunicação, um canal cuja função é inerente à qualidade do parentesco espiritual que os une, nos laços de uma associação espiritual quase absoluta. Esse circuito interfilial é inteiramente diferente do circuito universal da gravidade espiritual, que se centra também na pessoa da Segunda Fonte e Centro. Todos os Filhos de Deus originários das pessoas das Deidades do Paraíso estão em comunicação direta e constante com o Filho-Mãe Eterno. E essa comunicação é instantânea; independe do tempo, embora algumas vezes seja condicionada pelo espaço.

7:6:8 886 O Filho Eterno não apenas tem, todo o tempo, o conhecimento perfeito a respeito do status, dos pensamentos e das múltiplas atividades de todas as ordens de filiação do Paraíso, mas também tem o conhecimento perfeito em todos os momentos a respeito de tudo aquilo, de valor espiritual, que existe nos corações de todas as criaturas na criação central primária da eternidade e nas criações secundárias do tempo, dos Filhos Criadores coordenados.

7. A REVELAÇÃO SUPREMA DO PAI


7:7:1 887 O Filho Eterno é uma revelação completa, exclusiva, universal e final do espírito e da personalidade do Pai Universal. Todo conhecimento e informação a respeito do Pai devem vir do Filho Eterno e dos seus Filhos do Paraíso. O Filho Eterno provém da eternidade, e é Uno espiritualmente com o Pai, de um modo total, sem reservas nem limites de qualificações espirituais. Na personalidade divina, Eles estão coordenados; em natureza espiritual, Eles são iguais; em divindade, Eles são idênticos.

7:7:2 891 O caráter de Deus certamente não poderia ser aprimorado de um modo intrínseco, na pessoa do Filho, pois o Pai divino é infinitamente perfeito, mas esse caráter e personalidade são ampliados, pelo despojamento do não pessoal e do não espiritual, para a revelação aos seres criaturas. A Primeira Fonte e Centro é muito mais do que uma personalidade, mas todas as qualidades de espírito da personalidade paterna da Primeira Fonte e Centro estão espiritualmente presentes na personalidade absoluta do Filho Eterno.

7:7:3 892 O Filho primordial e os seus Filhos estão empenhados em fazer uma revelação universal da natureza espiritual e pessoal do Pai a toda a criação. No universo central, nos superuniversos, nos universos locais ou nos planetas habitados, é um Filho do Paraíso quem revela o Pai Universal aos homens e anjos. O Filho Eterno e os seus Filhos revelam o caminho pelo qual a criatura aproxima-se do Pai Universal. E mesmo nós, de origem elevada, entendemos o Pai muito mais completamente ao estudarmos a revelação do Seu caráter e da Sua personalidade no Filho Eterno e nos Filhos do Filho Eterno.

7:7:4 893 O Pai desce até vós, como personalidade, apenas por meio dos Filhos divinos do Filho Eterno. E vós alcançais o Pai por esse mesmo caminho vivo; vós ascendeis ao Pai pelo guiamento desse grupo de Filhos divinos. E isso permanece verdadeiro, não obstante a vossa própria personalidade ser uma outorga dada diretamente pelo Pai Universal.

7:7:5 894 Em todas essas atividades amplas da vasta administração espiritual do Filho Eterno, não esqueçais de que o Filho é uma pessoa, tão autêntica e factualmente, quanto o Pai é uma pessoa. De fato, para os seres das ordens de origem humana, será mais fácil aproximar-se do Filho Eterno do que do Pai Universal. Na vossa progressão de peregrinos do tempo, pelos circuitos de Havona, sereis competentes para chegar ao Filho muito antes de estardes preparados para discernir o Pai.

7:7:6 895 Vós podereis compreender mais, sobre o caráter e a natureza misericordiosa do Filho Eterno de misericórdia, à medida que meditardes sobre a revelação desses atributos divinos, que foi feita pelo serviço pleno de amor do vosso próprio Filho Criador, que uma vez se fez Filho do Homem na Terra, e que agora é o soberano augusto do vosso universo local – o Filho do Homem e o Filho de Deus.

7:7:7 896 [Ditado por um Conselheiro Divino, designado para formular esta declaração descritiva sobre o Filho Eterno do Paraíso.]

DOCUMENTO 8

O ESPÍRITO INFINITO
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Retrocedendo na eternidade, quando o “primeiro” pensamento absoluto e infinito do Pai Universal encontra, no Filho Eterno, o verbo perfeito e adequado à sua expressão divina, então, passa a manifestar-Se o desejo supremo, tanto do Deus-Pensamento como do Deus-Palavra, de um agente universal e infinito de expressão mútua e de ação combinada.

8:0:2 902 No alvorecer da eternidade, ambos, o Pai e o Filho, tornam-Se infinitamente conhecedores da Sua mútua interdependência, da Sua eterna e absoluta unidade; e, portanto, entram Eles em um acordo infinito e eterno de associação divina. Esse pacto perpétuo é celebrado para a execução dos Seus conceitos unificados, por todo o círculo da eternidade; e, desde o momento desse evento de eternidade, o Pai e o Filho continuam na Sua união divina.

8:0:3 903 Estamos agora face a face com a origem, na eternidade, do Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade. No instante mesmo em que Deus, o Pai, e Deus, o Filho, concebem conjuntamente uma ação idêntica e infinita – a execução de um plano de pensamento absoluto –, nesse exato momento, o Espírito Infinito começa a existir na sua plenitude.

8:0:4 904 Ao citar, nessa ordem, a origem das Deidades, eu o faço meramente para capacitar-vos a pensar sobre o relacionamento Delas. Na realidade Elas são, todas três, existentes desde a eternidade; Elas são existenciais. Elas não têm nem começo nem fim de dias; Elas são coordenadas, supremas, últimas, absolutas e infinitas. Elas são, sempre foram e sempre serão. E Elas são Três Pessoas, distintamente individualizadas, mas eternamente associadas: Deus, o Pai, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito.

1. O DEUS DA AÇÃO


8:1:1 905 Na eternidade do passado, com a personalização do Espírito Infinito, o ciclo da personalidade divina torna-se perfeito e completo. O Deus da Ação é existente, e o imenso cenário do espaço está pronto para a atividade estupenda da criação – a aventura universal –, o panorama divino dos tempos eternos.

8:1:2 906 O primeiro ato do Espírito Infinito é o reconhecimento e o exame dos Seus pais divinos, o Pai-Pai e o Filho-Mãe. Ele, o Espírito, identifica ambos de um modo irrestrito, ou seja, inqualificável. Ele é inteiramente conhecedor das personalidades separadas e dos atributos infinitos Delas, bem como das Suas naturezas combinadas e da Sua função unificada. Em seguida, voluntariamente, com uma disposição transcendente e espontaneidade inspirada, a Terceira Pessoa da Deidade, não obstante a sua igualdade com a Primeira e a Segunda Pessoas, promete lealdade eterna a Deus, o Pai, e reconhece dependência eterna de Deus, o Filho.

8:1:3 907 Inerentemente à natureza dessa transação e em reconhecimento mútuo da independência da personalidade de cada Uma e da união executiva de todas as Três, o ciclo da eternidade fica estabelecido. A Trindade do Paraíso é existente. Fica estabelecido o cenário, no espaço universal, para o panorama múltiplo e infinito do desenvolvimento criativo do propósito do Pai Universal, por meio da personalidade do Filho Eterno e da execução do Deus da Ação, o qual é a agência executiva para os atos de realização da parceria criadora Pai-Filho.

8:1:4 911 O Deus da Ação atua e as abóbadas inertes do espaço põem-se em movimento. Um bilhão de esferas perfeitas, em um relance, passa a existir. Antes desse momento hipotético de eternidade, as energias do espaço, inerentes ao Paraíso, já existiam e eram potencialmente operativas, mas não tinham nenhuma factualidade na sua forma de ser; nem a gravidade física podia ser medida a não ser pela reação das realidades materiais à sua atração incessante. Não havia nenhum universo material, nesse (presumido) momento eternamente distante; mas, no instante exato, em que um bilhão de mundos se materializa, há, em evidência, uma gravidade suficiente e adequada para mantê-los todos sob o controle eterno do Paraíso.

8:1:5 912 Agora relampeja na criação dos Deuses a segunda forma de energia, e esse espírito em eflúvio é instantaneamente abrangido pela gravidade espiritual do Filho Eterno. Assim, pois, esse universo, abrangido duplamente pela gravidade, é tocado pela energia de infinitude e imerso no espírito da divindade. E, desse modo, o solo da vida é preparado para a consciência da mente, tornada manifesta nos circuitos inteligentes associados, do Espírito Infinito.

8:1:6 913 Sobre essas sementes de existência potencial, difundidas pela criação central dos Deuses, o Pai atua e a personalidade-criatura surge. E, então, a presença das Deidades do Paraíso preenche todo o espaço organizado e começa efetivamente a atrair todas as coisas e seres na direção do Paraíso.

8:1:7 914 O Espírito Infinito eterniza-se, concomitantemente com o nascimento dos mundos de Havona, havendo este universo central sido criado por Ele e com Ele e Nele, em obediência aos conceitos combinados e vontades unificadas do Pai e do Filho. A Terceira Pessoa deifica-se por esse mesmo ato de criação conjunta, e assim, para sempre, passa a ser o Criador Conjunto.

8:1:8 915 Esses são os tempos magnos e assombrosos da expansão criativa do Pai e do Filho, pela ação e na ação da representante conjunta e executiva exclusiva Deles, a Terceira Fonte e Centro. Não existe nenhum registro desses tempos movimentados. Contamos apenas com essas escassas revelações do Espírito Infinito, para consubstanciar tais transações poderosas, e Ele meramente confirma o fato de que o universo central e tudo o que a Ele pertence, eternizou-se simultaneamente com a realização da Sua personalidade e existência consciente.

8:1:9 916 Em poucas palavras, o Espírito Infinito atesta que, sendo Ele eterno, assim também o universo central é eterno. E esse é o ponto de partida tradicional da história do universo dos universos. Absolutamente nada é conhecido e não existe nenhum registro, a respeito de qualquer evento ou transação, antes dessa erupção estupenda de energia criativa e de sabedoria administrativa, que cristalizou o vasto universo, o qual existe e funciona tão sutilmente, no centro de todas as coisas. Para além desse evento, repousam as inescrutáveis transações da eternidade e as profundezas da infinitude – o mistério absoluto.

8:1:10 917 E assim, pois, retratamos a origem da Terceira Fonte e Centro, de modo seqüencial, em uma condescendência interpretativa às mentes das criaturas mortais atadas ao tempo e condicionadas pelo espaço. A mente do homem deve ter um ponto de partida para visualizar a história do universo, e eu fui instruído a prover essa técnica de abordagem, do conceito histórico de eternidade. Na mente material, a coerência exige uma Causa Primeira; por isso é que postulamos o Pai Universal como a Primeira Fonte e o Centro Absoluto de toda a criação, ao mesmo tempo ensinando, às mentes de todas as criaturas, que o Filho e o Espírito são co-eternos com o Pai, em todas as fases da história do universo e em todos os reinos da atividade criadora. E fazemos isso sem estarmos sendo, em nada, desatenciosos para com a realidade e a eternidade da Ilha do Paraíso, nem para com o Absoluto Inqualificável, o Absoluto Universal ou o Absoluto da Deidade.

8:1:11 921 Já é como ir longe o bastante, para a mente material dos filhos do tempo, conceber o Pai na eternidade. Sabemos que qualquer filho pode relacionar-se melhor com a realidade, se primeiro dominar os relacionamentos da situação pai-filho, e se depois, ampliando esse conceito, abranger a família como um todo. Subseqüentemente, a mente em crescimento do filho, tornar-se-á capaz de ajustar-se ao conceito das relações familiares, às relações com a comunidade, a raça e o mundo, para então se ajustar às relações com o universo, o superuniverso e até o universo dos universos.

2. A NATUREZA DO ESPÍRITO INFINITO


8:2:1 922 O Criador Conjunto vem da eternidade e é, plena e inqualificavelmente (irrestritamente), Uno com o Pai Universal e com o Filho Eterno. O Espírito Infinito reflete, em perfeição, não apenas a natureza do Pai do Paraíso, mas também a natureza do Filho Original.

8:2:2 923 A Terceira Fonte e Centro é conhecida por numerosos títulos: Espírito Universal, Guia Supremo, Criador Conjunto, Executivo Divino, Mente Infinita, Espírito dos Espíritos, Espírito Materno do Paraíso, Agente Conjunto, Coordenador Final, Espírito Onipresente, Inteligência Absoluta, Ação Divina; e, em Urântia, algumas vezes é confundida com a mente cósmica.

8:2:3 924 É totalmente apropriado denominar de Espírito Infinito a Terceira Pessoa da Deidade, pois Deus é espírito. Entretanto, as criaturas materiais, que tendem ao erro de encarar a matéria como a realidade básica e a mente, junto com o espírito, como postulados com as suas raízes na matéria, compreenderiam melhor a Terceira Fonte e Centro, porém, se Esta fosse denominada Realidade Infinita, Organizador Universal ou Coordenador da Personalidade.

8:2:4 925 O Espírito Infinito, como uma revelação da divindade no universo, é inescrutável e totalmente além da compreensão humana. Para captardes a absolutez do Espírito, necessitais apenas de contemplar a infinitude do Pai Universal e de vos assombrardes com a eternidade do Filho Original.

8:2:5 926 De fato, há mistério na pessoa do Espírito Infinito, mas não tanto quanto na pessoa do Pai ou do Filho. De todos os aspectos da natureza do Pai, o Criador Conjunto revela a infinitude Dele do modo mais espetacular. Ainda que o universo-mestre se expanda finalmente até à infinitude, a presença do espírito, o controle da energia e o potencial da mente do Agente Conjunto seriam adequados para enfrentar as demandas de uma criação ilimitada.

8:2:6 927 Ainda que compartilhe, em todos os sentidos, da perfeição, retidão e amor do Pai Universal, o Espírito Infinito tem uma inclinação para os atributos de misericórdia do Filho Eterno, tornando-se assim o ministro da misericórdia das Deidades do Paraíso, para o grande universo. Para todo o sempre, – universal e eternamente – o Espírito é um ministrador da misericórdia, pois, como os Filhos divinos revelam o amor de Deus, da mesma forma o Espírito Divino retrata a misericórdia de Deus.

8:2:7 931 Não é possível que o Espírito possa ter mais bondade do que o Pai, pois toda bondade tem origem no Pai. Contudo, é nos atos do Espírito que melhor podemos compreender esta bondade. A fidelidade do Pai e a constância do Filho são tornadas reais, para os seres-espíritos e para as criaturas materiais das esferas, por meio do ministério do amor e do serviço incessante das personalidades do Espírito Infinito.

8:2:8 932 O Agente Conjunto herda toda a beleza de pensamento do Pai e todo o Seu caráter de Verdade. E esses traços sublimes da divindade estão coordenados nos níveis quase supremos da mente cósmica, em subordinação à sabedoria infinita e eterna da mente incondicionada e ilimitada da Terceira Fonte e Centro.

3. A RELAÇÃO DO ESPÍRITO COM O PAI E COM O FILHO


8:3:1 933 Como o Filho Eterno é a expressão verbal do “primeiro” pensamento absoluto e infinito do Pai Universal, também o Agente Conjunto é a execução perfeita do “primeiro” conceito criativo completo, ou plano de ação combinada, da associação das personalidades de Pai-e-Filho, em união absoluta de pensamento-palavra. A Terceira Fonte e Centro eterniza-se concomitantemente com o “fiat” da criação central; e, dentre todos os universos, apenas essa criação central é eterna em existência.

8:3:2 934 Desde a personalização da Terceira Fonte, a Primeira Fonte não mais participa pessoalmente da criação no universo. O Pai Universal delega tudo o que é possível ao Seu Filho Eterno, e do mesmo modo o Filho Eterno outorga toda a autoridade e todo o poder possíveis ao Criador Conjunto.

8:3:3 935 O Filho Eterno e o Criador Conjunto planejaram e idealizaram, em conjunto e por intermédio das Suas personalidades coordenadas, cada universo pós-Havona que foi trazido à existência. O Espírito mantém, com o Filho, em toda a criação subseqüente, a mesma relação pessoal que o Filho mantém com o Pai, quando da primeira criação central.

8:3:4 936 Um Filho Criador, do Filho Eterno, e um Espírito Criativo Materno, do Espírito Infinito, criaram o vosso universo e vos criaram; e, enquanto o Pai mantiver fielmente aquilo que Eles organizaram, cabe a esse Filho do Universo e a esse Espírito Materno do Universo fomentar e sustentar o seu próprio trabalho, bem como ministrar às criaturas da própria criação deles.

8:3:5 937 O Espírito Infinito é o agente efetivo do Pai, pleno de amor, e do Filho, pleno de misericórdia, na execução do projeto conjunto, que Eles mantêm, de atrair a Si todas as almas amantes da verdade de todos os mundos do tempo e do espaço. No exato instante em que o Filho Eterno aceitou o plano do Seu Pai, de perfeccionamento para as criaturas dos universos, no momento em que o projeto de ascensão tornou-se um plano do Pai-Filho, nesse instante, o Espírito Infinito tornou-se o administrador conjunto do Pai e do Filho, para a execução do propósito unificado e eterno Deles. E, assim fazendo, o Espírito Infinito devotou todos os seus recursos, de divina presença e das suas personalidades de espírito, ao Pai e ao Filho; ele dedicou tudo ao plano estupendo de elevar as criaturas volitivas sobreviventes até as alturas divinas da perfeição do Paraíso.

8:3:6 938 O Espírito Infinito é uma revelação completa, exclusiva e universal do Pai Universal e do Seu Filho Eterno. Todo o conhecimento da associação entre o Pai e o Filho deve ser obtido por meio do Espírito Infinito, o representante conjunto da união divina entre pensamento-e-palavra.

8:3:7 939 O Filho Eterno é a única via de aproximação até o Pai Universal; e o Espírito Infinito é o único meio de alcançar o Filho Eterno. Apenas por meio da paciente ministração do Espírito é que os seres ascendentes do tempo tornam-se aptos a descobrir o Filho.

8:3:8 941 No centro de todas as coisas, o Espírito Infinito é a primeira das Deidades do Paraíso a ser alcançada pelos peregrinos ascendentes. A Terceira Pessoa abrange e envelopa a Segunda e a Primeira e, portanto, deve ser sempre reconhecida antes por todos aqueles que são candidatos a serem apresentados ao Filho e ao Seu Pai.

8:3:9 942 E, de muitos outros modos, o Espírito igualmente representa e serve de maneira similar ao Pai e ao Filho.

4. O ESPÍRITO DA MINISTRAÇÃO DIVINA


8:4:1 943 Paralelamente ao universo físico, dentro do qual a gravidade do Paraíso mantém todas as coisas juntas, está o universo espiritual, no qual a palavra do Filho interpreta o pensamento de Deus e, quando “se faz carne”, demonstra a misericórdia amorosa da natureza combinada dos Criadores associados. Em toda essa criação material e espiritual, e por meio dela, existe, contudo, um vasto estágio no qual o Espírito Infinito e a sua progênie espiritual manifestam a sua paciência, combinada com a misericórdia e a afeição perenes de pais divinos, para com as crianças inteligentes da sua concepção e criação cooperativa. A ministração eterna à mente é a essência do caráter divino do Espírito. E toda a descendência espiritual do Agente Conjunto participa desse desejo de ministrar, desse impulso divino de servir.

8:4:2 944 Deus é amor, o Filho é misericórdia, o Espírito é o ministério – a ministração do amor divino e da misericórdia sem fim, para toda a criação inteligente. O Espírito é a personificação do amor do Pai e da misericórdia do Filho; nele, Eles estão eternamente unidos para o serviço universal. O Espírito é o amor aplicado à criação da criatura, o amor combinado do Pai e do Filho.

8:4:3 945 Em Urântia, o Espírito Infinito é conhecido como uma influência onipresente, uma presença universal, mas em Havona vós O conhecereis como uma presença pessoal de ministração factual. Ali, o ministério do Espírito do Paraíso é o modelo exemplar e inspirador para cada um dos seus Espíritos coordenados e personalidades subordinadas que ministram aos seres criados, nos mundos do tempo e do espaço. Naquele universo divino, o Espírito Infinito participou plenamente das sete aparições transcendentais do Filho Eterno; do mesmo modo ele participou, junto com o Filho Michael original, das sete auto-outorgas nos circuitos de Havona, desse modo tornando-se o ministro de espírito compassivo e compreensivo para todo peregrino do tempo que atravessa esses círculos perfeitos das alturas.

8:4:4 946 Quando um Filho Criador de Deus aceita a carga de responsabilidade da criação de um universo local projetado, as personalidades do Espírito Infinito comprometem-se a ser as ministras incansáveis desse Filho Michael, quando ele for adiante na sua missão de aventura criadora. Especialmente nas pessoas das Filhas Criadoras, os Espíritos Maternos do universo local, encontramos o Espírito Infinito devotado à tarefa de fomentar a ascensão das criaturas materiais até níveis sempre mais altos de realização espiritual. E todo esse trabalho de ministração às criaturas é feito em harmonia perfeita com os propósitos, e em estreita associação com as personalidades dos Filhos Criadores desses universos locais.

8:4:5 947 Assim como os Filhos de Deus engajam-se na tarefa titânica de revelar a personalidade de amor do Pai, a um universo, o Espírito Infinito dedica-se à ministração infindável de revelar o amor combinado do Pai e do Filho às mentes individuais de todos os filhos de cada universo. Nessas criações locais, o Espírito não desce até as raças materiais à semelhança da carne mortal, como fazem alguns dos Filhos de Deus; o Espírito Infinito e os seus Espíritos coordenados descem, sim, e submetem-se alegremente a uma série surpreendente de atenuações da divindade, chegando mesmo a surgir como anjos para estar ao vosso lado e guiar-vos ao longo dos caminhos rasteiros da existência terrena.

8:4:6 951 Por meio dessa série suficientemente decrescente, o Espírito Infinito, de fato, como uma Pessoa, aproxima-se até muito perto de cada ser das esferas de origem animal. E tudo isso o Espírito faz, sem invalidar em nada a sua existência como Terceira Pessoa da Deidade, no centro de todas as coisas.

8:4:7 952 O Criador Conjunto é, verdadeira e eternamente, a grande personalidade ministradora, o ministro universal da misericórdia. Para compreender a ministração do Espírito, ponderai sobre a verdade de que Ele é o retrato combinado do amor sem fim do Pai e da misericórdia eterna do Filho. O ministério do Espírito não é, contudo, restrito somente à representação do Filho Eterno e do Pai Universal. O Espírito Infinito também possui o poder de ministrar às criaturas do Reino, em seu próprio nome e por direito; a Terceira Pessoa tem dignidade divina e também outorga a ministração universal da misericórdia em seu próprio nome.

8:4:8 953 À medida que o homem aprender mais sobre a ministração incansável e amorosa das ordens menos elevadas da família de criaturas desse Espírito Infinito, mais irá admirar e adorar a natureza transcendente e o caráter ímpar dessa Ação combinada do Pai Universal e do Filho Eterno. De fato, esse Espírito é “os olhos do Senhor, que estão sempre abertos para o justo” e “os ouvidos divinos, que estão sempre abertos às preces deles”.

5. A PRESENÇA DE DEUS


8:5:1 954 O atributo mais notável do Espírito Infinito é a onipresença. Por todo o universo dos universos este Espírito está presente, em todos os lugares, penetrando em tudo; pois Ele é muito semelhante à mente universal e divina. Tanto a Segunda Pessoa quanto a Terceira Pessoa da Deidade são representadas em todos os mundos pelos Seus espíritos sempre presentes.

8:5:2 955 O Pai é infinito e, conseqüentemente, limitado apenas pela volição. Na outorga dos Ajustadores e no circuito da personalidade, o Pai age só; mas, no contato das forças do espírito com os seres inteligentes, Ele utiliza-se dos espíritos e das personalidades do Filho Eterno e do Espírito Infinito. Pela Sua vontade, espiritualmente, Ele está presente seja com o Filho seja com o Agente Conjunto; igualmente Ele está presente com o Filho e no Espírito. Indubitavelmente, o Pai é onipresente e nós discernimos a Sua presença por meio de qualquer uma e de todas essas forças, influências e presenças diversas mas associadas.

8:5:3 956 Nas vossas escrituras sagradas, o termo Espírito de Deus parece ter sido usado indistintamente para designar tanto o Espírito Infinito do Paraíso quanto o Espírito Criativo Materno do vosso universo local. O Espírito Santo é o circuito espiritual dessa Filha Criativa do Espírito Infinito do Paraíso. O Espírito Santo é um circuito inerente a cada universo local e é confinado ao Reino espiritual dessa criação; mas o Espírito Infinito é onipresente.

8:5:4 957 Há muitas influências espirituais, e todas são como uma. Mesmo o trabalho dos Ajustadores do Pensamento, ainda que independente de todas as outras influências, invariavelmente coincide com o ministério do espírito nas influências combinadas do Espírito Infinito e do Espírito Materno, de um universo local. À medida que essas presenças espirituais atuem nas vidas dos urantianos, elas não podem ser desmembradas. Nas vossas mentes e nas vossas almas, elas funcionam como um único espírito, apesar das suas origens diversas. E, à medida que essa ministração espiritual unificada é experimentada, ela torna-se, para vós, a influência do Supremo, “que é sempre capaz de eximir-vos de falhar e de isentar-vos de culpa perante o vosso Pai nas alturas”.

8:5:5 961 Lembrai-vos sempre de que o Espírito Infinito é o Agente Conjunto; tanto o Pai como o Filho agem Nele e por meio Dele; Ele está presente, não apenas como Ele próprio, mas também como o Pai e como o Filho e como o Pai-Filho. Em reconhecimento a isso e por muitas razões adicionais, a presença espiritual do Espírito Infinito é muitas vezes chamada de “o Espírito de Deus”.

8:5:6 962 Também coerente seria referir-se à ligação de todas as ministrações espirituais como o Espírito de Deus, pois tal ligação é realmente a união dos espíritos de Deus, o Pai, de Deus, o Filho, de Deus, o Espírito, e de Deus, o Sétuplo – e até mesmo do Espírito de Deus, o Supremo.

6. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO INFINITO


8:6:1 963 Não permitais que a outorga vastamente disseminada e que a ampla distribuição da Terceira Fonte e Centro vos obscureçam a visão ou vos distraiam do fato da existência da Sua personalidade. O Espírito Infinito é uma presença universal, uma ação eterna, um poder cósmico, uma influência santa e uma mente universal; Ele é tudo isso e infinitamente mais, mas Ele é também uma personalidade verdadeira e divina.

8:6:2 964 O Espírito Infinito é uma personalidade completa e perfeita, o divino igual e coordenado do Pai Universal e do Filho Eterno. O Criador Conjunto é tão real e visível, para as inteligências mais elevadas dos universos, quanto o são o Pai e o Filho; e na verdade o é ainda mais, pois é o Espírito que deve ser alcançado por todos os seres ascendentes, antes que eles possam aproximar-se do Pai, por meio do Filho.

8:6:3 965 O Espírito Infinito, a Terceira Pessoa da Deidade, é possuidor de todos os atributos que vós associais à personalidade. O Espírito é dotado com a mente absoluta: “O Espírito sonda mesmo todas as coisas, mesmo as coisas profundas de Deus”. O Espírito é dotado, não apenas com a mente, mas também com a vontade. Na outorga desses dons ficou registrado: “E todos esses trabalhos, o próprio e uno Espírito os faz, repartindo-os com cada homem, tantas vezes quantas forem da Sua vontade”.

8:6:4 966 “O amor do espírito” é real, como também o são os Seus pesares; portanto “não aflijais o Espírito de Deus”. Se observarmos o Espírito Infinito como uma Deidade do Paraíso ou como um Espírito Criativo Materno de um universo local, logo saberemos que o Criador Conjunto é, não apenas a Terceira Fonte e Centro, mas também uma pessoa divina. Essa personalidade divina também reage ao universo como uma pessoa. O Espírito fala a vós: “Ao que tem um ouvido, deixai-o ouvir o que o Espírito diz”. “O próprio Espírito intercede por vós”. O Espírito exerce uma influência direta e pessoal sobre os seres criados, “pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são eles os filhos de Deus”.

8:6:5 967 Ainda que contemplemos o fenômeno da ministração do Espírito Infinito, aos mundos remotos do universo dos universos; ainda que concebamos essa mesma Deidade coordenadora atuando sobre as indescritíveis legiões de seres múltiplos que têm origem na Terceira Fonte e Centro, e por meio delas; ainda que reconheçamos a onipresença do Espírito, não obstante, nós ainda afirmamos que essa mesma Terceira Fonte e Centro é uma pessoa, o Criador Conjunto de todas as coisas, todos os seres e todos os universos.

8:6:6 968 Na administração dos universos, o Pai, o Filho e o Espírito estão perfeita e eternamente interligados. Embora cada Um esteja engajado em um ministério pessoal a toda a criação, todos os Três estão divina e absolutamente entrelaçados em um serviço de criação e controle, que para sempre faz deles Um.

8:6:7 971 Na pessoa do Espírito Infinito, o Pai e o Filho estão reciprocamente presentes sempre e em perfeição incondicional, pois o Espírito é como o Pai e como o Filho; e também é como o Pai e o Filho, pois Eles dois são Um para sempre.

8:6:8 972 [Apresentado, em Urântia, por um Conselheiro Divino de Uversa, incumbido pelos Anciães dos Dias de descrever a natureza e o trabalho do Espírito Infinito.]

DOCUMENTO 9

A RELAÇÃO DO ESPÍRITO INFINITO COM O UNIVERSO
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Quando, na presença do Paraíso, o Pai Universal e o Filho Eterno uniram-Se para personalizar a Si próprios, uma coisa estranha aconteceu. Nada, nessa situação de eternidade, antecipava que o Agente Conjunto personalizar-se-ia como uma espiritualidade ilimitada coordenada, de mente absoluta e dotada de prerrogativas únicas de manipulação da energia. A sua vinda à existência perfaz a liberação do Pai dos vínculos da perfeição centralizada e das cadeias do absolutismo da personalidade. E essa liberação revela-se no poder, surpreendente, do Criador Conjunto, de criar seres bem adaptados para servir como espíritos ministradores, até mesmo às criaturas materiais dos universos que evoluiriam posteriormente.

9:0:2 982 O Pai é infinito em amor e vontade, em pensamento espiritual e propósito; Ele é o sustentador universal. O Filho é infinito em sabedoria e verdade, em expressão espiritual e interpretação; Ele é o revelador universal. O Paraíso é infinito em potencial para o dom de força e em capacidade para o controle da energia; é o estabilizador universal. O Agente Conjunto possui prerrogativas únicas de síntese e uma capacidade infinita, para coordenar todas as energias existentes no universo, todos os espíritos factuais do universo e todos os intelectos reais do universo; a Terceira Fonte e Centro é a unificadora universal das energias múltiplas e das diversas criações que têm surgido como conseqüência do plano divino e do propósito eterno do Pai Universal.

9:0:3 983 O Espírito Infinito, o Criador Conjunto, é um ministro universal e divino. O Espírito ministra incessantemente a misericórdia do Filho e o amor do Pai, em harmonia até mesmo com a justiça estável, invariável e reta da Trindade do Paraíso. A sua influência e as suas personalidades estão sempre perto de vós; elas realmente conhecem-vos e compreendem-vos verdadeiramente.

9:0:4 984 Em todos os universos, os representantes, agentes e agências, do Agente Conjunto manipulam, sem cessar, as forças e as energias de todo o espaço. Como a Primeira Fonte e Centro, a Terceira Fonte responde tanto ao material quanto ao espiritual. O Agente Conjunto é a revelação da unidade de Deus, em Quem consistem todas as coisas – coisas, significados e valores; energias, mentes e espíritos.

9:0:5 985 O Espírito Infinito penetra todo o espaço; Ele habita o círculo da eternidade; e o Espírito, como o Pai e o Filho, é perfeito e imutável – absoluto.

1. ATRIBUTOS DA TERCEIRA FONTE E CENTRO


9:1:1 986 A Terceira Fonte e Centro é conhecida por vários nomes, todos designativos de uma relação e em reconhecimento da sua função: como Deus, o Espírito, ele é o coordenado da personalidade e o igual divino a Deus, o Filho, e a Deus, o Pai. Como Espírito Infinito, ele é uma influência espiritual onipresente. Como Manipulador Universal, ele é o ancestral das criaturas que controlam o poder e o ativador das forças cósmicas do espaço. Como Agente Conjunto, ele é a representação conjunta e a parte executiva da coligação Pai-Filho. Como Mente Absoluta, ele é a fonte do dom do intelecto, em todos os universos. Como Deus da Ação, ele é o ancestral aparente do movimento, da mudança e do relacionamento.

9:1:2 991 Alguns dos atributos da Terceira Fonte e Centro são derivados do Pai, alguns do Filho, enquanto ainda outros não são observados como ativa e pessoalmente presentes nem no Pai nem no Filho – atributos que dificilmente podem ser explicados, a não ser se presumirmos que a relação Pai-Filho, a qual eterniza a Terceira Fonte e Centro, consistentemente funcione em consonância com o fato eterno da absolutez do Paraíso, e em reconhecimento a ele. O Criador Conjunto corporifica a plenitude dos conceitos combinados e infinitos da Primeira e da Segunda Pessoa da Deidade.

9:1:3 992 Sempre que visualizardes o Pai como um criador original, e o Filho como um administrador espiritual, devereis pensar na Terceira Fonte e Centro como uma coordenadora universal, um ministro de cooperação ilimitada. É o Agente Conjunto que correlaciona toda a realidade factual; Ele é o depositário da Deidade do pensamento do Pai e da palavra do Filho e, na ação, Ele é eternamente ligado à absolutez material da Ilha Central. A Trindade do Paraíso prescreveu a ordem universal de progresso, e a providência de Deus é o domínio do Criador Conjunto e do Ser Supremo, em evolução. Nenhuma realidade factual, ou em factualização, pode afinal escapar de uma relação com a Terceira Fonte e Centro.

9:1:4 993 O Pai Universal preside aos domínios da pré-energia, do pré-espírito e da personalidade; o Filho Eterno domina as esferas das atividades espirituais; a presença da Ilha do Paraíso unifica os domínios da energia física e do poder materializador; o Agente Conjunto opera não apenas como um espírito infinito representando o Filho, mas também como um manipulador universal das forças e energias do Paraíso, trazendo assim à existência a mente universal e absoluta. O Agente Conjunto atua, em todo o grande universo, como uma personalidade positiva e distinta, especialmente nas esferas mais altas dos valores espirituais, das relações físico-energéticas e dos significados reais da mente. Ele funciona sempre, quando e onde, especificamente, a energia e o espírito se associam e interagem; ele domina todas as reações com a mente, exerce um grande poder no mundo espiritual, e tem uma influência muitíssimo poderosa sobre a energia e a matéria. Em todos os momentos, a Terceira Fonte exprime a natureza da Primeira Fonte e Centro.

9:1:5 994 A Terceira Fonte e Centro compartilha, perfeita e incondicionalmente, da onipresença da Primeira Fonte e Centro, algumas vezes sendo chamada de Espírito Onipresente. De uma maneira peculiar e muito pessoal, o Deus da mente compartilha da onisciência do Pai Universal e do Seu Filho Eterno. O conhecimento do Espírito é profundo e completo. O Criador Conjunto manifesta certas fases da onipotência do Pai Universal, mas, de fato, é onipotente apenas no domínio da mente. A Terceira Pessoa da Deidade é o centro intelectual e o administrador universal dos domínios da mente; e nisto ele é absoluto – a sua soberania é inqualificável.

9:1:6 995 O Agente Conjunto parece ser motivado pela coligação Pai-Filho, mas todas as suas ações parecem reconhecer a relação Pai-Paraíso. Às vezes, e em certas funções, Ele parece compensar a incompletude das Deidades experienciais – Deus, o Supremo, e Deus, o Último.

9:1:7 1001 E um grande mistério repousa nisto: que o Infinito simultaneamente tenha revelado a sua infinitude no Filho e como Paraíso, e que então tenha surgido para a existência um Ser igual a Deus, em divindade, que reflete a natureza espiritual do Filho e que é capaz de ativar o modelo do Paraíso; um Ser provisoriamente subordinado em soberania, mas de muitos modos aparentemente o mais versátil em ação. E tal superioridade aparente para a ação é revelada em um atributo da Terceira Fonte e Centro, que é superior mesmo à gravidade física – a manifestação universal da Ilha do Paraíso.

9:1:8 1002 Além desse supercontrole da energia e das coisas físicas, o Espírito Infinito é magnificamente dotado dos atributos de paciência, misericórdia e amor, que são tão sutilmente revelados na Sua ministração espiritual. O Espírito é supremamente competente para ministrar amor e abrigar a justiça com a misericórdia. Deus, o Espírito, possui toda a bondade superna e a afeição misericordiosa do Filho Original e Eterno. O universo da vossa origem foi forjado entre a bigorna da justiça e o martelo do sofrimento; e aqueles que brandem o martelo são os filhos da misericórdia: a progênie espiritual do Espírito Infinito.

2. O ESPÍRITO ONIPRESENTE


9:2:1 1003 Deus é espírito em um sentido triplo: Ele, por Si mesmo, é espírito; no seu Filho, Ele aparece como um espírito incondicional; no Agente Conjunto, como espírito aliado à mente. E, além dessas realidades espirituais, nós acreditamos discernir níveis de fenômenos espirituais experienciais – os espíritos do Ser Supremo, da Deidade Última e do Absoluto da Deidade.

9:2:2 1004 O Espírito Infinito é tanto um complemento do Filho Eterno quanto o Filho Eterno é um complemento do Pai Universal. O Filho Eterno é uma personalização espiritualizada do Pai; o Espírito Infinito é uma espiritualização personalizada do Filho Eterno e do Pai Universal.

9:2:3 1005 Há abertas muitas linhas de forças espirituais, e fontes de poder supramaterial, ligando o povo de Urântia diretamente às Deidades do Paraíso. Existe a conexão dos Ajustadores do Pensamento, direta com o Pai Universal, há a influência disseminada do impulso da gravidade espiritual do Filho Eterno e a presença espiritual do Criador Conjunto. Há uma diferença de função entre o espírito do Filho e o espírito do Espírito. A Terceira Pessoa, no Seu ministério espiritual, pode funcionar como mente, acrescida de espírito, ou como espírito apenas.

9:2:4 1006 Além dessas presenças do Paraíso, os urantianos beneficiam-se das influências espirituais e das atividades no universo local e no superuniverso, das Suas séries quase intermináveis de personalidades de amor, que sempre conduzem a verdade do propósito e a honestidade de coração, elevando-os na direção dos ideais de divindade e da meta da perfeição suprema.

9:2:5 1007 Sabemos que é possível reconhecer sem erro a presença do espírito universal do Filho Eterno. A presença do Espírito Infinito, da Terceira Pessoa da Deidade, mesmo ao homem mortal é possível conhecê-la, pois as criaturas materiais podem de fato experimentar os benefícios da sua influência divina, que funciona como a outorga do Espírito Santo do universo local, sobre as raças da humanidade. Os seres humanos podem também, em algum grau, tornar-se conscientes do Ajustador, a presença impessoal do Pai Universal. Todos esses espíritos divinos, que trabalham pela elevação do homem e pela sua espiritualização, agem em uníssono e em perfeita cooperação. Eles são como Um, na operação espiritual dos planos da ascensão dos mortais e na obtenção da perfeição.

3. O MANIPULADOR UNIVERSAL


9:3:1 1011 A Ilha do Paraíso é a fonte e a essência da gravidade física; e isso deveria ser suficiente para informar-vos de que a gravidade é uma das coisas mais reais e eternamente confiáveis, em todo o universo físico dos universos. A gravidade não pode ser modificada ou anulada, exceto pelas forças e energias conjuntamente promovidas pelo Pai e o Filho, confiadas à pessoa da Terceira Fonte e Centro e funcionalmente associadas a Esta.

9:3:2 1012 O Espírito Infinito possui um poder único e assombroso – o da antigravidade. Esse poder não está funcionalmente (de modo observável) presente, nem no Pai, nem no Filho. Essa capacidade inerente à Terceira Fonte, de resistir ao impulso da gravidade material, é revelada nas reações pessoais do Agente Conjunto a certas fases das relações universais. E esse atributo único é transmissível a algumas das mais elevadas personalidades do Espírito Infinito.

9:3:3 1013 A antigravidade pode anular a gravidade, em uma moldura local; ela age assim pelo exercício de uma força de presença equivalente. Ela opera apenas com referência à gravidade material, e não é uma ação da mente. O fenômeno da aparente resistência à gravidade em um giroscópio é uma boa ilustração do efeito da antigravidade, mas de nenhum valor para ilustrar a causa da antigravidade.

9:3:4 1014 E ainda mais, o Agente Conjunto manifesta poderes que podem transcender à força e neutralizar a energia. Tais poderes operam por meio da desaceleração da energia até o ponto da materialização e por outras técnicas desconhecidas por vós.

9:3:5 1015 O Criador Conjunto não é energia, não é a fonte da energia, nem o destino da energia; Ele é o manipulador da energia. O Criador Conjunto é ação – movimento, mudança, modificação, coordenação, estabilização e equilíbrio. As energias sujeitas ao controle direto ou indireto do Paraíso são, por natureza, sensíveis aos atos da Terceira Fonte e Centro e das suas múltiplas agências.

9:3:6 1016 O universo dos universos é permeado pelas criaturas da Terceira Fonte e Centro, encarregadas do controle e do poder: os controladores físicos, os diretores de potência, os centros de potência e os outros representantes do Deus da Ação, os quais têm a ver com a regulagem e a estabilização das energias físicas. Essas criaturas únicas, de função física, todas, possuem atributos variáveis de controle de força, tais como o da antigravidade, que utilizam nos seus esforços para estabelecer o equilíbrio físico da matéria e das energias do grande universo.

9:3:7 1017 Todas essas atividades materiais do Deus da Ação parecem relacionar a sua função à Ilha do Paraíso e, de fato, todas as agências de poder levam em conta a absolutez da Ilha Eterna, ou mesmo dela são dependentes. Mas o Agente Conjunto não atua para o Paraíso, nem em resposta ao Paraíso. Ele atua, pessoalmente, pelo Pai e pelo Filho. O Paraíso não é uma pessoa. Os feitos não pessoais, impessoais e outros que não os pessoais, da Terceira Fonte e Centro, são todos atos volitivos do próprio Agente Conjunto; não são reflexões, derivações ou repercussões de nada, nem de ninguém.

9:3:8 1018 O Paraíso é o modelo da infinitude; o Deus da Ação é o ativador desse arquétipo. O Paraíso é o ponto de apoio material da infinitude; as agências da Terceira Fonte e Centro são as alavancas da inteligência que motivam o nível material e conferem espontaneidade ao mecanismo da criação física.

4. A MENTE ABSOLUTA


9:4:1 1021 Há uma natureza intelectual na Terceira Fonte e Centro que é distinta dos seus atributos físicos e espirituais. Essa natureza é dificilmente contatável, mas é associável – se bem que intelectualmente e não pessoalmente. Distingue-se dos atributos físicos e do caráter espiritual da Terceira Pessoa, nos níveis da função mental, mas, para o discernimento das personalidades, essa natureza nunca funciona independentemente de manifestações físicas ou espirituais.

9:4:2 1022 A mente absoluta é a mente da Terceira Pessoa; ela é inseparável da personalidade de Deus, o Espírito. A mente, nos seres em atividade, não está separada da energia nem do espírito, nem de ambos. A mente não é inerente à energia; a energia é receptiva e sensível à mente; a mente pode ser superposta à energia, mas a consciência não é inerente ao nível puramente material. Não é necessário que a mente seja acrescentada ao espírito puro, pois o espírito é inatamente consciente e capaz de identificação. O espírito é sempre inteligente, de algum modo é dotado de mente. Pode ser esta ou aquela mente, pode ser a pré-mente ou a supramente, ou mesmo a mente espiritual, mas o fato é que ela executa o equivalente a pensar, e saber. O discernimento do espírito transcende, sobrepõe-se e teoricamente precede à consciência da mente.

9:4:3 1023 O Criador Conjunto é absoluto apenas no domínio da mente, no reino da inteligência universal. A mente da Terceira Fonte e Centro é infinita; transcende amplamente aos circuitos ativos e atuantes da mente, no universo dos universos. O dom da mente dos sete superuniversos advém dos Sete Espíritos Mestres, as personalidades primárias do Criador Conjunto. Esses Espíritos Mestres distribuem a mente ao grande universo, como a mente cósmica, e o vosso universo local está infiltrado pela variante Nebadônica do tipo Orvontônico de mente cósmica.

9:4:4 1024 A mente que é infinita ignora o tempo, a mente última transcende ao tempo, a mente cósmica é condicionada pelo tempo. E é, assim também, com o espaço: a Mente Infinita é independente do espaço, mas à medida que desce do nível do infinito até os níveis ajudantes da mente, o intelecto deve ter em conta, crescentemente, a existência e as limitações do espaço.

9:4:5 1025 A força cósmica reage à mente, assim como a mente cósmica reage ao espírito. O espírito é propósito divino, e a mente espiritual é propósito divino em ação. A energia é coisa; a mente é significado; o espírito é valor. Mesmo no tempo e no espaço, a mente estabelece aquelas relações relativas, entre a energia e o espírito, que são indicativas de semelhança mútua na eternidade.

9:4:6 1026 A mente transmuta os valores do espírito em significados do intelecto; a volição tem poder para frutificar os significados da mente, tanto no domínio material quanto no espiritual. A ascensão ao Paraíso envolve um crescimento relativo e diferencial em espírito, mente e energia. A personalidade é a unificadora desses componentes da individualidade experiencial.

5. O MINISTÉRIO DA MENTE


9:5:1 1027 A Terceira Fonte e Centro é infinita em mente. Se o universo crescesse até a infinitude, ainda assim, a Sua mente potencial seria adequada para dotar números ilimitados de criaturas com mentes apropriadas e outros pré-requisitos de intelecto.

9:5:2 1028 No domínio da mente criada, a Terceira Pessoa, com os Seus coligados coordenados e subordinados, governa em supremacia. Os domínios da mente da criatura têm a sua origem exclusiva na Terceira Fonte e Centro; Ela é a outorgadora da mente. Mesmo os fragmentos do Pai acham impossível residir nas mentes dos homens, antes que o caminho tenha sido apropriadamente preparado para eles pela ação da mente e pela função espiritual do Espírito Infinito.

9:5:3 1031 A característica singular da mente é que ela pode ser conferida a uma vasta diversidade de vidas. Por intermédio dos Seus colaboradores, criaturas e criadores, a Terceira Fonte e Centro ministra a todas as mentes, em todas as esferas. Ela ministra ao intelecto humano e subumano, por meio dos ajudantes dos universos locais e por intermédio da agência dos controladores físicos, e ministra até mesmo às entidades mais baixas, não experienciais, dos tipos mais primitivos de coisas vivas. E a direção da mente é sempre um ministério das personalidades de mente-espírito ou de mente-energia.

9:5:4 1032 Posto que a Terceira Pessoa da Deidade é a fonte da mente, torna-se completamente natural que as criaturas evolucionárias de vontade achem mais fácil formar conceitos compreensíveis do Espírito Infinito, do que do Filho Eterno ou do Pai Universal. A realidade do Criador Conjunto revela-se, ainda que imperfeitamente, na própria existência da mente humana. O Criador Conjunto é o ancestral da mente cósmica; e a mente do homem é um circuito individualizado, uma porção impessoal daquela mente cósmica, do modo como é conferida a um universo local por uma Filha Criativa da Terceira Fonte e Centro.

9:5:5 1033 Pelo fato de a Terceira Pessoa ser a fonte da mente, não presumais considerar que todos os fenômenos da mente sejam divinos. O intelecto humano tem a sua raiz na origem material das raças animais. A inteligência do universo não é uma verdadeira revelação de Deus, que é mente; não mais do que a natureza física é uma verdadeira revelação da beleza e harmonia do Paraíso. A perfeição está na natureza, mas a natureza não é perfeita. O Criador Conjunto é a fonte da mente, mas a mente não é o Criador Conjunto.

9:5:6 1034 A mente, em Urântia, é um compromisso entre a essência da perfeição do pensamento e a mentalidade, em evolução, da vossa natureza humana imatura. O plano para a vossa evolução intelectual é, de fato, de sublime perfeição, mas vós permanecereis ainda muito distantes dessa meta divina enquanto ainda estiverdes atuando nos tabernáculos da carne. A mente é verdadeiramente de origem divina e tem um destino divino, mas as vossas mentes mortais não têm ainda a dignidade divina.

9:5:7 1035 Vós, muito freqüentemente, talvez até em demasia, frustrais as vossas mentes pela insinceridade, e as deformais pelas intenções incorretas; vós as sujeitais ao medo animal e as distorceis pela ansiedade inútil. Portanto, embora a fonte da mente seja divina, a mente, tal como a conheceis no vosso mundo de ascensão, dificilmente pode tornar-se o objeto de uma grande admiração, e muito menos de adoração ou culto. A contemplação do intelecto humano imaturo e impotente deveria conduzir apenas a reações de humildade.

6. O CIRCUITO DE GRAVIDADE DA MENTE


9:6:1 1036 A Terceira Fonte e Centro, a inteligência universal, é pessoalmente consciente de cada mente, de cada intelecto, em toda a criação; e Ela mantém um contato pessoal e perfeito com todas as criaturas físicas, moronciais e espirituais que tenham o dom da mente, na vastidão dos universos. Todas essas atividades da mente são abrangidas pelo circuito absoluto de gravidade da mente, focalizado na Terceira Fonte e Centro, o qual é uma parte da consciência pessoal do Espírito Infinito.

9:6:2 1037 Do mesmo modo que o Pai atrai a Si todas as personalidades, e o Filho atrai toda a realidade espiritual, também, o Agente Conjunto exerce uma força de atração sobre todas as mentes; Ele domina e controla irrestritamente o circuito da mente universal. Todos os valores intelectuais verdadeiros e genuínos, todos os pensamentos divinos e todas as idéias perfeitas são infalivelmente atraídas para esse circuito absoluto da mente.

9:6:3 1041 A força de gravidade da mente pode operar independentemente da gravidade material e da gravitação espiritual, mas, em qualquer tempo e lugar nos quais estas duas tenham ação, a gravidade da mente sempre funciona. Quando as três estão associadas, a gravidade da personalidade pode abranger a criatura material, seja ela física ou moroncial, finita ou absonita. Independentemente disso, o dom da mente, entretanto, mesmo nos seres impessoais, qualifica-os a pensarem e dota-os de consciência, a despeito até da total ausência de personalidade.

9:6:4 1042 A individualidade, com dignidade de personalidade, humana ou divina, imortal ou potencialmente imortal, entretanto, não se origina nem no espírito, nem na mente, nem na matéria; é uma dádiva do Pai Universal. Tampouco a interação entre espírito, mente e gravidade material é um pré-requisito para o surgimento da gravidade da personalidade. O circuito do Pai pode abranger um ser material e de mente que seja insensível à gravidade espiritual, ou pode incluir um ser espiritual e de mente que não seja sensível à gravidade material. O funcionamento da gravidade da personalidade é sempre um ato volitivo do Pai Universal.

9:6:5 1043 Enquanto a mente é associada à energia, em seres puramente materiais, e associada ao espírito, em personalidades puramente espirituais, inúmeras ordens de personalidades, incluindo a humana, possuem mentes que são associadas tanto à energia quanto ao espírito. Os aspectos espirituais da mente da criatura são, infalivelmente, sensíveis à atração da gravidade espiritual do Filho Eterno; os aspectos materiais respondem à atração da gravidade do universo material.

9:6:6 1044 A mente cósmica, quando não associada nem à energia nem ao espírito, não fica sujeita às demandas da gravidade de circuitos, sejam estas materiais ou espirituais. A mente pura está sujeita apenas à atração gravitacional universal do Agente Conjunto. A mente pura é bastante semelhante à mente infinita, e, aparentemente, a mente infinita (coordenada teórica dos absolutos do espírito e da energia) é uma lei em si.

9:6:7 1045 Quanto maior a divergência entre espírito e energia, maior será a função observável da mente; quanto menor a diversidade entre energia e espírito, tanto menor será a função observável da mente. Aparentemente, a função máxima da mente cósmica dá-se nos universos temporais do espaço. Neles a mente parece funcionar em uma zona intermediária entre a energia e o espírito, mas isso não é verdadeiro para os níveis mais elevados da mente; no Paraíso, a energia e o espírito são essencialmente um.

9:6:8 1046 O circuito de gravidade da mente é confiável; ele emana da Terceira Pessoa da Deidade do Paraíso, mas nem todas as funções observáveis da mente são previsíveis. Em toda a criação conhecida, há uma presença paralela a esse circuito da mente, ainda pouco compreendida, cuja função não é previsível. Acreditamos que essa imprevisibilidade possa ser parcialmente atribuída à função do Absoluto Universal. O que é essa função, não sabemos; o que a ativa, podemos apenas conjecturar; mas, no que diz respeito à sua relação com as criaturas, podemos apenas teorizar.

9:6:9 1047 Certas fases da imprevisibilidade da mente finita podem ser devidas ao fato de o Ser Supremo estar incompleto; há uma vasta zona de atividades em que o Agente Conjunto e o Absoluto Universal podem possivelmente atuar tangenciando-se. Há muito com relação à mente que é desconhecido, mas estamos seguros de que o Espírito Infinito é a expressão perfeita da mente do Criador, para todas as criaturas; e o Ser Supremo é a expressão, em evolução, das mentes de todas as criaturas para o seu Criador.

7. A REFLETIVIDADE NO UNIVERSO


9:7:1 1051 O Agente Conjunto é capaz de coordenar todos os níveis de factualidade do universo, de uma maneira tal que seja possível o reconhecimento simultâneo do mental, do material e do espiritual. Este é o fenômeno da refletividade no universo, aquele poder único e inexplicável de ver, ouvir, sentir e saber de todas as coisas, à medida que acontecem em um superuniverso, e de focalizar, por refletividade, toda essa informação e conhecimento em qualquer ponto desejado. A ação da refletividade é mostrada, em perfeição, em cada um dos mundos-sedes dos sete superuniversos. Ela opera também em todos os setores dos superuniversos e dentro das fronteiras dos universos locais. A refletividade, finalmente, focaliza-se no Paraíso.

9:7:2 1052 O fenômeno da refletividade, tal como é observado nos mundos-sedes dos superuniversos, por meio dos feitos assombrosos das personalidades refletivas estacionadas ali, representa a mais complexa interassociação de todas as fases da existência encontradas em toda a criação. As linhas do espírito podem ser traçadas remontando até o Filho, as da energia física, ao Paraíso, e as da mente, até a Terceira Fonte; mas, para o extraordinário fenômeno da refletividade no universo, há uma unificação, que é única e excepcional, de todas essas três linhas, assim associadas como que para capacitar os governantes do universo a saberem sobre as condições mais remotas, instantânea e simultaneamente com a sua ocorrência.

9:7:3 1053 Nós compreendemos muito acerca da técnica da refletividade, mas há vários aspectos dela que realmente nos desconcertam. Sabemos que o Agente Conjunto é o centro universal do circuito da mente, que Ele é o ancestral da mente cósmica e que a mente cósmica opera sob o controle da gravidade absoluta da mente da Terceira Fonte e Centro. Sabemos, ainda, que os circuitos da mente cósmica influenciam os níveis intelectuais de todas as existências conhecidas; que eles contêm os informes espaciais universais e também, com toda a certeza, que eles se focalizam nos Sete Espíritos Mestres e convergem para a Terceira Fonte e Centro.

9:7:4 1054 A relação entre a mente cósmica finita e a mente divina absoluta parece estar evoluindo na mente experiencial do Supremo. Foi-nos ensinado que, no alvorecer dos tempos, essa mente experiencial foi outorgada ao Supremo, pelo Espírito Infinito, e nós conjecturamos que certos traços característicos do fenômeno da refletividade possam ser explicados apenas quando se postula a atividade da Mente Suprema. Se o Supremo não estiver envolvido na refletividade, ficamos sem poder explicar as transações intrincadas e as operações infalíveis dessa consciência do cosmo.

9:7:5 1055 A refletividade parece ser a onisciência dentro dos limites do experiencial finito, e pode representar a emergência de uma presença de consciência no Ser Supremo. Se essa suposição for verdadeira, a utilização da refletividade, em qualquer das suas fases, será equivalente a um contato parcial com a consciência do Supremo.

8. AS PERSONALIDADES DO ESPÍRITO INFINITO


9:8:1 1056 O Espírito Infinito possui o poder pleno de transmitir muitos dos Seus poderes e prerrogativas às Suas personalidades e agências coordenadas e subordinadas.

9:8:2 1057 O primeiro ato, como Deidade criadora, do Espírito Infinito, funcionando à parte da Trindade, mas por meio de alguma coligação não revelada com o Pai e com o Filho, personalizou-se na existência dos Sete Espíritos Mestres do Paraíso, os distribuidores do Espírito Infinito aos universos.

9:8:3 1061 Não há nenhum representante direto da Terceira Fonte e Centro nas sedes centrais de um superuniverso. Cada uma dessas sete criações depende de um dos Espíritos Mestres do Paraíso, que atua por intermédio dos sete Espíritos Refletivos situados na capital do superuniverso.

9:8:4 1062 O ato criador seguinte e contínuo do Espírito Infinito é revelado, de tempos em tempos, na geração dos Espíritos Criativos Maternos. Cada vez que o Pai Universal e o Filho Eterno tornam-se os pais de um Filho Criador, o Espírito Infinito torna-se o ancestral de um Espírito Criativo Materno de um universo local, a qual se torna a coligada íntima daquele Filho Criador, em toda a experiência subseqüente no universo.

9:8:5 1063 Na mesma medida em que é necessário distinguir entre o Filho Eterno e os Filhos Criadores, é necessário distinguir entre o Espírito Infinito e os Espíritos Criativos Maternos, coordenadas que estão aos Filhos Criadores nos universos locais. O que o Espírito Infinito é para a criação total, um Espírito Criativo é para um universo local.

9:8:6 1064 A Terceira Fonte e Centro é representada, no grande universo, por um vasto conjunto de espíritos ministradores, mensageiros, mestres, juízes, ajudantes e conselheiros, juntamente com os supervisores de certos circuitos de natureza física, moroncial e espiritual. Nem todos esses seres são personalidades, no sentido estrito do termo. A personalidade do tipo das criaturas finitas é caracterizada por:

1065 1. Uma consciência subjetiva de si própria.

1066 2. Uma reação objetiva ao circuito da personalidade do Pai.

9:8:7 1067 Há personalidades de criador e personalidades de criatura e, além desses dois tipos fundamentais, há personalidades da Terceira Fonte e Centro, seres que são pessoais para o Espírito Infinito, mas que não são incondicionalmente criaturas pessoais para os seres-criaturas. Essas personalidades da Terceira Fonte não são uma parte do circuito da personalidade do Pai. As personalidades da Primeira Fonte e as personalidades da Terceira Fonte são mutuamente contatáveis; todas as personalidades são contatáveis.

9:8:8 1068 O Pai outorga personalidade pelo Seu livre-arbítrio pessoal. Por que Ele o faz, podemos apenas conjecturar; como Ele o faz, nós não sabemos. Tampouco sabemos por que a Terceira Fonte outorga personalidade de um tipo que não vem do Pai, mas isso o Espírito Infinito faz por Si próprio, em conjunção criadora com o Filho Eterno e de inúmeros modos desconhecidos para vós. O Espírito Infinito pode também atuar, pelo Pai, na outorga de personalidade da Primeira Fonte.

9:8:9 1069 Há inúmeros tipos de personalidade da Terceira Fonte. O Espírito Infinito outorga personalidade da Terceira Fonte a inúmeros grupos que não estão incluídos no circuito da personalidade do Pai, tais como alguns dos diretores de potência. Do mesmo modo o Espírito Infinito trata como personalidades a numerosos grupos de seres, tais como os Espíritos Criativos Maternos, que por si próprios são uma classe específica nas suas relações com as criaturas do circuito do Pai.

9:8:10 10610 Tanto as personalidades da Primeira Fonte quanto as da Terceira Fonte são dotadas com tudo aquilo que o homem associa ao conceito de personalidade e mesmo muito mais; elas têm mentes que abrangem memória, razão, julgamento, imaginação criativa, associação de idéias, decisão, escolha e inúmeros outros poderes de intelecto, inteiramente desconhecidos para os mortais. Com poucas exceções, as ordens reveladas a vós possuem forma e individualidade distintas; elas são seres reais. A maioria delas é visível para todas as ordens de existência espiritual.

9:8:11 1071 Até mesmo vós sereis capazes de ver os vossos coligados espirituais das ordens menos elevadas, tão logo vos libereis da visão limitada dos vossos olhos materiais atuais e tão logo fordes dotados com uma forma moroncial, a qual tem a sensibilidade ampliada para a realidade das coisas espirituais.

9:8:12 1072 A família funcional da Terceira Fonte e Centro, tal como é revelada nestas narrativas, enquadra-se em três grandes grupos:

9:8:13 1073
I. Os Espíritos Supremos.

Um grupo de origem composta que abrange, entre outras, as ordens seguintes:

1074 1. Os Sete Espíritos Mestres do Paraíso.

1075 2. Os Espíritos Refletivos dos Superuniversos.

1076 3. Os Espíritos Criativos Maternos dos Universos Locais.

9:8:14 1077
II. Os Diretores do Poder.

Um grupo de criaturas e agentes e agências de controle, que opera em todo o espaço organizado.

9:8:15 1078
III. As Personalidades do Espírito Infinito.

Essa designação não implica necessariamente que esses seres sejam personalidades da Terceira Fonte, embora algumas delas sejam tão únicas quanto as criaturas de vontade. Comumente elas estão agrupadas em três classificações principais:

1079 1. As Personalidades Mais Elevadas do Espírito Infinito.

10710 2. As Hostes de Mensageiros do Espaço.

10711 3. Os Espíritos Ministradores do Tempo.

9:8:16 10712 Esses grupos servem no Paraíso, no universo central ou residencial, e nos superuniversos; e abrangem ordens que funcionam nos universos locais, e mesmo nas constelações, sistemas e planetas.

9:8:17 10713 As personalidades espirituais, da vasta família do Espírito Divino e Infinito, estão, para sempre, dedicadas ao serviço de ministração do amor de Deus e da misericórdia do Filho a todas as criaturas inteligentes dos mundos evolucionários do tempo e do espaço. Esses seres espirituais constituem a escada viva pela qual o homem mortal ascende do caos à glória.

9:8:18 10714 [Revelado, em Urântia, por um Conselheiro Divino de Uversa, incumbido pelos Anciães dos Dias de descrever a natureza e o trabalho do Espírito Infinito.]

DOCUMENTO 10

A TRINDADE DO PARAÍSO
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A Trindade das Deidades eternas do Paraíso possibilita ao Pai eximir-se do absolutismo da personalidade. A Trindade associa perfeitamente a expressão ilimitada da vontade pessoal infinita de Deus com a absolutez da Deidade. O Filho Eterno e os vários Filhos de origem divina, juntamente com o Agente Conjunto e os seus filhos do universo, efetivamente proporcionam ao Pai a liberação das limitações inerentes, por outro lado, à primazia, perfeição, imutabilidade, eternidade, universalidade, absolutez e infinitude.

10:0:2 1082 A Trindade do Paraíso assegura, de um modo eficaz, a expressão plena e a revelação perfeita da natureza eterna da Deidade. Os Filhos Estacionários da Trindade, do mesmo modo, proporcionam uma revelação plena e perfeita da justiça divina. A Trindade é a unidade na Deidade, e essa unidade repousa eternamente sobre as fundações absolutas da unicidade divina das três personalidades originais, coordenadas e coexistentes: Deus, o Pai; Deus, o Filho; e Deus, o Espírito.

10:0:3 1083 A partir da situação presente, no círculo da eternidade, olhando para trás, para o passado sem fim, podemos descobrir apenas uma inevitabilidade inelutável nos assuntos do universo, e esta é a Trindade do Paraíso. Considero que a Trindade tenha sido inevitável. Do modo como vejo o passado, o presente e o futuro dos tempos, eu considero que nada mais, em todo o universo dos universos, tenha sido assim inevitável. O universo-mestre atual, quando visto em retrospectiva, ou em prospectiva, torna-se inconcebível sem a Trindade. Com a Trindade do Paraíso, nós podemos postular caminhos alternativos, ou mesmo múltiplos, de fazer todas as coisas, ao passo que sem a Trindade de Pai, Filho e Espírito, tornamo-nos incapazes de conceber como o Infinito poderia realizar uma personalização tríplice e coordenada, mantendo a unicidade absoluta da Deidade. Nenhum outro conceito de criação alcança padrões de completitude e de absolutez como os da Trindade, inerentes à unicidade da Deidade e aliados à plenitude de liberação volitiva inerente à personalização tríplice da Deidade.

1. A AUTODISTRIBUIÇÃO DA PRIMEIRA FONTE E CENTRO


10:1:1 1084 Retrocedendo na eternidade, pareceria que o Pai inaugurou uma política aprofundada de autodistribuição. Há, inerentemente à natureza amorosa, amável e sem egoísmo, do Pai Universal, algo que O tenha levado a reservar-Se a exercer apenas aqueles poderes e autoridade que aparentemente Ele tenha achado impossível delegar ou outorgar.

10:1:2 1085 O Pai Universal despojou-Se sempre de toda a parte de Si mesmo que seria outorgável a qualquer outro Criador ou criatura. Ele delegou aos Seus Filhos divinos, e às inteligências a eles associadas, todo poder e toda autoridade que poderiam ser delegados. Ele transferiu, de fato, aos Seus Filhos Soberanos, nos seus respectivos universos, toda prerrogativa de autoridade administrativa que era transferível. Nos assuntos de um universo local, Ele fez cada Filho Criador Soberano tão perfeito, competente, e com tanta autoridade quanto o Filho Eterno possui, no universo central e original. Ele entregou, na verdade, outorgou, com dignidade e santidade na posse de personalidade, tudo de Si, e todos os Seus atributos, tudo de que Ele possivelmente poderia despojar-Se, de todas as formas, em todas as idades, em todos os lugares e para todas as pessoas e em todos os universos, exceto aquele da Sua morada central.

10:1:3 1091 A personalidade divina não é autocentrada; a autodistribuição e o compartilhamento da personalidade caracterizam o livre-arbítrio da individualidade divina. As criaturas anseiam por ligar-se a outras criaturas pessoais; os Criadores são movidos a compartilhar a divindade com os seus filhos do universo; a personalidade do Infinito revela-Se como o Pai Universal, que compartilha a realidade do Seu ser e a igualdade deste Ser com as duas personalidades coordenadas: o Filho Eterno e o Agente Conjunto.

10:1:4 1092 Para o conhecimento da personalidade do Pai e dos Seus atributos divinos, nós seremos eternamente dependentes das revelações do Filho Eterno, pois, quando o ato conjunto de criação foi efetuado, quando a Terceira Pessoa da Deidade surgiu para a existência, em personalidade, e executou os conceitos combinados dos seus pais divinos, o Pai cessou de existir como personalidade inqualificável. Com a vinda do Agente Conjunto à existência e com a materialização do núcleo central da criação, certas modificações eternas aconteceram. Deus doou-se a Si próprio, como uma personalidade absoluta, ao Seu Filho Eterno. Assim o Pai outorga a “personalidade da infinitude” ao Seu Filho unigênito, enquanto Ambos outorgam a “personalidade conjunta”, da Sua união eterna, ao Espírito Infinito.

10:1:5 1093 Por essas e por outras razões, que estão além dos conceitos da mente finita, é extremamente difícil para a criatura humana compreender a personalidade paterna infinita de Deus, exceto do modo como ela é revelada no Filho Eterno e, com o Filho, como é universalmente ativa no Espírito Infinito.

10:1:6 1094 Posto que os Filhos de Deus do Paraíso visitam os mundos evolucionários, algumas vezes até mesmo habitando neles, na semelhança da carne mortal, e, posto que essas auto-outorgas tornam possível ao homem mortal factualmente conhecer algo sobre a natureza e o caráter da personalidade divina, as criaturas das esferas planetárias devem, por essas razões, dar toda atenção às auto-outorgas, feitas por esses Filhos do Paraíso, para extrair delas as informações confiáveis e dignas de fé, a respeito do Pai, do Filho e do Espírito.

2. A PERSONALIZAÇÃO DA DEIDADE


10:2:1 1095 Pela técnica da trinitarização, o Pai despoja-Se daquela personalidade espiritual inqualificável, que é o Filho, mas, fazendo assim, Ele constitui-Se como o Pai deste mesmo Filho e, conseqüentemente, reinveste-Se da capacidade ilimitada de tornar-Se o Pai divino de todos os tipos personalizados de criatura volitiva inteligente, subseqüentemente criados, gerados ou de manifestados de outros modos. Como personalidade absoluta e inqualificável, o Pai pode funcionar apenas como o Filho e com o Filho, mas como Pai pessoal Ele continua a outorgar personalidade às diversas hostes de níveis diferentes de criaturas volitivas inteligentes, e, para sempre, mantém relações pessoais de união de amor com a vasta família dos Seus filhos do universo.

10:2:2 1096 O Pai, após haver o Pai outorgado, à personalidade do Seu Filho, a plenitude de Si próprio, e, quando esse ato de doação de Si próprio torna-se completo e perfeito, os co-partícipes eternos outorgam conjuntamente aquelas qualidades e atributos, de poder e natureza infinitos, que assim existem na união Pai-Filho, constituindo ainda um outro ser como Eles próprios; e essa personalidade conjunta, o Espírito Infinito, completa a personalização existencial da Deidade.

10:2:3 1101 O Filho é indispensável à paternidade de Deus. O Espírito é indispensável à fraternidade da Segunda e da Terceira Pessoas. Três pessoas são um grupo social mínimo; mas, entre as razões para acreditar-se na inevitabilidade do Agente Conjunto, esta seria a menos importante

10:2:4 1102 A Primeira Fonte e Centro é a personalidade-pai infinita, a personalidade fonte inqualificável. O Filho Eterno é o absoluto-da-personalidade inqualificável: aquele Ser divino que permanece por todo o tempo e eternidade como a perfeita revelação da natureza pessoal de Deus. O Espírito Infinito é a personalidade-conjunta: a conseqüência pessoal única da união eterna Pai-Filho.

10:2:5 1103 A personalidade da Primeira Fonte e Centro é a personalidade na infinitude, menos a personalidade absoluta do Filho Eterno. A personalidade da Terceira Fonte e Centro é a conseqüência supra-somatória da união da personalidade liberada do Pai e da personalidade absoluta do Filho.

10:2:6 1104 O Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito são pessoas únicas; nenhuma é duplicata da outra; cada uma é original; e todas são unidas.

10:2:7 1105 Apenas o Filho Eterno experiencia a plenitude do relacionamento entre as personalidades divinas: a consciência tanto da filiação ao Pai quanto da paternidade com o Espírito, e da igualdade divina tanto com o Pai-ancestral quanto com o Espírito-associado. O Pai conhece a experiência de ter um Filho, que é o seu igual, mas o Pai não conhece nenhum antecedente ancestral. O Filho Eterno tem a experiência da filiação, o reconhecimento de um ancestral para a sua personalidade e, ao mesmo tempo, o Filho é consciente de ser o Pai conjunto do Espírito Infinito. O Espírito Infinito é consciente da duplicidade da personalidade ancestral, mas não é progenitor de nenhuma personalidade coordenada da Deidade. Com o Espírito, completa-se o ciclo existencial da personalização da Deidade; as personalidades primárias da Terceira Fonte e Centro são experienciais e são em número de sete.

10:2:8 1106 Eu tenho origem na Trindade do Paraíso. Conheço a Trindade como Deidade unificada; eu também sei que o Pai, o Filho e o Espírito existem e atuam dentro dos Seus âmbitos pessoais definidos. Sei, efetivamente, que Eles não apenas agem, pessoal e coletivamente, mas que Eles também coordenam as suas funções em várias formações, de modo tal que, finalmente, Eles atuem em sete funções diferentes, singulares e plurais. E, posto que estas sete associações esgotam as possibilidades de combinações de divindade, torna-se inevitável que as realidades do universo manifestem-se em sete variações de valores, significados e personalidades.

3. AS TRÊS PESSOAS DA DEIDADE


10:3:1 1107 Não obstante exista apenas uma Deidade, há três personalizações positivas e divinas da Deidade. A respeito da doação de Ajustadores divinos ao homem, o Pai disse: “Façamos o homem mortal à Nossa própria imagem”. Reiteradamente, nas escrituras de Urântia, ocorre essa referência aos atos e feitos da Deidade plural, evidenciando claramente o reconhecimento à existência e ao trabalho de Três Fontes e Centros.

10:3:2 1108 Foi-nos ensinado que o Filho e o Espírito sustentam relações idênticas com o Pai, na coligação da Trindade. Na eternidade, e enquanto Deidades, Eles indubitavelmente sustentam-nas, mas, no tempo, e como personalidades, Eles certamente revelam relações de naturezas muito diversas. Olhando do Paraíso para os diversos universos, essas relações parecem ser muito similares, mas, se vistas dos domínios do espaço, elas parecem ser bem diferentes.

10:3:3 1111 Os Filhos divinos são realmente a “Palavra de Deus”; mas os filhos do Espírito são verdadeiramente o “Ato de Deus”. Deus fala por intermédio do Filho e, com o Filho, atua por intermédio do Espírito Infinito; ao mesmo tempo que, em todas as atividades no universo, o Filho e o Espírito são sutilmente fraternais; e trabalham como dois irmãos iguais, com admiração e amor pelo Pai comum, honrado e divinamente respeitado.

10:3:4 1112 O Pai, o Filho e o Espírito certamente são iguais em natureza, e coordenados no Ser; todavia, há diferenças inequívocas nas Suas atuações no universo; e, quando agindo a sós, cada Pessoa da Deidade é aparentemente limitada em absolutez.

10:3:5 1113 O Pai Universal, antes do seu despojamento voluntário de personalidade, poderes e atributos, que constituiu o Filho e o Espírito, parece ter sido (considerando-se filosoficamente) uma Deidade inqualificável, absoluta e infinita. Mas, uma Primeira Fonte e Centro de tal modo teórica, sem um Filho, não poderia, em nenhum sentido da palavra, ser considerada o Pai Universal : a paternidade não é real sem filiação. Além disso, para ter sido absoluto em um sentido pleno, o Pai deve ter existido sozinho, em algum momento eternamente distante. Entretanto Ele nunca teve tal existência solitária; o Filho e o Espírito são ambos co-eternos com o Pai. A Primeira Fonte e Centro tem sempre sido, e para sempre será, o Pai eterno do Filho Original e, com o Filho, o eterno progenitor do Espírito Infinito.

10:3:6 1114 Observamos que o Pai Se despojou de todas as manifestações diretas de absolutez, exceto a paternidade absoluta e a absoluta volição. Nós não sabemos se a volição é um atributo inalienável do Pai, podemos observar apenas que Ele não Se despojou da volição. Tal infinitude de vontade deve ter sido eternamente inerente à Primeira Fonte e Centro.

10:3:7 1115 Ao outorgar absolutez de personalidade ao Filho Eterno, o Pai Universal escapa da algema do absolutismo da personalidade, mas, ao fazê-lo, Ele dá um passo que torna para sempre impossível para Ele atuar a sós, como um absoluto da personalidade. E, com a personalização final da Deidade co-existente – o Agente Conjunto –, advém a interdependência trinitária crítica das Três personalidades divinas, no que diz respeito à totalidade de funcionamento da Deidade, no absoluto.

10:3:8 1116 Deus é o Pai Absoluto de todas as personalidades no universo dos universos. O Pai é pessoalmente absoluto para a liberdade de ação, mas, nos universos do tempo e do espaço, já criados, em criação e ainda por serem criados, o Pai não é discernivelmente absoluto, como Deidade total, exceto na Trindade do Paraíso.

10:3:9 1117 A Primeira Fonte e Centro atua, fora de Havona, nos universos fenomênicos, como a seguir:

10:3:10 1118 1. Como criador, por intermédio dos Filhos Criadores, seus netos.

10:3:11 1119 2. Como controlador, por meio do centro de gravidade do Paraíso.

10:3:12 11110 3. Como espírito, por meio do Filho Eterno.

10:3:13 11111 4. Como mente, por intermédio do Criador Conjunto.

10:3:14 11112 5. Enquanto Pai, Ele mantém o contato paterno com todas as criaturas por meio do Seu circuito de personalidade.

10:3:15 11113 6. Como pessoa, Ele atua diretamente sobre toda a criação por meio dos seus exclusivos fragmentos – no homem mortal, por meio dos Ajustadores do Pensamento.

10:3:16 11114 7. Enquanto Deidade total, Ele funciona apenas na Trindade do Paraíso.

10:3:17 1121 Toda essa renúncia e as delegações de jurisdição, feitas pelo Pai Universal, são inteiramente voluntárias e auto-impostas. O Pai Todo-Poderoso propositadamente assume essas limitações de autoridade no universo.

10:3:18 1122 Parece que o Filho Eterno funciona como Um com o Pai em todos os aspectos espirituais, exceto na outorga dos fragmentos de Deus e em outras atividades pré-pessoais. E o Filho não está estreitamente identificado com as atividades intelectuais das criaturas materiais, nem com as atividades da energia nos universos materiais. Enquanto absoluto, o Filho atua como uma pessoa e apenas no domínio do universo espiritual.

10:3:19 1123 O Espírito Infinito é surpreendentemente universal e incrivelmente versátil em todas as suas atuações. Ele opera nas esferas da mente, da matéria e do espírito. O Agente Conjunto representa a coligação Pai-Filho, mas também funciona como ele próprio. Ele não se ocupa diretamente com a gravidade física, nem com a gravidade espiritual, nem com o circuito da personalidade; mas Ele participa mais intensamente, ou menos, de todas as outras atividades no universo. Embora dependa, aparentemente, de três controles da gravidade, existenciais e absolutos, quer parecer que o Espírito Infinito exerça três supracontroles. Esse dom tríplice, Ele o emprega de muitos modos para transcender e aparentemente para neutralizar mesmo as manifestações de forças e energias primárias, até às fronteiras últimas da absolutez. Em certas situações, esses supracontroles transcendem absolutamente até mesmo às manifestações primais da realidade cósmica.

4. A UNIÃO TRINITÁRIA DA DEIDADE


10:4:1 1124 Entre todas as coligações absolutas, a Trindade do Paraíso (a primeira triunidade) é única enquanto associação exclusiva das Deidades pessoais. Deus funciona como Deus apenas em relação a Deus e àqueles que podem conhecer Deus, mas como Deidade absoluta apenas atua por intermédio da e na Trindade do Paraíso, e em relação à totalidade do universo.

10:4:2 1125 A Deidade eterna é perfeitamente unificada; há, contudo, três pessoas perfeitamente individualizadas na Deidade. A Trindade do Paraíso torna possível a expressão simultânea de toda a diversidade de traços de caráter e de poderes infinitos da Primeira Fonte e Centro e das Suas coordenadas eternas e de toda a unidade divina das funções no universo da Deidade indivisa.

10:4:3 1126 A Trindade é uma associação de pessoas infinitas funcionando impessoalmente, mas sem contradizer a personalidade. A ilustração é tosca, mas um pai, um filho e um neto poderiam formar uma entidade corporativa, que seria não pessoal, estando, contudo, sujeita às suas vontades pessoais.

10:4:4 1127 A Trindade do Paraíso é real. Ela existe como união, na Deidade, do Pai, do Filho e do Espírito; e, do mesmo modo, ainda, o Pai, ou o Filho, ou o Espírito, ou quaisquer dois Deles podem funcionar em relação a essa mesma Trindade do Paraíso. Pai, Filho e Espírito podem colaborar de uma maneira não trinitária, mas não como três Deidades. Enquanto pessoas, Eles podem colaborar conforme escolherem, mas então não seria a Trindade atuando.

10:4:5 1128 Lembrai-vos sempre de que o que o Espírito Infinito realiza é a função de um Agente Conjunto. Ambos, o Pai e o Filho funcionam nele, por meio dele e como ele. Mas seria fútil tentar elucidar o mistério da Trindade: Três como Um e em Um, e Um como Dois e atuando por Dois.

10:4:6 1129 A Trindade está tão relacionada aos assuntos do universo total, que isso deve ser sempre levado em conta nas nossas tentativas de explicar a totalidade de qualquer evento cósmico isoladamente ou nas relações de personalidade. A Trindade funciona em todos os níveis do cosmo; e o homem mortal está limitado ao nível finito; por isso o homem deve contentar-se com um conceito finito da Trindade, como Trindade.

10:4:7 1131 Enquanto mortais na carne, vós deveríeis ver a Trindade de acordo com o vosso esclarecimento individual e em harmonia com as reações da vossa mente e da vossa alma. Pouquíssimo podeis saber da absolutez da Trindade; mas, à medida que vós ascenderdes na direção do Paraíso, ireis experimentar espanto, muitas vezes, com as revelações sucessivas e descobertas inesperadas sobre a supremacia da Trindade e sobre a Sua ultimidade, senão sobre a Sua absolutez.

5. FUNÇÕES DA TRINDADE


10:5:1 1132 As Deidades pessoais têm atributos, mas é raro haver coerência em falar da Trindade como tendo atributos. Essa coligação de seres divinos deve, mais apropriadamente, ser encarada como tendo funções, tais como a administração da justiça, as atitudes de totalidade, a ação coordenada e o supracontrole cósmico. Essas funções são ativamente supremas, últimas e (dentro dos limites de Deidade) absolutas, no que concerne a todas as realidades vivas de valores da personalidade.

10:5:2 1133 As funções da Trindade do Paraíso não são simplesmente uma soma dos dons aparentes de divindade do Pai, mais aqueles atributos especializados, que são únicos na existência pessoal do Filho e do Espírito. A conjunção na Trindade, das três Deidades do Paraíso, resulta na evolução, geração e deificação de novos significados, valores, poderes e capacidades para a revelação, ação e administração universais. As coligações vivas, as famílias humanas, os grupos sociais ou a Trindade do Paraíso não se conjuminam crescendo segundo adições meramente aritméticas. O potencial de um grupo excede sempre, e amplamente, a simples soma dos atributos dos indivíduos componentes.

10:5:3 1134 A Trindade mantém uma atitude única, enquanto Trindade, para com todo o universo passado, presente e futuro. E as funções da Trindade podem ser mais bem consideradas por meio das atitudes da Trindade para com o universo. Tais atitudes são simultâneas e podem ser múltiplas quando ligadas a qualquer situação ou evento isolado:

10:5:4 1135 1. A Atitude para com o Finito. O máximo de autolimitação da Trindade é a Sua atitude para com o finito. A Trindade não é uma pessoa, nem o Ser Supremo é uma personalização exclusiva da Trindade, mas o Supremo é o que mais se aproxima de uma focalização do poder de personalidade, da Trindade, e de um modo tal que Ela seja compreendida pelas criaturas finitas. Daí o fato de a relação da Trindade com o finito ser chamada, algumas vezes, de Trindade da Supremacia.

10:5:5 1136 2. A Atitude para com o Absonito. A Trindade do Paraíso tem uma relação com aqueles níveis de existência que são mais do que finitos, mas menos do que absolutos; e essa relação algumas vezes é denominada Trindade da Ultimidade. Nem o Último, nem o Supremo são inteiramente representativos da Trindade do Paraíso, mas, em um sentido determinado e para os seus respectivos níveis, cada um parece representar a Trindade durante as eras pré-pessoais do desenvolvimento do poder experiencial.

10:5:6 1137 3. A Atitude Absoluta da Trindade do Paraíso tem relação com as existências absolutas e culmina com a ação da Deidade total.

10:5:7 1138 A Trindade Infinita envolve a ação coordenada de todas as relações de triunidade da Primeira Fonte e Centro – tanto as não deificadas, quanto as deificadas – e, conseqüentemente, torna-se bastante difícil para as personalidades captá-las. Na contemplação da Trindade, enquanto infinita, não ignoreis as sete triunidades; assim, pois, certas dificuldades de entendimento poderão ser evitadas e certos paradoxos, parcialmente resolvidos.

10:5:8 1141 Todavia, eu não domino a linguagem que me capacitaria a transmitir, à limitada mente humana, a verdade plena e o significado eterno da Trindade do Paraíso, e a natureza da interassociação interminável dos três Seres de perfeição infinita.

6. OS FILHOS ESTACIONÁRIOS DA TRINDADE


10:6:1 1142 Toda lei tem origem na Primeira Fonte e Centro; Ele é lei. A administração da lei espiritual é inerente à Segunda Fonte e Centro. A revelação da lei, a promulgação e a interpretação dos estatutos divinos são funções da Terceira Fonte e Centro. A aplicação da lei, a justiça, cai no domínio da Trindade do Paraíso, e é levada avante por certos Filhos da Trindade.

10:6:2 1143 A Justiça é inerente à soberania universal da Trindade do Paraíso, mas a bondade, a misericórdia e a verdade são ministrações universais das personalidades divinas, cuja união na Deidade constitui a Trindade. A Justiça não é a atitude do Pai, do Filho ou do Espírito. A Justiça é a atitude da Trindade composta dessas personalidades de amor, de misericórdia e de ministração. Nenhuma das Deidades do Paraíso fomenta a ministração da Justiça. A Justiça nunca é uma atitude pessoal; é sempre uma função plural.

10:6:3 1144 A Evidência, a base da eqüidade (a justiça em harmonia com a misericórdia), é suprida pelas personalidades da Terceira Fonte e Centro, que representam conjuntamente o Pai e o Filho para todos os reinos e para as mentes dos seres inteligentes de toda a criação.

10:6:4 1145 O Julgamento, a aplicação final da justiça, de acordo com a evidência apresentada pelas personalidades do Espírito Infinito, é uma função dada aos Filhos Estacionários da Trindade, seres que partilham da natureza trinitária do Pai, do Filho e do Espírito, unidos.

10:6:5 1146 Esse grupo de Filhos da Trindade abrange as personalidades seguintes:

1147 1. Os Segredos Trinitarizados da Supremacia.

1148 2. Os Eternos dos Dias.

1149 3. Os Anciães dos Dias.

11410 4. Os Perfeições dos Dias.

11411 5. Os Recentes dos Dias.

11412 6. Os Uniões dos Dias.

11413 7. Os Fiéis dos Dias.

11414 8. Os Perfeccionadores da Sabedoria.

11415 9. Os Conselheiros Divinos.

11416 10. Os Censores Universais.

10:6:6 11417 Nós somos os filhos das três Deidades do Paraíso, funcionando como a Trindade, pois me acontece pertencer à décima ordem desse grupo, a dos Censores Universais. Tais ordens não são representativas da atitude da Trindade, em um sentido universal; elas representam essa atitude coletiva da Deidade, apenas nos domínios do julgamento executivo – da justiça. Foram especificamente concebidas pela Trindade, para o trabalho preciso com o qual estão comprometidas; e representam a Trindade apenas naquelas funções para as quais foram personalizadas.

10:6:7 1151 Os Anciães dos Dias e os seus colaboradores de origem trinitária distribuem o julgamento exato, com eqüidade suprema, aos sete superuniversos. No universo central, tais funções existem em teoria apenas; ali a eqüidade é auto-evidente em perfeição, e a perfeição de Havona torna inviável qualquer possibilidade de desarmonia.

10:6:8 1152 A justiça é o pensamento coletivo da retidão; a misericórdia é a sua expressão pessoal. A misericórdia é a atitude de amor; a precisão caracteriza a aplicação da lei; o julgamento divino é a alma da eqüidade, sempre se conformando à justiça da Trindade, sempre correspondendo ao amor divino de Deus. Quando totalmente percebida e completamente compreendida, a reta justiça da Trindade e o amor misericordioso do Pai Universal são coincidentes. O homem, entretanto, não tem o pleno entendimento da justiça divina. Assim, na Trindade, da perspectiva do homem, as personalidades do Pai, do Filho e do Espírito estão ajustadas entre si para coordenar o ministério do amor e da lei nos universos experienciais do tempo.

7. O SUPRACONTROLE DA SUPREMACIA


10:7:1 1153 A Primeira, a Segunda e a Terceira Pessoas da Deidade são iguais entre Si, e Elas são Uma. “O Senhor nosso Deus é um Deus”. Existe perfeição de propósito e unidade de execução na Trindade divina das Deidades eternas. O Pai, o Filho e o Agente Conjunto são, verdadeira e divinamente, Um. Em verdade está escrito: “Eu sou o primeiro, e sou o último, e fora de Mim não há Deus”.

10:7:2 1154 Do modo como as coisas se mostram ao mortal no nível finito, tanto a Trindade do Paraíso quanto o Ser Supremo parecem ocupar-Se apenas do total – planeta total, universo total, superuniverso total, grande universo total. Essa atitude de totalidade existe porque a Trindade é o total da Deidade, e por muitas outras razões.

10:7:3 1155 O Ser Supremo é algo menos e algo diferente da Trindade, atuando nos universos finitos; mas, dentro de certos limites e durante a era presente, de personalização incompleta do poder, essa Deidade evolucionária efetivamente parece refletir a atitude da Trindade da Supremacia. O Pai, o Filho e o Espírito não atuam pessoalmente no Ser Supremo; contudo, durante a idade presente do universo, Eles colaboram com ele, enquanto Trindade. Nós entendemos que Eles sustentam uma relação semelhante com o Último. Nós conjecturamos, muitas vezes, sobre qual poderá ser a relação pessoal entre as Deidades do Paraíso e Deus, o Supremo, quando ele houver evoluído finalmente; mas realmente não sabemos.

10:7:4 1156 Não achamos que o supracontrole da Supremacia seja totalmente previsível. Além disso, essa imprevisibilidade parece ser caracterizada por uma certa incompletude de desenvolvimento, sem dúvida um sinal da incompletude do Supremo e da incompletude de uma reação finita à Trindade do Paraíso.

10:7:5 1157 A mente mortal pode, por isso, pensar logo em mil e uma coisas – eventos físicos catastróficos, acidentes espantosos, desastres horríveis, doenças dolorosas e calamidades mundiais – e perguntar se tais ocorrências estão correlacionadas com a manobra desconhecida desse funcionamento provável do Ser Supremo. Francamente, não sabemos; não estamos realmente certos. Todavia, observamos que, à medida que o tempo passa, todas essas situações difíceis e mais ou menos misteriosas trabalham sempre para o bem-estar e o progresso dos universos. Pode acontecer que as circunstâncias da existência e as inexplicáveis vicissitudes da vida estejam todas entrelaçadas em um significativo modelo de alto valor, por causa da função do Supremo e do supracontrole da Trindade.

10:7:6 1161 Como filhos de Deus vós podereis discernir, em todos os atos de Deus, o Pai, a Sua atitude pessoal de amor. Mas não sereis sempre capazes de entender quantos, entre os atos universais da Trindade do Paraíso, resultam no bem do indivíduo mortal nos mundos evolucionários do espaço. No progresso da eternidade, os atos da Trindade revelar-se-ão como significativos e plenos de consideração pelo todo, mas nem sempre aparentarão ser assim para a criatura do tempo.

8. A TRINDADE ALÉM DO FINITO


10:8:1 1162 Muitas verdades e fatos pertinentes à Trindade do Paraíso só podem ser compreendidos, e apenas parcialmente, pelo reconhecimento de uma função que transcende ao finito.

10:8:2 1163 Não seria aconselhável discorrer sobre as funções da Trindade da Ultimidade, mas pode ser revelado que Deus, o Último, é a manifestação da Trindade tal como é compreendida pelos Transcendentores. Nós estamos inclinados a acreditar que a unificação do universo-mestre seja o ato de culminância do Último, e que seja, provavelmente, o reflexo de certas fases, mas não de todas, do supracontrole absonito da Trindade do Paraíso. O Último é uma manifestação específica da Trindade, em relação ao absonito, apenas no sentido de que o Supremo represente, assim parcialmente, a Trindade em relação com o finito.

10:8:3 1164 O Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito são, em um sentido evidente, as personalidades constituintes da Deidade Total. A união Deles, na Trindade do Paraíso, e a função absoluta da Trindade equivalem à função da Deidade Total. E o completar assim, da Deidade, transcende tanto ao finito quanto ao absonito.

10:8:4 1165 Ainda que nenhuma pessoa das Deidades do Paraíso preencha, sozinha, todo potencial da Deidade, coletivamente as Três o fazem. Três pessoas infinitas parecem ser o número mínimo de seres requeridos para ativar o potencial pré-pessoal e existencial da Deidade Total – o Absoluto da Deidade.

10:8:5 1166 Conhecemos o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito, como Pessoas, mas eu não conheço pessoalmente o Absoluto da Deidade. Eu amo e adoro a Deus, o Pai; mas respeito e honro o Absoluto da Deidade.

10:8:6 1167 Certa vez estive em um universo no qual um certo grupo de seres ensinava que os finalitores, na eternidade, tornar-se-iam finalmente os filhos do Absoluto da Deidade. Mas não me sinto disposto a aceitar tal solução para o mistério oculto no futuro dos finalitores.

10:8:7 1168 O Corpo da Finalidade abrange, entre outros, aqueles mortais do tempo e do espaço que hajam atingido a perfeição, em tudo que é pertinente à vontade de Deus. Como criaturas, e dentro dos limites da capacidade da criatura, eles conhecem a Deus, completa e verdadeiramente. Havendo assim encontrado a Deus, como Pai de todas as criaturas, esses finalitores devem, em algum momento, começar a procura do Pai suprafinito. Mas essa busca envolve uma compreensão da natureza absonita do caráter e dos atributos últimos do Pai do Paraíso. A eternidade desvelará se tal realização é possível, mas estamos convencidos de que, ainda que os finalitores compreendam essa ultimidade da divindade, eles serão provavelmente incapazes de atingir os níveis supra-últimos da Deidade absoluta.

10:8:8 1169 Pode ser possível que os finalitores alcancem parcialmente o Absoluto da Deidade, mas ainda que eles o consigam, mesmo assim, na eternidade das eternidades, o dilema do Absoluto Universal continuará intrigando, mistificando, confundindo e desafiando os finalitores ascendentes e em progresso, pois percebemos que a insondabilidade das

10:8:9 1171 relações cósmicas do Absoluto Universal tenderá a crescer, na proporção em que os universos materiais e a sua administração espiritual continuarem a expandir-se.

10:8:10 1172 Apenas a infinitude pode revelar o Pai-Infinito.

10:8:11 1173 [Auspiciado por um Censor Universal, atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias, residentes em Uversa.]

DOCUMENTO 11

A ILHA ETERNA DO PARAÍSO
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O Paraíso é o centro eterno do universo dos universos e o local de morada do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e dos Seus coligados e coordenados divinos. Esta Ilha Central é o corpo organizado mais gigantesco de realidade cósmica em todo o universo-mestre. O Paraíso é uma esfera material, bem como uma morada espiritual. Toda a criação inteligente do Pai Universal é domiciliada em moradas materiais; portanto, o centro de controle absoluto deve também ser material, físico. E, de novo, deve ser reiterado que as coisas do espírito e os seres espirituais são reai s.

11:0:2 1182 A beleza material do Paraíso consiste na magnificência da sua perfeição física; a grandiosidade da Ilha de Deus é demonstrada nas realizações intelectuais esplêndidas e no desenvolvimento da mente dos seus habitantes; a glória da Ilha Central é manifestada no dom infinito da personalidade espiritual divina – a luz da vida. E a profundidade da beleza espiritual e as maravilhas desse magnífico conjunto estão além da compreensão da mente finita das criaturas materiais. A glória e o esplendor espiritual da morada divina são inacessíveis à compreensão dos mortais. O Paraíso existe desde a eternidade; não há nem registros, nem tradições a respeito da origem dessa Ilha, núcleo de Luz e Vida.

1. A RESIDÊNCIA DIVINA


11:1:1 1183 O Paraíso serve a muitos propósitos na administração dos reinos universais, contudo, para os seres criaturas, ele existe, primordialmente, como o local de morada da Deidade. A presença pessoal do Pai Universal é residente no centro exato da superfície superior dessa morada quase circular, mas não esférica, das Deidades. Essa presença do Pai Universal no Paraíso é imediatamente rodeada pela presença pessoal do Filho Eterno, ao mesmo tempo em que são ambos revestidos pela glória indescritível do Espírito Infinito.

11:1:2 1184 Deus habita, tem habitado e para sempre irá habitar nessa mesma morada central e eterna. Nós O temos sempre encontrado e sempre O encontraremos lá. O Pai Universal é cosmicamente focalizado, espiritualmente personalizado e geograficamente residente nesse centro do universo dos universos.

11:1:3 1185 Todos sabemos qual é o caminho direto a percorrer para encontrar o Pai Universal. Vós não sois capazes de compreender muito sobre a residência divina, por sua distância de vós e pela imensidão do espaço que vos separa dela; no entanto, aqueles que são capazes de compreender o significado dessas distâncias enormes conhecem a localização e a residência de Deus, tal como vós, certa e literalmente, sabeis a localização de Nova Iorque, Londres, Roma ou Cingapura, cidades definidas e geograficamente localizadas em Urântia. Se fôsseis navegadores inteligentes, equipados com uma nave, mapas e bússola, vós iríeis achar essas cidades prontamente. Do mesmo modo, se tivésseis o tempo e os meios de viajar, se fôsseis espiritualmente qualificados e se tivésseis o norteamento necessário, vós poderíeis ser pilotados de universo a universo e de circuito a circuito, em uma jornada sempre para o interior, através dos reinos estelares, até que, por fim, estaríeis diante do resplendor central da glória espiritual do Pai Universal. Providos com tudo o que for necessário para a viagem, é tão possível encontrar a presença pessoal de Deus no centro de todas as coisas quanto encontrar cidades distantes no vosso próprio planeta. Que vós não haveis ainda visitado esses locais, de nenhum modo contesta a realidade deles; nem a sua existência factual. Pois, se poucas são as criaturas do universo que se hajam encontrado com Deus no Paraíso, de nenhum modo isso invalida, seja a realidade da existência Dele, seja a factualidade da Sua pessoa espiritual no centro de todas as coisas.

11:1:4 1191 O Pai pode ser sempre encontrado nessa localização central. Se Ele se movesse, um pandemônio universal precipitar-se-ia, pois Nele convergem, nesse centro residencial, as linhas universais de gravidade, vindas desde os confins da criação. Se remontarmos ao circuito da personalidade através dos universos, ou se seguirmos as personalidades em ascensão, na sua jornada interior até o Pai; se traçarmos as linhas da gravidade material até o Paraíso Inferior, ou se seguirmos os ciclos emergentes de força cósmica; se traçarmos as linhas da gravidade espiritual até o Filho Eterno, ou se seguirmos a procissão na direção interna dos Filhos de Deus do Paraíso; se traçarmos os circuitos da mente ou se seguirmos os trilhões de trilhões de seres celestes que nascem do Espírito Infinito – por meio de qualquer dessas observações, ou por todas elas, seremos conduzidos de volta diretamente até a presença do Pai, na Sua morada central. Aqui, Deus está, pessoal, literal e efetivamente presente. E deste Ser infinito fluem os caudais das correntes da vida, da energia e da personalidade, para todos os universos.

2. NATUREZA DA ILHA ETERNA


11:2:1 1192 Posto que estais começando a vislumbrar a enormidade do universo material discernível até mesmo da vossa localização astronômica, da vossa posição espacial nos sistemas estelares, deveria tornar-se evidente, para vós, que um universo material assim tão extraordinário há de ter uma capital adequada e digna, uma sede de governo à altura da dignidade e infinitude do Soberano universal de toda essa vasta e múltipla criação de reinos materiais e seres vivos.

11:2:2 1193 Na forma, o Paraíso difere de corpos espaciais habitados: não é esférico. É definitivamente elipsóide, sendo o diâmetro norte-sul um sexto mais longo do que o diâmetro leste-oeste. A Ilha Central é essencialmente plana, e a distância da superfície superior para a superfície inferior é um décimo do tamanho do diâmetro leste-oeste.

11:2:3 1194 Essas diferenças em dimensões, consideradas em conjunto com o seu estado estacionário e a maior pressão exterior de força-energia, na extremidade norte da Ilha, tornam possível o estabelecimento de uma direção absoluta, no universo-mestre.

11:2:4 1195 A Ilha Central está geograficamente dividida em três domínios de atividade:

1196 1. O Paraíso Superior

1197 2. O Paraíso Periférico

1198 3. O Paraíso Inferior

11:2:5 1199 Referimo-nos à superfície do Paraíso que está ocupada com as atividades da personalidade, como sendo o lado superior; e à superfície oposta, como o lado inferior. A periferia do Paraíso proporciona atividades que não são estritamente pessoais, nem não pessoais. A Trindade parece dominar o plano pessoal ou superior; o Absoluto Inqualificável, o plano inferior ou impessoal. Nós dificilmente concebemos o Absoluto Inqualificável como uma pessoa, mas pensamos na presença espaço-funcional desse Absoluto como focalizada no Paraíso Inferior.

11:2:6 1201 A Ilha Eterna é composta de uma única forma de materialização – sistemas estacionários de realidade. Essa substância real do Paraíso é uma organização homogênea de potência espacial, que não será encontrada em outro lugar em todo o amplo universo dos universos. Tem recebido muitos nomes, em universos diferentes; e os Melquisedeques, de Nebadon, há muito denominaram-na de absolutum. Essa fonte material do Paraíso não é nem morta nem viva; é a expressão não espiritual original da Primeira Fonte e Centro; é o Paraíso, e o Paraíso não tem duplicata.

11:2:7 1202 Parece-nos que a Primeira Fonte e Centro concentrou todo o potencial absoluto de realidade cósmica no Paraíso, como uma parte da Sua técnica de auto-liberação das limitações da infinitude, como um meio de tornar possível a criação subinfinita, e mesmo a criação no espaço-tempo. Mas isso não implica que o Paraíso seja limitado no espaço-tempo, apenas porque o universo dos universos demonstra ter essas qualidades. O Paraíso existe fora do tempo e não tem localização no espaço.

11:2:8 1203 Grosso modo: o espaço origina-se, aparentemente, logo abaixo do Paraíso inferior; o tempo origina-se logo acima do Paraíso superior. O tempo, como vós o compreendeis, não é um aspecto da existência do Paraíso, embora os cidadãos da Ilha Central sejam plenamente conscientes de uma seqüência de eventos não temporal. O movimento não é inerente ao Paraíso; é volicional. Mas o conceito de distância, mesmo o da distância absoluta, tem muito significado, pois pode ser aplicado a localizações relativas no Paraíso. O Paraíso é não espacial; conseqüentemente, as suas áreas são absolutas e prestam-se, portanto, ao serviço de muitos modos, além dos que concebe a mente mortal.

3. O PARAÍSO SUPERIOR


11:3:1 1204 No Paraíso superior, há três esferas grandiosas de atividades, a da Presença da Deidade, a da Esfera Santíssima, e a Área Santa. A vasta região adjacente que rodeia a presença das Deidades é separada como a Esfera Santíssima e reservada às funções da adoração, trinitarização e realizações espirituais elevadas. Não há estruturas materiais, nem criações puramente intelectuais nessa zona, pois estas não poderiam existir ali. É inútil que eu assuma fazer a descrição, para a mente humana, da natureza divina e da magnitude esplendorosa da Esfera Santíssima do Paraíso. Esse domínio é completamente espiritual e vós sois materiais, quase completamente. Uma realidade puramente espiritual é, para um ser puramente material, aparentemente não existente.

11:3:2 1205 Se bem que não haja materializações físicas, na área do Santíssimo, há abundantes recordações dos vossos dias materiais nos setores da Área Santa e mais ainda nas áreas de reminiscências históricas do Paraíso periférico.

11:3:3 1206 A Área Santa, a região exterior ou residencial, é dividida em sete zonas concêntricas. O Paraíso, algumas vezes, é chamado de “a Casa do Pai”, posto que é a residência eterna Dele, e essas sete zonas são muitas vezes designadas como as “mansões do Pai do Paraíso”. A primeira zona, ou a zona interna, é ocupada por cidadãos do Paraíso e por nativos de Havona, que podem estar morando no Paraíso. A próxima, a segunda zona, é a área residencial dos nativos dos sete superuniversos do tempo e do espaço. Essa segunda zona é subdividida, parcialmente, em sete imensas divisões, que são os lares no Paraíso dos seres espirituais e das criaturas ascendentes que provêm dos universos de progressão evolucionária. Cada um desses setores é exclusivamente dedicado ao bem-estar e ao avanço das personalidades de um único superuniverso, mas essas instalações são quase infinitamente maiores do que o necessário, atualmente, aos sete superuniversos.

11:3:4 1211 Cada um dos sete setores do Paraíso é subdividido em unidades residenciais apropriadas para o alojamento-sede de um bilhão de grupos de trabalho separados de indivíduos glorificados. Dessas unidades, mil constituem uma divisão. Cem mil divisões são uma congregação. Dez milhões de congregações constituem uma assembléia. Um bilhão de assembléias constitui uma grande unidade. E essa série ascendente continua até uma segunda grande unidade, e até a terceira, e assim por diante, até a sétima grande unidade. E sete das grandes unidades perfazem uma unidade-mestra, e sete dessas unidades-mestras constituem uma unidade superior; e assim, em agrupamentos de sete, as séries ascendentes expandem-se de uma unidade superior a uma unidade supra-superior, à celeste, à supra-celeste, indo até as unidades supremas. Mas, ainda assim, isso não ocupa todo o espaço disponível. Esse número assombroso de designações residenciais no Paraíso, um número para além dos vossos conceitos, ocupa consideravelmente menos do que um por cento da área designada para a Terra Santa. Há ainda muito espaço para aqueles que estão no caminho até o seu interior, mesmo para aqueles que não iniciarão a escalada ao Paraíso antes dos tempos do futuro eterno.

4. O PARAÍSO PERIFÉRICO


11:4:1 1212 A Ilha Central termina abruptamente na periferia, mas o seu tamanho é tão enorme que esse ângulo terminal é relativamente indiscernível dentro de qualquer área circunscrita. A superfície periférica do Paraíso é ocupada, em parte, pelos campos de embarque e desembarque de vários grupos de personalidades espirituais. Posto que as zonas espaciais não ocupadas quase alcançam a periferia, todo o transporte das personalidades destinadas ao Paraíso aterrissa nessas regiões. Nem o Paraíso superior, nem o inferior são acessíveis aos supernafins de transporte ou a outros tipos de cruzadores do espaço.

11:4:2 1213 Os Sete Espíritos Mestres têm os seus assentos pessoais de poder e autoridade nas sete esferas do Espírito, que giram ao redor do Paraíso, no espaço entre as órbitas resplandecentes do Filho e o circuito interno dos mundos de Havona; e eles mantêm sedes centrais de focalização de força na periferia do Paraíso. Aqui, as presenças dos Sete Diretores Supremos do Poder, circulando lentamente, indicam o local das sete estações de onde algumas energias saem como clarões, na direção dos sete superuniversos.

11:4:3 1214 Ali, no Paraíso periférico, estão as áreas enormes de exibição histórica e profética, destinadas aos Filhos Criadores, dedicadas aos universos locais do tempo e do espaço. Existem sete trilhões dessas reservas históricas, já estabelecidas ou reservadas, mas esses dispositivos todos ocupam apenas cerca de quatro por cento da porção da área periférica destinada a esse fim. Inferimos que essas vastas reservas pertencem a criações a serem situadas, em algum momento, para além dos limites dos sete superuniversos presentemente conhecidos e habitados.

11:4:4 1215 A porção do Paraíso que foi designada para o uso dos universos existentes está ocupada apenas na proporção de um a quatro por cento, enquanto a área destinada a essas atividades é pelo menos um milhão de vezes aquela que atualmente é requisitada para tais propósitos. O Paraíso é grande o suficiente para acomodar as atividades de uma criação quase infinita.

11:4:5 1216 Mas qualquer outra tentativa de visualizar, para vós, as glórias do Paraíso seria inútil. Deveis esperar, e ascender enquanto esperais, pois, verdadeiramente: “O olho não viu, nem o ouvido escutou, nem entraram ainda na mente do homem mortal as coisas que o Pai Universal preparou para aqueles que sobreviverem à vida na carne, nos mundos do tempo e do espaço”.

5. O PARAÍSO INFERIOR


11:5:1 1221 A respeito do Paraíso inferior, conhecemos apenas aquilo que foi revelado; as personalidades não habitam ali. Não tem nada a ver com os assuntos das inteligências espirituais, nem ali atua o Absoluto da Deidade. Fomos informados de que todos os circuitos de energia física e de força cósmica têm a sua origem no Paraíso inferior, o qual é constituído como se descreve a seguir:

11:5:2 1222 1. Diretamente abaixo da localização da Trindade, na parte central do Paraíso inferior, está a desconhecida e não revelada Zona da Infinitude.

11:5:3 1223 2. Essa zona é imediatamente cercada por uma área sem denominação.

11:5:4 1224 3. Ocupando as margens exteriores da superfície inferior, está uma região que tem a ver principalmente com a potência espacial e a força-energia. As atividades desse vasto centro elíptico de força não são identificáveis com as funções conhecidas de qualquer triunidade, mas a força-carga primordial do espaço parece estar focalizada nessa área. Esse centro consiste em três zonas elípticas concêntricas: a mais interior é o ponto focal das atividades de energia-força do próprio Paraíso; a mais exterior possivelmente pode ser identificada com as funções do Absoluto Inqualificável, mas não estamos certos a respeito das funções espaciais da zona intermediária.

11:5:5 1225 A zona interior desse centro de força parece agir como um coração gigantesco, cujas pulsações dirigem correntes até os limites mais exteriores do espaço físico. Ela dirige e modifica as energias-forças, mas não as impulsiona. A presença-pressão da realidade dessa força primal é definitivamente maior na extremidade norte do centro do Paraíso do que nas regiões do sul; essa é uma diferença uniformemente registrada. A força-mãe do espaço parece fluir para dentro no lado sul e para fora no lado norte, por meio da operação de algum sistema circulatório desconhecido, que está ligado à difusão dessa forma básica de energia-força. De tempos em tempos, foram também percebidas diferenças entre as pressões de leste para oeste. As forças que emanam dessa zona não reagem à gravidade física observável, mas são sempre obedientes à gravidade do Paraíso.

11:5:6 1226 A zona intermediária do centro de força circunda diretamente essa área. Essa zona intermediária parece ser estática, exceto por expandir-se e contrair-se, através de três ciclos de atividade. A menor dessas pulsações está em uma direção leste-oeste, a próxima está em uma direção norte-sul, enquanto a maior flutuação está em todas as direções, em expansão e em contração generalizadas. A função dessa área intermediária nunca foi realmente identificada, mas deve ter algo a ver com o ajustamento recíproco entre as zonas interior e exterior do centro de força. Muitos acreditam que a zona intermediária é o mecanismo de controle do espaço intermediário, ou das zonas quietas, que separam os sucessivos níveis espaciais do universo-mestre, mas nenhuma evidência ou revelação confirma isso. Essa inferência é derivada do conhecimento de que essa área intermediária está, de alguma maneira, relacionada ao funcionamento do mecanismo dos espaços não ocupados do universo-mestre.

11:5:7 1227 A zona exterior é a maior e a mais ativa dos três cinturões concêntricos e elípticos de potencial espacial não identificado. Essa área é o local das atividades não imaginadas, o ponto central do circuito das emanações que se espalham em todas as direções no espaço, até os limites mais externos dos sete superuniversos e mesmo além daí, para estender-se aos enormes e incompreensíveis domínios de todo o espaço exterior. Essa presença espacial é inteiramente impessoal, não obstante, de alguma maneira não revelada, pareça ser indiretamente sensível à vontade e aos mandatos das Deidades infinitas, quando atuam como a Trindade. Acredita-se que isso seja a focalização central, no centro do Paraíso, da presença espacial do Absoluto Inqualificável.

11:5:8 1231 Todas as formas de força e todas as fases de energia parecem estar em circuito, elas circulam através dos universos e retornam por trajetos definidos. Mas, com as emanações da zona ativada do Absoluto Inqualificável, parece que há sempre uma saindo e uma chegando – nunca ambas, simultaneamente. Essa zona exterior pulsa, em ciclos que duram idades de proporções gigantescas. Por um pouco mais de um bilhão dos anos de Urântia, a força espacial desse centro move-se para fora; e então, por um período similar de tempo, ela estará movendo-se para dentro. E as manifestações de força espacial desse centro são universais; elas estendem-se através de todo o espaço ocupável.

11:5:9 1232 Toda a força física, a energia e a matéria são uma. Toda a energia-força originalmente procede do Paraíso inferior, e irá finalmente retornar para lá, na seqüência de complementação do seu circuito espacial. Mas, as energias e as organizações materiais do universo dos universos não provieram todas do Paraíso inferior, nos seus estados fenomênicos atuais; o espaço é o útero de várias formas de matéria e pré-matéria. Embora a zona exterior do centro de força do Paraíso seja a fonte das energias espaciais, o espaço não se origina ali. O espaço não é força, nem energia, nem potência. Nem as pulsações dessa zona são responsáveis pela respiração do espaço, mas as fases de inspiração e de expiração dessa zona são sincronizadas com os ciclos de dois bilhões de anos de expansão-contração do espaço.

6. A RESPIRAÇÃO DO ESPAÇO


11:6:1 1233 Não conhecemos o mecanismo factual da respiração do espaço; observamos, meramente, que todo o espaço contrai-se e expande-se alternadamente. Essa respiração afeta tanto a extensão horizontal do espaço preenchido quanto as extensões verticais de espaço não-preenchido, que existem nos vastos reservatórios de espaço, acima e abaixo do Paraíso. Ao tentar imaginar os contornos do volume desses reservatórios de espaço, vós poderíeis pensar em uma ampulheta.

11:6:2 1234 À medida que os universos da extensão horizontal do espaço preenchido se expandem, os reservatórios de extensão vertical do espaço não-preenchido contraem-se, e vice-versa. Há uma confluência entre o espaço preenchido e o espaço não-preenchido, exatamente abaixo do Paraíso inferior. Ambos os tipos de espaço confluem ali, através dos canais de transmutação de regulagem, onde se operam as mudanças que fazem com que o espaço preenchível torne-se não preenchível e vice-versa, nos ciclos de contração e expansão do cosmo.

11:6:3 1235 Espaço “não-preenchido” quer dizer: não-preenchido por aquelas forças, energias, potências e presenças conhecidas como existentes em espaços ocupados. Não sabemos se o espaço vertical (de reservatório) é destinado sempre a funcionar como contrapeso do espaço horizontal (o universo); não sabemos se há um intento criador, que seja pertinente ao espaço não-preenchido; sabemos realmente pouquíssimo acerca dos reservatórios de espaço, sabemos quase meramente que existem e que parecem contrabalançar os ciclos de contração-expansão do espaço do universo dos universos.

11:6:4 1236 Os ciclos da respiração do espaço, em cada fase, duram um pouco mais do que um bilhão dos anos de Urântia. Durante uma fase, os universos expandem-se; durante a seguinte, eles contraem-se. O espaço preenchido atualmente aproxima-se do ponto médio da fase de expansão, enquanto o espaço não-preenchido aproxima-se do ponto médio da fase de contração; e estamos informados de que os limites externos extremos de ambas as extensões do espaço estão, atualmente, em teoria, mais ou menos eqüidistantes do Paraíso. Os reservatórios de espaço não-preenchido, agora, estendem-se verticalmente acima do Paraíso superior e, para baixo do Paraíso inferior, estendem-se exatamente até o ponto em que o espaço ocupado, do universo, estende-se horizontalmente, para fora do Paraíso periférico até e mesmo para além do quarto nível do espaço exterior.

11:6:5 1241 Por um bilhão de anos do tempo de Urântia, os reservatórios do espaço contraem-se, enquanto o universo-mestre e as atividades de força, de todo o espaço horizontal, expandem-se. Assim, um pouco mais do que dois bilhões de anos de Urântia são necessários para que se complete, por inteiro, o ciclo de expansão-contração.

7. FUNÇÕES ESPACIAIS DO PARAÍSO


11:7:1 1242 O espaço não existe, em nenhuma das superfícies do Paraíso. Se “olhássemos” diretamente para cima, da superfície superior do Paraíso, não “veríamos” nada, a não ser espaço não-preenchido, saindo ou entrando; no momento presente, está entrando. O espaço não toca o Paraíso; apenas as zonas de espaço-intermediário quiescentes entram em contato com a Ilha Central.

11:7:2 1243 O Paraíso é o núcleo efetivamente imóvel das zonas relativamente serenas ou quietas que existem entre o espaço preenchido e o espaço não ocupado. Geograficamente, essas zonas parecem ser uma extensão relativa do Paraíso, mas, provavelmente, há algum movimento nelas. Sabemos pouco a respeito delas, mas observamos que essas zonas, de movimento espacial mais reduzido, estão separando o espaço preenchido do não-preenchido. Zonas similares já existiram, certa vez, entre os níveis do espaço preenchido, mas essas zonas agora estão menos quiescentes.

11:7:3 1244 A secção de um corte vertical, no espaço total, assemelhar-se-ia ligeiramente a uma cruz-de-malta, com os braços horizontais representando o espaço preenchido (o universo) e os braços verticais representando o espaço não-preenchido (os reservatórios). As áreas entre os quatro braços separá-los-iam de modo semelhante àquele pelo qual as zonas intermediárias separam o espaço preenchido do não-preenchido. Essas zonas quiescentes intermediárias de espaço ficam maiores e maiores, quanto mais longas forem as suas distâncias do Paraíso, e finalmente abrangem as fronteiras de todo o espaço; e envolvem, completamente, tanto os reservatórios de espaço quanto a extensão horizontal inteira do espaço preenchido.

11:7:4 1245 O espaço não é nem uma condição subabsoluta, dentro do Absoluto Inqualificável, nem a presença desse Absoluto; assim como não é uma função do Último. É uma dádiva do Paraíso; e o espaço do grande universo e o de todas as regiões exteriores, acredita-se estarem, na verdade, preenchidos pela potência do espaço ancestral do Absoluto Inqualificável. Até próximo ao Paraíso periférico, esse espaço preenchido estende-se horizontalmente para o exterior, através do quarto nível espacial e para além da periferia do universo-mestre, mas não sabemos o quanto mais para o exterior.

11:7:5 1246 Se imaginardes um plano finito, mas inconcebivelmente grande, em forma de V, formando ângulos retos tanto com a superfície superior do Paraíso, quanto com a superfície inferior, tendo o seu vértice quase tangente ao Paraíso periférico, e se então visualizardes esse plano em revolução elíptica, em torno do Paraíso, a sua rotação iria grosseiramente delinear o volume do espaço preenchido.

11:7:6 1247 Há um limite superior e um limite inferior para o espaço horizontal, com referência a qualquer locação dada nos universos. Caso se pudesse ir longe o suficiente, em ângulos retos com o plano de Orvonton, tanto para cima quanto para baixo, poder-se-ia encontrar, afinal, o limite superior ou o inferior do espaço preenchido. Dentro das dimensões conhecidas do universo-mestre, esses limites afastam-se um do outro mais e mais, à medida que se distanciam do Paraíso; o espaço torna-se espesso, e torna-se espesso um pouco mais rapidamente do que o faz o plano da criação, os universos.

11:7:7 1251 As zonas relativamente quietas entre os níveis espaciais, tal como a que separa os sete superuniversos do primeiro nível do espaço exterior, são regiões elípticas enormes, de atividades espaciais quiescentes. Essas zonas separam as vastas galáxias, que giram em volta do Paraíso, em uma procissão ordenada. Vós podeis visualizar o primeiro nível do espaço exterior, onde universos ainda não descritos estão agora em processo de formação, como uma vasta procissão de galáxias, girando em volta do Paraíso, limitadas, por cima e por baixo, pelas zonas do interespaço em quiescência, e limitadas, nas suas margens interna e externa, por zonas relativamente tranqüilas de espaço.

11:7:8 1252 Um nível de espaço funciona, assim, como uma região elíptica de movimento, cercada, de todos os lados, por uma relativa ausência de movimento. Tais relações, entre movimento e quiescência, constituem uma trajetória de espaço curvo, de menor resistência ao movimento, que é universalmente seguida por uma força cósmica e uma energia emergente, à medida que giram, para sempre, em torno da Ilha do Paraíso.

11:7:9 1253 Esse zoneamento alternativo do universo-mestre, em associação com o fluir no sentido horário e no anti-horário, alternadamente, das galáxias, é um fator de estabilização da gravidade física, projetado para impedir que a acentuação da pressão da gravidade chegue até o ponto de atividades perturbadoras e dispersivas. Tal arranjo exerce uma influência antigravitacional e atua como um freio sobre velocidades que, de outro modo, seriam perigosas.

8. GRAVIDADE DO PARAÍSO


11:8:1 1254 A atração inescapável da gravidade sustenta, efetivamente, todos os mundos de todos os universos de todo o espaço. A gravidade é a garra da atração todo-poderosa da presença física do Paraíso. A gravidade é como um colar onipotente, ao qual encontram-se atrelados as estrelas brilhantes, os sóis abrasadores, e as esferas rotativas que constituem o adorno físico universal do Deus eterno; o qual é todas as coisas, que preenche todas as coisas e em Quem todas as coisas consistem.

11:8:2 1255 O centro e o ponto focal da gravidade material absoluta é a Ilha do Paraíso, complementada pelos corpos escuros de gravidade que rodeiam Havona, e equilibrada pelos reservatórios superiores e inferiores de espaço. Todas as emanações conhecidas do Paraíso inferior, infalível e invariavelmente, respondem à atração da gravidade central, que opera nos circuitos intermináveis dos níveis elípticos do espaço do universo-mestre. Todas as formas conhecidas de realidade cósmica têm a curvatura das idades, a trajetória do círculo e o arco de oscilação da grande elipse.

11:8:3 1256 O espaço não reage à gravidade, mas age como um equilibrador da gravidade. Sem o amortecedor, que é o espaço, uma ação explosiva sacudiria os corpos espaciais circundantes. O espaço preenchido também exerce uma influência antigravitacional sobre a gravidade física ou linear; o espaço pode, praticamente, neutralizar tal ação da gravidade, ainda que não possa retardá-la. A gravidade absoluta é a gravidade do Paraíso. A gravidade local ou linear pertence ao estágio elétrico da energia ou da matéria; e opera no universo central, nos superuniversos e nos universos exteriores, ou onde quer que tenha havido alguma materialização adequada.

11:8:4 1257 As inúmeras formas de força cósmica, de energia física, de potência no universo e de várias materializações revelam três etapas gerais, se bem que não perfeitamente delineadas, de reações à gravidade do Paraíso:

11:8:5 1261 1. Etapas de Pré-Gravidade (Força). Este é o primeiro passo na individualização da potência espacial, nas formas de pré-energia da força cósmica. Este estado é análogo ao conceito da carga-força primordial de espaço, algumas vezes chamada de energia pura ou segregata.

11:8:6 1262 2. Etapas Gravitacionais (Energia). Esta modificação na carga-força de espaço é produzida pela ação dos organizadores da força do Paraíso. Ela assinala o aparecimento de sistemas de energia sensíveis ao impulso da gravidade do Paraíso. Esta energia emergente é originalmente neutra, mas, em conseqüência de uma metamorfose posterior, mostrará ter as qualidades chamadas negativas e positivas. Designaremos esta etapa por ultimata.

11:8:7 1263 3. Etapas Pós-Gravitacionais (Potência no Universo). Nesta etapa, a matéria-energia revela uma resposta ao controle da gravidade linear. No universo central, esses sistemas físicos são organizações tríplices, conhecidas como triata. Elas são os sistemas-mãe de superpotência das criações do tempo e do espaço. Os sistemas físicos dos superuniversos são mobilizados pelos Diretores de Potência do Universo e pelos seus colaboradores. Essas organizações materiais são duais, em constituição, e são conhecidas como gravita. Os corpos escuros de gravidade, que rodeiam Havona, não são nem triata nem gravita, e o seu poder de atração revela tanto formas de gravidade física, linear, como de gravidade absoluta.

11:8:8 1264 A potência do espaço não está sujeita a interações de qualquer forma de gravitação. Esse dom primal do Paraíso não é um nível factual de realidade, mas é o ancestral de todas as realidades não-espirituais funcionais relativas – todas as manifestações de força-energia e a organização da potência e da matéria. A potência espacial é um termo difícil de definir. Não significa aquilo que é ancestral do espaço; o seu significado deveria transmitir a idéia das potências e dos potenciais existentes no espaço. Pode ser concebida em linhas gerais para incluir todas aquelas influências absolutas e potenciais que emanam do Paraíso e que constituem a presença, no espaço, do Absoluto Inqualificável.

11:8:9 1265 O Paraíso é a fonte absoluta e o ponto focal eterno de toda a matéria-energia no universo dos universos. O Absoluto Inqualificável é um revelador, um regulador, e um depositário de tudo aquilo que tem o Paraíso como a sua fonte e origem. A presença universal do Absoluto Inqualificável parece ser equivalente ao conceito de uma infinitude potencial, de extensão gravitacional, de uma tensão elástica da presença do Paraíso. Esse conceito ajuda-nos a compreender o fato de que tudo é internamente atraído na direção do Paraíso. A imagem é crua, no entanto, ajuda. Ela explica também por que a gravidade sempre age preferencialmente no plano perpendicular à massa, um fenômeno indicativo das dimensões diferenciais do Paraíso e das criações que o rodeiam.

9. A UNICIDADE DO PARAÍSO


11:9:1 1266 O Paraíso é único, no sentido de que é o domínio da origem primeira e a meta final do destino de todas as personalidades com espírito. Embora seja verdade que nem todos os seres espirituais inferiores dos universos locais tenham como destino imediato o Paraíso, ainda assim o Paraíso permanece sendo a meta de desejo, para todas as personalidades supramateriais.

11:9:2 1267 O Paraíso é o centro geográfico da infinitude; não é uma parte da criação universal, nem mesmo uma parte real do universo eterno de Havona. Comumente referimos-nos à Ilha Central como pertencendo ao universo divino, mas, de fato, não é assim. O Paraíso é uma existência exclusiva e eterna.

11:9:3 1271 Na eternidade do passado, quando o Pai Universal deu expressão à personalidade infinita do seu Eu espiritual, no Ser do Filho Eterno, simultaneamente, Ele revelou o potencial de infinitude do seu Eu não pessoal, como Paraíso. O Paraíso não pessoal e não espiritual parece ter sido a repercussão inevitável da vontade e da ação do Pai ao eternizar o Filho Original. Assim, o Pai projetou a realidade, em duas fases factuais – a pessoal e a não pessoal, a espiritual e a não espiritual. A tensão entre elas, em face da vontade do Pai e do Filho, para a ação, deu existência ao Agente Conjunto e ao universo central de mundos materiais e de seres espirituais.

11:9:4 1272 Quando a realidade é diferenciada, em pessoal e não pessoal (o Filho Eterno; e o Paraíso), dificilmente é adequado chamar aquilo que é não pessoal de Deidade, a menos que de alguma forma seja qualificada assim. As repercussões materiais e de energia dos atos da Deidade dificilmente podem ser chamadas de Deidade. A Deidade pode causar muito daquilo que não é Deidade, e o Paraíso não é uma Deidade; nem é consciente do modo como um homem mortal poderia chegar a entender esse termo.

11:9:5 1273 O Paraíso não é o ancestral de nenhum ser ou entidade vivente, não é um criador. A personalidade e as relações mente-espírito são transmissíveis, mas o modelo arquetípico não é. Os modelos nunca são reflexos; são duplicações – reproduções. O Paraíso é o absoluto dos arquétipos ou modelos; Havona é uma exibição factual desses potenciais.

11:9:6 1274 A residência de Deus é central e eterna, gloriosa e ideal. A Sua casa é o modelo formoso para todas as sedes de mundos do universo; e o universo central da Sua morada direta é o arquétipo de todos os universos nos seus ideais, organização e destinação última.

11:9:7 1275 O Paraíso é a sede universal de todas as atividades da personalidade e o centro-fonte de todas as manifestações de espaço-força e de energia. Tudo aquilo que foi, que agora é, ou que ainda será, veio, está vindo, ou virá desse lugar central de morada dos Deuses eternos. O Paraíso é o centro de toda a criação, a fonte de todas as energias e o local da origem primeira de todas as personalidades.

11:9:8 1276 Afinal, para os mortais, a coisa mais importante sobre o Paraíso eterno é o fato de que essa morada perfeita do Pai Universal é o destino real e remoto das almas imortais dos filhos mortais e materiais de Deus, as criaturas ascendentes dos mundos evolucionários do tempo e do espaço. Cada mortal sabedor de Deus, que abraçou a carreira de cumprir a vontade do Pai, já embarcou na trilha longa que vai até o Paraíso, da busca da divindade e do alcançar da perfeição. E, quando tal ser de origem animal chega diante dos Deuses no Paraíso, exatamente como um número incontável deles o faz agora, tendo ascendido das esferas mais baixas do espaço, tal realização representa a realidade de uma transformação espiritual, que chega a tocar os limites da supremacia.

11:9:9 1277 [Apresentado por um Perfeccionador de Sabedoria, encarregado deste trabalho pelos Anciães dos Dias em Uversa.]

DOCUMENTO 12

O UNIVERSO DOS UNIVERSOS
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A vastidão da imensa criação do Pai Universal está totalmente fora do alcance da imaginação finita; a enormidade do universo-mestre assombra até mesmo as noções da minha ordem de seres. À mente mortal, contudo, muito pode ser ensinado sobre o plano e os arranjos dos universos; vós podeis conhecer algo da organização física deles e da sua maravilhosa administração; podeis aprender muito acerca dos vários grupos de seres inteligentes que habitam os sete superuniversos do tempo e o universo central da eternidade.

12:0:2 1282 Em princípio, isto é, em potencial de eternidade, nós concebemos a criação material como sendo infinita, porque o Pai Universal na realidade é infinito; mas, à medida que estudamos e observamos a criação material total, sabemos que em qualquer dado momento no tempo ela é limitada, embora para as vossas mentes finitas ela seja relativamente sem limites, virtualmente sem fronteiras.

12:0:3 1283 Pelo estudo das leis físicas e pela observação dos reinos estelares, estamos convencidos de que o Criador infinito ainda não está manifestado em finalidade de expressão cósmica e que muito do potencial cósmico do Infinito está autocontido e não revelado ainda. Para os seres criados, o universo-mestre poderia parecer quase infinito, mas está longe de terminado; há ainda limites físicos à criação material, e a revelação experiencial do propósito eterno ainda está em progresso.

1. SPACE LEVELS OF THE MASTER UNIVERSE




12:1:1 1284 O universo dos universos não é um plano infinito, ou um cubo sem limites, nem um círculo ilimitado; certamente, tem dimensões. As leis da organização e da administração física provam conclusivamente que toda a vastíssima agregação de energia-força e de potência-matéria funciona, em última instância, como uma unidade de espaço, como um todo organizado e coordenado. O comportamento observável da criação material constitui evidência de um universo físico de limites definidos. A prova final de que o universo tanto é circular, quanto delimitado, é-nos proporcionada pelo fato, bem conhecido nosso, de que todas as formas de energia básica sempre giram em torno da trajetória curva dos níveis espaciais do universo-mestre, em obediência à atração incessante e absoluta da gravidade do Paraíso.

12:1:2 1285 Os níveis sucessivos do espaço do universo-mestre constituem as maiores divisões do espaço preenchido – a criação total, organizada e parcialmente habitada, ou ainda a ser organizada e habitada. Se o universo-mestre não fosse uma série de níveis de espaços elípticos, de menor resistência ao movimento, que se alternam com zonas de tranqüilidade relativa, nós conceberíamos que uma parte das energias cósmicas seria disparada, de modo observável, para um alcance infinito, em linha reta no espaço, sem rotas; mas nunca observamos a força, a energia ou a matéria comportando-se assim; elas sempre rodam, girando sempre para frente nas trilhas das grandes órbitas espaciais.

12:1:3 1291 Partindo do Paraíso para fora, na extensão horizontal do espaço preenchido, o universo-mestre consiste em seis elipses concêntricas; e os níveis de espaço que rodeiam a Ilha Central são:

1292 1. O universo central – Havona.

1293 2. Os Sete Superuniversos.

1294 3. O Primeiro Nível do Espaço Exterior.

1295 4. O Segundo Nível do Espaço Exterior.

1296 5. O Terceiro Nível do Espaço Exterior.

1297 6. O Quarto Nível ou o Nível Mais Exterior do Espaço.

12:1:4 1298 Havona, o universo central, não é uma criação no tempo; tem uma existência eterna. Este universo, sem começo e sem fim no tempo, consiste em um bilhão de esferas de perfeição sublime e é rodeado de enormes corpos escuros de gravidade. No centro de Havona está a Ilha do Paraíso, estacionária e absolutamente estabilizada, rodeada dos seus vinte e um satélites. Devido às enormes massas dos corpos escuros de gravidade que a rodeiam, no limite do universo central, a quantidade de massa dessa criação central é muito maior do que a massa conhecida de todos os sete setores do grande universo.

12:1:5 1299 O Sistema Paraíso-Havona, o universo eterno ao redor da Ilha Eterna, constitui o núcleo eterno e perfeito do universo-mestre; todos os sete superuniversos e todas as regiões do espaço exterior giram em órbitas estabelecidas em torno da agregação gigantesca central dos satélites do Paraíso e das esferas de Havona.

12:1:6 12910 Os Sete Superuniversos não são organizações físicas primárias; em nenhum local as suas fronteiras dividem uma família nebular, e também não cruzam nenhum universo local, a unidade principal de criação. Cada superuniverso é simplesmente um agrupamento de espaço geográfico, de cerca de um sétimo da criação organizada e parcialmente habitada pós-Havona, e cada um deles é mais ou menos igual aos outros, pelo número de universos locais que abrange e pelo espaço que lhe corresponde. Nebadon, o vosso universo local, é uma das mais recentes criações, dentro de Orvonton, o sétimo superuniverso.

12:1:7 12911 O Grande Universo é a criação atual, já organizada e habitada. Consiste em sete superuniversos, com um potencial evolucionário agregado de cerca de sete trilhões de planetas habitados, sem mencionar as esferas eternas da criação central. Mas essa estimativa experimental não leva em conta as esferas arquitetônicas administrativas, nem inclui os grupos exteriores e remotos de universos não organizados. A fronteira atual irregular do grande universo, sua periferia desigual e inacabada, juntamente com a condição tremendamente incerta de todo o plano astronômico, sugere aos nossos astrônomos que mesmo os sete superuniversos estão incompletos ainda. À medida que nos movemos de dentro para fora do centro divino, em qualquer direção, chegamos finalmente aos limites externos da criação organizada e habitada; chegamos aos limites exteriores do grande universo. E é próximo dessa fronteira externa, em um canto afastado dessa criação magnífica, que o vosso universo local tem a sua movimentada existência.

12:1:8 12912 Os Níveis do Espaço Exterior. Bem afastados no espaço, a uma distância enorme dos sete superuniversos habitados, estão-se acumulando circuitos vastos e inacreditavelmente estupendos de força e de energias, que se materializam. Entre os circuitos de energia dos sete superuniversos e esse gigantesco cinturão exterior de atividade de força, há uma zona espacial de relativa quietude, cuja largura varia dentro de uma média de quatrocentos mil anos-luz. Essas zonas do espaço são isentas de poeira estelar – a neblina cósmica. Os nossos estudiosos desses fenômenos estão em dúvida quanto à condição exata das forças-espaço existentes nessa zona de relativa quietude, que rodeia os sete superuniversos. Mas, acerca de meio milhão de anos-luz, para além da periferia do presente grande universo, observamos o começo de uma zona de inacreditável ação de energia, que cresce em volume e intensidade, por mais de vinte e cinco milhões de anos-luz. Essas enormes rodas de forças energizantes estão situadas no primeiro nível do espaço exterior, que é um cinturão contínuo de atividade cósmica rodeando toda a criação conhecida, organizada e habitada.

12:1:9 1301 Atividades ainda maiores têm lugar para além dessas regiões, pois os físicos de Uversa detectaram evidências iniciais de manifestações de força a mais de cinqüenta milhões de anos-luz para além da parte mais exterior dos fenômenos, no primeiro nível do espaço exterior. Essas atividades pressagiam, indubitavelmente, a organização das criações materiais do segundo nível do espaço exterior do universo-mestre.

12:1:10 1302 O universo central é a criação da eternidade; os sete superuniversos são as criações do tempo; os quatro níveis do espaço exterior estão indubitavelmente destinados a factualmente efetivar a evolução da ultimidade da criação. E há aqueles que sustentam que o Infinito não pode nunca atingir a sua expressão plena a não ser na infinitude; e por isso cogitam de uma criação adicional e não revelada, que está além do quarto nível, o mais exterior do espaço, um universo possivelmente sempre em expansão e sem fim de infinitude. Em teoria, não sabemos como delimitar seja a infinitude do Criador, seja a infinitude potencial da criação mas, do modo como ela existe e é administrada, nós encaramos o universo-mestre como tendo limitações, como sendo definitivamente delimitado e contido nas suas margens externas, pelo espaço aberto.

2. OS DOMÍNIOS DO ABSOLUTO INQUALIFICÁVEL


12:2:1 1303 Quando os astrônomos de Urântia esquadrinham as profundezas misteriosas do espaço exterior, com os seus telescópios cada vez mais poderosos, e contemplam a incrível evolução de universos físicos quase incontáveis, eles deveriam compreender que estão contemplando a obra poderosa dos planos inescrutáveis dos Arquitetos do Universo-Mestre. É bem verdade que possuímos evidências tais que sugerem a presença de influências de certas personalidades do Paraíso, aqui e ali, por meio das vastas manifestações de energia, agora características dessas regiões exteriores. Contudo, de um ponto de vista mais amplo, as regiões do espaço que se estendem para além das fronteiras externas dos sete superuniversos são, geralmente, reconhecidas como constituindo os domínios do Absoluto Inqualificável.

12:2:2 1304 Embora o olho humano, sem ajuda, possa ver apenas duas ou três nebulosas para além das fronteiras do superuniverso de Orvonton, os vossos telescópios literalmente revelam milhões e milhões desses universos físicos, em processo de formação. A maior parte dos domínios estelares, visualmente ao alcance dos vossos telescópios atuais, está em Orvonton, mas, com a técnica fotográfica, os telescópios mais potentes penetram muito além das fronteiras do grande universo, nos domínios do espaço exterior, onde universos inenarráveis estão em processo de organização. E há ainda outros milhões de universos além do alcance dos vossos instrumentos atuais.

12:2:3 1305 Num futuro não muito distante, novos telescópios revelarão aos olhos surpresos dos astrônomos urantianos nada menos do que 375 milhões de novas galáxias nas extensões remotas do espaço exterior. Ao mesmo tempo, esses telescópios mais poderosos revelarão que muitos dos universos ilhados, que anteriormente acreditava-se estarem no espaço exterior, são realmente uma parte do sistema galático de Orvonton. Os sete superuniversos estão ainda em crescimento; a periferia de cada um está-se expandindo gradativamente; novas nebulosas estão constantemente sendo estabilizadas e organizadas; e algumas das nebulosas que os astrônomos urantianos consideram como extragaláticas estão, na verdade, na extremidade de Orvonton e viajam junto conosco.

12:2:4 1311 Os estudiosos das estrelas em Uversa observam que o grande universo está circundado pelos ancestrais de uma série de conjuntos estelares e planetários, que rodeiam completamente a atual criação habitada, em forma de anéis concêntricos, de universos e mais universos exteriores. Os físicos de Uversa calculam que a energia e a matéria dessas regiões exteriores ainda não mapeadas já superam, em muitas vezes, a massa material total e a carga energética abrangida por todos os sete superuniversos. Estamos informados de que a metamorfose da força cósmica, nesses níveis do espaço exterior, é uma função dos organizadores da força do Paraíso. Sabemos também que essas forças são as ancestrais das energias físicas que, no presente, ativam o grande universo. Os diretores de potência de Orvonton, contudo, nada têm a ver com esses domínios muito distantes; tampouco os movimentos de energia discerníveis ali estão conectados aos circuitos de potência das criações organizadas e habitadas.

12:2:5 1312 Sabemos pouco sobre o significado desses extraordinários fenômenos do espaço exterior. Uma criação maior, para o futuro, está em processo de formação. Podemos observar a sua imensidão, podemos discernir a sua extensão e percebemos as suas dimensões grandiosas, mas, por outro lado, sabemos pouco mais sobre esses domínios do que sabem os astrônomos de Urântia. Pelo que conhecemos, nenhum ser material da ordem dos humanos, nenhum anjo, nem outras criaturas espirituais habitam esse anel externo de nebulosas, sóis e planetas. Esse domínio distante está para além da jurisdição e da administração dos governos dos superuniversos.

12:2:6 1313 Em todo Orvonton, acredita-se que um novo tipo de criação esteja em processo, uma ordem de universos destinada a tornar-se o cenário de futuras atividades dos Corpos de Finalidade, agora em formação; e, se as nossas conjecturas estiverem corretas, o futuro sem fim pode estar reservando para todos vós os mesmos espetáculos maravilhosos que o passado sem fim havia reservado aos vossos veteranos e predecessores.

3. A GRAVIDADE UNIVERSAL


12:3:1 1314 Todas as formas de energia-força – material, mental e espiritual – estão, do mesmo modo, sujeitas a essas atrações, a essas presenças universais as quais chamamos gravidade. A personalidade é também sensível à gravidade – ao circuito exclusivo do Pai. Mas ainda que esse circuito seja exclusivo do Pai, Ele não Se exclui de outros circuitos; o Pai Universal é infinito e age sobre todos os quatro circuitos de gravidade absoluta no universo-mestre:

1315 1. O da Gravidade da Personalidade do Pai Universal.

1316 2. O da Gravidade do Espírito do Filho Eterno.

1317 3. O da Gravidade da Mente do Agente Conjunto.

1318 4. O da Gravidade Cósmica da Ilha do Paraíso.

12:3:2 1319 Esses quatro circuitos não estão relacionados ao centro de força do Paraíso inferior; eles não são circuitos de força, nem de energia, nem de potência. Eles são circuitos de presença absoluta e, como Deus, são independentes do tempo e do espaço.

12:3:3 1321 A esse respeito é interessante registrar certas observações feitas em Uversa, durante os milênios recentes, pelo corpo de pesquisadores da gravidade. Esse grupo de trabalhadores especializados chegou às conclusões seguintes, a respeito dos diferentes sistemas de gravidade do universo-mestre:

12:3:4 1322 1. A Gravidade Física. Tendo formulado uma estimativa da somatória de toda a capacidade de gravidade física do grande universo, eles efetuaram laboriosamente uma comparação dessa estimativa com o total estimado da presença de gravidade absoluta ora em ação. Esses cálculos indicam que a ação total de gravidade no grande universo é uma parte muito pequena da atração de gravidade estimada do Paraíso, computada com base na resposta gravitacional de unidades físicas básicas de matéria do universo. Esses pesquisadores chegam à conclusão espantosa de que o universo central e os sete superuniversos que o cercam estão, no presente, fazendo uso apenas de cerca de cinco por cento do funcionamento ativo da atração da gravidade absoluta do Paraíso. Em outras palavras: no presente momento, cerca de noventa e cinco por cento da ação de gravidade cósmica ativa da Ilha do Paraíso, computados nessa teoria da totalidade, estão empenhados em controlar os sistemas materiais que se situam além das fronteiras dos universos organizados atualmente. Todos esses cálculos referem-se à gravidade absoluta; a gravidade linear é um fenômeno interativo, que pode ser computado apenas quando se conhece a gravidade verdadeira do Paraíso.

12:3:5 1323 2. A Gravidade Espiritual. Pela mesma técnica de estimativa e de cálculo comparativo, os pesquisadores exploraram a capacidade de reação atual da gravidade espiritual e, com a cooperação dos Mensageiros Solitários e de outras personalidades do espírito, chegaram a um valor para a soma da gravidade espiritual ativa, da Segunda Fonte e Centro. E é bastante instrutivo notar que encontram por volta do mesmo valor para a presença real e funcional da gravidade espiritual, no grande universo, que eles postulam para o total presente da gravidade espiritual ativa. Em outras palavras: no momento presente, observa-se que praticamente toda a gravidade espiritual do Filho Eterno, computada nesta teoria com base nos totais, funciona no grande universo. Se os valores encontrados forem confiáveis, podemos concluir que os universos, ora em evolução, no espaço exterior, no momento presente, são totalmente não-espirituais. E, sendo verdade, isso poderia explicar, satisfatoriamente, por que os seres dotados de espírito possuem pouca ou nenhuma informação sobre essas vastas manifestações de energia, além do fato de saberem da sua existência física.

12:3:6 1324 3. A Gravidade Mental. Pelos mesmos princípios de computação comparativa, os pesquisadores abordaram o problema da presença e da resposta à gravidade mental. A estimativa da unidade de mente foi conseguida pela média de três tipos de mentalidade material e de três tipos de mentalidade espiritual, se bem que o tipo de mente encontrada nos diretores de potência e nos seus colaboradores tenha comprovado ser um fator perturbador do esforço de chegar a uma unidade básica, para o cálculo da gravidade mental. Pouco havia que impedisse a estimativa da capacidade atual, da Terceira Fonte e Centro, para a função da gravidade da mente, de acordo com essa teoria da totalidade. Embora, nesse caso, o que ficou constatado não seja tão conclusivo quanto o foram as estimativas para a gravidade física e a espiritual, considerando-se comparativamente, até que é tudo bastante instrutivo e intrigante mesmo. Os pesquisadores deduziram que cerca de oitenta e cinco por cento da reação de resposta de gravidade mental à atração intelectual do Agente Conjunto, têm a sua origem no grande universo existente. Isso sugeriria a possibilidade de que haja atividades mentais que estejam envolvidas com as atividades físicas observáveis ora em andamento nos domínios do espaço exterior. Embora essa estimativa esteja provavelmente muito longe de ser precisa, ela concorda, em princípio, com a nossa crença de que organizadores inteligentes de força estejam, no presente, dirigindo a evolução do universo nos níveis do espaço para além dos limites exteriores atuais do grande universo. Qualquer que seja a natureza dessa suposta inteligência, ela aparentemente não apresenta resposta de sensibilidade à gravidade do espírito.

12:3:7 1331 Todos esses cômputos, todavia, no melhor dos casos, são estimativas baseadas em leis pressupostas. Julgamos que sejam razoavelmente confiáveis. Ainda que uns poucos seres espirituais estivessem localizados no espaço exterior, a sua presença coletiva não iria influenciar de modo marcante os cálculos que envolvem medidas tão enormes.

12:3:8 1332 A Gravidade da Personalidade não é calculável. Reconhecemos o seu circuito, mas não podemos medir realidades qualitativas ou quantitativas que sejam sensíveis a ela.

4. ESPAÇO E MOVIMENTO


12:4:1 1333 Todas as unidades de energia cósmica estão em rotação primária e, enquanto giram nas suas órbitas universais, estão empenhadas na execução da sua missão. Os universos do espaço e os seus sistemas e mundos componentes são, todos, esferas que giram, movendo-se ao longo dos intermináveis circuitos dos níveis espaciais do universo-mestre. Absolutamente nada é estacionário em todo o universo-mestre, exceto o centro mesmo de Havona, a eterna Ilha do Paraíso, o centro da gravidade.

12:4:2 1334 O Absoluto Inqualificável é funcionalmente limitado ao espaço, mas não estamos tão certos quanto à relação desse Absoluto com o movimento. Seria o movimento inerente a ele? Não sabemos. Sabemos que o movimento não é inerente ao espaço; mesmo os movimentos do espaço não são inatos. Mas não estamos tão seguros sobre a relação do Inqualificável com o movimento. Quem, ou o que, é realmente responsável pelas imensas atividades das transmutações de energia-força, agora em progresso, para além das fronteiras dos sete superuniversos atuais? No que concerne à origem do movimento, nós temos as seguintes opiniões:

12:4:3 1335 1. Julgamos que o Agente Conjunto dê início ao movimento no espaço.

12:4:4 1336 2. Se o Agente Conjunto produz os movimentos do espaço, nós não podemos provar.

12:4:5 1337 3. O Absoluto Universal não origina o movimento inicial, mas equaliza e controla todas as tensões originadas pelo movimento.

12:4:6 1338 No espaço exterior, os organizadores da força, aparentemente, são responsáveis pela produção das gigantescas rodas do universo, que agora estão em processo de evolução estelar, mas a sua capacidade de funcionar assim deve ter sido viabilizada por alguma modificação da presença espacial do Absoluto Inqualificável.

12:4:7 1339 O espaço, do ponto de vista humano, é nada – negativo – ; existe apenas enquanto relacionado a alguma coisa positiva e não espacial. Contudo, o espaço é real. Ele contém e condiciona o movimento. E até se move. Os movimentos do espaço podem ser, grosso modo, classificados como se segue:

12:4:8 13310 1. O movimento primário – a respiração do espaço, o movimento do próprio espaço.

12:4:9 13311 2. O movimento secundário – as oscilações alternadas de direção dos níveis espaciais sucessivos.

12:4:10 13312 3. Os movimentos relativos – relativos no sentido de que eles não são avaliados tomando o Paraíso como base. Os movimentos primários e os secundários são absolutos, são movimentos em relação ao Paraíso imóvel.

12:4:11 13313 4. O movimento compensatório ou correlato, destinado a coordenar todos os outros movimentos.

12:4:12 1341 A relação atual do vosso sol e dos planetas ligados a ele, ainda que revelando muitos movimentos relativos e absolutos no espaço, tende a dar a impressão, aos observadores astronômicos, de que vós estais relativamente estacionários no espaço, e de que os conjuntos e sucessões estelares circundantes voam para fora com velocidades sempre crescentes, à medida que os vossos cálculos continuam espaço afora. Mas esse não é o caso. Vós deixais de reconhecer a expansão uniforme atual, para fora, das criações físicas de todo o espaço preenchido. A vossa própria criação local (Nebadon) participa desse movimento de expansão universal para fora. Todos os sete superuniversos participam do ciclo de dois milhões de anos de respiração do espaço, junto com as regiões exteriores do universo-mestre.

12:4:13 1342 Quando os universos se expandem e se contraem, as massas materiais no espaço preenchido movem-se alternadamente contra e a favor da atração da gravidade do Paraíso. O trabalho que é feito para mover as massas de energias materiais da criação é trabalho de espaço e não trabalho de energia-potência.

12:4:14 1343 Ainda que as vossas estimativas espectroscópicas para as velocidades astronômicas sejam razoavelmente confiáveis, quando aplicadas aos domínios estelares pertinentes ao vosso superuniverso e aos superuniversos a ele adjacentes, tais estimativas, com referência aos domínios do espaço exterior, não são totalmente confiáveis. As linhas espectrais são deslocadas do normal para o violeta por uma estrela que se aproxima; do mesmo modo, essas linhas são deslocadas para o vermelho por uma estrela que se distancia. Muitas influências interpõem-se, para fazer parecer que a velocidade de distanciamento dos universos exteriores aumenta em uma proporção de mais de cento e sessenta quilômetros por segundo para cada milhão de anos-luz de aumento na sua distância. Por esse método de cálculo, e quando houver telescópios mais poderosos, parecerá que esses sistemas muito distantes estejam-se afastando mais dessa parte do universo, à inacreditável proporção de mais de cinqüenta mil quilômetros por segundo. Mas essa velocidade aparente de afastamento não é real; resulta de inúmeros fatores de erro, abrangendo ângulos de observação e outras distorções de espaço-tempo.

12:4:15 1344 A maior de todas as distorções, contudo, surge porque os vastos universos do espaço exterior, nos domínios próximos aos dos sete superuniversos, parecem estar girando em uma direção oposta àquela do grande universo. Isto é, essas miríades de nebulosas, sóis e esferas que as acompanham, estão, no momento, girando no sentido horário, em volta da criação central. Os sete superuniversos giram em torno do Paraíso em uma direção anti-horária. Parece que o segundo universo exterior de galáxias e, também, os sete superuniversos giram no sentido anti-horário em torno do Paraíso. E os observadores astronômicos de Uversa pensam detectar, em um terceiro cinturão exterior no espaço longínquo, a evidência de movimentos giratórios que estão começando a exibir tendências direcionais de natureza horária.

12:4:16 1345 É provável que essas direções alternadas de procissões sucessivas, no espaço dos universos, tenham algo a ver com a técnica de gravidade empregada pelo Absoluto Universal, no interior do universo-mestre, a qual consiste em uma coordenação de forças e uma equalização de tensões espaciais. O movimento, bem como o espaço, são complementos ou equilibradores da gravidade.

5. ESPAÇO E TEMPO


12:5:1 1346 Como o espaço, o tempo é um dom do Paraíso, mas não no mesmo sentido, apenas indiretamente. O tempo surge em virtude do movimento e porque a mente é inerentemente cônscia da seqüencialidade. De um ponto de vista prático, o movimento é essencial ao tempo, mas não há nenhuma unidade de tempo universal baseada no movimento, a menos que o dia-padrão do Paraíso-Havona seja arbitrariamente reconhecido como tal. A totalidade da respiração do espaço destrói o seu valor local como uma fonte de tempo.

12:5:2 1351 O espaço não é infinito, ainda que tenha a sua origem no Paraíso; nem absoluto, pois é preenchido pelo Absoluto Inqualificável. Nós não conhecemos os limites absolutos do espaço, mas sabemos que o absoluto do tempo é a eternidade.

12:5:3 1352 O tempo e o espaço são inseparáveis, apenas nas criações tempo-espaciais: os sete superuniversos. O espaço não-temporal (espaço sem tempo) existe teoricamente, mas o único lugar não temporal verdadeiramente é a área do Paraíso. O tempo não espacial (tempo sem espaço) existe na mente cujo nível funcional é o do Paraíso.

12:5:4 1353 As zonas intermediárias do espaço, relativamente sem movimento, zonas que chegam aos confins do Paraíso e que separam os espaços preenchidos dos não-preenchidos, são as zonas de transição do tempo para a eternidade, daí a necessidade de os peregrinos do Paraíso permanecerem inconscientes durante esse trânsito, quando estão para culminar na cidadania do Paraíso. Os visitantes conscientes do tempo podem ir ao Paraíso sem ter de adormecer para essa travessia, mas continuam sendo criaturas do tempo.

12:5:5 1354 As relações com o tempo não existem sem movimento no espaço, mas a consciência do tempo sim. A seqüencialidade pode levar à consciência do tempo, mesmo na ausência de movimento. A mente do homem é menos sujeita ao tempo do que ao espaço, por causa da natureza inerente da mente. Mesmo durante os dias da vida na carne na Terra, se bem que a mente do homem seja rigidamente sujeita ao espaço, a imaginação criativa do homem é relativamente liberta do tempo. Mas o tempo, em si mesmo, não é geneticamente uma qualidade da mente.

12:5:6 1355 Há três níveis diferentes de conhecimento do tempo:

12:5:7 1356 1. O tempo percebido pela mente: a consciência da seqüência do movimento e a noção de duração.

12:5:8 1357 2. O tempo percebido pelo espírito: o discernimento interior do movimento na direção de Deus e a consciência do movimento de ascensão a níveis crescentes de divindade.

12:5:9 1358 3. A personalidade cria um senso único de tempo, a partir do discernimento no sentido da realidade, mais uma consciência de presença e uma noção interior de duração.

12:5:10 1359 Sendo não-espirituais, os animais conhecem apenas o passado e vivem no presente. O homem, residido pelo espírito, tem poderes de previsão (o discernimento interior); ele pode visualizar o futuro. Apenas as atitudes que consideram o futuro e que sejam progressivas, são pessoalmente reais. A ética estática e a moralidade tradicional estão apenas ligeiramente acima do nível animal. Nem o estoicismo é uma alta ordem de auto-realização. A ética e a moral tornam-se verdadeiramente humanas quando são dinâmicas e progressivas, vivas com a realidade do universo.

12:5:11 13510 A personalidade humana não é meramente uma concomitância de eventos, no tempo e no espaço; a personalidade humana pode também atuar como causa cósmica de tais eventos.

6. O SUPRACONTROLE UNIVERSAL


12:6:1 13511 O universo é não estático. A estabilidade não é o resultado da inércia, mas antes o produto de energias equilibradas, de mentes cooperativas, de morôncias coordenadas, de supracontrole espiritual e de unificação da personalidade. A estabilidade sempre é integralmente proporcional à divindade.

12:6:2 13512 No controle físico do universo-mestre, o Pai Universal exerce a prioridade e a primazia por meio da Ilha do Paraíso; Deus é absoluto, na administração espiritual do cosmo, na pessoa do Filho Eterno. No que concerne aos domínios da mente, o Pai e o Filho funcionam coordenadamente por meio do Agente Conjunto.

12:6:3 1361 A Terceira Fonte e Centro presta assistência na manutenção do equilíbrio e na coordenação das energias físicas e espirituais combinadas, e nas suas organizações, mediante a absolutez do seu controle da mente cósmica e pelo exercício dos seus complementos inerentes e universais de gravidade física e espiritual. Sempre e em qualquer lugar onde ocorrer uma ligação entre o material e o espiritual, esse fenômeno mental é um ato do Espírito Infinito. Apenas a mente pode interassociar as forças e as energias físicas do nível material aos poderes espirituais e aos seres do nível do espírito.

12:6:4 1362 Em toda a vossa contemplação dos fenômenos universais, assegurai-vos de estardes levando em consideração a inter-relação das energias físicas, intelectuais e espirituais, e de terdes na devida conta os fenômenos inesperados correspondentes à unificação delas, pela personalidade; assegurai-vos também de considerar os fenômenos imprevisíveis que resultam das ações e reações da Deidade experiencial e dos Absolutos.

12:6:5 1363 O universo é altamente previsível, apenas no sentido quantitativo ou da medida da gravidade; mesmo as forças físicas primais não reagem à gravidade linear, nem o fazem os significados mais elevados da mente, nem os verdadeiros valores espirituais das realidades universais últimas do universo. Qualitativamente, o universo não é altamente previsível, no que diz respeito a novas associações de forças, sejam físicas, mentais ou espirituais; embora muitas dessas combinações de energias ou de forças tornem-se parcialmente previsíveis, quando sujeitas à observação crítica. Quando a matéria, a mente e o espírito estão unificados pela personalidade da criatura, ficamos totalmente incapazes de predizer as decisões do livre-arbítrio de tal ser.

12:6:6 1364 Todas as fases da força primordial, do espírito nascente, ou de outras ultimidades não pessoais parecem reagir de acordo com certas leis relativamente estáveis, mas desconhecidas, e são caracterizadas por uma latitude de atuação e uma elasticidade de resposta freqüentemente desconcertantes, quando encontradas nos fenômenos de uma situação circunscrita e isolada. Qual é a explicação dessa liberdade imprevisível de reação, revelada por essas factualidades emergentes do universo? Esses dados imprevistos, desconhecidos e insondáveis – se pertinentes ao comportamento de uma unidade de força primordial, à reação de um nível não identificado da mente, ou ao fenômeno de um vasto pré-universo em vias de ser feito, nos domínios do espaço exterior – provavelmente revelam as atividades do Último e as atuações-presenças dos Absolutos, que precedem à função de todos os Criadores dos universos.

12:6:7 1365 Nós não sabemos realmente, mas supomos que uma versatilidade assim surpreendente e uma coordenação tão profunda signifiquem a presença e a atuação dos Absolutos, e que tal diversidade de resposta, em face de causações aparentemente uniformes, revele a reação dos Absolutos, não apenas à causação imediata e situacional, mas também a todas as outras causações relacionadas a todo o universo-mestre.

12:6:8 1366 Os indivíduos têm os seus guardiães de destino; os planetas, os sistemas, as constelações, os universos e os superuniversos, cada um tem os seus respectivos governantes que trabalham para o bem-estar nos seus domínios. Havona e mesmo o grande universo são supervisionados por aqueles que foram investidos dessas altas responsabilidades. Mas quem fomenta e atende às necessidades fundamentais do universo-mestre, como um todo, do Paraíso até o quarto nível, o mais externo do espaço? Existencialmente esta supraproteção é atribuível, provavelmente, à Trindade do Paraíso, mas, de um ponto de vista experiencial, o surgimento dos universos pós-Havona depende:

1367 1. Dos Absolutos, quanto ao potencial.

1368 2. Do Último, quanto à direção.

1371 3. Do Supremo, para a coordenação evolucionária.

1372 4. Dos Arquitetos do Universo-Mestre, para a administração antes do aparecimento de governantes específicos.

12:6:9 1373 O Absoluto Inqualificável penetra todo o espaço. Não estamos inteiramente esclarecidos quanto ao status exato da Deidade e dos Absolutos Universais, mas sabemos que estes últimos funcionam onde funcionam a Deidade e o Absoluto Inqualificável. O Absoluto da Deidade pode estar universalmente presente, mas dificilmente está presente espacialmente. O Último está, ou estará em algum tempo, presente espacialmente até junto às margens do quarto nível espacial. Duvidamos que o Último terá jamais uma presença espacial, para além da periferia do universo-mestre, mas, dentro deste limite, o Último está integrando progressivamente a organização criadora dos potenciais dos três Absolutos.

7. A PARTE E O TODO


12:7:1 1374 Há uma lei inexorável e impessoal, a qual é equivalente à função de uma providência cósmica, que está atuando durante a totalidade do tempo e do espaço e abrange toda a realidade, qualquer que seja a sua natureza. A misericórdia caracteriza a atitude do amor de Deus pelo indivíduo; a imparcialidade motiva a atitude de Deus para com a totalidade. A vontade de Deus não prevalece necessariamente na parte – no coração de uma personalidade qualquer –, mas a Sua vontade, na verdade, governa o todo: o universo dos universos.

12:7:2 1375 Em todas as Suas relações com todos os Seus seres, é verdade que as leis de Deus não são inerentemente arbitrárias. Para vós, com a vossa visão limitada e o vosso ponto de vista finito, os atos de Deus devem freqüentemente parecer ditatoriais e arbitrários. As leis de Deus são apenas os hábitos de Deus, o Seu modo repetido de fazer as coisas; e Ele sempre faz todas as coisas bem. Vós observais que Deus faz a mesma coisa do mesmo modo, repetida e simplesmente, porque aquele é o melhor modo de se fazer aquela coisa em particular, em uma dada circunstância; e o melhor modo é o modo certo e, dessa forma, a sabedoria infinita sempre ordena que seja feito daquela maneira, precisa e perfeita. Vós deveríeis lembrar-vos também de que a natureza não é um ato exclusivo da Deidade; outras influências estão presentes nesses fenômenos aos quais o homem chama de natureza.

12:7:3 1376 É repugnante à natureza divina sofrer qualquer tipo de deterioração ou jamais permitir a execução de qualquer ato puramente pessoal, de um modo inferior. Todavia, deveria ficar bem claro que, se, na divindade de qualquer situação, no ponto extremo de qualquer circunstância, em qualquer caso em que o curso da sabedoria suprema possa indicar a busca de uma conduta diferente – caso as buscas da perfeição pudessem, por qualquer razão, ditar outro método de reação, um método melhor, então e ali o Deus pleno de sabedoria iria funcionar daquele modo melhor e mais adequado. Essa seria, sim, a expressão de uma lei mais elevada, não a revogação de uma lei menor.

12:7:4 1377 Deus não é um escravo pelo hábito à repetição crônica dos seus próprios atos voluntários. Não há conflito entre as leis do Infinito; elas são todas perfeições de natureza infalível; todas são atos inquestionáveis expressando decisões sem defeitos. A lei é a reação imutável de uma mente infinita, perfeita e divina. Os atos de Deus são todos volicionais, apesar da sua aparente semelhança. Em Deus “não há variabilidade, nem sequer a sombra de mudança”. Mas tudo isso que pode ser dito verdadeiramente do Pai Universal, não pode ser dito com igual certeza de todas as Suas inteligências subordinadas, nem das Suas criaturas evolucionárias.

12:7:5 1378 Porque Deus é imutável, vós podeis confiar, em todas as circunstâncias ordinárias, que Ele faça sempre a mesma coisa, do mesmo modo, idêntico e usual. Deus é a garantia da estabilidade, para todas as coisas e seres criados. Ele é Deus; portanto, Ele não muda.

12:7:6 1381 E toda essa firmeza de conduta e uniformidade de ação é pessoal, consciente e altamente volitiva, pois o grande Deus não é um escravo indefeso da Sua própria perfeição e infinitude. Deus não é uma força automática auto-atuante; Ele não é um poder servil limitado por leis. Deus não é também uma equação matemática, nem uma fórmula química. Ele é uma personalidade primordial e de livre-arbítrio. Ele é o Pai Universal, um Ser superdotado de personalidade e a Fonte universal da personalidade para todas as criaturas.

12:7:7 1382 A vontade de Deus não prevalece uniformemente no coração do mortal material que busca a Deus, mas, se a moldura do tempo for ampliada para além do momento, até abranger a totalidade da primeira vida, a vontade de Deus tornar-se-á cada vez mais discernível, nos frutos espirituais que nascem nas vidas dos filhos de Deus, conduzidos pelo espírito. E então, se a vida humana for ampliada ainda mais, a ponto de incluir a experiência moroncial, observar-se-á a vontade divina resplandecendo com um brilho cada vez maior nos atos espiritualizantes daquelas criaturas do tempo, que começaram a saborear as delícias divinas de experienciar a relação da personalidade do homem com a personalidade do Pai Universal.

12:7:8 1383 A Paternidade de Deus e a fraternidade do homem apresentam o paradoxo da parte e do todo, no nível da personalidade. Deus ama cada indivíduo como um filho individual da família celeste. Entretanto, Deus ama ainda assim a cada indivíduo; não tem preferências por pessoas, e a universalidade do seu amor traz à vida uma relação com o todo, a irmandade universal.

12:7:9 1384 O amor do Pai individualiza absolutamente cada personalidade, como um filho único do Pai Universal, um filho sem duplicatas, na infinitude, uma criatura de vontade insubstituível, em toda a eternidade. O amor do Pai glorifica cada filho de Deus, iluminando cada membro da família celeste, destacando nitidamente a natureza única de cada ser pessoal, em contraste com os níveis impessoais que estão fora do circuito fraternal do Pai de todos. O amor de Deus retrata vivamente o valor transcendente de cada criatura de vontade e, inequivocamente, revela o alto valor que o Pai Universal dá a cada um dos seus filhos, desde a personalidade mais elevada de criador, com status de Paraíso, à mais baixa personalidade com dignidade de vontade entre as tribos de homens selvagens, durante o despertar das espécies humanas, em algum mundo evolucionário do tempo e do espaço.

12:7:10 1385 Esse mesmo amor de Deus pelo indivíduo traz à existência a família divina de todos os indivíduos, a fraternidade universal dos filhos de livre-arbítrio do Pai do Paraíso. E essa irmandade, sendo universal, é um relacionamento do todo. A fraternidade, quando universal, revela, não a relação de cada um, mas a relação do todo. A fraternidade é uma realidade total e, portanto, revela qualidades do todo em contrapartida com as qualidades da parte.

12:7:11 1386 A fraternidade constitui um fato de relacionamento entre cada personalidade na existência universal. Nenhuma pessoa pode escapar dos benefícios ou das penalidades que podem advir como resultado do relacionamento com outras pessoas. A parte beneficia-se, ou padece, na mesma medida do todo. O bom esforço, de cada homem, beneficia a todos os homens; o mal ou o erro, de cada homem, aumenta a atribulação de todos os homens. À medida que a parte se move, assim move-se o todo. À medida que o todo progride, assim progride a parte. As velocidades relativas da parte e do todo determinam se a parte está sendo retardada pela inércia do todo, ou se está sendo levada à frente pelo impulso da força viva da fraternidade cósmica.

12:7:12 1391 É um mistério que Deus seja um Ser autoconsciente altamente pessoal, com um centro de governo residencial, e que, ao mesmo tempo, Ele esteja pessoalmente presente em um universo tão vasto e esteja pessoalmente em contato com um número quase infinito de seres. Esse fenômeno, pois, sendo um mistério além da compreensão humana, não deveria em nada diminuir a vossa fé. Não permitais que a grandeza da infinitude, que a imensidão da eternidade e que a grandiosidade e a glória do incomparável caráter de Deus, vos façam vacilar, que vos desencorajem ou vos desalentem; pois o Pai não está longe de cada um de vós; Ele reside dentro de vós e, Nele, todos nós literalmente movemo-nos, vivemos de fato e, verdadeiramente, temos o nosso ser.

12:7:13 1392 Ainda que o Pai do Paraíso funcione por intermédio dos Seus criadores divinos e dos Seus filhos criaturas, Ele também Se compraz com o contato interior mais íntimo convosco, tão sublime, tão altamente pessoal, que está mesmo além da minha compreensão – aquela comunhão misteriosa, do fragmento do Pai, com a alma humana e com a mente mortal de sua real morada. Sabendo o que fazeis com essas dádivas de Deus, vós sabereis por isso que o Pai está em contato íntimo, não apenas com os Seus coligados divinos, mas também com os Seus filhos evolucionários mortais do tempo. O Pai de fato habita no Paraíso, mas a Sua presença divina também reside nas mentes dos homens.

12:7:14 1393 Ainda que o espírito de um Filho tenha sido efundido sobre toda carne, embora um Filho tenha morado, certa vez, convosco à semelhança da carne mortal, embora um serafim pessoalmente vos guarde e vos guie, como podem quaisquer desses seres divinos, do Segundo e do Terceiro Centro, jamais esperar chegar tão perto de vós ou vos compreender tão completamente quanto o Pai, que deu uma parte de Si próprio para ficar em vós, para ser o vosso eu real e divino, e eterno mesmo?

8. A MATÉRIA, A MENTE E O ESPÍRITO


12:8:1 1394 “Deus é espírito”, mas o Paraíso não o é. O universo material é sempre a arena onde têm lugar todas as atividades espirituais; os seres espirituais e os espíritos ascendentes vivem e trabalham em esferas físicas de realidade material.

12:8:2 1395 A outorga da força cósmica, o domínio da gravidade cósmica, é a função da Ilha do Paraíso. Toda a energia-força original provém do Paraíso, e a matéria, com a qual se fazem os universos incontáveis, circula agora por todo o universo-mestre, na forma de uma presença de supragravidade, que constitui a carga-potência do espaço preenchido.

12:8:3 1396 Qualquer que sejam as transformações da potência, no delineamento dos universos, tendo saído do Paraíso, ela viaja sujeita ao impulso infindável, sempre presente e infalível da Ilha Eterna, obediente e inerentemente girando, para sempre, nas trajetórias, no eterno espaço dos universos. A energia física é a única realidade verdadeira e fiel, na sua obediência à lei universal. Apenas nos domínios da volição da criatura tem havido desvio da trajetória divina e dos planos originais. A potência e a energia são as evidências universais da estabilidade, constância e eternidade da Ilha Central do Paraíso.

12:8:4 1397 A outorga do espírito e a espiritualização das personalidades, reinos da gravitação espiritual, são o domínio do Filho Eterno. E essa gravidade espiritual do Filho, sempre atraindo todas as realidades espirituais para Si próprio, é tão real e absoluta, quanto a todo-poderosa atração material da Ilha do Paraíso. Mas o homem, de mente material, está naturalmente mais familiarizado com as manifestações materiais de natureza física do que com as operações de natureza espiritual, igualmente reais e poderosas, discernidas apenas pela clarividência espiritual interna da alma.

12:8:5 1401 À medida que a mente de qualquer personalidade no universo torna-se mais espiritual – mais semelhante a Deus – ela passa a ser menos sensível à gravidade material. A realidade, medida pela sua sensibilidade de resposta à gravidade física, é a antítese da realidade, enquanto determinada pela qualidade do conteúdo espiritual. A ação da gravidade física é um determinante quantitativo da energia não espiritual; a ação da gravidade espiritual é a medida qualitativa da energia vivente da divindade.

12:8:6 1402 Aquilo que o Paraíso é para a criação física, e aquilo que o Filho Eterno é para o universo espiritual, o Agente Conjunto é para os domínios da mente – o universo inteligente dos seres e personalidades materiais, moronciais e espirituais.

12:8:7 1403 O Agente Conjunto reage tanto às realidades materiais quanto às realidades espirituais e, por isso, inerentemente, torna-se o ministrador universal de todos os seres inteligentes, que podem representar uma união para ambas as fases da criação, a material e a espiritual. O dom da inteligência, a da ministração ao material e ao espiritual, no fenômeno da mente, é domínio exclusivo do Agente Conjunto, que se torna, assim, o parceiro da mente espiritual, a essência da mente moroncial e a substância da mente material das criaturas evolucionárias do tempo.

12:8:8 1404 A mente é a técnica por meio da qual as realidades espirituais tornam-se experienciais, para as personalidades criaturas. E as possibilidades unificadoras da própria mente humana, a aptidão para coordenar as coisas, idéias e valores, em última análise, é supramaterial.

12:8:9 1405 Embora dificilmente seja possível para a mente mortal compreender os sete níveis da realidade cósmica relativa, o intelecto humano deveria ser capaz de compreender muito do significado dos três níveis de funcionamento da realidade finita:

12:8:10 1406 1. A Matéria. A energia organizada, que está sujeita à gravidade linear, a não ser quando ela é modificada pelo movimento e condicionada pela mente.

12:8:11 1407 2. A Mente. A consciência organizada, que não está inteiramente sujeita à gravidade material e que se torna verdadeiramente liberada quando modificada pelo espírito.

12:8:12 1408 3. O Espírito. A realidade pessoal mais elevada. O verdadeiro espírito não está sujeito à gravidade física, mas acaba tornando-se a influência motivadora de todos os sistemas de energia em evolução, com dignidade de personalidade.

12:8:13 1409 A meta da existência de todas as personalidades é o espírito; as manifestações materiais são relativas, e a mente cósmica intervém entre esses opostos universais. A outorga da mente e a ministração do espírito são o trabalho das pessoas associadas da Deidade, o Espírito Infinito e o Filho Eterno. A realidade da Deidade total não é a mente, mas a mente-espírito – a mente-espírito unificada pela personalidade. Contudo, os absolutos, tanto do espírito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal.

12:8:14 14010 No Paraíso, as três energias, a física, a mental e a espiritual, são coordenadas. No cosmo evolucionário a matéria-energia é predominante em tudo, menos na personalidade; e nesta, e para a mestria desta, o espírito luta, com a mediação da mente. O espírito é a realidade fundamental da experiência da personalidade de todas as criaturas, pelo fato de que Deus é espírito. O espírito é imutável e, portanto, em todas as relações de personalidade, ele transcende tanto à matéria quanto à mente, que são variáveis experienciais de realização progressiva.

12:8:15 14011 Na evolução cósmica, a matéria torna-se uma sombra filosófica lançada pela mente, em presença da luminosidade espiritual do esclarecimento divino, mas isso não invalida a realidade da energia-matéria. A mente, a matéria e o espírito são igualmente reais, mas não têm o mesmo valor para a personalidade, na busca de alçançar da divindade. A consciência que se pode ter da divindade é uma experiência espiritual progressiva.

12:8:16 1411 Quanto mais brilhante o resplendor da personalidade espiritualizada (o Pai, no universo; o fragmento de personalidade espiritual potencial, na criatura individual), maior a sombra lançada pela mente que atua sobre a investidura material. No tempo, o corpo do homem é tão real quanto a mente ou o espírito, mas, na morte, tanto a mente (a identidade) quanto o espírito sobrevivem, enquanto o corpo não. Uma realidade cósmica pode ser não existente na experiência da personalidade. E assim a vossa figura grega de retórica – o material, como sombra da substância espiritual, mais real – tem, sim, um significado filosófico.

9. AS REALIDADES PESSOAIS


12:9:1 1412 O espírito é a realidade pessoal básica nos universos; e a personalidade é básica para toda a experiência de progresso com a realidade espiritual. Cada fase da experiência da personalidade, em cada nível sucessivo da progressão no universo, está cheia de pistas para a descoberta de realidades pessoais fascinantes. O verdadeiro destino do homem consiste na criação de novas metas espirituais e, então, em responder aos atrativos cósmicos dessas metas supernas, de valor não material.

12:9:2 1413 O amor é o segredo da associação benéfica entre as personalidades. Vós não podeis realmente conhecer uma pessoa em resultado de um único contato. Vós não podeis conhecer a música de modo apreciativo, por meio da dedução matemática, mesmo sendo a música uma forma matemática de ritmo. O número designado para um subscritor de um telefone não identifica a personalidade desse subscritor, de nenhum modo, nem significa qualquer coisa a respeito do seu caráter.

12:9:3 1414 A matemática, uma ciência material, é indispensável à conversa inteligente sobre os aspectos materiais do universo, mas tal conhecimento não é necessariamente uma parte da realização mais elevada da verdade, nem da apreciação pessoal de realidades espirituais. Não apenas nos domínios da vida, mas até mesmo no mundo da energia física, a soma de duas ou mais coisas é, muitas vezes, algo mais do que ou algo diferente das previsíveis conseqüências aditivas simples de tais uniões. Toda a ciência da matemática, todo o domínio da filosofia, da física ou da química mais elevadas, não poderiam jamais predizer, ou saber, que a união de dois átomos de hidrogênio gasoso com um átomo gasoso de oxigênio resultaria em uma substância nova e qualitativamente superaditiva – a água líquida. O completo entendimento desse único fenômeno físico-químico deveria ser o suficiente para impedir o desenvolvimento da filosofia materialista e da cosmologia mecanicista.

12:9:4 1415 A análise técnica não revela o que uma pessoa, ou coisa pode fazer. Por exemplo: a água é usada efetivamente para extinguir o fogo. Que a água irá apagar o fogo é um fato da experiência cotidiana, mas nenhuma análise da água poderia jamais ser feita, para revelar tal propriedade. A análise determina que a água é composta de hidrogênio e oxigênio; um estudo posterior desses elementos apenas revela que o oxigênio é o real sustentador da combustão e que o hidrogênio irá por si mesmo queimar livremente.

12:9:5 1416 A vossa religião está-se tornando real porque está emergindo da escravidão do medo e da prisão da superstição. A vossa filosofia luta pela emancipação do dogma e da tradição. A vossa ciência está empenhada em uma disputa antiga entre a verdade e o erro, enquanto luta para libertar-se da limitação da abstração, da escravidão da matemática e da relativa cegueira do materialismo mecanicista.

12:9:6 1421 O homem mortal tem um núcleo espiritual. A mente é um sistema de energia pessoal, que existe em torno de um núcleo espiritual divino e que funciona em um ambiente material. Essa relação viva entre a mente pessoal e o espírito constitui, pois, o potencial da personalidade eterna no universo. O problema verdadeiro, o desapontamento duradouro, a derrota séria, ou a morte inescapável só podem advir depois que os conceitos egocêntricos tiverem tido a arrogância de deslocar totalmente o poder dominante do núcleo espiritual central, destruindo assim o esquema cósmico de identidade da personalidade.

12:9:7 1422 [Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria, atuando por mandato dos Anciães dos Dias.]

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