sábado, 21 de agosto de 2010

PLACAS TECTÔNICAS

Lista de placas tectônicas

Placas principais
Placa Africana
Placa da Antártida
Placa Arábica
Placa Australiana
Placa das Caraíbas
Placa de Cocos
Placa Euroasiática
Placa das Filipinas
Placa Indiana
Placa Juan de Fuca
Placa de Nazca
Placa Norte-americana
Placa do Pacífico
Placa de Scotia
Placa Sul-americana

Placas menores

Placa da Anatólia
Placa do Altiplano
Placa de Amur
Placa dos Andes Norte
Placa da Birmânia
Placa de Bismarck Norte
Placa de Bismarck Sul
Placa da Carolina
Placa de Doberai
Placa Futuna
Placa das Galápagos
Placa de Gorda
Placa Helênica
Placa Iraniana
Placa Juan Fernandez
Placa de Kermadec
Placa Manus
Placa Maoke
Placa das Marianas
Placa do Mar de Banda
Placa do Mar Egeu
Placa do Mar das Molucas
Placa do Mar de Salomão
Placa das Novas Hébridas
Placa de Niuafo'ou
Placa de Okhotsk
Placa de Okinawa
Placa do Panamá
Placa de Páscoa
Placa do Recife de Balmoral
Placa do Recife de Conway
Placa de Rivera
Placa das Sandwich
Placa das Shetland
Placa da Somália
Placa de Sunda
Placa de Timor
Placa de Tonga
Placa de Woodlark
Placa do Yangtzé

Placas no interior de orógenos
Alguns modelos identificam mais algumas placas menores no interior de orógenos actuais:

Placa Apuliana ou Adriática
Placa Explorer
Placa de Gorda
[editar] Placas antigas
Placa de Aluk
Placa Báltica
Placa de Bellingshausen
Placa de Charcot
Placa da Ciméria
Placa Farallon
Placa Insular
Placa Intermontana
Placa de Izanagi
Placa de Kula
Placa de Lhasa
Placa de Moa

Força motriz do movimento de placas

Força motriz de movimento de placas é o mecanismo físico que causa movimento de placas tectônicas. Existem duas forças importantes: tração por peso da placa em subducção, que se encontra na fossa oceânica (slab-pull) e empurrão por expansão de cadeia meso-oceânica (ridge-push). Cálculos quantitativas demostraram que a “slab-pull” é a força principal e a “ridge-push” é a força secundária. A força slab-pull é originada da litosfera oceânica fria e densa em comparação com a astenosfera mais quente e menos densa. No Oceano Pacífico, a slab-pull é predominante. Esta força é causada pela inversão densimétrica da litosfera oceânica, que é fria e densa, em comparação com a astenosfera oceânica, mais quente e menos densa. No Oceano Atlântico, a importância de “ridge-push” é relativamente grande. O Oceano Índico tem características intermediárias.
A teoria de tectônica de placas surgiu em 1968 como uma evolução do modelo de expansão do fundo do oceano. Essas teorias foram originadas do modelo de deriva continental. Durante a década de 1960, sob forte influência do modelo de expansão do fundo do oceano, a força motriz fundamental para movimento das placas foi atribuída à convecção térmica do manto. Isto é, as placas se movimentam horizontalmente sendo arrastadas pela convecção do manto astenosférico, que está presente abaixo da litosfera. A força direta para o movimento das placas era interpretada como a empurrão ativa da cadeia meso-oceânica, denominada “ridge-push”. Naquela época, todas as partes do manto abaixo da litosfera eram interpretadas como a astenosfera, com a espessura de 2800 km. Para explicar esta idéia, foi utilizada a comparação com a água na panela sobre um fogão aceso. Atualmente, este modelo está amplamente divulgado em nível de educação geológica.

Por outro lado, o desenvolvimento posterior de pesquisas geofísicas e geológicas causou uma notável evolução do modelo da tectônica de placas. Os trabalhos científicos esclareceram que a astenosfera tem apenas 200 a 300 km de espessura, e não, 2800 km. Abaixo da astenosfera existe a parte rígida denominada mesosfera, de 2500 km de espessura. As fontes do magma dos hot-spots estão presentes na mesosfera e, portanto os hot-spots são considerados como os pontos fixos relativos ao movimento das placas. Com base nos novos resultados, surgiu uma nova idéia sobre o movimento das placas. A convecção do manto não é da forma como considerada anteriormente, mas sim, a subducção das placas em fossa oceânica e movimento horizontal das placas são própria convecção. A força motriz principal de movimento das placas é força de tração de slab na zona de subducção, denominado “slab-pull”. Esta força é causada pela inversão densimétrica da litosfera oceânica, que é fria e densa, em comparação com a astenosfera oceânica, mais quente e menos densa. A expansão da cadeia meso-oceânica é um tectonismo passivo. As direções e velocidades absolutas de movimento das placas são concordantes com esta idéia. O modelo da água quente na panela sobre um fogão apagado representa esta idéia. Apesar da alta consistência científica e ampla aceitação em comunidades acadêmicas, esta idéia está pouco divulgada em nível de educação geológica.

Modelo atual, desde 1994

Na década de 1990, a forma da convecção térmica do manto foi esclarecida visualmente por meio da tomografia sísmica que mostrou a estrutura manto desde a superfície do manto até o contato com o núcleo. A tomografia sísmica do globo inteiro apóia a idéia de que força motriz principal de movimento das placas é a tração de slab. Além disso, revelaram importantes tectonismos causadas pelas plumas quentes e plumas frias, o que possibilitou o surgimento da teoria de tectônica de plumas (Maruyama, 1994).

O que é a força motriz principal?

De fato, existem algumas forças motrizes que causam e/ou dificultam o movimento das placas, tais como tração de slab (slab-pull), empurrão de cadeia meso-oceânica (ridge-push), sucção de fossa oceânica (trench suction) e forças de resistência de tectônica de placas (plate tectonic resistive forces). Os cálculos quantitativos por Forsyth & Uyeda (1975) concluíram que a “slab-pull” é a força principal e a “ridge-push” é a secundária. Isto é, as fossas oceânicas puxam as placas do mundo e as cadeias meso-oceânicas abrem passivamente pela força distensional.

Entretanto, a proporção da importância entre as duas forças depende dos oceanos. O Oceano Atlântico é um oceano jovem, sendo formado há cerca de 80 milhões de anos. A fossa oceânica ainda não surgiu neste oceano e, portanto a expansão é lenta, no máximo 3,5 cm por ano. Ao longo da Cadeia Meso-Atlântic (Mid-Atlantic Ridge), ocorrem três hot-spots derivados de plumas quentes: Islândia, Ascensão e Tristão da Cunha. A tectônica de expansão em torno dessas plumas quentes têm uma grande influência à expansão na cadeia meso-oceânica do Oceano Atlântico Inteiro. Portanto, a importância de ridge-push no Oceano Atlântico é relativamente grande em comparação com os demais oceanos. Por outro lado, o Oceano Pacífico é um oceano antigo, sendo formado há mais de 200 milhões de anos. Por isso, tem fossa oceânica tanto na margem oriental quanto ocidental. Pela forte tração das fossas oceânicas, a expansão da cadeia meso-oceânica (East Pacific Rise) é muito rápida, no máximo 15 cm por ano. A cadeia meso-oceânica foi deslocada da posição original pela força de tração e uma parte da foi subductada, ou seja, “engolida” pela fossa oceânica. Portanto, os hot-spots não se localizam mais sobre a cadeia meso-oceânica. Neste oceano, slab-pull é muito expressiva e ridge-push é quase desprezível. O Oceano Índico tem características intermediárias entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico.

Princípios chave
A divisão do interior da Terra em litosfera e astenosfera baseia-se nas suas diferenças mecânicas. A litosfera é mais fria e rígida, enquanto que a astenosfera é mais quente e mecanicamente mais fraca. Esta divisão não deve ser confundida com a subdivisão química da Terra, do interior para a superfície, em: núcleo, manto e crusta.

Placas tectónicas
Ver artigo principal: Placa tectónica
O princípio chave da tectónica de placas é a existência de uma litosfera constituída por placas tectónicas separadas e distintas, que flutuam sobre a astenosfera. A relativa fluidez da astenosfera permite que as placas tectónicas se movimentem em diferentes direcções.

As placas contactam umas com as outras ao longo dos limites de placa, estando estes comummente associados a eventos geológicos como terramotos e a criação de elementos topográficos como cadeias montanhosas, vulcões e fossas oceânicas. A maioria dos vulcões activos do mundo situa-se ao longo dos limites de placas, sendo a zona do Círculo de Fogo do Pacífico a mais conhecida e activa. Estes limites são apresentados em detalhe mais adiante.

As placas tectónicas podem incluir crusta continental ou crusta oceânica, sendo que, tipicamente, uma placa contém os dois tipos. Por exemplo, a placa Africana inclui o continente africano e parte dos fundos marinhos do Atlântico e do Índico. A parte das placas tectónicas que é comum a todas elas, é a camada sólida superior do manto que se situa sob as crustas continental e oceânica, constituindo conjuntamente com a crusta a litosfera.

A distinção entre crusta continental e crusta oceânica baseia-se na diferença de densidades dos materiais que constituem cada uma delas; a crusta oceânica é mais densa devido às diferentes proporções dos elementos constituintes, em particular do silício. A crusta oceânica é mais pobre em sílica e mais rica em minerais máficos (geralmente mais densos), enquanto que a crusta continental apresenta maior percentagem de minerais félsicos (em geral menos densos).

Como consequência, a crusta oceânica está geralmente abaixo do nível do mar (como, por exemplo, a maior parte da placa do Pacífico), enquanto que a crusta continental se situa acima daquele nível (ver isostasia para uma explicação deste princípio).
Tipos de limites de placas

Os três tipos de limites de placas.São três os tipos de limites de placas, caracterizados pelo modo como as placas se deslocam umas relativamente às outras, aos quais estão associados diferentes tipos de fenómenos de superfície:

Limites transformantes ou conservativos - ocorrem quando as placas deslizam ou mais precisamente roçam uma na outra, ao longo de falhas transformantes. O movimento relativo das duas placas pode ser direito ou esquerdo, consoante se efectue para a direita ou para a esquerda de um observador colocado num dos lados da falha.
Limites divergentes ou construtivos – ocorrem quando duas placas se afastam uma da outra.
Limites convergentes ou destrutivos – (também designados por margens activas) ocorrem quando duas placas se movem uma em direcção à outra, formando uma zona de subducção (se uma das placas mergulha sob a outra) ou uma cadeia montanhosa (se as placas simplesmente colidem e se comprimem uma contra a outra).
Há limites de placas cuja situação é mais complexa, nos casos em que três ou mais placas se encontram, ocorrendo então uma mistura dos três tipos de limites anteriores.

Limites transformantes ou conservativos
Ver artigo principal: Limite transformante
O movimento lateral esquerdo ou direito entre duas placas ao longo de uma falha transformante pode produzir efeitos facilmente observáveis à superfície. Devido à fricção, as placas não podem pura e simplesmente deslizar uma pela outra. Em vez disso, a tensão acumula-se em ambas placas e quando atinge um nível tal, em qualquer um dos lados da falha, que excede a força de atrito entre as placas, a energia potencial acumulada é libertada sob a forma de movimento ao longo da falha. As quantidades maciças de energia libertadas neste processo são causa de terramotos, um fenómeno comum ao longo de limites transformantes.

Um bom exemplo deste tipo de limite de placas é o complexo da falha de Santo André, localizado na costa oeste da América do Norte o qual faz parte de um complexo sistema de falhas desta região. Neste local, as placas do Pacífico e norte-americana movem-se relativamente uma à outra, com a placa do Pacífico a mover-se na direcção noroeste relativamente à América do Norte. Dentro de aproximadamente 50 milhões de anos, a parte da Califórnia situada a oeste da falha será uma ilha, próxima do Alasca.

Deve salientar-se que a verdadeira direcção de movimento das placas que se encontram numa falha transformante como a de Santo André, muitas vezes não coincide com o seu movimento relativo na zona de falha. Por exemplo, segundo os dados obtidos a partir de medições efectuadas por GPS, a placa norte-americana move-se para sudoeste quase perpendicularmente à placa do Pacífico enquanto esta se move mais em direcção a oeste relativamente ao movimento para noroeste ao longo da falha de Santo André [1]. As forças compressivas resultantes são dissipadas por soerguimentos na maior zona de falha. Os dobramentos presentes nesta zona, bem como a própria falha de Santo André no sul da Califórnia, são o provavelmente resultado de estiramento crustal na região da Grande Bacia, sobreposto ao movimento global da placa norte-americana. Alguns geólogos especulam sobre o possível desenvolvimento de um rift na Grande Bacia, uma vez que a crusta nesta zona está a adelgaçar-se de forma mensurável.

Limites divergentes ou construtivos
Nos limites divergentes, duas placas afastam-se uma da outra sendo o espaço produzido por este afastamento preenchido com novo material crustal, de origem magmática. A origem de novos limites divergentes é por alguns associada com os chamados pontos quentes. Nestes locais, células de convecção de grandes dimensões transportam grandes quantidades de material astenosférico quente até próximo da superfície e pensa-se que a sua energia cinética poderá ser suficiente para produzir a fracturação da litosfera. O ponto quente que terá dado início à formação da dorsal meso-atlântica situa-se actualmente sob a Islândia; esta dorsal encontra-se em expansão à velocidade de vários centímetros por século.

Na litosfera oceânica, os limites divergentes são típicos da dorsal oceânica, incluindo a dorsal meso-atlântica e a dorsal do Pacífico oriental; na litosfera continental estão tipificados pelas zonas de vale de rift como o Grande Vale do Rift da África Oriental. Os limites divergentes podem criar zonas de falhamento maciço no sistema de dorsais oceânicas. A velocidade de expansão nestas zonas geralmente não é uniforme; em zonas em que blocos adjacentes da dorsal se deslocam com velocidades diferentes, ocorrem grandes falhas transformantes. Estas zonas de fractura, muitas delas designadas por um nome próprio, são uma das principais origens dos terramotos submarinos. Um mapa do fundo oceânico mostra um estranho padrão de estruturas constituídas de blocos separadas por estruturas lineares perpendiculares ao eixo da dorsal. Se olharmos para o fundo oceânico entre estas zonas de fractura como se de uma banda transportadora se tratasse, a qual afasta a crista de cada um dos lados do rift da zona média em expansão, este processo torna-se mais evidente. As cristas dispostas paralelamente ao eixo de rift encontram-se situadas a maior profundidade e mais afastadas do eixo, quanto mais antigas forem (devido em parte à contracção térmica e à subsidência).

Foi nas dorsais oceânicas que se encontrou uma das evidências chave que forçou a aceitação da hipótese de expansão dos fundos oceânicos. Levantamentos aeromagnéticos (medições do campo magnético terrestre a partir de um avião), mostraram um estranho padrão de inversões magnéticas em ambos lados das cristas e simétricas em relação aos eixos destas. O padrão era demasiado regular para ser apenas uma coincidência, uma vez que as faixas de cada um dos lados das dorsais tinham larguras idênticas. Havia cientistas que tinham estudado as inversões dos pólos magnéticos na Terra e fez-se então a ligação entre os dois problemas. A alternância de polaridades naquelas faixas tinha correspondência directa com as inversões dos pólos magnéticos da Terra. Isto seria confirmado através da datação de rochas provenientes de cada uma das faixas. Estas faixas fornecem assim um mapa espacio-temporal da velocidade de expansão e das inversões dos pólos magnéticos.

Há pelo menos uma placa que não está associada a qualquer limite divergente, a placa das Caraíbas. Julga-se que terá tido origem numa crista sob o Oceano Pacífico, entretanto desaparecida, e mantém-se ainda assim em movimento, segundo medições feitas com GPS. A complexidade tectónica desta região continua a ser objecto de estudo.

Limites convergentes ou destrutivos
Ver artigo principal: Limite convergente
A natureza de um limite convergente depende do tipo de litosfera que constitui as placas em presença. Quando a colisão ocorre entre uma densa placa oceânica e uma placa continental de menor densidade, geralmente a placa oceânica mergulha sob a placa continental, formando uma zona de subducção. À superfície, a expressão topográfica deste tipo de colisão é muitas vezes uma fossa, no lado oceânico e uma cadeia montanhosa do lado continental. Um exemplo deste tipo de colisão entre placas é a área ao longo da costa ocidental da América do Sul onde a placa de Nazca, oceânica, mergulha sob a placa Sul-americana, continental. À medida que a placa subductada mergulha no manto, a sua temperatura aumenta provocando a libertação dos compostos voláteis presentes (sobretudo vapor de água). À medida que esta água atravessa o manto da placa sobrejacente, a temperatura de fusão desta baixa, resultando na formação de magma com grande quantidade de gases dissolvidos. Este magma pode chegar à superfície na forma de erupções vulcânicas, formando longas cadeias de vulcões para lá da plataforma continental e paralelamente a ela. A cadeia montanhosa dos Andes apresenta vulcões deste tipo em grande número. Na América do Norte, a cadeia de montanhas de Cascade, que se estende para norte a partir da Sierra Nevada na Califórnia, é também deste tipo. Este tipo de vulcões caracteriza-se por apresentar alternância de períodos de dormência com erupções pontuais que se iniciam com a expulsão explosiva de gases e partículas finas de cinzas vulcânicas vítreas, seguida de uma fase de reconstrução com magma quente. A totalidade do limite da placa do Pacífico apresenta-se cercada por longas cadeias de vulcões, conhecidos colectivamente como Círculo de Fogo do Pacífico.

Onde a colisão se dá entre duas placas continentais, ou elas se fragmentam e se comprimem mutuamente ou uma mergulha sob a outra ou (potencialmente) sobrepõe-se à outra. O efeito mais dramático deste tipo de limite pode ser visto na margem norte da placa Indiana. Parte desta placa está a ser empurrada por baixo da placa Euroasiática, provocando o levantamento desta última, tendo já dado origem à formação dos Himalaias e do planalto do Tibete. Causou ainda a deformação de partes do continente asiático a este e oeste da zona de colisão.

Quando há convergência de duas placa de crusta oceânica, tipicamente ocorre a formação de um arco insular, à medida que uma placa mergulha sob a outra. O arco é formado a partir de vulcões que eruptam através da placa sobrejacente à medida que se dá a fusão da placa mergulhante. A forma de arco aparece devido à esfericidade da superfície terrestre. Ocorre ainda a formação de uma profunda fossa submarina em frente a estes arcos, na zona em que o bloco descendente se inclina para baixo. Bons exemplos deste tipo de convergência de placas são as ilhas do Japão e as Ilhas Aleutas, no Alasca.


Oceânico / Continental
Continental / Continental
Oceânico / Oceânico

Nem todos os limites de placas podem ser definidos. Alguns são largas faixas cujo movimento ainda é mal conhecido pelos cientistas. Um exemplo é o limite mediterrânico-alpino que envolve duas placas principais e várias microplacas.
Causas do movimento das placas

Movimento das placas baseado em dados de satélites GPS (NASA) JPL. Os vectores mostram a direcção e a magnitude do movimento.Conforme foi referido acima, as placas movem-se graças à fraqueza relativa da astenosfera. Pensa-se que a fonte da energia necessária para produzir este movimento seja a dissipação de calor a partir do manto. Imagens tridimensionais do interior da Terra (tomografia sísmica), mostram a ocorrência de fenómenos de convecção no manto (Tanimoto 2000). A forma como estes fenómenos de convecção estão relacionados com o movimento das placas é assunto de estudos em curso bem como de discussão. De alguma forma, esta energia tem de ser transferida para a litosfera de forma a que as placas se movam. Há essencialmente duas forças que o podem conseguir: o atrito e a gravidade.

Atrito
Atrito do manto: as correntes de convecção do manto são transmitidas através da astenosfera; o movimento é provocado pelo atrito entre a astenosfera e a litosfera.
Sucção nas fossas: correntes de convecção locais exercem sobre as placas uma força de arrasto friccional, dirigida para baixo, em zonas de subducção nas fossas oceânicas.
As correntes de convecção são um fenómeno que ocorre devido ao calor que é produzido pelo núcleo terrestre, o que gera a subida de massas quentes no manto, enquanto que as mais superficiais que estão mais frias descem. Forma-se assim um género de "tapete rolante" que arrasta as placas litosféricas.

Gravidade
Ridge-push: O movimento das placas é causado pela maior elevação das placas nas cristas meso-oceânicas. A maior elevação é causada pela relativamente baixa densidade do material quente em ascensão no manto. A verdadeira força produtora de movimento é esta ascensão e a fonte de energia que a sustenta. No entanto é difícil explicar a partição dos continentes a partir desta ideia.
Slab pull: o movimento das placas é causado pelo peso das placas frias e densas, afundando-se nas fossas. Há evidências consideráveis de que ocorre convecção no manto. A ascensão de materiais nas cristas meso-oceânicas é quase de certeza parte desta convecção. Alguns modelos mais antigos para a tectónica de placas previam as placas sendo levadas por células de convecção, como em bandas transportadoras. Porém, hoje em dia, a maior parte dos cientistas acredita que a astenosfera não é suficientemente forte para produzir o movimento por fricção. Pensa-se que o arrasto causado por blocos será a força mais importante aplicada sobre as placas. Modelos recentes mostram que a sucção nas fossas também tem um papel importante. No entanto, é de notar que a placa norte-americana, não sofre subducção em parte alguma e ainda assim move-se. O mesmo se passa com as placas africana, euroasiática e da Antártida. As forças que realmente estão por detrás do movimento das placas bem como a fonte de energia por detrás delas continuam a ser tópicos de aceso debate e de investigações em curso.
Atrito lunar: num estudo publicado em Janeiro-Fevereiro de 2006 no boletim da Geological Society of America, uma equipa de cientistas italianos e estado-unidenses defende a tese de que uma componente do movimento para oeste das placas tectónicas é devida ao efeito de maré produzido pela atracção da Lua. À medida que a Terra gira para este, segundo eles, a gravidade da Lua vai pouco a pouco puxando a camada superficial da Terra de volta para oeste. Isto poderá também explicar porque é que Vénus e Marte não têm placas tectónicas, uma vez que Vénus não tem luas e as luas de Marte são demasiado pequenas para produzirem efeitos de maré sobre este planeta [2]. Ainda assim, não se trata de uma ideia nova. Foi pela primeira vez avançada pelo "pai" da hipótese da tectónica de placas, Alfred Wegener e desafiada pelo físico Harold Jeffreys que calculou que a magnitude do atrito provocado pelo efeito de maré que seria necessária, teria causado a paragem da rotação da Terra há muito tempo. De notar também que muitas das placas na realidade movem-se para norte e este, não para oeste.
O movimento das placas é medido directamente pelo sistema GPS.

Super continentes
Ao longo do tempo o movimento das placas tem causado a formação e separação de continentes, incluindo a formação ocasional de um super continente contendo todos ou quase todos os continentes. O super continente Rodínia terá sido formado há cerca de 1000 milhões de anos contendo todos ou quase todos os continentes da Terra, tendo-se fragmentado em oito continentes há cerca de 600 milhões de anos. Posteriormente, estes oito continentes voltaram a formar um outro super continente chamado Pangea. Este super continente acabaria por dividir-se em dois, Laurasia (que daria origem à América do Norte e Eurásia) e Gondwana (que daria origem aos restantes continentes actuais).

História e impacto
Deriva continental
Ver artigo principal: Deriva continental
A deriva continental foi uma das muitas ideias sobre tectónica propostas no final do século XIX e princípios do século XX. Esta teoria foi substituída pela tectónica de placas e os seus conceitos e dados igualmente incorporados nesta.


Padrão de distribuição de fósseis nos vários continentes.Em 1915 Alfred Wegener foi o primeiro a produzir argumentos sérios sobre esta ideia, na primeira edição de The origin of continents and oceans. Nesta obra ele salientava que a costa oriental da América do Sul e a costa ocidental de África pareciam ter estado unidas antes. No entanto, Wegener não foi o primeiro a fazer esta sugestão (precederam-no Francis Bacon, Benjamin Franklin e Antonio Snider-Pellegrini), mas sim o primeiro a reunir significativas evidências fosseis, paleo-topográficas e climatológicas que sustentavam esta simples observação. Porém, as suas ideias não foram levadas a sério por muitos geólogos, que realçavam o facto de não existir um mecanismo que parecesse ser capaz de causar a deriva continental. Mais concretamente, eles não entendiam como poderiam as rochas continentais cortar através das rochas mais densas da crusta oceânica.


Processo de aparecimento do Atlântico Sul, entre 140 e 60 milhões de anos atrás, quando se formou o petróleo do pré-salEm 1947 uma equipa de cientistas liderada por Maurice Ewing a bordo do navio de pesquisa oceanográfica Atlantis da Woods Hole Oceanographic Institution, confirmou a existência de uma elevação no Oceano Atlântico central e descobriu que o fundo marinho por baixo da camada de sedimentos era constituído por basalto e não granito, rocha comum nos continentes. Descobriram também que a crusta oceânica era muito mais delgada que a crusta continental. Estas descobertas levantaram novas e intrigantes questões [3].

A partir da década de 1950 os cientistas, utilizando instrumentos magnéticos (magnetómetros) adaptados de aeronaves desenvolvidas durante a Segunda Guerra Mundial para a detecção de submarinos, começaram a aperceber-se de estranhas variações do campo magnético ao longo dos fundos marinhos. Esta descoberta, apesar de inesperada, não era inteiramente surpreendente pois sabia-se que o basalto – uma rocha vulcânica rica em ferro - contém magnetite, um mineral fortemente magnético, podendo em certos locais causar distorção nas leituras de bússolas. Esta distorção já era conhecida dos marinheiros islandeses desde o século XVIII. Mais importante ainda, uma vez que a magnetite dá ao basalto propriedades magnéticas mensuráveis, estas recém-descobertas variações magnéticas forneciam um novo meio de estudar os fundos marinhos. Quando se dá o arrefecimento de rochas portadoras de minerais magnéticos, estes orientam-se segundo o campo magnético terrestre existente nesse momento.

À medida que na década de 1950 se procedia à cartografia de cada vez maiores extensões de fundos marinhos, estas variações magnéticas deixaram de parecer isoladas e aleatórias, antes revelando padrões reconhecíveis. Quando se fez o levantamento destes padrões magnéticos numa área bastante alargada, o fundo do oceano mostrou um padrão de faixas alternantes. Estas faixas alternantes de rochas magneticamente diferentes estavam dispostas em linhas em cada um dos lados da dorsal oceânica e paralelamente a esta: uma faixa com polaridade normal e a faixa adjacente com polaridade invertida.

Quando os estratos rochosos das bordaduras de continentes separados são muito similares, isto sugere que estas rochas se formaram todas da mesma maneira, implicando que inicialmente se encontravam juntas. Por exemplo, algumas partes da Escócia contêm rochas muito similares às encontradas no leste da América do Norte. Além disso, os Montes Caledonianos da Europa e partes dos Montes Apalaches da América do Norte são muito semelhantes estrutural e litologicamente.

Continentes flutuantes
O conceito dominante era o de que existiam camadas estratificadas e estáticas sob os continentes. Cedo se observou que apesar de nos continentes aparecer granito, os fundos marinhos pareciam ser constituídos por basalto, mais denso. Parecia pois, que uma camada de basalto estava subjacente às rochas continentais.

Porém, baseando-se em anomalias na deflexão de fios de prumo causadas pelos Andes no Peru, Pierre Bouguer deduziu que as montanhas, menos densas, teriam que ter uma projeção na camada subjacente, mais densa. A ideia de que as montanhas têm "raízes" foi confirmada cem anos mais tarde por George Biddell Airy, enquanto estudava o campo gravítico nos Himalaias, tendo estudos sísmicos posteriores detectado as correspondentes variações de densidade.

Em meados da década de 1950 permanecia sem resposta a questão sobre se as montanhas estavam ancoradas em basalto ou flutuando como icebergs.

Teoria da tectónica de placas
Durante a década de 1960 fizeram-se grandes progressos e mais foram despoletados por várias descobertas, sobretudo a da dorsal meso-atlântica. Salienta-se a publicação, em 1962, de uma comunicação do géologo americano Harry Hess (Robert S. Dietz publicou a mesma ideia um ano antes na revista Nature. No entanto, a prioridade deve ser dada a Hess, pois ele distribuiu um manuscrito não publicado do seu artigo de 1962, em 1960). Hess sugeriu que os continentes não se moveriam através da crusta oceânica (como sugerido pela deriva continental) mas que uma bacia oceânica e o continente adjacente moviam-se conjuntamente numa mesma unidade crustal ou placa. Nesse mesmo ano, Robert R. Coats do U.S. Geological Survey descreveu as principais características da subducção no arco insular das Ilhas Aleutas. Esta sua publicação, ainda que pouco notada na altura (tendo sido até ridicularizada), tem sido de então para cá considerada como seminal e presciente. Em 1967, Jason Morgan propôs que a superfície da Terra consiste de 12 placas rígidas que se movem umas em relação às outras. Dois meses mais tarde, em 1968, Xavier Le Pichon publicou um modelo completo baseado em 6 placas principais com os seus movimentos relativos.

Expansão dos fundos oceânicos

Alternância de polaridade magnética nos fundos oceânicos.A descoberta da alternância de polaridade magnética das rochas dos fundos marinhos e da sua simetria relativamente às cristas meso-oceânicas sugeria uma relação. Em 1961, os cientistas começaram a teorizar que as cristas meso-oceânicas corresponderiam a zonas estruturalmente débeis onde o fundo oceânico estava a ser rasgado em dois segundo o comprimento ao longo da crista. O magma fresco proveniente das profundezas do interior da Terra sobe facilmente através destas zonas de fraqueza e eventualmente flui ao longo das cristas criando nova crusta oceânica. Este processo, mais tarde designado por expansão dos fundos oceânicos, em funcionamento há muitos milhões de anos é o responsável pela criação dum sistema de dorsais oceânicas com uma extensão próxima de 50 000 km. Esta hipótese era apoiada por vários tipos de observações:
nas cristas ou nas suas proximidades, as rochas são muito jovens, tornando-se mais antigas à medida que nos afastamos delas;
as rochas mais jovens presentes nas cristas apresentam sempre a polaridade actual (normal);
faixas de rocha paralelas às cristas com alternância de polaridade magnética (normal-inversa-normal…) sugerem que o campo magnético da Terra tem sofrido muitas inversões ao longo do tempo.
Ao explicar quer o padrão de alternância de polaridade das rochas, quer ainda a construção do sistema de dorsais meso-oceânicas, a hipótese da expansão dos fundos oceânicos ganhou adeptos e representou mais um grande avanço no desenvolvimento da teoria da tectónica de placas. Mais ainda, a crusta oceânica passou a ser vista como um registo magnético natural da história das inversões do campo magnético terrestre.

A descoberta da subducção
Uma importante consequência da expansão dos fundos oceânicos era que nova crusta estava a ser (e é-o ainda hoje), formada ao longo das cristas das dorsais oceânicas. Esta ideia caiu nas graças de alguns cientistas que afirmaram que a deslocação dos continentes pode ser facilmente explicada por um grande aumento do tamanho da Terra desde a sua formação. Porém, esta chamada teoria da Terra expandida, não era satisfatória pois os seus defensores não podiam apontar um mecanismo geológico convincentemente capaz de produzir tão súbita e enorme expansão. A maioria dos geólogos acredita que o tamanho da Terra terá variado muito pouco ou mesmo nada desde a sua formação há 4.6 biliões de anos, levantando assim uma nova questão: como pode ser continuamente adicionada nova crusta ao longo das cristas oceânicas, sem aumentar o tamanho da Terra?

Esta questão intrigou particularmente Harry Hess, geólogo da Universidade de Princeton e contra-almirante na reserva e ainda Robert S. Dietz, um cientista do U.S. Coast and Geodetic Survey, que havia sido o primeiro a utilizar o termo expansão dos fundos oceânicos. Dietz e Hess estavam entre os muito poucos que realmente entendiam as implicações da expansão dos fundos oceânicos. Se a crusta da Terra se expandia ao longo das cristas oceânicas, teria que estar a encolher noutro lado, raciocinou Hess. Sugeriu então que a nova crusta oceânica se espalhava continuamente a partir das cristas oceânicas. Muitos milhões de anos mais tarde, essa mesma crusta oceânica acabará eventualmente por afundar-se nas fossas oceânicas – depressões muito profundas e estreitas ao longo das margens da bacia do Pacífico. Segundo Hess, o Oceano Atlântico encontrava-se em expansão enquanto o Oceano Pacífico estava em retracção. Enquanto a crusta oceânica antiga era consumida nas fossas, novo magma ascendia e eruptava ao longo das cristas em expansão, formando nova crusta. Com efeito, as bacias oceânicas estavam perpetuamente a ser "recicladas", com a criação de nova crusta e a destruição de antiga crusta oceânica a ocorrerem simultaneamente. Assim, as ideias de Hess explicavam claramente por que é que a Terra não aumenta de tamanho com a expansão dos fundos oceânicos, por que é tão pequena a acumulação de sedimentos nos fundos oceânicos e por que é que as rochas oceânicas são muito mais jovens que as rochas continentais.

Cartografando terramotos

Mapa mostrando a distribuição da actividade tectónica (tectonismo e vulcanismo)Durante o século XX, as melhorias na instrumentação sísmica e o uso mais disseminado pelo mundo de instrumentação de registo de terramotos (sismógrafos), permitiu aos cientistas descobrir que os terramotos tendem a concentrar-se em determinadas zonas, sobretudo ao longo das fossas oceânicas e das cristas expansivas. No final da década de 1920, os sismólogos começavam a identificar várias zonas sísmicas paralelas às fossas, com uma inclinação típica entre 40 e 60º a partir da horizontal e que se estendiam por várias centenas de quilómetros em direcção ao interior da Terra. Estas zonas tornaram-se mais tarde conhecidas com zonas de Wadati-Benioff, em honra dos sismólogos que as identificaram pela primeira vez, Kiyoo Wadati do Japão e Hugo Benioff dos Estados Unidos. O estudo da sismicidade a nível global avançou grandemente nos anos 60 com a criação da Worldwide Standardized Seismograph Network (WWSSN) com o objectivo de monitorizar o cumprimento do tratado de 1963 que bania ensaios de armas nucleares à superfície. Os dados de muito melhor qualidade obtidos pelos instrumentos da WWSSN permitiram aos sismólogos cartografar com precisão as zonas de concentração de terramotos a nível mundial.

Mudança de paradigma geológico
A aceitação das teorias da deriva continental e da expansão dos fundos oceânicos (os dois elementos chave da tectónica de placas) pode ser comparada à revolução que Copérnico produziu na astronomia (ver Nicolaus Copernicus). Num período de apenas alguns anos, ocorreu uma revolução na geofísica e sobretudo na geologia. O paralelismo é notório; da mesma forma que a astronomia pré-copérnica era altamente descritiva mas ainda assim incapaz de fornecer explicações para o movimento dos corpos celestes, as teorias da geologia anteriores à tectónica de placas descreviam o que se observava mas debatiam-se com a falta de quaisquer mecanismos fundamentais. O problema residia na questão Como?. Antes da aceitação da tectónica de placas a geologia estava presa numa caixa "pré-copérnica".

Ainda assim, quando comparada com o que se passou na astronomia, a revolução na geologia foi muito mais repentina. Aquilo que fora rejeitado por todas as publicações científicas dignas desse nome, foi avidamente aceite poucos anos depois, nas décadas de 1960 e 1970. Qualquer descrição geológica anterior era apenas descritiva. Todas as rochas estavam descritas e uma variedade de razões eram avançadas, por vezes com um detalhe quase doentio, para o porquê de se encontrarem onde se encontravam. As descrições continuam válidas, contudo, as razões então apontadas hoje em dia parecem-se bastante com a astronomia pré-copérnica.

Apenas temos que ler as descrições anteriores à tectónica de placas sobre por que existem os Alpes ou os Himalaias para ver a diferença. Na tentativa de responder a questões como Como podem rochas que são claramente de origem marinha existir a milhares de metros acima do nível do mar?, ou, Como se formaram as margens concavas e convexas da cadeia Alpina?, qualquer avanço esbarrava na complexidade que se resumia a jargão técnico sem um contributo significativo para a compreensão dos mecanismos associados.

Com a tectónica de placas as respostas rapidamente ocuparam o seu lugar ou tornou-se claro qual o caminho para a sua obtenção. As colisões de placas convergentes possuíam a força necessária para levantar o fundo marinho até à atmosfera rarefeita. A origem das fossas oceânicas estranhamente situadas ao largo de arcos insulares ou de continentes e dos vulcões a eles associados, tornou-se clara quando se compreenderam os processos de subducção em placas convergentes. Por que existem paralelismos entre a geologia de partes da América do Sul e de África? Por que a América do Sul e África parecem duas peças de um quebra-cabeças que parecem encaixar? Para respostas complexas temos que procurar as explicações pré-tectónicas. Para respostas simples e que explicam muito mais, temos que recorrer à tectónica de placas. Um grande rift, semelhante ao Grande Vale do Rift no nordeste de África, dividiu um continente em dois, eventualmente formando o Oceano Atlântico e estas forças continuam ainda hoje a fazer-se sentir na crista meso-atlântica.

Herdou-se alguma da antiga terminologia, mas o conceito fundamental é tão radical e simples como o de que A Terra move-se foi na astronomia.

"Eu servia na escola de Sargentos das Armas em Três Corações no ano de 1996. Estava em casa, quando recebi ordens para me dirigir rapidamente para o quartel. Eu era do Pelotão de Operações Especiais e aquele tipo de chamado era comum. Fui um dos primeiros a chegar no quartel. Embarcamos em uma viatura, com efetivo de 04 soldados, 03 sargentos, 02 oficiais e rumamos para a cidade de Varginha. Ninguém nos dizia o que estava acontecendo. Não sabíamos, até então, para onde íamos e qual era nossa missão.

Não estranhei o procedimento, pois era normal recebermos esse tipo de missão inopinada como exercício (no jargão militar chamamos de "manda brasa"). Parecia só mais um exercício de rotina, só a presença de um oficial superior (um Major), no comando da operação saia da rotina. Chegamos na cidade com o toldo da viatura abaixado, e ficamos parados por um tempo aguardando ordens. Recebemos ordens para desembarcar perto de uma mata na periferia da cidade. O oficial no comando nos reuniu e disse que nossa missão era "capturar um animal na mata". Perguntei se era preciso fazermos um "pente fino" (uma busca) na área, e o comandante nos informou que o "bicho" já estava isolado e que não devíamos em hipótese alguma feri-lo. Fomos divididos em dois grupos, um faria a captura e o outro faria a segurança. A ação foi rápida. Entramos na mata e cercamos o animal.

Até então tudo parecia uma missão simples. Um companheiro chegou a reclamar "P... m..., me chamar em casa para pegar bicho!?". Ao nos aproximarmos percebi que o animal era totalmente diferente de tudo que eu já tinha visto na minha vida. Todos ficaram assustados com a estranheza do tal "bicho".

Chegamos a pensar que era uma simulação, algo para testar nossa reação. Capturamos a criatura facilmente pois a mesma não esboçou qualquer reação. Neste momento fomos surpreendidos por uma segunda criatura que apareceu, e veio em nossa direção de uma forma ameaçadora. Um dos soldados, que fazia segurança se assustou, disparou o fuzil e acertou a criatura. Recolhemos as duas criaturas e colocamos na viatura. Os soldados receberam ordens para embarcar em uma outra viatura, que seguiu para o Hospital da cidade (era uma finta, para desviar a atenção da população). Eu e mais dois sargentos embarcamos juntos com as criaturas com os dois oficiais que embarcaram na cabina da viatura, e rumamos para Três Corações. Chegamos no quartel e militares da 2ª Seção (seção de inteligência e informações) nos interrogaram separadamente. Em seguida foi dado uma explicação para o que tinha acontecido, mas não era convincente, depois aos sargentos foi dada outra completamente diferente, e nos foi pedido sigilo. Esta ultima explicação, na época foi convincente (prefiro não comentar sobre tal versão, pois a mesma é oficial e confidencial), mas nada foi mencionado sobre naves e seres espaciais. Ficamos no quartel por uns dias (uma espécie de "quarentena"), depois fomos liberados, mas mesmo assim tínhamos que toda noite, durante um certo tempo, responder ao pernoite (dormir no quartel).

A história sobre Et, fiquei sabendo pela TV. Até uns dois anos depois do ocorrido, mesmo tendo participado do fato, nunca acreditei na versão da mídia e sim na versão apresentada. A semelhança das criaturas com um macaco dava sentido a versão do Exército. Elas eram muito parecidas com o macaco aranha, um macaco da região amazônica. O tamanho, os membros alongados, a falta do polegar na mão, entre outros detalhes. A estranha aparência humana também fazia sentido, pois a criatura não tinha pelos. A pele da que estava viva era extremamente clara e da outra um pouco mais escura. A cabeça era um pouco desproporcional ao restante do corpo e o rosto lembrava uma criança recém nascida, apesar do nariz ser bem pequeno e chato, semelhante ao do macaco em questão. Fiquei na duvida sobre o sexo das criaturas, pois não era possível ver a genitália dos seres, mas a massa corporal do que estava morto era bem maior do que o outro, o que nos fez pensar que o morto era macho e o vivo uma fêmea. Na versão oficial a criatura se tratava de um animal, mas alguns detalhes me levaram a crer que o ser possuía inteligência.

Exemplo disso foi quando meu companheiro apontou a arma para a criatura e esta tomou uma postura defensiva, colocando as mãos protegendo o rosto. Percebi também que o ser olhava de maneira desconfiada para o sargento que falava num tom mais alto e que lhe apontou a arma. Ela também olhava para o outro ser morto mostrando um certo pesar, e em determinado momento começou a emitir um som que não seria especulação dizer que era um choro. A prova mais incrível da sua racionalidade foi quando retirei da minha mochila uma manta de velame (um pedaço de pano de pára-quedas) e a cobri. Seu olhar de agradecimento foi algo totalmente humano. Com o tempo outros fatos me fizeram acreditar que eu estava no meio de uma conspiração, pois os quatro soldados deram baixa antes do tempo, e nunca mais tive noticias dos mesmos.

Um dos sargentos envolvidos também sumiu, e seu nome não mais consta nos registros do Exército. Continuei mantendo contato com o outro sargento, que foi transferido no ano seguinte. Nós dois tivemos um mesmo problema de saúde, uma seria inflamação no olho direito (no caso dele esquerdo) e ambos tivemos que ser internados na mesma época. Exatamente um ano depois da primeira internação, eu tive outra inflamação, desta vez no outro olho. Eu e os outros dois sargentos e o oficial subalterno, num prazo curto, sofremos punições, todos em circunstancias duvidosas possivelmente para nos descreditar caso resolvêssemos falar sobre o acontecido.

E difícil dizer o que realmente aconteceu naquele dia. Na verdade não sei dizer se aquela criatura era realmente um ser de outro planeta. O único detalhe que me intriga até hoje é o ferimento da criatura morta. O projetil acertou o tórax da criatura, e mesmo o tiro ter sido disparado a uma distancia muita pequena o projetil não atravessou o ser. Já vi seres humanos e animais feridos por tiro de fuzil do mesmo calibre em questão e em todos os casos, o projetil atravessa com facilidade, mesmo numa distancia bem maior. O ser não sangrou, mas acho que isso se deve ao fato da munição usada ter sido do tipo traçante. Um tipo de munição com uma pequena carga de fósforo branco, utilizada para sinalizar a direção do tiro, mas que cauteriza o ferimento nos casos de disparos a curta distancia. O único liquido que escorreu em pequena quantidade na boca do ser, não se parecia muito com sangue, pois o mesmo tinha uma coloração muito esbranquiçada.

Ainda estou na ativa e por isso preciso ficar no anonimato, mas futuramente pretendo escrever um livro e fazer revelações surpreendentes, inclusive sobre a versão oficial. Nos últimos anos venho guardando vários documentos que podem comprovar vários fatos que narrei e de alguns fatos que preferi ocultar e revelar posteriormente. "

Incidente em Varginha

"Incidente de Varginha" é o nome pelo qual ficou conhecido o conjunto de acontecimentos ocorridos no dia 20 de janeiro de 1996, no município brasileiro de Varginha, Minas Gerais. O ocorrido foi noticiado pela TV Rede Globo, tornando-se amplamente conhecido no Brasil e no exterior. Informações divulgadas pela televisão envolveram relatos de aparições de objetos voadores não identificados e de criaturas extraterrestres, supostamente capturadas por autoridades brasileiras. O caso também ficou conhecido como o caso do "ET de Varginha".

Retrato falado do suposto ET de Varginha



Segundo a Rede Globo, as irmãs Liliane e Valquíria Silva, além da amiga mais velha de ambas, Kátia Xavier, ao passarem próximo a um terreno baldio no bairro de Jardim Andere, teriam visto uma das tais criaturas, que teria pele marrom viscosa, olhos enormes de cor vermelha e três protuberâncias na parte superior da cabeça, que era bastante volumosa. As três garotas, visivelmente abaladas emocionalmente, reafirmaram este relato diversas vezes, chegando a mãe de duas delas a afirmar, algum tempo depois, ter a sua família sido submetida a uma tentativa de suborno de um agente que não se identificou, para que não mais levassem a história adiante.

As irmãs Liliane e Valquíria Silva



A mídia informou que várias testemunhas afirmam que no mesmo dia em que as três meninas teriam visto a tal criatura, também notaram uma movimentação anormal de patrulhas da PM, veículos do exército e do Corpo de Bombeiros pela cidade. Testemunhas que também não tinham qualquer tipo de ligação com as primeiras também afirmaram terem visto a queda de um OVNI nos arredores de Varginha.

Segundo os ufólogos que investigaram o Caso Varginha, o perito Badan Palhares teria sido chamado pelas Forças Armadas a Varginha para fazer a necrópsia do cadáver de um dos supostos ETs, que teria sido morto por um PM após uma operação de captura. Neste mesmo evento, ainda segundo os ufólogos, o policial Eli Chereze teria capturado apenas os braços de uma outra criatura do mesmo tipo, e os levado aos militares. O policial nunca teria contado este evento a ninguém, além de familiares, vindo a morrer cerca de 30 dias depois de uma infecção desconhecida.

Pacaccini e Ubirajara, uf�logos que investigaram os fatos



O Caso Varginha foi noticiado em inúmeros meios de comunicação da América Central e Sul, além de ser mencionado no Wall Street Journal. Entretanto, o corpo de bombeiros, polícia e força militar do local negam veementemente os fenômenos paranormais acima citados. Além disso, não há provas físicas do ocorrido.



A cidade, anos após, o episódio conhecido como a “A visita do ET”, começou a investir no “turismo ufológico”. Hoje conta com pontos de ônibus em formatos de naves espaciais, uma enorme caixa de água no centro da cidade também em formato de nave; todos com luzes e bastante atraentes.

Características do ET de Varginha
• -Cabeça grande e careca;
• -Olhos grandes, vermelhos e sem pupila.
• -Língua preta, estreita e comprida
• -Três pequenas saliências na cabeça parecidas com chifres, um no meio e dois ao lado.
• -Pele marrom e escura, coberta por uma oleosidade brilhante
• -Veias salientes e vermelhas no rosto, ombro e braços.
• -Três dedos nas mãos e pés grandes com dois dedos e sem unhas
• -Aproximadamente 1.60m de altura
• -Produzia um som parecido com zumbido de abelha

Varginha, MG, transformou-se na capital brasileira da ufologia desde que o relato da visão de uma criatura estranha por três garotas ultrapassou suas montanhas e correu mundo. Elas garantem que atravessavam um terreno baldio às 15h30 do sábado 20 de janeiro de 1996 quando, a sete metros de distância, viram um ser marrom-escuro de pele viscosa. Estava agachado, com os braços compridos entre as pernas. Assustadas com a figura, que tinha olhos vermelhos e três protuberâncias na cabeça, as garotas saíram em disparada. O mais extraordinário contato de terceiro grau já relatado no Brasil ganhou projeção ao ser associado a outros testemunhos e até a mortes misteriosas.

Menos de um mês após o incidente, o policial militar Marco Eli Chereze, então com 23 anos, sucumbiu a uma infecção generalizada sem causa aparente.
“Ele deve ter se infectado ao tocar na criatura”, supõe sua irmã mais velha, Marta. Integrante da P-2, o serviço de inteligência da Polícia Militar, Chereze é apontado pelos ufólogos que investigam o caso como vítima de uma complexa operação policial-militar que culminou na captura de dois extraterrestres. Às 10h30 do dia 20, no mesmo bairro citado pelas garotas, quatro homens do Corpo de Bombeiros teriam capturado a primeira criatura. Os ufólogos não sabem precisar as condições do resgate da segunda. Sustentam, no entanto, que ambas foram examinadas em hospitais de Varginha antes de serem transferidas, na tarde do dia seguinte, para uma unidade do Exército, a Escola de Sargento das Armas, no município vizinho de Três Corações. Dois dias depois, teriam sido levadas em comboio militar para novos exames na Universidade de Campinas, no interior paulista. Desde então, todas as informações foram abafadas e arrastadas ao esquecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário