segunda-feira, 23 de agosto de 2010

GOVERNO MUNDIAL II

GOVERNO MUNDIAL
De que modo os Acordos da ONU sobre os Direitos das Mulheres e das Crianças Minam os Valores da Família, os Valores Evangélicos e a Soberania dos Países

Julio Severo

Com o medo do terrorismo se espalhando pelo mundo inteiro hoje, as nações clamam por uma união internacional para eliminar a ameaça dos atentados. Alguns acham que só um governo mundial poderia dar mais segurança, paz e justiça e dirigir a humanidade nestes tempos difíceis. E quando pensam num governo desse tipo, autoridades de vários países concordam que só a Organização das Nações Unidas (ONU) tem as qualificações necessárias. O que realmente pode acontecer se a ONU ganhar mais autoridade para agir como um governo mundial?

Ainda que a ONU não esteja governando o mundo diretamente agora, poucas pessoas estão conscientes da sua crescente influência em cada país. Pouca gente sabe que as agências dentro do sistema da ONU estão envolvidas numa campanha para minar os alicerces da sociedade — a família constituída por um pai e mãe casados, as religiões que apóiam a importância vital do casamento e da moralidade sexual tradicional e as estruturas legais e sociais que protegem essas instituições.[1] Utilizando o acobertamento político dos acordos internacionais que promovem os direitos das mulheres e das crianças, a ONU está influenciando cada país a mudar suas leis e constituições para adotar planos que acabarão afetando de modo negativo a vida das mulheres e das crianças.[2]

Esses planos são preocupantes, pois a ONU em sua Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama: “A família é a célula natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado”. [3] Além disso, a ONU sempre incluiu em seus acordos e documentos termos que reconhecem o direito de cada país determinar suas normas e práticas culturais.
Mas esse respeito da ONU para com a soberania das nações está se enfraquecendo, enquanto agências dessa organização colocam em ação planos para mudar as sociedades, principalmente através da Convenção dos Direitos da Criança (CDC) [4] e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW — sigla do original em inglês Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination Against Women).[5] Com o apoio do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, relatórios da ONU recomendam que cada país:

· Elimine suas leis que proíbem a prostituição, possibilitando assim a sua legalização. O relatório da CEDAW, por exemplo, observa, com relação à Alemanha (que já legalizou a prostituição), que “embora sejam por lei obrigadas a pagar impostos, as prostitutas ainda não gozam a proteção das leis sociais e trabalhistas [da Alemanha].” [6]

· Torne o aborto um “direito livre” protegido por leis nacionais e internacionais, dando às adolescentes acesso irrestrito e tornando a falta de serviços de aborto um crime em todos os casos. Um relatório da ONU sobre a Croácia, por exemplo, nota que o fato de que “alguns hospitais se recusam a oferecer serviços de aborto porque os médicos não participam devido às suas convicções morais… [constitui] violação dos direitos reprodutivos das mulheres.”[7]

· Diminua a importância do papel das mães e aumente os incentivos para elas trabalharem fora em vez de permanecerem no lar para cuidar dos filhos. [8] A ONU criticou a República da Geórgia, por exemplo, pela “ampla aceitação dos papéis estereotipados das mulheres em políticas governamentais, na família e na vida pública, baseada nos modelos de conduta e atitudes que enfatizam demais o papel das mulheres como mães.” [9]

· Diminua a autoridade dos pais e ao mesmo tempo aumente os direitos das crianças. Em 1995, o comitê da CDC repreendeu o Reino Unido por permitir que os pais retirassem seus filhos das aulas de educação sexual por causa de conteúdo impróprio e imoral. [10] Recentemente, esse comitê quis saber de que modo as autoridades portuguesas estão colocando em prática a CDC. A delegação portuguesa informou, em resposta, que Portugal criou uma lei proibindo os pais de disciplinarem os filhos fisicamente. Esse comitê da ONU é famoso por interferir com os direitos dos pais e em muitas ocasiões pressionou países a proibir os pais de aplicarem disciplina física nos filhos em casa.

Não há dúvida de que esses planos da ONU colocam em risco o direito natural das famílias, os direitos dos pais, a soberania nacional e a livre expressão das convicções e valores cristãos. Os comitês da CDC e da CEDAW podem até insistir em que suas recomendações levam em consideração os melhores interesses das crianças e das mulheres, mas a realidade mostra outro quadro.

OS PLANOS DA ONU PARA ESTABELECER NOVAS NORMAS SOCIAIS
A família sempre recebeu tratamento especial por causa de seu importante papel na sociedade. Muitas declarações e acordos do início da ONU respeitam a família e a liberdade religiosa e reconhecem que o governo não tem a capacidade de substituir o papel da família na sociedade.
Por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos especifica: “O papel da mulher como mãe e a infância têm direito à assistência especial.” [11] Esse direito dá às mães condições de cuidar de seus filhos no lar e as protege de políticas sociais que: (a) tiram de seus maridos as condições de sustentar uma família com um salário digno e (b) forçam as mães a deixar o lar e os filhos a fim de trabalhar fora.

Um dos acordos da ONU diz:

Deve-se dar à família a mais ampla proteção e assistência possível. [12]

Os países… devem respeitar a liberdade dos pais… de escolher para seus filhos escolas diferentes das escolas estabelecidas pelas autoridades públicas… e devem garantir a educação moral e religiosa de seus filhos conforme as convicções pessoais dos pais. [13]

Contudo, várias agências da ONU estão tentando forçar os países a implementar uma interpretação diferente e radical dos acordos sobre os direitos das mulheres e das crianças.

MINANDO O PAPEL FUNDAMENTAL DA FAMÍLIA
As pesquisas na área da ciência social mostram que a família natural é onde crianças são criadas por um pai e mãe casados. Todas as outras formas de família apresentam ligações com elevados índices de crime, nascimentos ilegítimos, dependência de serviços de assistência social, vício de álcool e drogas, níveis baixos de educação, renda inferior, menos saúde e uma expectativa de vida menor. Filhos que nascem fora do casamento sofrem um risco mais elevado de mortalidade infantil, principalmente no caso de mães adolescentes. Eles desenvolvem mais lentamente a capacidade de se comunicar e aprender, têm problemas emocionais e comportamentais e, na adolescência, se envolvem com crimes. [14] A ciência social também documenta os efeitos do divórcio nas crianças, [15] os quais incluem delinqüência juvenil, abuso infantil, pobreza, envolvimento sexual precoce, índice elevado de nascimentos fora do casamento e índices elevados de coabitação com “namorados”.

De que modo a ONU está querendo levar as famílias nessa direção? Concerned Women for America (Mulheres Preocupadas com o Bem-Estar dos EUA), a organização evangélica fundada pela conhecida escritora Beverly LaHaye, mostra: “A CEDAW mina a estrutura da família tradicional nas nações que respeitam a família. A CEDAW declara: ‘É necessário mudar os papéis tradicionais dos homens e das mulheres na sociedade e na família para se alcançar a plena igualdade entre homens e mulheres’. A CEDAW também requer que os países tomem todas as medidas apropriadas para ‘modificar os padrões sociais e culturais de condutas masculinas e femininas, a fim de realizar a eliminação dos preconceitos com base nos papéis masculinos e femininos’. Para implementar esses objetivos, a CEDAW exigiu, por exemplo, que o pequeno país europeu do Luxemburgo mudasse suas ‘atitudes estereotipadas que tendem a mostrar os homens como chefes de família e responsáveis pelo sustento da casa e as mulheres principalmente como donas de casa’”.[16]

Minando os Papéis e os Direitos dos Pais
Gary Becker, professor da Universidade de Chicago, diz em sua pesquisa que, ainda que o marido tenha uma renda trabalhando fora, a esposa desempenha um papel econômico mais importante do que o dele, com relação à família e à comunidade, quando ela permanece no lar para criar filhos felizes e saudáveis. [17]

Entretanto, os relatórios mais recentes da ONU instruem as nações a eliminar, mediante legislação, as normas culturais que apóiam o papel das mães no lar. Em vez de protegerem a posição das mães que escolhem permanecer no lar para cuidar dos filhos, os relatórios da ONU recomendam, com o pretexto de elevar a condição das mulheres e reduzir a discriminação, políticas que as afastem de seu trabalho como mãe no lar.
De acordo com Concerned Women for America[18], esses relatórios recomendam, entre outras políticas, que cada nação

· Trate o Dia das Mães e o papel de mãe da esposa como uma “invenção social” sem importância.

· Mude as constituições que protegem o papel das mães que preferem permanecer no lar.

· Deixe claro que as mulheres profissionais que trabalham fora do lar têm uma posição social mais elevada do que as esposas que permanecem no lar.

Um relatório da CEDAW, por exemplo, mostrou-se “preocupado porque o Artigo 41.2 da Constituição Irlandesa reflete uma ‘visão estereotípica do papel das mulheres no lar e como mães’”. [19] Afinal, o que é que a Constituição Irlandesa diz que está incomodando tanto a ONU? Veja:

O Estado, pois, se compromete a proteger a família em sua constituição e autoridade, como a base necessária da ordem social e como indispensável ao bem-estar da nação e do Estado. De modo particular, o Estado reconhece que com sua vida no lar a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual não se poderia alcançar o bem comum. O Estado, pois, se empenhará para assegurar que as mães não sejam obrigadas por necessidades financeiras a trabalhar fora, negligenciando assim seus deveres no lar. [20]

Além disso, a CEDAW recomendou que o governo da Armênia utilize as escolas públicas e os meios de comunicação para combater o estereótipo tradicional da mulher no papel de mãe. [21] A CEDAW também criticou a Bielorússia pela “ampla aceitação de estereótipos de papéis sexuais, tais como… símbolos como o Dia das Mães… que encorajam os papéis tradicionais das mulheres.” [22]

Creches do Governo como Mães Substitutas
Para empurrar mais mães para o mercado de trabalho fora do lar, os relatórios da ONU insistem em que cada país mude suas leis a fim de garantir

· Ampla disponibilidade de creches para recém-nascidos.
· Estabelecimento de educação pré-escolar para criancinhas (outra forma de creche estatal).

Os comitês que atuam na ONU estão sempre pressionando as nações a aumentar o número de creches financiadas pelo governo, apesar da imensa quantidade de pesquisas que mostram que a maioria das mães prefere permanecer no lar para criar suas criancinhas e que mostram que crianças criadas fora do lar muitas vezes sofrem conseqüências negativas por muito tempo. Por exemplo, um estudo recente realizado pela Fundação Nacional do Canadá para a Educação e Pesquisa da Família constatou que em média as crianças criadas em creche têm um comportamento emocional, intelectual e social pior do que as crianças criadas no lar. [23]

Com relação à Alemanha, a ONU se mostrou insatisfeita com o fato de que por causa do cuidado de crianças pequenas, as esposas estavam tendo dificuldade de se dedicar a uma profissão fora do lar. Então revelou a necessidade de se criar creches para criancinhas de 0 a 3 anos. [24]

Concerned Women for America afirma: “A CEDAW mina a importância do papel dos pais na criação dos filhos. A CEDAW declara que em assunto de família ‘os interesses das crianças serão supremo’. Contudo, quem é que vai decidir os ‘melhores interesses’ das crianças? Com relação a essa questão, a CEDAW deixou claro que o governo, não os pais, é que sabem melhor como lidar com as crianças. O Comitê da CEDAW ridicularizou o governo da Eslovênia porque só 30 por cento das crianças com menos de três anos estavam em creches. Os restantes 70 por cento, afirmou o Comitê, estavam perdendo as oportunidades sociais e educacionais que as creches oferecem”.[25]

Aumentando os Direitos das Crianças
A Declaração Universal dos Direitos Humanos declara: “Os pais têm o direito prioritário de escolher o tipo de educação que será dada a seus filhos.” [26] Além disso, todos os países sempre protegeram e respeitaram o papel dos pais na formação do caráter dos filhos. Apesar disso, a ONU está buscando maneiras de alterar as leis de cada país na área dos direitos dos pais com relação aos filhos.

Os comitês da ONU estão influenciando os países a dar às crianças:

· O direito à privacidade, até mesmo dentro da própria família.

· O direito a aconselhamento profissional sem o consentimento ou orientação dos pais.

· O pleno direito ao aborto e aos anticoncepcionais, até mesmo em violação da ética e desejos dos pais.

· O direito à total liberdade de expressão no lar e na escola.

· Os meios legais para desafiar na justiça a autoridade dos pais no lar.

O direito à privacidade estabelece paredes legais entre pais e filhos dentro do próprio lar. Normalmente, quando os filhos demonstram comportamento rebelde, a sociedade dá aos pais liberdade para aplicar disciplina. Mas a ONU está tentando estabelecer, através de políticas e leis, condições que promovem esse tipo de rebelião. Embora o que a ONU diz sobre as crianças pareça bom, Focus on the Family (Valor para a Família), a organização evangélica fundada e presidida pelo Dr. James Dobson, alerta: “[A Convenção dos Direitos da Criança] parece algo bonito e inocente, mas o que não estão dizendo é que [esse documento] é um plano radical das Nações Unidas para usurpar as responsabilidades dos pais”.[27]

Concerned Women for America também dá seu alerta: “A Convenção dos Direitos da Criança vai muito além de simplesmente proteger… Intromete-se nos assuntos pessoais da família, colocando os filhos em inimizade com os pais. Com relação à disciplina física… alguns pais se queixam de que a CDC está roubando seu direito de criar seus filhos de um modo disciplinado. A preocupação dos pais é que se aplicarem disciplina física, eles serão levados a julgamento. A experiência em outros países prova que sua preocupação tem fundamento. A ONU criticou o Canadá duas vezes (em 1995 e 2000) por permitir legalmente que os pais disciplinem os filhos fisicamente. Em 2001, a pedido de assistentes sociais a polícia canadense tomou sete crianças, de idades entre 6 e 14, de seus pais evangélicos. As crianças choravam e protestavam enquanto a polícia as arrastava para fora de casa. O tribunal só deu permissão para as crianças voltarem para casa depois que os pais concordaram em não mais aplicar a disciplina física nos filhos. O Rev. Henry Hildebrandt, pastor da família, explicou para as autoridades que a família estava apenas obedecendo ao que Deus diz em Provérbios 13:24: ‘O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina’. (RA) Ele afirmou que o significado dessa passagem é que os pais precisam aplicar a disciplina física nos filhos, porém deixou claro que esse versículo não é uma autorização para causar ferimentos nas crianças. Quando as autoridades começaram a questionar mais pais evangélicos, 26 mães e 74 crianças fugiram para os Estados Unidos… A única coisa que a CDC garante é uma base excelente para as organizações de esquerda separarem os filhos das famílias que vivem uma vida religiosa ou moralmente íntegra”.[28]

A CDC dá tantos direitos às crianças que os pais poderiam ser impedidos de proibir os filhos de ver pornografia no computador ou na TV. [29] Se esses direitos passarem a fazer parte das leis nacionais, os filhos poderiam ganhar fácil acesso à assistência legal para desafiar os pais nos tribunais.

O comitê da CDC, num relatório, explica que “está preocupado com as leis que não permitem que as crianças, de modo particular os adolescentes, busquem aconselhamento médico ou legal sem o consentimento dos pais.” [30] O aconselhamento para crianças inclui conselhos sobre anticoncepcionais e até mesmo encaminhamento para serviços médicos de aborto, sem a orientação dos pais, como já ocorre em alguns países “avançados”. Na área de aconselhamento, a ONU tenta afastar as crianças da direção moral direta dos pais, apesar de que uma recente pesquisa da Revista da Associação Médica Americana mostrou o que acontece quando os pais não dão nenhuma liberdade para que seus filhos se envolvam com anticoncepcionais e sexo fora do casamento: tal cuidado funciona como uma forma eficiente de proteger os filhos de uma gravidez na adolescência. [31]

A ONU sente-se muito incomodada com a liberdade que os pais têm para guiar a educação moral de seus filhos. Em 1995, o comitê da CDC repreendeu o Reino Unido através da seguinte declaração:

Insuficiente atenção se dá ao direito de a criança expressar suas opiniões, inclusive nos casos em que pais na Inglaterra e em Gales têm a possibilidade de tirar seus filhos de algumas aulas de educação sexual nas escolas. Nessa como em outras decisões… a criança não é convidada a expressar suas opiniões e essas opiniões talvez não sejam levadas em consideração, conforme se exige no artigo 12 da Convenção [dos Direitos das Crianças]. [32]

Por que tanto empenho para que as crianças não percam as aulas de educação sexual? Lynette Burrows, líder pró-família no Reino Unido, alerta sobre os grupos que estão apoiando a ONU em sua busca de maior liberdade para as crianças: “Quem mais apóia os ‘direitos das crianças’ são as organizações homossexuais e de pedófilos [indivíduos que se envolvem sexualmente com crianças], que percebem que o modo mais fácil de obter acesso a crianças é reivindicando sua liberação, expondo-as assim à conduta predatória dos que querem lhes fazer mal.” [33]

MUDANDO AS NORMAS SEXUAIS DA SOCIEDADE
Para a sociedade, é muito importante canalizar para o casamento a sexualidade, a paternidade e a maternidade. Tal norma cultural garante, melhor do que reformas sociais e leis, a redução da violência contra as mulheres e as crianças. Garante também índices mais baixos de crimes, maior união social, mais longevidade, melhor saúde, níveis mais elevados de educação e renda e menos casos onde bebês inocentes passam pela experiência infeliz de nascer fora do casamento e serem criados sem um pai natural. [34]

No entanto, quando promovem serviços de aborto, contracepção para crianças e adolescentes, redefinições de gênero, prostituição e educação sexual pornográfica, as políticas da ONU estão também promovendo o sexo fora do casamento como uma norma cultural aceitável.

Transformando as Normas Sexuais
Dar anticoncepcionais para adolescentes é uma questão bastante polêmica, principalmente quando o governo defende que os menores tenham acesso mesmo contra a vontade dos pais. A ONU publica numerosos relatórios sobre educação sexual para crianças e adolescentes, encorajando abertamente o uso do controle da natalidade e da camisinha. Mas o que é interessante é que nenhum desses relatórios propõe a abstinência sexual antes do casamento. Em vez de colaborar com os pais na formação moral das crianças, os comitês da CEDAW sempre deixam claro que os adolescentes devem ter:

· Acesso total a anticoncepcionais e a serviços de aborto, sem a permissão dos pais.

· Acesso a serviços de aconselhamento médico sem o consentimento dos pais.

Os comitês da ONU há muito tempo buscam proteger a prática do aborto nas leis de cada país. Esses comitês defendem a posição de que a autoridade dos pais não seja levada em consideração quando, por exemplo, um conselheiro de escola pública encaminhar uma adolescente a um serviço médico de aborto. Assim, a privacidade das famílias sofre uma invasão cruel da autoridade do governo.

· Em países onde o aborto é uma questão muito polêmica, como o Peru, os comitês da ONU defendem o aborto com o pretexto de que sua prática protege a saúde das mães (embora muitas pesquisas demonstrem que o aborto é quatro vezes mais perigoso para a saúde da mãe do que o parto [35]).

· Em países onde as leis proíbem o aborto, como o México, os comitês da ONU incentivam as autoridades a “rever sua legislação para que, onde for necessário, seja garantido às mulheres acesso rápido e fácil ao aborto”. [36]

· Em países onde a constituição proíbe o aborto, como a Irlanda, a ONU “exorta o governo a facilitar um diálogo nacional sobre os direitos reprodutivos das mulheres, inclusive sobre as leis de aborto…” [37] O povo da Irlanda, porém, já rejeitou em dois plebiscitos tentativas de fazer a constituição nacional permitir o aborto. Mas a ONU não parece estar contente com a vontade do povo.

Os comitês da ONU chegam ao ponto de atacar as leis que dão liberdade de consciência aos médicos que, por motivos religiosos ou morais, não aceitam realizar aborto numa mãe. Por exemplo, a ONU “expressou especial preocupação com o fato de que há poucos serviços de aborto disponíveis para as mulheres no Sul da Itália, por causa da elevada incidência de médicos e equipes de hospitais que escolhem não participar por motivos de consciência.” [38] Chega a parecer que a ONU deseja que sejam tomadas medidas contra esses médicos.

Redefinindo Gênero: Reconstruindo as Normas Sociais
A ONU está determinada a remover toda estrutura cultural e legal que protege a paternidade e a maternidade natural e a criação de crianças em famílias onde o pai e a mãe são legalmente casados. Os comitês da ONU recomendam:

· Combater os papéis sexuais tradicionais e os estereótipos.

· Definir gênero como simplesmente uma invenção social, não uma diferença biológica.

· Reescrever os livros escolares e os currículos de todas as séries escolares para promoverem a nova definição de gênero.

· Financiar estudos de gênero que promovam atitudes mais tolerantes para com estilos de vida sexual diferentes.

· Realizar campanhas públicas para promover as questões de gênero.

Para a maioria das pessoas, gênero é a diferença biológica natural entre o homem e a mulher. Mas os relatórios da ONU tentam dar outra interpretação: gênero é uma “invenção social”, isto é, os papeis que os homens e as mulheres desempenham foram criados pela sociedade e não têm nenhum valor. Por exemplo, esposas que permanecem em casa para cuidar dos filhos enquanto os maridos trabalham fora são uma invenção da sociedade. Numa sociedade “justa”, os homens também deveriam permanecer em casa para cuidar dos filhos enquanto as esposas trabalham fora para sustentar o marido e os filhos. O termo gênero também envolve a aceitação do estilo de vida homossexual.

Referindo-se a uma conferência da ONU sobre os direitos das mulheres, o Dr. James Dobson, líder evangélico em assuntos de família, disse: “O que se pretende é uma nova maneira de olhar para a sexualidade humana… A identificação sexual, dizem os radicais, é algo que a sociedade impõe sobre as crianças… Certa escritora feminista expressou isso assim: ‘Embora muitas pessoas achem que os homens e as mulheres são a expressão natural de um plano genético, gênero é um produto do pensamento e cultura humana, uma construção social que cria a “verdadeira natureza” de todas as pessoas’. Em outras palavras, as únicas diferenças biológicas entre homens e mulheres são características externas relativamente insignificantes. Portanto, se protegermos as crianças de todo tipo de condicionamento social e religioso, as pessoas serão livres para trocar de papéis de gênero existentes conforme preferirem. Ao levar esse conceito para sua conclusão ilógica, os radicais querem dissolver os papéis tradicionais das mães e pais… Depois que as características femininas e masculinas não mais puderem ser protegidas como direitos civis, tudo sobre a diferença sexual mudará. O governo decretará leis dividindo todas as responsabilidades familiares meio a meio. Decretará que todas as empresas deverão ter 50 por cento de mulheres e 50 por cento de homens em cada um de seus postos de trabalho. O exército também deverá ser dividido de maneira igual entre homens e mulheres, inclusive para missões de combate terrestre, e as moças deverão automaticamente, ao completarem 18 anos, se alistar no serviço militar. Não se aceitará absolutamente nenhuma diferença entre os sexos. Em resumo, a diferença entre a masculinidade e a feminilidade desaparecerá completamente das culturas do mundo. Contudo, é claro que há um problema espinhoso com essa opinião unissex. Ela contradiz Gênesis 1:27, onde lemos: ‘Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou’. (Gênesis 1:27 RA) Ignora também as palavras de Jesus, que disse: ‘Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea…’ Então ele disse: ‘Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne’. (Mateus 19:4-5 RC)”[39]

A ONU está decidida a redefinir os padrões sexuais através de sua interpretação do termo gênero. Essa redefinição tem dois objetivos: eliminar os estilos de vida masculinos e femininos tradicionais e promover como normal estilos de vida diferentes do masculino/feminino natural. Junto com a obscura palavra gênero, a ONU vem procurando incluir em seus documentos outro termo polêmico, orientação sexual, que os ativistas gays usam para defender suas práticas sexuais. O que acontecerá quando os papéis sexuais tradicionais forem eliminados? O Dr. Dobson diz: “Sendo liberto de seus preconceitos tradicionais, um individuo poderá decidir se quer ser homem, mulher, homossexual, lésbica ou transsexual. Alguns vão querer tentar todos os cinco estilos sexuais”.[40]

Concerned Women for America comenta: “O Comitê da CDC incentiva as nações a acabar com a chamada discriminação de ‘gênero’, que é uma estratégia para favorecer as meninas sobre os meninos e normalizar o homossexualismo como equivalente moral da sexualidade normal.[41] Para combater a ‘discriminação contra as mulheres’, a CEDAW expressou preocupação que no Quirguistão ‘o Código Penal classifica o lesbianismo como crime sexual’ e ordenou que ‘o lesbianismo seja, numa nova concepção, visto como orientação sexual e que toda pena contra sua prática seja abolida’, independente dos costumes culturais e religiosos do país”.[42]

INTOLERÂNCIA PARA COM A LIBERDADE RELIGIOSA
As normas morais da Europa e do continente americano estão de modo geral alicerçadas nas tradições cristãs. Essas normas sempre foram um forte apoio para a família, para os direitos dos pais e para o comportamento sexual normal. Mas pelo fato de que está querendo a aceitação de condutas que o Cristianismo proíbe, a ONU percebe que suas políticas acabarão provocando um confronto com as igrejas cristãs.

No campo dos direitos da mulher, o Cristianismo tem sido atacado pela ONU principalmente por defender atitudes, valores e ensinos bíblicos que tornam a esposa submissa ao marido.

Logo depois do encerramento da 72º sessão do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas em julho de 2001, o jornalista Joe Woodard, do jornal canadense The Calgary Herald, [43] realizou um extensa estudo sobre a verdadeira postura da ONU com relação às religiões, principalmente o Cristianismo. A posição da ONU nessa questão teria, segundo ele, um só objetivo: eliminar toda moral absoluta que não seja compatível com a nova ordem mundial.

O artigo cita diversas personalidades, como Hermina Dykxhoorn, presidente da Federação de Mulheres Unidas pela Família no Canadá. Essa federação integra um grupo que exerceu pressão a favor dos valores familiares em várias conferências da ONU. Dykxhoorn explica que na conferência de Istambul em 1996, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde, na época o Dr. Hiroshi Nakajima, afirmou diante da imprensa que “as religiões monoteístas não são compatíveis com a nova ordem mundial”. A Sra. Dykxhoorn, que é evangélica presbiteriana, afirma que a liderança da ONU está muito incomodada com as religiões monoteístas, de modo particular o Cristianismo, o qual enfatiza a santidade da vida humana, o sexo somente dentro do casamento e a santidade da família. A ONU, porém, não demonstra preocupação com religiões como o hinduismo e o budismo, que possuem princípios morais mais flexíveis.

De que maneira age a ONU em questões de importância para o Cristianismo?

Aborto e Controle Populacional
Woodard afirma que o controle populacional e o aborto são os pontos em que os líderes da ONU se chocam com as religiões de seus países membros, onde a burocracia e as políticas globais contrariam a consciência e a fé das pessoas.

Como primeiro exemplo, o autor explica que entre as principais conclusões da sessão de direitos humanos da ONU está a orientação de que o governo da Guatemala legalize o aborto. Líderes liberais dentro da ONU sentem-se descontentes com o fato de que a constituição desse país garante o direito à vida desde o momento da concepção. Para ajudar a mudar essa situação, o governo canadense está contribuindo dois milhões de dólares para o Fundo de População da ONU (FNUAP) com o objetivo de realizar campanhas que defendam leis a favor do aborto. Mercedes Wilson, uma ex-delegada da Guatemala na ONU, afirmou em declaração para LifeSite News que “o Ocidente está tirando tudo dos países pobres. Tudo o que nos resta são nossos filhos e nossa fé. Agora o Ocidente está tirando nossa fé e nossos filhos. É algo horrível o fato de que os canadenses estejam pagando com seus impostos algo que trará muitos danos a nosso país”. O trabalho da Sra. Wilson em defesa da família é conhecido e ela costuma participar de programas de rádio do Dr. James Dobson nos EUA.

Austin Ruse, especialista em direitos humanos de Nova Iorque, explicou que as agências da ONU, como o UNICEF, o FNUAP e o Programa de Desenvolvimento (PUND), trabalham e agem como se fossem um governo mundial e interpretam os acordos da ONU de maneira radical. Não existe um acordo oficial na Assembléia Geral sobre um direito universal ao aborto, mas o UNICEF, o FNUAP e o PUND atuam como se existisse. O aborto é um direito sagrado para eles e sempre é sutilmente incluído nas conferências da ONU. Geralmente, o aborto é promovido sob o eufemismo de “serviços reprodutivos” e “saúde reprodutiva”. “Direitos reprodutivos” também envolve direito ao aborto.

Essas questões não estão distantes de nós. Há no Brasil grupos radicais apoiados pela ONU. Alguns anos atrás, houve uma tentativa cristã de colocar em nossa constituição nacional um artigo defendendo as crianças em gestação contra o aborto legal, mas grupos feministas financiados pela ONU conseguiram derrotar os esforços dos grupos cristãos. Assim a ONU comenta esse episódio:

No Brasil organizações não-governamentais chefiadas por mulheres contribuíram para impedir uma proposta de alteração à constituição destinada a garantir a vida desde o momento da concepção. Tal medida teria proscrito, efetivamente, o aborto. Com a ajuda de um subsídio de emergência do IWHC, esses grupos ajudaram a educar… os meios de comunicação e os legisladores acerca dos efeitos negativos que tal medida teria sobre a saúde e os direitos das mulheres.[44]

A questão moral do aborto coloca em destaque o confronto entre os valores globais da ONU e os valores cristãos. Os comitês das ONU também acreditam que os hospitais evangélicos que se recusam a oferecer serviços de aborto cometem crime de discriminação contra as mulheres. [45] Na verdade, mesmo desconsiderando a tradição cristã, médicos que não realizam aborto estão apenas seguindo a antiga tradição de Hipócrates, o pai da medicina, que ensinava os médicos a defender a vida humana. Mas a ONU tem procurado transformar essa tradição médica contra o aborto em violação dos direitos humanos das mulheres.

Nas conferências da ONU há intensos debates para avançar a questão do aborto, o homossexualismo e a autonomia das crianças, afastando-as da autoridade dos pais. Para promover o homossexualismo, os grupos feministas e socialistas na ONU querem substituir a palavra “família” pela frase “família em suas várias formas”.

As atitudes da ONU nessas questões demonstram hostilidade não só contra o Cristianismo, mas também contra todos os valores morais que sustentam a família em todo o mundo. [46]

Para promover apoio religioso às políticas da ONU, há um movimento de várias religiões dentro da ONU chamado Iniciativa das Religiões Unidas (IRU). A IRU foi fundada em 1995 e trabalha em 58 países. Junto com protestantes e católicos liberais, a IRU tem como membros bruxas, druidas e membros do movimento Nova Era. A IRU mistura elementos de todas as religiões, é hostil aos valores cristãos conservadores e já declarou que pretende eliminar o “proselitismo religioso em áreas sob sua influência.” [47]

Para neutralizar a oposição a seus planos, os comitês da ONU alegam que apenas querem elevar a condição das mulheres e crianças dos países pobres. Mas Concerned Women for America alerta: “As mulheres pobres nos países em desenvolvimento estão lutando para suprir suas necessidades diárias básicas — educação, saúde, nutrição, etc. As feministas radicais dos EUA e Europa tiram vantagem da situação infeliz dessas mulheres para promover direitos sexuais e reprodutivos para as mulheres e até meninas. Utilizando como pretexto os ‘direitos humanos’ e apelando em favor das necessidades das mulheres dos países pobres, as feministas insistem em que os governos devem implementar em seus países os planos da CEDAW”.[48]

O QUE PODEMOS FAZER
A Carta da ONU reconhece que cada país tem o direito de determinar suas próprias leis. Mas as tentativas de fortalecer a família e os direitos dos pais através de legislação apropriada em nosso país estão sob sério risco por causa da interpretação radical que os grupos feministas e socialistas fazem da Convenção dos Direitos da Criança e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres.

Além disso, quando o governo brasileiro seleciona grupos para participar das conferências da ONU, somente os socialistas e as feministas têm se colocado à disposição. Onde estão os grupos evangélicos a favor da família? É hora de os líderes evangélicos que têm interesse no bem-estar da família se apresentarem oficialmente para participar dessas conferências. Precisamos representar nosso país lá fora e ajudar a mudar as políticas globais da ONU. Precisamos ajudar o Brasil a assumir um posicionamento que

· Deixe claro para a ONU que os brasileiros são a favor do direito dos pais, principalmente de fazer decisões com relação à saúde, educação e criação religiosa de seus filhos. O Brasil deve se envolver na defesa do direito fundamental de os pais dirigirem a educação moral e espiritual de seus filhos e também deve fortalecer as leis que protegem a família.

· Não aceite a redefinição dos papéis sexuais através de termos ambíguos como gênero e orientação sexual.

· Expresse a vontade do povo brasileiro. Para isso, o Brasil deve escolher pessoas capazes para representar nossa nação nos encontros internacionais da ONU. Em recentes encontros, membros da delegação brasileira, em completa discordância com os sentimentos e opiniões da vasta maioria do povo brasileiro, tiveram a coragem de defender a prática do aborto e tiveram a ousadia de apresentar uma resolução para promover direitos especiais para o homossexualismo no mundo inteiro.[49] O Brasil merece pessoas mais capacitadas para representá-lo.

CONCLUSÃO
A ONU se tornou instrumento dos grupos feministas e socialistas que trabalham para reestruturar totalmente a sociedade. Esses grupos, com suas interpretações radicais dos acordos da ONU, querem que as nações modifiquem suas leis nacionais.

O Brasil deve opor-se a essa interferência e trabalhar para reverter essa tendência, para o bem das famílias, mulheres e crianças. Precisamos incentivar os políticos evangélicos a avaliarem o perigo que as políticas da ONU representam para a soberania e a estabilidade do Brasil e precisamos trabalhar juntos para que os direitos das crianças e das mulheres sejam de fato protegidos.


Resumo : O presente artigo, em razão da natureza da matéria, se divide em duas partes, sendo que a primeira se dedica a conceituar o contrato social, a sociedade e descrever o papel do Estado Nacional para perpetuação da democracia. Já o segundo compartimento deita um olhar jurídico sobre a ordem mundial contemporânea, analisando as posturas dos sujeitos das relações internacionais, para modestamente trazer aos leitores uma visão sobre a possibilidade e viabilidade da instituição de um governo mundial regido por uma legislação única e comum.


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1. INTRODUÇÃO

Atualmente muitos tem defendido a tese de que é necessário implementar um modelo de "Governo Mundial", capaz de submeter todas as relações internacionais e seus sujeitos a um plexo de normas comum.

Tal tese abraça nada menos que a efetivação de um contrato social de amplitude internacional, do qual derivem direitos, obrigações e obviamente sanções, nos casos de descumprimento do pacto estatuído, para os entes ou sujeitos de direito internacional.

O objetivo dos defensores do "Governo Mundial" é abolir o que chamam de "caos" nas relações internacionais, através de uma sistematização do mecanismo internacional de solução de conflitos, sob a alegação de que "a incapacidade da sociedade internacional de estabelecer regras jurídicas aceitáveis por toda a comunidade nos levará à catástrofe vista somente em tempos de barbárie" (1).

Todavia, não há como dar guarida à idéia de um "Governo Mundial" que não respeite as diferenças das diversas nações e atente contra a soberania dos EstadosEm oposição à idéia de "Governo Mundial", surge como saída necessária para solução dos conflitos internacionais, a reação de ampliação da democracia e a formação e o aperfeiçoamento de mecanismos multilaterais que realizem consensos nas discussões a nível internacional.

Porém, há aqueles que afirmam que sem coercibilidade e poder de sanção o direito internacional público não é direito, baseados na doutrina de Rudolf Von Ihering, a qual postula que "norma sem sanção é como fogo que não queima".

Sustentam que somente um "Governo Mundial" com normas revestidas de legitimidade em dimensão espacial capaz de abarcar o planeta seria a solução para garantir a certeza e segurança nas relações internacionais.

Enfrento neste artigo indagações como: É possível ou viável instalar-se um "Governo Mundial" legítimo? Em que se funda esta legitimidade? Como dar força às obrigações assumidas nas relações internacionais, sem a implementação de um contrato social de nível supra estatal?

Para tentar responder essas dentre tantas perguntas que podemos levantar, é preciso estabelecer um ponto de partida, o qual ouso focar na seguinte parêmia: "não é possível tratar com igualdade os desiguais".

No âmbito internacional é tido como certo pelos doutrinadores que existe uma igualdade soberana entre os Estados, tão certo como a existência de uma pungente desigualdade de fato, onde reside, no meu ponto de vista, o impeditivo maior para a instalação de um governo único, haja vista os Estados hoje não estejam em pé de igualdade para manifestarem seu consentimento acerca de normas que obrigação toda a comunidade internacional, de maneira que corre-se o risco de criarmos regras que privilegiem os interesses de alguns, o que seria um contra-senso até mesmo com o ideal dos que defendem a instalação deste "Governo Mundial".

O próprio direito internacional é um direito que socorre somente os Estados desenvolvidos, deixando à margem aqueles ainda em processo de desenvolvimento.

Não é possível afirmar que, por exemplo, um país como a Argentina esteja de fato, em pé de igualdade com os EUA, para manifestar sua vontade livremente e sem pressões, objetivando firmar uma Constituição internacional.

Em acréscimo a essa desigualdade fática, temos que considerar que os Estados Nacionais não abrirão mão de sua soberania por conta de uma proposta que não parece nada viável do ponto de vista político, uma vez que perder-se-á força em troca de uma constituição mundial que parece mais um "meio" para se chegar a um "fim" pré determinado, qual seja, ao Governo Mundial, ou melhor, à realização do desejo das superpotências que é dominar os demais países.


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2.A SOCIEDADE E O CONTRATO

No início dos tempos os homens viviam num estado de barbárie, lutando entre si para satisfazer suas necessidades vitais, período este chamado pelos juristas de ‘fase evolutiva pré-jurídica’.

Superado este estágio, houve uma necessidade de estabelecer-se uma ordenação e coordenação dos interesses humanos, o que deu origem ao que hoje conhecemos como sociedade civil.

Foram efetivamente as necessidades sociais do homem, em sua incessante busca pelo ‘bem da vida’, que sistematizadas em regras constituíram o fato gerador do chamado direito positivo.

De forma símile ao despontar do direto, nasceu o instrumento capaz de regular as relações interpessoais: o ‘contrato’, o qual surgido no Direito Romano, foi cultuado de tal forma pelos jusnaturalistas, que estes chegaram a basear a própria estrutura estatal num contrato, chamado de "contrato social", uma vez que regula as relações entre os sujeitos da sociedade civil.

Este instrumento tão antigo quanto o homem, se baseia nos princípios da autonomia das vontades, do consensualismo, da força obrigatória e da boa fé.

O contrato ou pacto social surgiu no momento em que o indivíduo sentindo-se sozinho e sem forças para manter-se íntegro frente aos obstáculos criados pela convivência em comunidade, necessitando então unir-se aos demais achando "forma de sociedade que defenda e proteja com toda força comum a pessoa e os bens de cada sócio, e pela qual, unindo-se cada a todos, não obedeça todavia senão a si mesmo, e fique tão livre como antes" (2).

Na SOCIEDADE CIVIL, tal pacto estabelece que acima dos particulares existe uma autoridade que mantém a ordem pública, exercendo um controle em forma de jurisdição, para garantir os direitos dos cidadãos, aplicar sanções e reparar ofensas cometidas, restabelecendo a ordem jurídica violada e promovendo a pacificação social com justiça.

Nesta sociedade, a paz social não é a simples ausência de guerras, mas caracteriza-se na aplicação da "justiça conscientemente procurada pelos indivíduos e realizada objetivamente pelo Direito e pelas Instituições" (3).

A Sociedade civil se organizou em forma de Estado Nacional e estabeleceu nas fronteiras de cada Estado o limite especial para aplicação do pacto social respectivo.

Assim sendo, temos que coexistem vários Estados Nacionais, cada um com seu contrato social próprio o qual tem aplicação delimitada em razão de três elementos conjugados, que no dizer de José Francisco Rezek são "uma base territorial, uma comunidade humana estabelecida sobre esta área e uma forma de governo não subordinada a qualquer autoridade exterior" (4).

Acredito que a chave de todo debate sobre o pacto social reside justamente no fato do Estado Nacional constituir-se de uma ‘sociedade de pessoas’.

Quando pensamos o Estado Nacional como uma associação de pessoas, observamos que seus limites de aplicação do contrato social não estão nas fronteiras do Estado, mas na sua "legitimidade" e "aceitação" pelos cidadãos.

Desta maneira, um contrato social só será aceito como legítimo por essa sociedade, se seus cidadãos tiverem participado efetivamente de sua constituição.

Tal ensinamento já era apregoado por ROUSSEAU em sua obra Do Contrato Social, sendo compartilhado por filósofos e juristas de posteriores gerações.

Notamos então que no direcionamento da aplicabilidade do contrato social, houve um deslocamento do território para a pessoa, de tal maneira que o Estado Nacional passa a ser concebido como "uma associação de pessoas unidas por uma norma comum, a qual é aceita por todos e aplicável à todos".

É essa dissociação entre território e legislação dentro do Estado Nacional que nos permite dar um passo adiante em nossas observações para analisar a sustentabilidade da tese do Governo Mundial e de uma Constituição Internacional que subjugue os sujeitos das relações internacionais.

2.1 SOCIEDADE OU COMUNIDADE INTERNACIONAL?

Ao contrário do que se dá no âmbito nacional com a sociedade civil, na esfera das relações internacionais existe um impasse doutrinário-conceitual, acerca da nomenclatura a ser utilizada para designar o conjunto dos sujeitos das relações internacionais como sendo uma "sociedade internacional" ou uma "comunidade internacional".

Alguns doutrinadores defendem que seria adequado utilizar-se o nome Comunidade Internacional, haja vista as relações entre os sujeitos de direito internacional tratarem-se do fruto de uma cooperação natural que antecede a escolha de seus membros.

Outros estudiosos entendem correto o termo Sociedade Internacional posto que suas relações teriam nascido voluntariamente da vontade refletida pelos seus membros.

Resumindo de forma clara as diferenças ora apontadas, Celso D. de Albuquerque Mello explica que "a comunidade estaria regida pelo direito natural, enquanto a sociedade se encontraria sob o contrato" (5).

Se analisados detidamente ambos os conceitos, verifica-se que inexiste um contrato que regule todas as relações dos sujeitos de direito internacional, mas no campo normativo, temos muitos instrumentos que regulam a forma de solução de inúmeros conflitos e o meio de composição dos interesses dos envolvidos.

Então, é forçoso reconhecer como mais adequada a aplicação do termo Sociedade Internacional, dada a conjunção da vontade de seus membros para regular situações de interesse comum.

Destaque-se que a SOCIEDADE INTERNACIONAL, é formada pelos Estados nacionais, por organizações não-governamentais, internacionais e regionais, pelas transnacionais, por grupos políticos e religiosos, entre outros.

Mas nela não existe uma organização similar à da sociedade civil, de maneira que acima dos sujeitos das relações internacionais, não há um órgão superior ao qual estejam subordinados, nem uma organização judiciária com regramentos e jurisdição obrigatória, com poder de coercibilidade e de imposição de sanções.

Na realidade a Comunidade Internacional assenta suas base no princípio da igualdade soberana dos Estados e no respeito à essa soberania como viga mestra de suas relações.

Por essa razão todo o universo de normas, princípios e doutrinas criados e aceitos pelos Estados para regular suas relações recíprocas e dirimir seus conflitos, não tem poder coercitivo nem de sanção sobre aqueles que não aderirem a tais normas.

Não se impõe aos sujeitos internacionais, mas aguarda a adesão e sujeição espontânea destas às suas resoluções e orientações.

Nem mesmo a Corte Internacional de Justiça, talvez a mais importante das organizações judiciárias internacionais não é uma corte suprema, uma vez que lhe falta hierarquia judiciária internacional e legitimidade para impor normas a todas as nações.

Isto porque no caso da sociedade internacional, não há um pacto social que legitime um "Governo Mundial", posto que para isso seria preciso uma convergência das vontades de todos os entes internacionais, do consenso acerca dos temas de interesse comum, e do reconhecimento de um órgão como legítimo para dirimir seus conflitos e impor sanções aos transgressores.

É exatamente aqui onde reside o problema: como trocar a soberania e a liberdade do Estado Nacional, por normas que tendem a proteger os interesses das potências mais poderosas, interessadas em ampliar seu poderio político e econômico?

Como abandonar a essência de cada civilização, seus costumes, leis e cultura, para abraçar um pacto que mutila as raízes dos sujeitos internacionais e os clona como cópia fiel de um regime tido como modelar, que se julga perfeito e acima de todas as leis?

O sistema contemporâneo do direito internacional é marcado pelo princípio da coordenação, o qual rege a conivência organizada de inúmeras soberanias e dos demais sujeitos do direito internacional.

No dizer de Johannes Van Aggelen, este sistema "está baseado no equilíbrio de poder entre os Estados e das suas relações internacionais, e não acima dos Estados" (6).

Ora, se as vontades dos sujeitos internacionais se convergem para a busca de equilíbrio de poder entre os Estados, é praticamente impossível e tecnicamente inviável a formação de um "Governo Mundial", e consequentemente inconcebível a formulação de um contrato social internacional que vincule e reja os entes da comunidade internacional, sob o princípio da subordinação que é peculiar ao regime interno do Estado Nacional.

Interessante notar que ao mesmo tempo que a tese do "Governo Mundial" critica a estrutura do Estado Nacional e o declara falido, quer implantar um Estado Global nos mesmos moldes e sob os mesmos princípios do primeiro, numa evidente contradição.

Importante lembrar também, que os Estados Nacionais não abrirão mão de sua soberania, ainda mais num momento em que a nova ordem mundial prima pelo fomento da democracia, pelo respeito à autodeterminação dos povos, pela não-intervenção, pelo direito à neutralidade e ao privilégio da solução pacífica dos conflitos.

Nesse tópico é imprescindível considerar que ao falarmos em "Governo Mundial", automaticamente nos deparamos com duas figuras obrigatórias, quais sejam a do ‘Governante’ e a dos ‘Governados’.

Então rapidamente nos vem à idéia as seguinte indagações:

- Quem abrirá mão de ser governante para se tornar um governado?

- Como será o processo de eleição desse governante?

- Ele será um Estado Nacional, um particular em nome de um Estado, ou apenas um cidadão internacional desvinculado de qualquer Estado ou organismo?

- Qual seria a estrutura política e jurídica desse Governo Mundial?

- Ele seria Cosmopolita ou Fundamentalista?

- Essa pretensa Constituição Universal conseguiria abarcar todas as realidades sociais de cada país e pacificar com justiça os conflitos deles provenientes?

Além destas perguntas, muitos outros questionamentos poderiam seguir-se, posto que uma legislação universal iria além da mera regulação dos conflitos internacionais, mas por estar no patamar de uma Constituição Mundial, acabaria por atacar também todas as espécies de conflitos internos de cada membro, sendo este o temor maior dos principais sujeitos internacionais: a intervenção cada vez maior da sociedade internacional nos assuntos e decisões internas de cada Estado Nacional.

É possível observar a existência de um movimento cíclico, marcado pelas lutas por liberdade e soberania de um lado, e de outro pela pretensão de suplantar essa mesma soberania, reagrupando os Estados sob a égide de um ente supra estatal, atitudes que são extremos opostos e ao mesmo tempo vislumbram um fim comum e último: o poder.

Compactuo porém do entendimento dos estudiosos que afirmam que a globalização econômica não serve de modelo para uma globalização política e jurídica, uma vez que os interesses a elas correlatos se concentram em planos distintos dentro das relações internacionais como gênero.

Mesmo porque o livre trânsito de mercadorias não se traduz no livre trânsito de pessoas, tidos muitas vezes como estrangeiros indesejáveis, mesmo entre os defensores máximes da globalização (EUA e União Européia).

Portanto a idéia de descentralização das normas do Estado Nacional e sua evolução para normas globais parece mais um sonho distante, quando não um pesadelo desagradável.

Quando pensamos na Sociedade Internacional em seu caráter propriamente jurídico é inevitável deixarmos de avaliar qual será o novo conceito de espaço social e quais serão suas bases jurídicas e filosóficas.

Porque entre nós é perfeitamente admissível uma Sociedade Internacional que interaja respeitando as leis, costumes e cultura dos demais entes sociais; mas não é da mesma forma aceitável um "Governo Mundial" que sobre a alegação utópica de regras universais equânimes, invada fronteiras sociais e torne-se no amanhã um governo tirânico e insustentável em nome do Poder.

2.2 VIABILIDADE JURÍDICA

Como todo ato jurídico, a instituição de um "Governo Mundial" e de sua respectiva "constituição", necessitam no âmbito internacional, para reconhecimento de sua validade, da coexistência dos seguintes requisitos: capacidade dos agentes, objeto lícito, manifestação da vontade e habilitação dos agentes signatários.

Toda problemática que envolve a validade do hipotético ato que instituiria o "Governo Mundial" e uma "constituição internacional" reside no requisito da manifestação da vontade, ou seja, do consentimento.

Partindo da premissa de que embora exista uma presunção de igualdade entre todos os Estados Nacionais, é evidente que na realidade a desigualdade de fato é um ambiente propício para pressões ou coações por partes das superpotências em face do países subdesenvolvidos, cuja sobrevivência depende das poucas oportunidades que derivam de suas relações com os países de primeiro mundo.

Fica claro que num jogo de forças tão desproporcionais é muito fácil compelir alguns Estados a manifestarem sua concordância com normas que talvez beneficiem somente os mais fortes.

Ocorreria então um vício nessa manifestação da vontade, que pode se dar mediante coação pelo uso da força contra o Estado ou ao representante do Estado; pela corrupção do representante do Estado, por dolo ou erro advindo de fraude de outrem.

Todos sabemos que a prova de um vício de manifestação da vontade é muito difícil e complexa, e raramente se conseguiria anular uma constituição ou Governo com base na alegação de vício de vontade, se o próprio poder que julgará a questão foi instituído pelo ato que se pretende ver declarado nulo.

Por esta e outras razões é que tentativas de estabelecer uma constituição de amplitude internacional fracassa, como ocorreu com o projeto da União Européia para instituição de uma constituição única que regulasse os países pertencentes ao seu bloco econômico.

Insisto que é preciso cautela para não tentar transferir para as esferas política e jurídica os parâmetros da globalização econômica, uma vez que o âmago de seus interesses e objetivos não são coincidentes, bem como deve-se evitar da tentativa de dar aparência de legalidade a uma situação injusta e desproporcional entre os agentes envolvidos.

Ainda em relação à validade jurídica de determinado ato, principalmente aqueles que instituem formas de governo ou leis, devemos sempre ter em mente que um povo somente se submete a determinado sistema quando o reconhece como legítimo, e por sua vez, esse reconhecimento só ocorre quando este povo tenha participado efetivamente dos respectivos processos de formação da norma ou sistema.

Por isso, se ocorrer vício de manifestação da vontade nesse processo de formação, é obvio que as normas ou sistemas dele provenientes não serão reconhecidos como legítimos, o que gerará a princípio um desconforto que se tornará inevitavelmente a razão de novos conflitos, quem sabe até de guerras.

Assim sendo, chegamos à constatação que falar ou escrever teses sobre nossos sonhos, desejos e metas para a humanidade, criticando sistemas e normas, é muito mais fácil do que colocar em prática as projeções desses desejos.

Todo jurista não consegue analisar uma tese que trate de novidades sem indagar seus aspectos práticos e os entraves que existem quando quer se dar formalidade a situações utópicas.

Na prática uma legislação universal que submeta todos os sujeitos internacionais a um órgão ou "Governo Mundial" esbarraria em inúmeras questões de direito bem como em costumes internacionais.

Por si só essa dificuldade afasta para bem além a possibilidade dessa tese vir a se solidificar em pouco tempo.

Não quero parecer contra qualquer tipo de inovação, mas para avançar é preciso cautela. A própria história da evolução da humanidade nos mostra que somente com o tempo e o amadurecimento podemos reconhecer a viabilidade dos anseios do homem.

Da mesma forma, entendo necessário um maior amadurecimento da tese que evoca um Estado Global e uma constituição internacional, mesmo porque aquilo que parece ser a solução de muitos problemas pode não passar na verdade da origem de um novo mal.

Todos queremos dar soluções aos conflitos internacionais, de preferência de modo pacífico e respeitando a vontade dos outros "sócios" desse conglomerado chamado terra.


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3. TENDÊNCIAS DA NOVA ORDEM MUNDIAL

Para resolver seus desacordos, a sociedade internacional contemporânea tem desenvolvido formas pacíficas, que vem se multiplicando no correr do tempo.

Ao lembrar que há oitenta anos atrás a simples referência aos meios diplomáticos e à arbitragem esgotava o rol das vias possíveis de solução pacífica dos litígios entre os Estados, José Francisco Rezek, afirma que "a era das organizações internacionais trouxe consigo alguma coisa nova" (7).

Hoje contamos sim com os meios diplomáticos, mas também com os meios políticos e jurisdicionais, que se subdividem numa série de mecanismos capazes de promover a pacificação do litígio sem guerras.

A ampliação dessas vias não representa o desejo pela instituição de um "Governo Mundial". Ao contrário, está voltada à garantia da soberania dos Estados, do respeito aos costumes internacionais e à valorização de cada país, ideologia ou cultura.

É muito mais provável que no plano internacional as soluções para os conflitos (econômicos, políticos e jurídicos) mantenham-se na busca constante da construção e do aperfeiçoamento de organismos multilaterais que representem os interessas da sociedade internacional, com esforço diplomático, objetivando a consolidação legal e o consenso dos sujeitos internacionais.

E assim o é porque a tendência manifestada pelos Estados atualmente é no sentido de manter o Estado Nacional como forma mais elevada de vida social, aumentando seu potencial e influência, expandindo sua economia e valorizando sua gente e sua tradições, de modo a promover um equilibro de forças entre os países.

Não se vislumbra um interesse compartilhado, senão por todos, ao menos pela maioria dos sujeitos internacionais, no sentido de instituir um "Governo Mundial" ou uma constituição de amplitude internacional.

Nem mesmo sob a alegação de que é preciso resgatar o mundo do caos social, uma vez que para isso, não é preciso instituir um "Governo Mundial".

Inobstante a ausência do poder de coação similar ao do Estado nacional, as regras de direito internacional tem sua força e validade, sendo imperioso destacar que segundo os críticos do direito internacional, "o direito não se resume ao ilícito, aliás, a sua magnitude está no campo da licitude. Neste caso, no estabelecimento de mecanismos – tratados internacionais – que garantam a sustentabilidade do planeta" (8).

A adesão por parte dos entes internacionais aos tratados estabelecidos, por si só, dá força ao direito firmado e deságua num segunda vertente, qual seja, a imposição de sanções.

Ao alvedrio das indagações acerca da ineficácia do Direito Internacional devido a impossibilidade de aplicar-se sanções internacionais àqueles que não aderem aos tratados, sustento que os organismos multilaterais com estrutura democrática e autoridade internacional, estarão revestidos de poder para aplicar sanções, ainda que de peso moral, àqueles que descumprirem as regras estabelecidas, sem a necessidade de intervirem na soberania de Estados nacionais.

Como dito, as tendências da nova ordem mundial tem se manifestado favoravelmente à solução dos seus conflitos mediante instrumentalização jurídica e solidificação de organismos multilaterais que garantam aos Estados e demais sujeitos internacionais a liberdade e o respeito às garantias humanas fundamentais.

Ao contrário daqueles que postulam pelo fim do Estado Nacional, com processos de ampliação de espaço para um "Governo Mundial", defendendo a idéia de que o Estado Nacional organizado de forma descentralizada perdurará ainda por muito tempo, e que os mecanismos multilaterais de solução dos conflitos tendem a se solidificar e se aperfeiçoar, de modo a se tornarem mais eficazes e equânimes, sem a necessidade de instituir-se um contrato social tão amplo que não consiga abarcar as minúcias que os organismos multilaterais alcançam.


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4. CONCLUSÃO

Nota-se que dentre as formas de solução para os conflitos internacionais desenvolvidas pela sociedade internacional, buscando cada vez mais o equilíbrio de poder entre os Estados e suas relações internacionais não há espaço para o pretenso "Governo Mundial", porque um contrato social tão abrangente acabaria por sobrepujar as civilizações e sua essência, massacrando a soberania dos Estados, indo contra os ideais de liberdade e autodeterminação dos povos.

Por tais razões a tese do "Governo Mundial" e de uma "Constituição Internacional", aparenta-se desbotada e enfraquecida, mais afastada ainda, pelo fato de que após tantas lutas entre os povos para se verem reconhecidos como países soberanos e livres da dominação de outrem, é pouco provável, que estes mesmos países, alienem essa liberdade duramente conquistada ou admitam retrocessos e arbitrariedades, em troca de uma suposta certeza e segurança internacional, que se analisadas a fundo, não são tão certas nem tão seguras quanto se intitulam.

Como não há consenso por este "Governo Mundial", dificilmente haverá um contrato social internacional, nem supremacia de um órgão sobre os Estados Nacionais e demais sujeitos internacionais.

Ao terminar este artigo, lembro que o conceito de comunidade internacional merece uma acurada reflexão, pois embora não seja um tema novo, se apresenta com um renovado frescor, face a uma onda cada vez mais crescente de interesse pelo Direito Internacional e suas nuanças, dentre as quais está o tema do "Governo Mundial".

Me proponho então a levar adiante pesquisas que tragam respostas às indagações sobre a possibilidade e viabilidade de um contrato social tão amplo, e em que medida a tentativa de substituição do Estado Nacional por um Estado Global representa a possibilidade de solução de conflitos, ou a instauração de uma guerra mundial provocada pelos antagonismos dos povos e sua insubmissão a regras e a um governo que não reconheçam como legítimos.

Não sei quantos de vocês já escutaram falar sobre a W.W.I. - WWI WORLDWIDE INSTITUTE – INSTITUTO MUNDIAL PARA A LIBERDADE, O PROGRESSO E A PAZ GLOBAL. Um trabalho que vem sendo desenvolvido a nível internacional, tendo como Presidente no Brasil o Dep. Francisco Ortiz, com a colaboração dos amigos Ergom Abraham e Inti-Rá (dentre outros). Trata-se da ALIANÇA MUNDIAL DOS POVOS DA TERRA...

Em meio a outras coisas, este trabalho visa a identificação das verdadeiras causas de crise ambiental, financeira e social planetária. É um trabalho que se apresenta não só como mais um ALERTA MÁXIMO, mas também como uma sirene de emergência e um plano de ação!

A meu ver, entretanto, uma ação bastante arrojada e muito mais válida como uma implantação futura, para quando nosso Planeta já estiver vivendo sua Era de Ouro. Entretanto, “sonhar” é importante... Quem sabe, numa dessa, os Comandos Planetários decidem mudar o “rumo das coisas” e aproveitar essa bela e nobre idéia? Afinal, para Deus nada é impossível!...

Vou colocar, portanto, aqui para vocês, a assim chamada por seu elaborador - “Declaração de Abertura para a Nova Ordem Mundial (da Luz)”, como mais um subsídio para que pesquisem sobre o assunto, tirem suas conclusões e sigam seus “comandos internos”...

Obs: Não confundir essa “Nova Ordem Mundial (da Luz) com a Nova Ordem Mundial (dos “Illuminatis”)!!! Outrossim, esta matéria será dividida em três partes, devido à sua extensão.

Paz!

Hipátia





BIOGRAFIA SINÓPTICA DE FRANCISCO ORTIZ




"Presidente WWI WORLDWIDE INSTITUTE para a Liberdade, o Progresso e a Paz. Cientista Social, Estrategista, Administrador e biofísico. É mestre, em comunicação, conscientização, integração social, desenvolvimento humano e empresarial. Tem trabalhado em todo o mundo na sua cruzada em pró de uma sociedade mais justa, progressista e pacífica. É autor de centenas de artigos e de importantes estudos e invenções científicas.

Um passo à frente de muitas organizações filosóficas seculares, Francisco Ortiz, surpreende ao despertar valores e poderes eternos, participando ativamente da criação da Nova Sociedade e do futuro Governo Mundial. É um guerreiro, um cavaleiro que luta nas empresas, nas associações e em todos os círculos sociais, pelo progresso de todos os seres humanos, pela justiça e pela paz global. É um verdadeiro brasileiro e desde 1967 um “cidadão do mundo”.

Em 1985 frente à necessidade de viabilizar importantes projetos para o desenvolvimento mundial fundou o WWI WORLDWIDE INSTITUTE - INSTITUTO MUNDIAL para a Liberdade, o Progresso e a Paz, uma Organização Não-Governamental ONG, criadora e promotora de projetos de desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social, político e transcendental.

Escreveu, entre outros, os livros: “GOVERNO MUNDIAL” que trata da Revolução Mundial da Verdade e da Vida e da Nova Ordem Mundial, “CHAVES PARA LIBERDADE O PROGRESSO E A PAZ” sobre os novos valores e paradigmas para a construção de uma nova civilização. “POVO, PÁTRIA E PODER” abordando a revolução social que está acontecendo no Brasil e “OS CRIADORES”, onde já em 1970 tratava do futuro do Brasil, da América Latina e do Mundo.

Antes de assumir a presidência do Conselho da WWI, foi dirigente e presidente de corporações brasileiras e internacionais (SERETE, TRW, LORENZETTI, FMC, SONORA e CIC-INVEST). No período 1965-1985, teve relevante sucesso, assessorando pessoalmente, e através de suas empresas, à alta direção de algumas das principais corporações do mundo, (NESTLÉ, FIAT, FORD, SINGER, CNDE, 3M, KODAK, VW, HB, CN, etc.).

Ortiz acredita que o ser humano não pode viver fragmentado com valores invertidos, pois nesse estado - comum à maioria dos seres humanos - se torna psíquica, física, energética e espiritualmente enfermo. A felicidade e o verdadeiro sucesso do ser humano dependem de que o mesmo tenha as condições de expressar o bem e o poder que contém, para isso precisa conhecer-se e conhecer todas as realidades que o rodeiam e estar comprometido espontaneamente com o seu progresso pessoal e com o progresso da humanidade".











DECLARAÇÃO DE ABERTURA PARA A NOVA ORDEM MUNDIAL (da Luz)




Para antes e depois da Grande Transição Planetária




"Este trabalho faz parte do prenúncio da Era de Luz e Sabedoria Universal que tantos esperam. É um convite para que você partilhe conosco de um grande desafio, talvez o maior de sua vida. Neste começo de século o mundo se agita em múltiplas crises. As mudanças estão no ar.

Cada pessoa as percebe de forma diferente. Uns as sentem como ameaças, outros como desafios, alguns poucos como o início de um mundo melhor. O fenômeno penetra nas almas de todos os seres humanos. O próprio planeta está ferido, geme e sua respiração é ofegante.

Estamos no meio de um incrível processo de mutação ética, social, financeira, científica e religiosa. Vamos enfrentar mudanças pessoais, tecnológicas e sociais irreversíveis.

Um mundo novo e seres humanos novos estão sendo criados com base em novas ciências e em uma única espiritualidade.

O processo é global e definitivo. Começamos um período único na história que vai exigir de cada homem e de cada mulher, coragem e forças extraordinárias para seguir a diretriz máxima de nunca fazermos algo que possa ferir o outro.

Chegamos a um ponto onde alguns milhões de seres humanos não toleram mais conviver com a situação em que se encontram no mundo. Por isso, sem violência, sem armas e sem rancor, a Aliança Mundial pretende unir e mobilizar os seres humanos que desejam criar uma Nova Ordem Social fundamentada em Liberdade, Verdade e Vida Plenas. Uma Civilização dirigida pelo Amor/Sabedoria e orientada para o Progresso.

O sucesso pleno da Nova Ordem proposta implica na erradicação definitiva da pobreza, dos preconceitos, dos dogmas e das injustiças. Para que isto aconteça precisamos de novas lideranças e novos sistemas de poder".





ALIANÇA MUNDIAL DOS POVOS DA TERRA




"Parece uma missão impossível, mas sabemos como podemos reverter a situação e vamos fazê-lo. A Terra ainda pode transformar-se em um paraíso. Por isso, creio chegado o momento de entrar de corpo e alma no contexto de uma NOVA POLÍTICA E DE UMA NOVA ORDEM SOCIAL MUNDIAL.

O movimento social, econômico, científico e religioso da Aliança Mundial prevê que as mudanças propostas garantam bem estar, progresso e qualidade de vida para todos os seres humanos.

Saibam aqueles que não me conhecem, que minha decisão de participar deste movimento, ultrapassa a visão que a maioria costuma ter sobre as pessoas que atuam nos círculos do poder.

Não me considero nem sou político, ou religioso, nos termos tradicionais. Sou um homem livre, com visão científica universal, sempre à procura de melhor conexão com meus semelhantes e com o que de fato é espiritual e pode gerar o verdadeiro progresso da pessoa e de suas realizações e empreendimentos.

Creio que cada ser humano deve ser entendido como um partido individual e que a política do futuro, deve incorporar a religião e a ciência. Creio que acima dos pequenos interesses pessoais, devemos considerar os maiores interesses da humanidade. E finalmente, que ninguém deve ser obrigado a votar, nem a delegar a um partido sua opinião individual sobre um determinado ato ou proposição".





NESTE PERÍODO HISTÓRICO A HUMANIDADE PODE DECIDIR O FUTURO QUE DESEJA CRIAR!




"- Podemos continuar sendo uma humanidade doente e cruel com as consciências fragmentadas e as mentes escravizadas a falsos valores, dogmas, ambições e rivalidades destrutivas. Seres preconceituosos submetidos à miséria, à violência e à guerra, seres robotizados e massificados de forma vil.

- Podemos sustentar civilizações mórbidas e o crescente caos financeiro, social e ecológico.

- Podemos ser uma humanidade sadia e fraterna com as consciências integradas e a mente livre para realizar a “Revolução da Verdade e da Vida”, e através dela, conquistar paz, bem estar, riqueza e qualidade de vida para todos.

- Podemos construir uma civilização universal sábia e cientifica, capaz de harmonizar e transcender a besta e ativar o Deus que há em cada um de nós".





"Através da Aliança Mundial pretendemos deflagrar um processo pacífico, mas revolucionário, cujo objetivo maior é a mutação e a interação dos níveis superiores de consciência dos seres humanos, acelerando, o processo que une todas as almas, e permitindo a criação de uma civilização com novos valores e paradigmas.

Pretendemos dignificar a política e a religião despertando uma consciência de cidadania mundial que preserve os valores e tradições locais, que permita a cada ser humano perceber Deus em si mesmo, nos outros, na natureza e no universo; e que permita aos seres humanos perceber, que cada um é um criador, uma individualidade e também a própria humanidade.

Chega a hora da verdade, da grande fraternidade universal, da honestidade, da cidadania, do amor ao meio ambiente e do Amor-Sem-Restrições.

Em 1973 foi iniciada uma guerra cósmica espiritual. Esta guerra já matou em silêncio, covardemente, mais de 200 milhões de pessoas. É a pior e a mais abrangente de todas as guerras. Uma guerra sutil e enganadora que se manifesta em muitos planos e frentes.

Nesta guerra são usadas armas tradicionais e armas invisíveis. As batalhas são financeiras, econômicas, políticas, religiosas e éticas. Na maioria, ainda se alimentam os ódios, ainda se recorre à violência primária, às mentiras sagazes, ao terrorismo, às drogas e às armas. No entanto, todas manifestam um único fenômeno sob diferentes formas.

Entender o fenômeno e participar da melhor forma do processo de mudança, sabendo defender-se das armas invisíveis, é vital para o destino de cada ser humano e para o destino da humanidade como um todo.

O fenômeno é a criação de uma Nova Civilização sustentada no amor, na sabedoria e no progresso de todos os seres humanos.

Após mais de 30.000 anos, uma vez mais, estamos à beira de criar uma civilização regida pela Vida. Um mundo sem fome, sem carências, sem guerras, cada vez com menos doenças e sofrimentos. Um mundo com trabalho, oportunidades e segurança para todos. Uma civilização capaz de viajar pelo universo.

Na última tentativa fracassamos pela falta de informação e de mobilização adequada das comunidades conscientes do mundo e pelo mau uso que alguns líderes insanos da época, que fizeram poderosas fontes de energia cósmica, muito superiores às armas atômicas atuais. A maioria daqueles líderes está reencarnada e ativa no momento.

A guerra global de 30.000 a.C. dizimou mais de 3 bilhões de seres humanos, sem destruir suas obras materiais. A alma do planeta, os seres divinos e os “deuses” reagiram, e ao correr dos séculos subseqüentes, inúmeros cataclismos destruíram mais de 90% da humanidade e das terras da época. A humanidade atual só guarda vagas e esparsas lembranças deste período.

Para que isto não se repita, para que a Terra não se torne em poucos anos um mundo terrível, dividido entre 2 bilhões de seres humanos defendendo desesperadamente seu bem estar e seu território dos ataques de hordas constituídas de 6 ou 7 bilhões de seres humanos marginalizados, famintos, alienados, atrofiados, deformados, violentos, animalizados, armados, drogados, neuróticos e psicóticos; para que não nos destruamos, é chegado o momento de informar e mobilizar. Ninguém pode deixar de participar sem comprometer definitivamente seu próprio destino. Uma vez mais estamos recomeçando o processo de criação da Civilização da Vida. Viajamos no tempo e estamos frente a um terceiro alfa, um terceiro inicio dos tempos.

O final destes tempos, o ponto ômega, já o disseram nossos irmãos, que aconteceria quando ouvíssemos falar de guerras e de rumores de guerras, de falsos profetas e de governos de medo e destruição. Estamos no crepúsculo das milenares Civilizações do Ódio, da Violência e da Morte. Temos muitos candidatos a anticristos.

O anticristo é a consciência mundial anti-humana que toma forma e identidade através dos pensamentos que impelem certos homens à violência, às guerras e à morte. Temos que impedir que os anti-homens continuem manipulando nossos irmãos mais vulneráveis!

A Aliança Mundial é o Alfa de um Novo Homem e de uma Nova Civilização. É também o Ômega do ódio, da violência, da guerra e da morte. Chega ao fim o poder dos políticos, sacerdotes e financistas da morte, dos traidores da civilização, dos governos imperialistas, monarquistas, belicistas, tirânicos e ditatoriais, o fim dos mega-especuladores financeiros, dos agiotas e dos predadores da economia mundial, o fim dos traficantes de armas e drogas, do poder clerical, do dogmatismo, da mistificação e das mentiras das igrejas. O fim da soberania das nações em prejuízo da felicidade e da paz de todos os seres humanos.

As mudanças vão acontecer não porque o desejemos, mas porque além das considerações e ações revolucionárias aqui referidas, está em curso um processo que ultrapassa as fronteiras físicas do planeta".





Cinco fatores determinantes vão mudar o destino da humanidade:




PRIMEIRO


"Uma Nova Moeda Mundial - Vai determinar um novo padrão monetário baseado na produção real de bens e de serviços dos povos, na preservação, recuperação e melhoria dos recursos naturais, e na garantia a ser dada a cada cidadão de qualquer parte do mundo, de uma receita mínima mensal que permita condições de vida digna em qualquer local do planeta".


SEGUNDO


"Ao redor de 1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas, vão mudar do local onde vivem atualmente para outros locais e continentes. Vamos lidar com o maior movimento migratório da história.

Por diversos motivos sociais, climáticos e econômicos, dezenas de milhões de pessoas vão se deslocar da África do Norte para a Europa; da Ásia para a América Latina e para a África; dos Estados Unidos e da Europa para o Brasil, a Argentina, a Austrália e a Nova Zelândia; da China para a Austrália, para a Federação Russa, para a África e para a América do Sul; da Índia para o Oriente Médio e para a Europa; e, do Oriente Médio para a Europa Oriental e para a América do Sul. O processo já foi iniciado".


TERCEIRO


"Vamos usar brevemente uma “nova” e inesgotável fonte de energia não poluente, acessível a todos os povos, capaz de acelerar o progresso como nunca, permitindo que todos os seres humanos e suas empresas disponham da energia mais poderosa, eficaz e barata do universo.

A Energia Cósmica Spin-Quântica e outras formas de energia decorrentes, bem como os motores e reatores que a aproveitam. Esta energia vai Substituir em poucos anos o carvão, o petróleo, a energia atômica, as usinas hidroelétricas e eólicas e todas as demais fontes primitivas de energia, bem como todos os geradores, motores e sistemas de distribuição de eletricidade".


QUARTO


"A Revolução da Vida vai evitar a maior parte das doenças e prolongar a vida dos seres humanos para mais de 180 anos, permitindo que criem para si mesmos novos corpos, cada vez mais perfeitos, transmitindo-lhes sua memória psi-quântica recente e sua memória transcendental".


QUINTO


"Novos meios de transporte. Os veículos antigravitacionais vão revolucionar os transportes, as relações entre os povos, os sistemas de urbanização, tornando obsoletas as fronteiras políticas".


"Ainda neste decênio podemos ter:

1. O automóvel antigravitacional, veículo aéreo, de fácil manejo, acessível a qualquer pessoa que, voando até 500 km/hora, na altura de até 10.000 metros, com autonomia de 20.000 horas, permitirá a desconcentração da vida nas cidades.

2. A aeronave antigravitacional que, voando até 25.000 km/hora, na altura de até 50.000 metros com autonomia de 50.000 horas, permitirá ir a qualquer parte do planeta em poucos minutos.

3. A nave aeroespacial antigravitacional, capaz elevar-se da terra até o espaço, transportando centenas de pessoas até os planetas e satélites do nosso sistema solar".

"Estes veículos vão revolucionar nossa civilização muito mais do que o automóvel, o petróleo, o avião e os foguetes.

Mas, enquanto trabalhamos para chegar lá, precisamos perceber claramente onde estamos e porque devemos unir às pessoas mais conscientes do planeta, mobilizando-as para a Revolução da Verdade e da Vida.

Não podemos ignorar que estamos em um momento crítico da história humana. Os fanáticos vão ser desmascarados, não importa qual religião, ideologia ou território usem para expressar sua doença pessoal, transformada em síndrome social. Eles vão ser recuperados, curados e em certos casos, isolados temporariamente, até que possam conviver construtivamente com seus semelhantes!

A quase totalidade da humanidade, talvez 99%, é afetiva, ativa e deseja compartilhar do progresso com o próximo. Os seres humanos têm índole construtiva e desejam a paz. Não podemos ficar nas mãos dos loucos que há séculos comandam o mundo. Basta! Devemos afastá-los do poder.

Nos últimos 30.000 anos, esta é a terceira tentativa de consolidar uma civilização superior. Ao correr da história centenas de milhões de seres humanos sofreram, morreram e tiveram de renascer por isso. Nosso mundo desperta a frustração dos “deuses” que já debatem o expurgo definitivo dos anti-homens para mundos mais primários.

O nascimento da nova civilização acontece e manifesta-se com intensidade. Em cada região da Terra, coloridas com as cores das almas que integram esta amálgama de raças e povos, as bandeiras multicoloridas da Nova Humanidade já estão nas mãos dos arautos de uma revolução sem precedentes.

Milhões de pessoas e milhares de organizações não-governamentais se preparam para realizar a Maior Revolução da História - Caminhando nas selvas e nos desertos da ignorância, do preconceito e da intolerância; febris pela influência das mórbidas civilizações da violência, da guerra e da morte; orientando-se pelas bússolas de velhos e ultrapassados partidos; a despeito de milhares de feras brutais, de serpentes traiçoeiras, de vorazes insetos, das inúmeras pragas que crescem em seus solos, armados de amor e heroísmo - os povos da terra atingem a etapa decisiva de uma guerra que se espalha como pólvora incandescente e que, acima das falhas ideologias que se empunham como estandartes, contém uma imensa redenção sem fronteiras.

Tudo se fez para mantê-los alienados de sua própria e gigantesca potência de realização. Em nada foram poupados. Os mais lastimáveis sofrimentos físicos e morais suportaram e suportam. Foram temperados na luta e na dor. E agora sim, Povos da Terra! Estamos prontos para enfrentar a formidável tarefa que nos cabe realizar".


Por: Francisco Ortiz.

Sem qualquer sombra de dúvida, a vida do nosso herói nada teve em comum com a do seu homônimo do rádio, do cinema e das histórias em quadrinhos. Não possuindo nenhum charme, carisma ou "glamour", sua única e duvidosa contribuição à elegância da época foi o uso de um inseparável chapéu de abas largas e de camisas sociais com colarinhos altos e engomados, ao melhor estilo "Santos Dumont". Nascido em Houston, Texas, era o sétimo filho de um próspero e abastado banqueiro, negociante, exportador, grande latifundiário e fazendeiro de algodão e açúcar, que representava interesses britânicos nos Estados Unidos. Discreto, arguto e aplicado, recebe primorosa educação superior voltada para o excitante mundo dos grandes negócios, das articulações e do lobby político. À semelhança dos "marqueteiros eleitorais" de nossos dias, de quem foi, sem dúvidas, o inequívoco precursor, ele se dedica, de corpo e alma, à formulação de campanhas eleitorais para o governo do Texas, sempre vitoriosas. Elege, sucessivamente, para o cargo, os governadores Hogg, Culberson, Sayers e Lanham. A despeito de sua grande modéstia e simplicidade, recebe pela proeza de eleger tantos governadores o título de Tenente Coronel da Guarda Nacional do Texas. Demonstra satisfação e orgulho pela patente, e por ela fica desde então conhecido, passando à história como o "Coronel".
As indiscutíveis qualidades do "coronel sombra", personalidade discreta e confiável, sólida formação acadêmica, sucesso profissional esplendoroso, perfil sócio-político liberal apesar de idéias em favor de um governo central totalitário, porém tolerante e de cunho social, fazem dele o interlocutor favorito da elite oligárquica européia. Secretamente, esse grupo de líderes pretendia lançar os alicerces de uma Nova Ordem Mundial, mais conveniente a seus interesses no continente americano, um tanto contrariados desde a guerra da independência. Manejando poderosos interesses políticos, comerciais e econômicos no Novo Mundo, lembravam-se, com grande nostalgia, de que a antiga ordem lhes dera os tempos aventureiros dos séculos XVIII e XIX e o despertar da Idade Industrial, bem como as delícias da chamada "Pax Britannia" com os impérios coloniais Espanhol, Português, Holandês, Francês, Germânico e Britânico. Apesar da coligação de forças e interesses que a inspirara ser meramente terrena, apátrida e sem visíveis motivações religiosas, essa Era tinha sido, essencialmente, um tempo de paz forçada, administrada segundo o código de ética cristã. A despeito da solidez aparente, tal ordenamento colonialista começou a esbarrar na força emergente da América, contrariando a velha tese oligárquica de que o Terceiro Mundo era inferior à sociedade civilizada da Europa Ocidental. Foi, assim, que a antiga aspiração européia de manipular o destino do Novo Mundo esbarrou na contundente derrota dos ingleses em Yorktown, Virgínia, em 1781. Ali, muito embora a guerra da independência ainda estivesse em curso e a Revolução Francesa viesse a demorar oito anos para ocorrer, a Velha Ordem era sepultada, para sempre, e o mundo se obrigava a mudar suas ambições imperiais hegemônicas asseguradas pelo simples uso do poder da guerra. Quando a América começou, finalmente, a flexionar seus músculos, os poderes elitistas europeus entenderam que aquelas imensas riquezas não mais poderiam ser mantidas ou controladas à força. A sutil alternativa seria o uso da astúcia, movida pelo investimento financeiro, pela ação de pessoas aliadas, pela compra de núcleos de iniciativa empresarial, mesmo que ainda incipientes, e pela aquisição de vastas porções de terras. Mas, sobretudo, sabiam os financistas e negociantes europeus que poderiam controlar a economia dos Estados Unidos se lhes pudessem impor um equivalente americano ao Bundesbank, ao Banco da Inglaterra, ou ao Banco da França, isto é, um Banco Central Independente e... privado...! Para liderar tarefa tão ambiciosa, complexa e secreta precisavam da competência e da discrição de um aliado americano, leal e competente, plantado no coração do governo. O "Sombra", portador de inusitada e impressionante obra de engenharia política, formação e antecedentes familiares impecáveis, tornava-se o natural aspirante para a formidável tarefa de eleger e tutelar um Presidente da República dos Estados Unidos ! Afinal, desde aquela época, já se afirmava que... "nenhum outro norte-americano do seu tempo foi tão bem e proximamente relacionado com tantos homens de prestígio internacional"...1, especialmente banqueiros, a quem fora introduzido pelo pai durante seu período de educação na Grã-Bretanha.
Aprovado unanimemente para a missão, sua primeira tarefa seria selecionar o nome ideal à candidatura presidencial. A escolha recai sobre a apagada figura de Woodrow Wilson, a quem é apresentado em 1911. Desde esse encontro, passou a concentrar esforços no sentido de obter sua indicação à presidência pelo partido Democrático, cuja decadência eleitoral era notável àquela época. Recebendo o apoio integral e ostensivo de famílias americanas de prestígio político e financeiro como os Rockefeller, Jacob Schiff, Bernard Baruch, Thomas Fortune Ryan e Adolf Ochs, não teve grandes dificuldades em consegui-lo. Wilson era um homem digno, sem mácula e um cristão honrado, porém totalmente alheio às complexidades das finanças internacionais e do governo federal. Refém da imensa força que o apoiava, tão logo eleito, em 1912, delega ao Coronel plenos poderes nessa área. O "Sombra" torna-se, então, a eminência parda do Poder e responsável direto pelas providências que facilitariam a influência da banca internacional sobre a liberdade e a integridade patrimonial e política da América.

O "SOMBRA" COORDENA A FUNDAÇÃO DO ''FED"
- UM BANCO CENTRAL PRIVADO PARA OS ESTADOS UNIDOS!!!

..."Eu acredito que as instituições bancárias sejam mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos aprestados. Elas já criaram uma aristocracia do dinheiro que desafia o governo. O poder de emissão do dinheiro devia ser tomado dos bancos e restaurado ao governo, seu legítimo proprietário"...
THOMAS JEFFERSON.

Havia no seio da sociedade americana, no início do século XX, uma sensação generalizada de medo. Crises financeiras, ocorridas ao correr do século XIX, com especial ênfase nos anos de 1873 e 1893, haviam deixado marcas de profunda insegurança na população. Em 1836, havia cerca de 12.000 tipos de moedas em circulação no país, das quais, cerca de 5.000 eram totalmente fraudulentas ou falsas. Não existia coordenação monetária unificada e cada banco em funcionamento emitia sua própria moeda, lastreada em espécie, prata ou ouro. Era, como se percebe, um sistema caótico. Havia, porém, sérias resistências populares à criação de uma autoridade bancária central, pela memória, ainda muito viva, dos tempos coloniais de severa submissão aos rígidos padrões monetários ingleses. Somente com a eclosão da guerra civil, em situação de grave crise, o país logrou imprimir, pela primeira vez na sua história, uma moeda verdadeiramente nacional, denominada "Greenbacks". Apesar do largo alcance dessa medida, os banqueiros, emissores de moedas próprias, obtiveram do Congresso certas restrições para uso dos Greenbacks, que ficaram limitados ao pagamento de salários dos soldados e transações correntes dos cidadãos, não podendo ser usados na quitação de juros da dívida interna, impostos ou tarifas de importação. Paralelamente aos Greenbacks, circulavam o ouro e a prata, fazendo com que, ao final da guerra, a nova moeda tivesse perdido fé pública e seu valor reduzido a apenas 30% do poder liberatório inicial. Tal sistema, aliado às crônicas crises de escassez de moeda, inflação, deflação ou depressão, que se alternavam, respondiam pelos temores dos cidadãos. Em 1907, nova crise se apresenta e o povo entra em pânico... "Centenas de milhares de pessoas perdem suas propriedades, milhares de trabalhadores perambulam pelas ruas. Não havia dinheiro. As pessoas haviam depositado seu dinheiro nos bancos, mas os bancos estavam fechados"...2. Então, aproveitando o momento crítico, os banqueiros começam a trabalhar na criação de uma nova moeda e de um sistema financeiro que lhes permitisse a concessão de créditos em larga escala. Eles já vinham pregando, há anos, a idéia de um banco central para os Estados Unidos. Alegavam que, então, não haveria mais escassez de moeda, nem pânico, nem depressões, inflação ou deflação... "Os banqueiros haviam se empenhado nesse objetivo há anos e podiam esperar. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. E os seus métodos eram tão sutis, tão refinados e tão secretos que as pessoas jamais saberiam o quanto estavam sendo roubadas"...3.
Em novembro de 1910, houvera uma reunião preparatória, sigilosa, entre poderosos do mundo e líderes financeiros americanos, na paradisíaca ilha de Jekill, em frente à costa do Estado da Geórgia. Os participantes mais poderosos foram, do lado americano, o senador Nelson Aldrich, avô do banqueiro e multi-milionário Nelson Rockefeller e, pela oligarquia européia, Paul Moritz Warburg. Paul Warburg representava a poderosa Casa Rothschild, da Alemanha, e, havendo se mudado para New York em 1902, comprou, com dinheiro dos Rothschild, importante participação societária na prestigiosa Casa Bancária Kuhn, Loeb & Co. daquela cidade. Os demais sócios na empreitada eram Jacob Schiff, cabeça da instituição por casamento com Teresa Loeb e Otto Kahn. Paul Warburg, também titular de negócio próprio, a Casa Warburg, de Hamburgo, era igualmente casado com uma filha do Sr. Loeb, sendo, portanto, cunhado de Jacob Schiff. Pelos laços do parentesco, tornara-se ainda mais sólido o investimento. Como já visto, o que esses banqueiros desejavam, e para isso vinham se preparando há tanto tempo, era instituir um sistema financeiro privado que desse fim à desordem e à insegurança reinantes. Ele deveria, entretanto, ser estabelecido pelo governo federal, que ficaria inteiramente responsável pelas obrigações contraídas ante o banco central privado. As cédulas de dinheiro emitidas seriam papéis privados e geridos, exclusivamente, pelo sistema bancário. Os bancos, então, poderiam, em conjunto, controlar a oferta monetária, determinar as taxas de juros e o volume do crédito. Com organização tão precisa, eles teriam o controle financeiro total do país e do destino de seu povo. Foi, portanto, com esse intuito que o grupo de conspiradores passou duas semanas articulando-se na ilha de Jekyll. Viajaram de New York para a Georgia num trem particular, hermeticamente fechado; usaram codinomes e foram servidos por pessoas que não puderam saber quem eles eram. Os princípios gerais das matérias debatidas foram acordados e podem ser sintetizados nesta assertiva de Paul Moritz Warburg:..."Precisamos fugir desse estigma de empresa privada. Temos de convencer o povo de que é uma agência governamental. Temos que batizá-lo de Sistema da Reserva Federal (Federal Reserve System)"...4. Faltava, apenas, quem materializasse, na prática, essas idéias tão ousadas, tarefa naturalmente reservada para a extrema competência do Sombra.
O Coronel, como vimos, entrara em ação e Wilson, indicado candidato democrata, venceu a corrida presidencial contra Ted Roosevelt. De sua plataforma eleitoral, redigida pelo Coronel, constavam duas promessas solenes: a primeira, de se opor, tenazmente, ao poder dos banqueiros de Wall Street; a segunda, de manter os Estados Unidos longe da guerra. Logo depois de eleito, Wilson, inspirado nas idéias e pressões do Sombra, faz passar a Décima Sexta Emenda à Constituição que lhe permite aprovar, em pleno recesso do Congresso no Natal de 1913, o projeto de criação de um conjunto de doze bancos regionais, de controle acionário privado, cada um deles denominado Federal Reserve Bank of... (nomes individuais das regiões onde fossem instalados), constituindo um sistema integrado (Federal Reserve System). Este, por sua vez, governado por um "board", com membros indicados pelos acionistas privados e pelo governo central, denominado Federal Reserve Board. Além disso, ainda aconselhado pelo Coronel, Wilson consegue aprovar a legislação que altera regras da cobrança e vinculação específica de receitas do Imposto de renda, obrigando o contribuinte americano a pagar diretamente pelos empréstimos que os banqueiros passariam a fazer ao Tesouro, através do Fed, com moeda que os doze bancos do Sistema estavam autorizados a emitir livremente. "De uma só penada, o controle da economia dos Estados Unidos e do sistema monetário foi removido do Congresso, a quem esses poderes eram conferidos pela Constituição5. E, daquele momento em diante, a economia passou a ser controlada, anonimamente, por banqueiros e homens de finanças, na mera qualidade de acionistas, "proprietários" do sistema bancário central privado, o Federal Reserve System... O povo deixava de ser o senhor absoluto do destino de seus impostos e do Orçamento, uma vez que a arrecadação do imposto de renda estava, agora, diretamente vinculada à satisfação dos financiamentos concedidos pelo Fed. ao Tesouro. Era a ascensão definitiva do "Money Power"...apesar de, enigmaticamente, essas duas medidas, que garantiram o domínio financeiro dos Estados Unidos pelos capitalistas da banca privada, também constassem do ideário propugnado pelo... "Manifesto Comunista"!... A título de ilustração, recomendamos uma rápida passada de olhos no anverso de qualquer nota de dólar americano, até encontrar um pequeno selo, de forma circular, com uma letra maiúscula ao centro, à esquerda da efígie presidencial. Este selo identifica qual dos doze bancos regionais do FED. a emitiu... Essa verificação, entretanto, só será possível em cédulas emitidas antes de 1998, pois as de nova efígie, impressas recentemente, omitem tão interessante informação. Elas agora mostram apenas, no mesmo local, a logomarca do Federal Reserve System...Quanto à segunda promessa da campanha, três anos depois de eleito Wilson se transforma num defensor intransigente da guerra, visando a ... "tornar o mundo seguro para a democracia"... O FED financia o esforço nacional para o conflito e credencia seus membros como "dealers" na venda de bônus de guerra, aumentando seus lucros. Porém, o que nem Wilson, nem o Sombra, conseguiram dissimular, foi o fato de que a entrada dos Estados Unidos na I Grande Guerra, além das alegadas razões altruísticas, permitiu aos banqueiros internacionais, acionistas do FED, cobrarem os enormes empréstimos que haviam feito antes à França e à Inglaterra, então inadimplentes. Com o portentoso nascimento do Fed, unindo no maior e mais poderoso empreendimento financeiro da história da humanidade o poderio dos Rothschild, Warburg, Schiff, Kahn, Loeb, Belmont, Morgan e Rockeffeler, a oligarquia política e financeira européia, pelas mãos competentes do Sombra e de Woodrow Wilson, consegue, na prática e em nome do controle total das finanças globais, algo sublime e antes inimaginável: um sincretismo de capitais, que sincroniza séculos e séculos num portentoso casamento aparentemente indissolúvel.
O resultado desse casamento se revela, em sua verdadeira grandeza, no pós-guerra, quando, na reunião de Bretton Woods, o dólar americano, uma simples moeda de emissão particular, é escolhido como valor de referência e centro planetário, peso e medida do sistema financeiro internacional!!! O mundo tem, enfim, sua moeda fundamental, porém ainda não a única, controlada integralmente pela banca privada, embora disso não se tenha apercebido claramente, sendo esta a herdeira universal de todo o imenso e inesgotável poder que tal capacidade possa representar!!!

O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DO COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS - C.F.R.

....."Há um poder oculto tão organizado, tão sutil, tão atento, tão fechado em torno de si próprio, tão completo, tão corruptor que não se pode elevar a voz quando se desejar criticá-lo"
WOODROW WILSON, APÓS DEIXAR A PRESIDÊNCIA.

Apesar da vitória aliada na I Guerra Mundial, seus horrores e as mortes de dezenas de milhares de cidadãos e soldados chocaram as populações e os governantes da Europa e da América. Depois de calados os canhões, os principais líderes políticos, intelectuais, financeiros e de negócios entenderam ser imprescindível lançar sementes que pudessem vir a estabelecer as fundações de um governo global unificado, eliminando divergências entre estados nações e prevenindo a ocorrência de uma outra guerra devastadora. Essa elite de líderes também percebeu que, caso alcançasse tal objetivo, estaria gerando uma tremenda oportunidade de garantir, para si e seus associados, poder e riquezas além da imaginação. Constataram, entretanto, que pouquíssimas pessoas estariam dispostas a abrir mãos da soberania de seus países em favor de uma denominação estrangeira inerente a um governo mundial unificado. Em razão disso, entenderam que, para atingir seus objetivos finais, deveriam organizar e impor seu projeto de um governo global e totalitário, de forma lenta, sub-reptícia, utilizando no seu preparo a colaboração de organizações semi secretas e de lealdades forjadas a qualquer preço... Essas instituições, muitas vezes de utilidade e uso públicos, guardariam unidade de operação, obedientes às diretrizes emanadas de outras organizações hierarquicamente superiores, numa administração de ordenamento e sigilo piramidais. Um esquema organizado dessa forma, com largos e generosos financiamentos, permitiria, como de fato vem ocorrendo paulatinamente, desde então, que o pensamento convergente, unificado, globalizado, alcançasse a mídia, a universidade, os partidos políticos, a consciência popular, os parlamentos e, até mesmo, certas confissões religiosas. Banqueiros, que participaram intensamente do esforço de eleição de Wilson e dela se beneficiaram assumindo o controle acionário do Fed., não mediram esforços financeiros e políticos para alcance desses objetivos, já parcialmente atingidos em sua operosa esfera de atuação. Como fez, por exemplo, Paul Warburg, ao declarar aos senadores norte-americanos: "Teremos um governo mundial, gostemos ou não disso. A única questão é, somente, sabermos se o governo mundial será atingido por consentimento ou por conquista"
6. Disposta a opinião pública, depois de longo e elaborado preparo que envolveria ações desses centros de poder, de seus líderes e prepostos, a implantação formal do projeto poderia, então, ser feita em caráter definitivo. Era preciso, entretanto, que o primeiro passo fosse rapidamente implementado.
Delegados à Conferência de Paz, em Paris, 1919, reuniram-se em 30 de maio no Hotel Majestic para traçar diretrizes que conduzissem os governos mundiais a uma resultante unificada. Não obstante, o pretexto oficial para essa reunião foi o de fundar um organismo que congregasse líderes privados das finanças, comércio e indústria, os quais atuariam como "Conselheiros" de seus respectivos governos no planejamento da política econômica e nas relações exteriores, para fins de cooperação internacional. Com esse espírito, os Estados Unidos, liderados por um representante pessoal do Pres. Wilson à Conferência, congregaram um elenco de "pesos pesados" do cenário mundial e fundaram o Council on Foreign Relations - C.F.R. Estabelecido em New York em 1921, com um corpo inicial de 273 membros notáveis, sua porção mais visível é um lindo prédio naquela cidade, denominado Pratt House, na esquina de Park Ave. com a Rua 68, coincidentemente muito próximo à Embaixada Russa. O Sombra era esse representante diplomático e foi, certamente, o responsável pelas principais idéias que têm norteado suas ações ao longo dos anos. Simultaneamente à criação do C.F.R., organizações paralelas foram fundadas em diversos outros países de forma a alinhá-los com os planos crescentes de uma verdadeira associação mundial. Assim, em Londres, Inglaterra, uma elite semelhante formou o Royal Institute of International Affairs (Grupo Chatam House); na França, em Paris, surgiu o Centre D´Etudes de Politique Étrangère e em Hamburgo, Alemanha, o Institut Fur Answartige Politik, todos empenhados em conciliar interesses europeus com diretrizes do C.F.R. Posteriormente, o sistema foi tomando sua dimensão tentacular contemporânea, ante a criação, adesão e incorporação de instituições como o Grupo dos Sete, a Comissão Trilateral, o Diálogo Interamericano, o Consenso de Washington, a Sociedade Liberal de Mont Pélérin, The Bilderbergers, The Alliance, The Council of Europe, o Clube de Paris, o Clube de Roma, o Movimento Federalista Mundial, a APEC, a Mídia mundial, algumas das mais conceituadas Universidades, as sociedades secretas, a maioria das Organizações Não Governamentais (ONGs), etc... Quanto ao C.F.R., é fato notório que, desde a sua fundação, vem atraindo para seus quadros homens de poder e influência e, em contrapartida, conhece meandros do poder e os indica a membros selecionados. Tal capacidade ficou explícita a partir de 1940, quando, a convite do Pres. Roosevelt, oficiais do C.F.R. ganharam influência sobre o Departamento de Estado e tem-na mantido, desde então. Basta conhecer que foram membros do C.F.R. todos os Secretários de Estado, menos um, desde 1940 e todos os Secretários da Guerra/Defesa, sem exceção, desde 1940. Essa influência, a partir daí, só tem feito crescer e se espalhar por outras áreas vitais da sociedade americana, ganhando depois o mundo. "Não seria exagero afirmar que esse grupo de elite tem formado o verdadeiro governo secreto dos Estados Unidos desde 1945, uma vez que, além de líderes dos negócios, financeiros, intelectuais, militares e políticos, nele se incluem os líderes dos partidos Republicano e Democrático"7. Durante a eleição presidencial de 1992, os americanos puderam escolher entre os "sabores presidenciais" que o C.F.R. tinha para lhes oferecer, pois, segundo o "Council On Foreign Relations Annual Report For 1993", o Chairman Peter Peterson orgulhosamente informava aos distintos associados que os candidatos presidenciais, George Bush, Bill Clinton e Ross Perot eram todos membros do C.F.R". Associados do Conselho também já controlaram ou controlam a NBC, a CBS, o New York Times, o Washington Post, o Los Angeles Times, o Des Moines Register, e muitos outros jornais de primeiríssima linha. Os líderes das revistas Time, Life, Newsweek, Fortune, Business Week e de inúmeras outras publicações também são membros do C.F.R. Outros, dominam as demais mídias, o mundo acadêmico, sindicatos, corporações de topo, segmentos militares e praticamente todas as áreas de importância da vida americana, como se pode depreender da lista que se segue: Federal Reserve Board; FMI; Banco Mundial (Bird); GATT; Fundações Rockefeller, Ford e Carnegie; Chase Manhattan Bank; First Nat´L City Bank; J.P.Morgan Bank; Universidades de Harvard, Columbia, Chicago e Yale. No campo da política externa, o braço visível do C.F.R. é a revista Foreign Affairs. Sentado no topo dessa imensa pirâmide de poder, como "Chairman of the Board, reina, absoluto, David Rockefeller.
..."Como em todas as outras nações do mundo, também nos Estados Unidos existe uma organização que atua por trás das cortinas. Ela possui um enorme poder. Tem controlado a política econômica e os objetivos da política externa dos EEUU pelos últimos 70 anos, quer o homem sentado na Casa Branca tenha sido Democrata ou Republicano, liberal ou conservador, moderado ou extremista. Este poder paira acima de quaisquer eleições, porém tem sido sempre capaz de promover seus resultados. Além da administração da riqueza, seu principal objetivo é o estabelecimento de um governo mundial único, onde o controle do dinheiro estará nas mãos de um ou mais bancos centrais privados e independentes"...
8. Da mesma forma, entre a intelectualidade americana já existe a firme convicção de que ... "para o bem ou para o mal, as Nações Unidas como agora as conhecemos, o FMI, o Banco Mundial e o Acordo de Bretton Woods não foram trabalho do governo dos Estados Unidos, por si próprio, mas de membros do C.F.R. encarregados de cumprir metas daquela organização"...9

O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DA LIGA DAS NAÇÕES

"Estamos nos aproximando do momento em que a única escala efetiva de operações de alguma importância será a escala global. Os estados nações terão que ser privados de sua soberania e subordinados à soberania de um governo mundial global. Penso que esse estado mundial necessitará de uma polícia armada e deverá dispor de força suficiente para poder impor a paz... O povo de cada atual estado soberano independente terá de renunciar à soberania de seu país e subordinar-se à soberania suprema de um governo mundial estabelecido".
ARNOLD TOYNBEE, HISTORIADOR, IN "SURVIVING THE FUTURE."

"Para se chegar ao governo mundial será necessário remover das mentes dos homens o seu individualismo, a lealdade às tradições familiares, o patriotismo nacionalista e os dogmas religiosos"
BROCK CHISOLM, U.S. WORLD HEALTH ORGANIZATION

O passo mais significativo do Sombra em sua agenda globalizante foi, em 1920, após o fim da I Grande Guerra, conduzir Wilson à criação da Liga das Nações. "Esta foi a primeira tentativa realmente séria de se estabelecer um governo mundial unificado"
10, e ..."embora o Coronel..., conselheiro do Pres. Woodrow Wilson tivesse feito todo o possível para iludir a América levando-a a se filiar à Liga das Nações, baseada em Genebra, o Senado dos Estados Unidos reconheceu os perigos de uma interferência e dominação estrangeiras. O Senado recusou-se a ratificar a filiação da América e manteve os Estados Unidos fora do sistema internacional até o final da II Grande Guerra". Esta rejeição, pelo Senado, foi uma ducha de água fria nos planos do Coronel e adiou a agenda globalista por várias décadas
(11). Desapontado, porém não vencido, o Sombra e seus amigos continuaram a marchar em direção aos planos do governo mundial e foi, então, que fundaram o Conselho de Relações Exteriores (C.F.R.), na forma anteriormente relatada, como alternativa de conquista do poder global pela via indireta, em caso de fracasso da Liga das Nações.
Constava dos planos secretos de criação da Liga que esta, como embrião de um futuro governo mundial global, deveria diligenciar para que os estados membros se organizassem em torno de princípios comuns; aceitassem decidir disputas em cortes de justiça globais universalmente aceitas; formassem uma força policial capaz de impor sanções decretadas pela Liga aos seus membros; adotassem moeda e sistema bancário únicos; aceitassem a abolição de fronteiras fixas, do conceito de Soberania e de quaisquer princípios religiosos!!! Marx, ao que se afigura, não estava sozinho ao imaginar e afirmar que "a religião é o ópio do povo"... A recusa firme e heróica do Senado americano em aderir a um organismo com tal tipo de filosofia encontrou, sempre, firme apoio popular que, inclusive, vem demonstrando crescentes desconfianças em relação à ONU, que lhe sucedeu, e a outros organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial (Bird). Movimentos de resistência interna, conhecidos como milícias, embora recebam do governo federal e do FBI, que lhes dá combate, tratamento de "fanáticos religiosos", têm como principal foco de repulsa a possibilidade, que vêem com sincera preocupação, de vir a ONU, em futuro próximo, substituir o atual sistema de governo e de aplicação da lei, tolhendo ou destruindo os valores mais fundamentais de sua sociedade e cultura: a justiça e a liberdade!!!

O SOMBRA DESAPARECE, DEIXANDO IMENSO LEGADO POLÍTICO
E A AGENDA DA "NOVA ORDEM'' E DA GLOBALIZAÇÃO

"O mundo é governado por personagens muito diferentes daquilo que é imaginado pelas pessoas que não estão por trás dos bastidores"
BENJAMIN DISRAELI - 1º MINISTRO DA RAINHA VITÓRIA

"Os tempos da soberania absoluta e exclusiva, entretanto, já passaram. Essa teoria jamais se conformou à realidade"
BOUTROS BOUTROS-GHALI, SECRETÁRIO-GERAL DA ONU - RELATÓRIO "AN AGENDA FOR PEACE, 1992

Em 1938, o Sombra, cujo nome de batismo era Edward Mandell House, veio a falecer. Seus planos de formação de um governo mundial unificado, entretanto, jamais foram abandonados ou interrompidos por aliados, seguidores ou patrocinadores.
Talvez o aspecto mais enigmático e curioso da fantástica história do Sombra é que, tendo ela ocorrido em solo da maior democracia liberal do planeta, os Estados Unidos, uma inédita e ainda pouco explicada associação de respeitados capitalistas, empresários e banqueiros, tenha financiado planos concebidos e executados por um assumido marxista, cujo objetivo final teria sido, nada mais nada menos, do que socializar os Estados Unidos. Em 1912, o Coronel House, bem ao seu estilo "low profile", escreveu um livro, sob a forma de romance ficcional, chamado Philip Dru: Administrator - A Story of Tomorrow, único documento do seu legado contendo idéias teóricas, onde ele defende uma "conspiração"(o termo é dele) através da qual ganharia o controle dos Partidos Republicano e Democrático e usaria a ambos como instrumentos da criação de governo mundial socialista. Assumiu, também, estar trabalhando pelo "socialismo como sonhado por Karl Marx" e defendeu a tese de que a economia mundial fosse gerida por uma oligarquia financeira anglo-saxônica e um ditador mundial servido por um "Conselho de Doze Homens Fiéis". O Coronel House, "amigo íntimo de homens internacionais famosos", deixou claro e patente que possuía sonhos realmente grandiosos. Entre estes, sobrepôs-se o da criação de uma Nova Ordem Mundial, dominada pelas finanças anglo-americanas, com ele próprio à frente, assumindo o papel do ditador propugnado em seu único livro. Para tanto, seria absolutamente necessário, em primeiro lugar, o colapso e a dissolução das monarquias da "antiga ordem".
Apesar do apoio incondicional que sempre recebeu de seus patrocinadores, maior do que qualquer outro homem na história da humanidade, O Sombra não viveu o bastante para ver realizados todos esses seus sonhos delirantes de poder. Porém, o generoso suporte financeiro dos banqueiros de Wall Street, conta-nos em voz baixa a história, que jamais faltou ou foi insuficiente para estimular os esforços revolucionários de Marx, Trotsky e Kerensky na derrubada de Nicolau II, o Czar de todas as Rússias, continuou fluindo, mesmo após a morte do Sombra, para a realização da fracassada utopia comunista na antiga União Soviética!!!
Qual seria, então, a explicação lógica para esse enigmático mistério, que juntou no mesmo jogo de influências e interesses, durante quase todo o Século XX, homens de negócios, políticos, intelectuais, idealistas, inocentes úteis, o "Manifesto Comunista", banqueiros capitalistas e revolucionários marxistas e leninistas...? Puro idealismo? Sonhos visionários de poder desmedido? Ambição irrestrita e desenfreada? Algum tipo de fervor determinístico ou transcendental? Ou, até mesmo, todos esses fatores combinados?
Ao arguto leitor, deixo estes elementos de provocação e o ônus das respostas que, não por acaso, passam a se constituir em parte do formidável e misterioso legado do Coronel House. Se, porventura, não se sentir à vontade para decifrar, a contento, tão intricado enigma, console-se: afinal, de todo o mal que se esconde nos corações humanos, só o Sombra sabe!!!...

POST-SCRIPTUM
Na primavera de 1991, num artigo denominado 'Muito merecida audiência para a Nova Ordem de Wilson", o jornal Washington Post, em artigo firmado pelo jornalista Edwin M. Yoder Jr., afirmava que já era hora do mundo dar o devido crédito ao Pres. Wilson e ao Coronel House como os verdadeiros autores da Nova Ordem Mundial e da Globalização. Que Deus os tenha!

“A CONSPIRAÇÃO DO GOVERNO MUNDIAL”


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1. Que a maior conspiração da história foi a que planejou, ao fim da Idade Média, instituir uma sede segura para os negócios conduzidos pelos poderosos mercadores e banqueiros internacionais, então residentes na Europa após um périplo milenar por Cartago, Alexandria, Constantinopla, Veneza e Amsterdam, gente apátrida e agnóstica, cuja única meta sempre foi obter lucros fabulosos, prazeres, luxos e riquezas.?

2. Que a primeira tentativa efetiva desse grupo de estabelecer-se no Novo Mundo foi em Recife, através da invasão deflagrada pelo seu braço multinacional, a Companhia das Índias Ocidentais, comandada pelo mercenário Maurício de Nassau, depois feito príncipe?

3. Que graças à bravura e à valentia do povo pernambucano, emulador da nacionalidade brasileira, numa lição perpétua para todos os que pensarem, a qualquer tempo, em ocupar fisicamente nosso território, os invasores foram expulsos a paus, pedras, tiros de bacamarte e golpes de mão, impedindo que o Brasil fosse hoje a sede do Governo Mundial?

4. Que esse mesmo grupo de piratas e colonos, representantes dos mercadores, após breve fuga para Amsterdam voltou ao Novo Mundo, dessa vez um pouco mais ao norte, onde ocupou uma ilha, comprada esperta e maliciosamente aos índios locais por ninharias, e que denominaram Nova Amsterdam em homenagem ao seu porto de origem e sede de seus negócios?

5. Que essa ilha, quando a sede dos interesses que a compraram foram transferidos para a Inglaterra, teve o nome mudado de Nova Amsterdam para Nova York, mantido até hoje?

6. Que, depois de fincar sólidas raízes no continente americano, através desse grupo de mercenários e colonos, os mercadores e banqueiros tentaram submeter o povo das 13 colônias americanas, à força, pelo poder do exército da Inglaterra, país para onde haviam migrado e se infiltrado, abandonando a Holanda?

7. Que, pressentindo o fracasso iminente na luta armada, iniciaram um movimento de conquista dos Estados Unidos pela persuasão, pelos negócios, pela compra de terras e lealdades, chegando mesmo a financiar o exército americano revolucionário na guerra da Independência e na formação da República?

8. Quem foi o comerciante estrangeiro que bancou esse esforço de guerra quase sozinho e a quanto montava a fortuna monumental tirada de seu próprio bolso?

9. Que ficou ainda mais rico vendendo bônus da guerra que ele próprio financiara?

10. Que, em sua homenagem, os “Pais da Pátria” mandaram colocar no selo dos Estados Unidos um símbolo de sua etnia e religião, mantido até hoje, e que pode ser reconhecido no verso das notas de um dólar, as mais correntes no mercado?

11. Que, anos depois da consolidação da nação americana, esse contínuo processo de sedução, corrupção e financiamento terminou por submeter a soberania econômico-financeira dos Estados Unidos a esse grupo oligárquico, familiar, de banqueiros, financistas e negociantes europeus?

12. Que um cidadão americano, o primeiro marqueteiro eleitoral da história e traidor da sua pátria, por nós apelidado de “O SOMBRA”, foi, no princípio do século XX, contratado por essa oligarquia para selecionar e eleger um presidente dos Estados Unidos, dócil o bastante para facilitar a tomada do poder por esse mesmo grupo de ricaços???. Quem eram esses homens ?

13. Que, uma vez no poder, esse grupo fechado montou um esquema administrado por instituições secretas com uma rede de correspondentes e de lealdades planetárias, adquiridas a qualquer preço, as quais lhe asseguram, desde então, a posse da máquina governativa dos EEUU e a sua estrutura político-econômico-militar, operacionalizando, a partir daí, o Governo Mundial?

14. Que esse mesmo grupo de poderosas famílias e seus associados, agora agindo através dessas sociedades fechadas e de seus asseclas, lançou as bases da “Nova Ordem Mundial” e da “Globalização”, concentrando e infiltrando seus interesses de poder no restante do planeta???

15. Que, desde então, visando consolidar sua posição estratégica, tal oligarquia determinou aos seus agentes, políticos, intelectuais e “governantes” dos países “aliados”, que combatam duramente os militares e civis nacionalistas e as grandes religiões: o judaísmo, o islamismo e o catolicismo, de molde a quebrar as últimas resistências ao conceito de estado-nação e à criação de uma sociedade global inteiramente materialista?

16. Que o magnífico padrão de vida dos Estados Unidos é ministrado, cuidadosamente, aos americanos, para que vivam felizes e se sintam superiores ao resto da humanidade, como se desfrutassem do paraíso terrestre, sem gerar problemas locais para a sede do Governo Mundial?

17. Que esse padrão de vida americano foi construído e é engenhosamente ministrado por uma política econômico-financeira gerida pelos doze bancos centrais privados que constituem o Federal Reserve System, a fabulosa máquina de fazer dinheiro a partir do nada, ou melhor, de papel e tinta de impressão, transformando-o aos olhos do mundo, pela mais pesada e sórdida propaganda, como a oitava maravilha, o maior e melhor objeto da cobiça e do desejo humanos?

18. Que esse magnífico patamar de riqueza e civilização é”vendido” ao povo americano, pelo seu governo e pela grande mídia mundial, como resultado exclusivo de sua imensa “competência” e inegável “capacidade”, resultado da “democracia” e dos “valores do mercado”, e não o fruto de uma imensa conspiração que saqueia a riqueza mundial em benefício da Sede e da população desse governo mundial?

19. Que o povo americano, em função da máquina de propaganda que exalta sua suposta superioridade intelectual e capacidade empreendedora, acredita pia e ingenuamente que quaisquer críticas ao modelo econômico que o beneficia, em detrimento dos demais povos, é fruto da inveja e do desejo de destruí-lo, estando, por isso, sempre a favor de ações bélicas contra seus “inimigos”?

20. Que essa versão falsificada da verdade destrói a auto-estima dos povos espoliados, condenados à pobreza forçada, como os brasileiros, e aumenta a alienação do generoso e cândido povo americano que, supondo-se o “eleito” para salvar e governar a humanidade, com seus valores de perfeição absoluta, aceita serena e patrioticamente a manipulação e a “ocupação alienígena” que vem sofrendo?

21. Que, mesmo assim, a riqueza americana, como em qualquer outra parte do mundo, concentra-se cada vez mais nas mãos de poucos, os que já dominam e controlam totalmente o planeta e seus bem nutridos e remunerados agentes e asseclas, criando uma nova geração de americanos condenada, como nós, à pobreza??

22. Que os outros povos do mundo são mantidos sob rígidas e inflexíveis políticas ditadas por “organismos multilaterais”, meros braços desse aparato globalizante, para que não possam se desenvolver, ombreando-se com os Estados Unidos? Sabe o porquê dessa estratégia?

23. Que o destino final desses pobres, inclusive americanos, será o “desaparecimento”, espécie de “solução final” desse novo “fascismo de mercado”?

24. Que a engenharia genética e os alimentos transgênicos serão os instrumentos dessa nova solução final contra a pobreza e a exclusão?

25. Que o cartel de bancos centrais americanos não pertence ao seu povo? Deseja saber quem são os seus verdadeiros donos?

26. Qual é o verdadeiro significado da badalada expressão “Banco Central Independente”?

27. Que os Estados Unidos, a partir dos anos 20, passaram a possuir doze moedas diferentes, embora muito parecidas, e com o mesmo nome?

28. Que todas as notas de dólar estão sendo modificadas e substituídas, pouco a pouco, para esconder as diferenças que as caracterizavam?

29. Que, apesar dessa maquiagem, você pode aprender a distinguir, mesmo nas notas novas, que banco emitiu cada uma delas?

30. Que, desde 1940, todos os Secretários de Estado americanos, menos um, e todos os Secretários de Defesa, sem exceção, foram membros de uma mesma sociedade secreta?

31. Que os mais recentes presidentes do FED e dos Estados Unidos também são membros dessa mesma sociedade?

32. Que toda essa trama insidiosa e secreta faz do generoso povo estadunidense o mais enganado e explorado do planeta, digno de pena, apesar do elevadíssimo padrão de vida de que desfruta?

33. Que os banqueiros de Wall Street financiaram Marx, Lênin, os bolcheviques e a Revolução que derrubou a monarquia e assassinou cruel e covardemente o Czar de todas as Rússias e toda a sua indefesa família, proclamando um governo comunista? Você sabe porquê?



34. Quem governa, “realmente”, os Estados Unidos?



35. Que Bill Clinton, um menino pobre, chegou a presidente dos Estados Unidos pela ajuda de homens poderosos e de sociedades secretas? Quem pagou seus estudos? Quem o levou para o centro de poder?

36. Que a família Bush controla, há muitos anos, uma sociedade secreta, dentro da Yale University, que recruta e prepara jovens para assumir postos chaves na sociedade americana?

37. O que são e o que une ou diferencia o Council on Foreign Relations, o Royal Institute of International Affairs, os Bilderberger, a Comissão Trilateral, o Diálogo Interamericano, o Consenso de Washington, a Sociedade Liberal de Mont-Pélérin?

38. Quem são seus membros mais proeminentes e que funções ocupam hoje?

39. Que um fortíssimo candidato de oposição a presidente da república é Diretor de uma dessas sociedades mundialistas acima, junto com Fernando Henrique Cardoso e Israel Klabin, primo do várias vezes ministro Celso Lafer?

40. Que essas organizações fechadas, super-influentes nos Estados Unidos e no restante do mundo sempre foram mais noticiadas no “Pravda” do que no “New York Times?”

41. Que o Royal Institute foi criado para perpetuar o poder britânico no mundo, inclusive nos EEUU?

42. Que muitos autores denunciam terem os Rockefeller, os Warburg e os Morgan se tornado testas de ferro dos Rothschild nos EEUU?

43. Que a democracia nos Estados Unidos, paradigma para o resto do mundo, é cada vez mais uma ficção?

44. Por que os militares nacionais são tão perseguidos e difamados desde a Antiguidade?

45. Por que Nova York foi atacada em 11 de setembro? Por quem?

46. Que Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso foram beijar a mão de um poderosíssimo empresário americano, assim que se elegeram presidentes do Brasil? Por que? Quem é e o que faz esse misterioso e poderoso chefão?

47. Que Bin Laden e seus mujahedin foram recrutados, treinados, financiados e empregados pela CIA?

48. Que o assunto aqui abordado é tão sério e as denúncias tão bem formuladas que bibliotecas públicas e privadas, americanas e européias, solicitaram cópias desses artigos?

49. Que todas essas denúncias e muitas outras contidas nos artigos aqui expostos tiveram enorme repercussão entre a intelligentsia brasileira, autoridades civis e militares, jornalistas, professores universitários, estudantes, parlamentares, mas a grande mídia, salvo algumas exceções, continua guardando silêncio sepulcral a respeito?

DOSSIÊ CONSPIRAÇÃO
Armindo Augusto de Abreu

RECADO1
"Informações reservadas aconselham cautela até o ano de 2002. Pelo menos.
Nascido em língua alemã, no século XVII, Gottfried Leibnitz demonstrou que tudo aquilo que existe, existe como conseqüência de alguma causa, não por leviandade. Bem antes disso, lá pelo século V a.C., nascido em Estagira, Aristóteles não demonstrou, mas sustentou que tudo que existe, existe dotado de alguma finalidade. Assim, por artes de Aristóteles e Leibnitz, estabeleceu-se que os acidentes de cada uma de nossas vidas não são acidentes coisa nenhuma: acontecem por alguma razão e visando objetivo preciso. De onde se segue que se inventou o conceito de paranóia para iludir pios, convencendo-os de que os males que porventura os assaltem devem ser creditados à má fortuna. Deslavada mentira. Tudo, rigorosamente tudo que interfere em nossas existências deve-se à iniciativa de alguém tendo em vista resultados muito claros. Na maioria das vezes, tais resultados são escusos. Fique tranqüilo, faz todo sentido viver assustado".





REVISITANDO A "PARANÓIA CONSPIRATÓRIA"

"Prepare o seu coração... pras coisas que eu vou contar".

"Disparada", GERALDO VANDRÉ

"Só porque você é paranóico não quer dizer que eles não estejam de fato,


lá fora, querendo pegar você".

DITADO AMERICANO
Definitivamente, CONSPIRAÇÃO é um vocábulo que desafia velhos tabus e preconceitos. Apesar da sinistra conotação que lhe tem sido dada, freqüenta, cada vez mais assiduamente, o quotidiano dos estudiosos das verdades históricas, obliteradas nas versões oficiais dos acontecimentos. Derivada do latim CONSPIRARE significa, literalmente, "respirar junto". Traduz o ato de planejar ou agir secretamente, em parceria, visando a alcançar objetivos predeterminados.
A característica fundamental de que se reveste a atividade conspiratória é o SEGREDO e o combustível que lhe dá dinâmica é a busca permanente das INFORMAÇÕES privilegiadas ou estratégicas. Fruto dessa sofisticada extração, nos Estados Unidos e na Europa o estudo das teorias e possibilidades conspiratórias já se constitui em matéria apreciada, com a necessária seriedade, por jornalistas, pesquisadores, políticos e intelectuais respeitáveis. Isso, apesar do árduo combate e do epíteto de "paranóicos" que, monótona e invariavelmente, recebem dos círculos de proteção do poder. "Quando se cogita dos segredos mais profundos da nação, às vezes parece que existem poderes, até mesmo, superiores aos do presidente dos Estados Unidos e do diretor da CIA".
Trabalhos publicados naquele país evidenciam que altos funcionários públicos, políticos, autores e pesquisadores não estão sozinhos em suas desconfianças envolvendo supostas atividades conspiratórias. O povo americano também está.
Uma pesquisa conjunta, feita em 1997 pela "OHIO University" e pelo "Scripps-Howard News Service", resultou em surpreendentes conclusões: 51% dos entrevistados acreditavam que agentes federais assassinaram o presidente John Kennedy; mais de um terço suspeitava que a marinha americana, propositalmente ou não, derrubara o avião da TWA que fazia o vôo 800; a maioria acreditava ser possível que a CIA tivesse, intencionalmente, permitido a traficantes vender cocaína a crianças negras, moradoras das grandes cidades; 60% achavam que o governo escondia informações sobre o "agente laranja" e as causa da "síndrome da guerra do golfo"; quase a metade suspeitava que agentes do FBI iniciaram o fogo que matou mais de uma centena de pessoas de uma seita religiosa, perto de Waco, Texas, em 1993. As reações da Casa Branca a essa pesquisa foram as usuais: à vista do resultado, Curtis Gans, diretor do "Washington Committee for the Study of the American Electorate" (Comissão de Washington para o Estudo do Eleitorado Americano), comentou: "A paranóia está matando este país..." Mas, seria, mesmo, apenas paranóia, a crença generalizada de que certos grupos ou indivíduos, detentores de imensa riqueza e poder, geralmente desconhecidos do público, sejam os verdadeiros donos dos Estados Unidos e, em decorrência, do resto do mundo? Jonathan Vankin, jornalista e estudioso de conspirações que possam envolver o governo dos Estados Unidos, diz que "o poder é um fato concreto da vida americana, mas a maioria dos americanos não participa dele. O segredo é a sua mola mestra. O governo parece distante, embora, de alguma forma, ainda possa estar no controle. Estamos, cada vez mais, isolados uns dos outros, mergulhados nas telas dos computadores e das televisões, prisioneiros dos vidros das janelas e dos pára-brisas. Há um frustrante sentimento de desconexão na vida americana moderna. As teorias conspiratórias tentam juntar essas peças outra vez...". "Muitos dos eventos mundiais mais importantes, dentre os que modelam os nossos destinos, ocorrem porque alguém os planejou nesse sentido. Se nós estivéssemos, meramente, lidando com as leis da probabilidade, metade dos acontecimentos que afetam o bem estar da nossa nação seriam para o bem da América. Se nós estivéssemos lidando apenas com mera incompetência, nossos líderes deveriam, de vez em quando, cometer um erro a nosso favor... Não, nós não estamos lidando com coincidências ou estupidez, mas com planejamento e brilhantismo3...". "As elites, não as massas, governam a América. Numa era industrial, científica e nuclear, a vida numa democracia, da mesma forma como nas sociedades totalitárias, é moldada por um punhado de homens. A despeito das diferenças de abordagem com que estudam o poder na América, intelectuais, cientistas políticos e sociólogos concordam em que as decisões chaves de natureza política, econômica e social são tomadas por estreita minoria".4
Os fatos demonstram que a idéia de uma minoria rica, oligárquica, controlar e governar a América, apropriando-se da maior parte da riqueza ali produzida, não é, apenas, possível, mas absolutamente provável. Para os que insistem em imaginar que, somente no Brasil, ou em sociedades periféricas, a concentração da renda é brutal, convém lembrar que o grosso da riqueza americana, produzida por 265 milhões de habitantes, também está repousando em pouquíssimas mãos. Um estudo conduzido pelo Federal Reserve Board, em 1983, revelou que apenas 2% da população (5,3 milhões) controlavam 54% da riqueza nacional e que apenas 10% (26,5 milhões) detinham 86% dos ativos financeiros líquidos. A maioria das famílias americanas, isto é, 55% da população (140 milhões), tinham patrimônio zero ou negativo! ! ! O ciclo dos ricos ficando mais ricos e dos pobres ficando mais pobres tem se acelerado desde a década de 60, tanto nas administrações democráticas quanto nas republicanas. 2 MARRS, Jim in "rule by SECRECY" New York, HarperCollins Pub. Inc. 2000.3 ALLEN, Gary, escritor, filósofo e intelectual conservador.4 DYE, Thomas R. e ZEIGLER, L. Harmon, in "The Irony of Democracy ."
Armindo Augusto de Abreu

Os números atuais são ainda mais drásticos: Segundo o U.S. Census Bureau (equivalente ao nosso IBGE.N.A.), entre 1992 e 1994 a riqueza dos 5% mais abastados cresceu 14%, quase o dobro do que ganharam todos os demais americanos nos últimos vinte e cinco anos! ! ! Segundo conceituados analistas, a alarmante concentração da renda no país mais rico do mundo não seria, apenas, mera decorrência da aplicação de políticas econômicas equivocadas, mas, na verdade, uma estratégia consciente, visando a acumular a riqueza em poucas mãos. Para que a economia estadunidense se mantenha em pleno funcionamento, é necessário que ela demande recursos planetários em proporções muito superiores ao que seria lícito corresponder à sua quota-parte populacional ou geográfica. A concentração das riquezas mundiais em poucas mãos, numa economia cada vez mais globalizada, fora do alcance do estado, entregue "ao mercado", na verdade estaria facilitando a manipulação dos ativos físicos e dos fluxos de produção e consumo, em favor de quem possui o dinheiro. E o dinheiro do mundo, como aos poucos vai sendo revelado, vem dos doze bancos centrais privados que integram o Federal Reserve System. Este poderoso cartel, que governa a economia americana e controla ou influencia a do restante do planeta, emite e regula a moeda, determinando o volume e a intensidade com que cada dólar vai adquirir ou fazer sangrar, via taxa de juros, a prosperidade ou a pobreza universais.

Tão formidável mecanismo de acumulação, ao mesmo tempo genial e egocêntrico, faz da máquina econômica, gerencial e militar dos Estados Unidos o único poder inconteste do globo e o detentor da maioria das riquezas terrenas. Em conseqüência, é justo perguntar: -Quem controla os Estados Unidos e, a partir deles, a riqueza mundial?
Todos, sem exceção, acreditam ou pelo menos já se dispuseram a falar ou ouvir dizer, sem rodeios, que algumas poucas pessoas, efetivamente, detém a maior parte das riquezas transacionáveis, das reservas minerais, dos ativos financeiros. Que elas manipulam estoques, controlam preços, administram fartura ou escassez, repelem os chamados "custos sociais" e evitam pagar impostos. "Elas, também dominam o mais avançado conhecimento científico e tecnológico, constroem monopólios de energia, comunicações, armamentos, remédios.
Exercem total influência sobre as mídias, as maiores universidades, os partidos políticos e os governos, através do poder que acumulam ao controlar tanto corporações multinacionais quanto organizações privadas, como o "Council on Foreign Relations"(CFR), a "Comissão Trilateral", o "Royal Institute of International Affairs"(Grupo Chatam House), 5 os "Bilderberger", a "Sociedade Liberal de Mont-Pélérin", o "Diálogo Interamericano," o "Federal Reserve System"... "Elas", também pertencem a sociedades secretas como a dos "Illuminati"(Iluminados), os "Skull and Bones,"6 e aos círculos mais restritos da Livre Maçonaria.

Mas, finalmente, quem são "Elas"??? "Trezentos homens, todos se conhecendo, dirigem os destinos econômicos da Europa e escolhem os sucessores entre si," garantia, em 1909, Walter Rathenau, o principal executivo da General Electric na Alemanha. Essa afirmativa histórica, com certeza, serviu de ponto de partida para obra recente, rapidamente esgotada, afirmar que um "Comitê de 300" controla um "governo paralelo, de alto nível, secreto, que dirige a Grã-Bretanha e os Estados Unidos".7 Felix Frankfurter, antigo juiz da Corte Suprema, advertiu seus pares de que "os reais governantes, em Washington, são invisíveis e exercem o poder por trás dos bastidores". Em carta datada de 23/11/1933, o recém eleito presidente Franklin Roosevelt, também tido como um "Iluminado", escrevia ao braço direito de Woodrow Wilson, Cel. Edward House, personalidade chave na criação da Liga das Nações, do Council on Foreign Relations(CFR) e do Federal Reserve(FED): "a pura verdade nesta matéria é, como você e eu sabemos, que o poder financeiro nos grandes centros tem tido a posse do governo desde os tempos de Andrew Jackson8. Registre-se que durante o governo de 5
MARRS, Jim in "rule by SECRECY".
6 "Caveira e Ossos", como o símbolo das antigas bandeiras dos piratas. Fraternidade Secreta que recruta seus membros mais jovens entre
alunos e ex-alunos da Universidade de Yale. N.A.
7 COLEMAN, John in "Conspirators Hierarchy : The Story of The Committee of 300", Carson City , America West Pub.1992.
8 Trata-se do sétimo presidente americano, que governou o país de 1829 a 1837. Está retratado nas notas de vinte dólares. N.A.
Armindo Augusto de Abreu

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Roosevelt, pela primeira vez na história, foi posta em circulação uma nota de dólar contendo impressa em seu verso a pirâmide e o olho maçônicos9. Ratificando esta convicção familiar, o filho do presidente Roosevelt, Elliot, escreveu após a morte do pai: "Há em nosso mundo cerca de doze organizações que modelam as direções de nossos destinos, de forma tão rígida quanto os governos regularmente constituídos". Em 1922, o então prefeito de Nova York, John F.Hylan declarava que "a ameaça real à nossa República é o governo invisível que, como um polvo gigantesco, estende seus tentáculos afiados sobre a nossa cidade, nosso estado, nossa nação... Na cabeça desse polvo estão os interesses da Rockfeller-Standard Oil e os de uns poucos e poderosos bancos, geralmente referidos como banqueiros internacionais que, virtualmente, governam os Estados Unidos para satisfação de seus propósitos egoístas". Joseph P. Kennedy, patriarca da notável família, ex-embaixador dos Estados Unidos na Inglaterra, certa feita causou perplexidade pública ao afirmar que "cinqüenta homens governam a América e este é um número alto". Respondendo à pergunta "quem governa este país"?, em palestras formuladas para estudantes secundários, os escritores e autores do popular "Peoples Almanac", Irving Wallace e David Wallechinsky, listaram: o presidente, as duas casas legislativas e os nove membros da Suprema Corte. Mencionaram, também, os governos estaduais e municipais, ressalvando, entretanto, que muitas de suas leis podem ser invalidadas pelo governo federal, o que os remete a um círculo de menor poder e influência. Entretanto, na mesma publicação, esses autores responderam, de outra forma, à pergunta: "Mas quem governa REALMENTE os Estados Unidos??? -"Há muitas forças trabalhando na sociedade dos Estados Unidos, mas a mais poderosa é a resultante da ação dos grandes bancos, das corporações e das companhias de seguros, com o respaldo de líderes militares". Ou seja, a resposta é, em essência, a mesma que ficou consagrada na indelével expressão cunhada pelo ex-presidente Dwight Eisenhower: o "complexo militar-industrial"... Confrontado com a questão –"Quem, realmente, governa o planeta, pela "Revue Internationale et Stratégique", o atual ministro do Exterior da França, Hubert Védrine, colocou à frente do presidente dos Estados Unidos os presidentes de certas corporações, financistas, agências de classificação de riscos, jornalistas, cineastas, pesquisadores, lobbies e, até mesmo, os fundos de pensão americanos. Mas, antes de se tentar identificar essas pessoas, é imprescindível investigar como seria feita, na prática, a integração dos seus esforços em torno de objetivos comuns. A única solução plausível para esta questão, dentre as muitas possibilidades pesquisadas pelos especialistas, seria a existência de uma teia invisível de solidariedade, apoios e dedicações, concedidas ou adquiridas a qualquer preço. E essa rede, tecida com fios da mais estrita lealdade, à sombra do anonimato e da dissimulação, seria obra de "Sociedades Secretas", algumas antiqüíssimas, outras contemporâneas, e de seus membros, investidos de enorme influência, comandando poderosas instituições ou no exercício de funções chaves. Elas não só existem, como desempenharam e continuam desempenhando importantíssimo papel nos principais eventos domésticos ou internacionais, do passado e do presente. Por isso, é interessante que se aprecie, no panorama recente, fatos envolvendo o mais elevado círculo do poder nos Estados Unidos: os presidentes americanos, seus principais assessores e os grandes empresários, com essas misteriosas sociedades. Diz-se, de forma bemhumorada, que as melhores imagens trazidas à mente das pessoas quando se menciona o nome de Bill Clinton, é o de um político sorridente e jovial, saxofonista episódico, com um especialíssimo interesse pelas moças muito bonitas e, às vezes também, por outras nem tanto. O que as pessoas geralmente desconhecem é que Clinton está ligado a três das mais importantes sociedades secretas contemporâneas: o Council on Foreign Relations (CFR), a Comissão Trilateral e o Grupo Bilderberger. Essas organizações, como seria natural esperar-se, são muito restritas como fontes de informações.
A Trilateral costuma publicar os nomes de seus membros e certos documentos contendo diretrizes de atuação, mas sua agenda interna permanece confidencial. O CFR também publica o rol dos associados, porém exige deles segredo total quanto aos objetivos e às operações. Já os Bilderberger mantêm sua agenda e seu corpo de associados em sigilo total. Membros destacados da administração Clinton pertenceram aos quadros do CFR. Compreenderam, entre muitos outros, além do próprio presidente, o vice presidente Al Gore, o Secretário de Defesa William Cohen, Warren Christopher, James Woolsey, Lloyd Bentsey, Laura Tyson e o Gen. Colin Powell. Do mesmo governo Clinton, pertencem à Comissão Trilateral, William Cohen, Alan Greenspan e Donna Shalala, entre outros menos conhecidos no Brasil. Em 1991, quando governador de Arkansas, Bill Clinton foi convidado a se filiar aos Bilderberger. No ano seguinte, foi eleito presidente dos Estados Unidos. Ele nunca mencionou, em público, seus encontros com os Bilderberger, mas, segundo o tablóide "The Spotlight", de Washington, que perseguiu reuniões do grupo durante anos, Hillary passou a freqüentá-las em 1997, sendo a primeira mulher de um presidente americano a fazê-lo. A partir daí, começaram rumores a respeito de uma provável, e importante, futura carreira política para ela. Mas, que ligações possuía Clinton antes de se tornar governador de estado e presidente da república?
Ao morrer, John Davison Rockefeller Jr., herdeiro do magnata da indústria petrolífera, deixara uma imensa fortuna, influência política, diversas instituições de poder, prestígio e cinco filhos homens para administrá-los: John III, Nelson, Laurance, Winthrop e David. A única filha, Abby, morrera de câncer. Winthrop tinha sido aluno de Yale, uma das universidades financiadas pelo fundo Irmãos Rockefeller, presidido por John III, e que abriga a enigmática sociedade "Skull & Bones" 10, famosa por recrutar membros para futuro exercício de cargos elevados de poder. Não obstante, Winthrop era considerado a "rês tresmalhada" da família. Após abandonar essa faculdade, em 1934, trabalhou como peão em poços de petróleo, no Texas. Na II Grande Guerra lutou no Pacífico, como soldado de

infantaria, regressando a casa, ao seu final, com três importantes condecorações. Dali em

diante, dedicou-se a uma vida desregrada de "playboy", entregando-se à bebida, às mulheres e

ao "café society". Em 1953, cansado daquela rotina, mudou-se para o estado de Arkansas,

onde, em 1956, recebeu o título de "Homem do Ano de Arkansas". Em 1967, desfrutando de

grande prestígio, elegeu-se governador. No exercício da função, conheceu um jovem

promissor, de temperamento semelhante ao seu, rebelde e boêmio, chamado Bill Clinton.

Começava, aí, com a simpatia e a proteção dos Rockefeller, sua rápida ascensão ao poder... No

outono de 1998, quando ameaçado de impeachment, Clinton correu a Nova York para pedir

proteção aos seus colegas do CFR. "Bill Clinton sabe muito bem que é presidente porque os

membros da sociedade secreta a que pertence o escolheram e esperam que ele realize seus

planos".11

O ex -presidente George Bush foi membro do CFR, da Comissão Trilateral e
destacado irmão da "Skull and Bones". Seu filho, o atual presidente, também estudou em Yale
e em Harvard, sendo membro da mesma sociedade. Jimmy Carter, antigo assessor de Zbigniew
Brzezinski no CFR e por ele recrutado, teve em seu governo uma plêiade de membros daquela
organização, inclusive de seu antigo chefe, que lhe serviu como assessor para assuntos de
Segurança Nacional. Apesar de democrata, seu secretariado (ministério) abrigou, também,
trilateralistas do partido republicano, como Henry Kissinger (Estado, membro do CFR e
protegido dos Rockefeller), William Coleman (Transportes), Carla Hills (Habitação), Peter
Peterson (Comércio; posteriormente veio a ser presidente do CFR) e Casper Wainberger
(Saúde, Educação e Trabalho)12. Também assinaram ponto no governo Carter, o ex-diretor da

CIA e futuro presidente George Bush, e William Cohen, secretário da Defesa de Clinton e

membro do CFR. Gerald Ford, o vice-presidente de Richard Nixon, era membro ativo da

Maçonaria, do CFR e dos Bilderberger. Quando Nixon renunciou, Ford assumiu a presidência e

"escolheu" como novo vice-presidente dos Estados Unidos Nelson Rockefeller, patrono do

CFR, membro da Trilateral, dos Bilderberger, etc, pois o Sistema não deve correr riscos...Aliás,

10 Recomenda-se assistir ao filme "A SOCIEDADE SECRETA" (The Skull), de 2001, já exibido no Brasil, que retrata magistralmente os

bastidores dessa sociedade. N.A.

11 McManus, John, editor, in "rule by SECRECY", HarperCollins Pub. New York. 2000.

12 U.S.News & World Report, 1978.

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cabe lembrar que Gerald Ford, antes disso, fora membro da famosa Comissão Warren, que
investigou o atentado contra John Kennedy, concluindo que a morte do ex-presidente fora obra
de um louco homicida e não de uma conspiração, como até hoje se discute. O governo de
Ronald Reagan não foi diferente. O ex-ator e antigo porta-voz da General Electric, embora não
fosse apontado como membro dessas três instituições ou, até mesmo, simpático a elas, após
uma série de acontecimentos políticos estranhíssimos13, indicou George Bush à vicepresidência
e, depois de eleito, nomeou vários de seus integrantes para cargos de primeiro
escalão, sendo vinte e oito membros do CFR, dez dos Bilderberger e, pelo menos, dez
trilateralistas. Esse grupo compreendia o secretário de estado Alexander Haig, o secretário da
defesa Casper Wainberger, o secretário do tesouro Donald Regan, todos do CFR, e Alan
Greenspan, o todo poderoso presidente do Federal Reserve, membro do CFR, Bilderberger e
Trilateral! ! !


"AS MODERNAS SOCIEDADES SECRETAS E SUAS AGENDAS
DE DOMINAÇÃO GLOBAL".


..."É muito difícil reeducar pessoas criadas sob a idéia do nacionalismo e levá-las
a abandonar parte dele em favor de um governo supranacional".
PRÍNCIPE BERNHARD, da Holanda, quando presidente do Comitê Bilderberger

Registros históricos evidenciam que, a partir do século XVIII, o mais poderoso
grupo de interesses do planeta decidira ampliar e fixar seus negócios, definitivamente, no
Novo Mundo. Essa decisão estratégica resultaria no surgimento de uma coligação oligárquica
européia/americana, pacientemente construída a partir do processo da independência dos
Estados Unidos.
Ela consolidava, também, um fantástico sincretismo de capitais,
milenarmente constituídos em todo o mundo e concentrados na Europa, com a riqueza recente
do Novo Mundo, acumulada com as descoberta das novas colônias ultramarinas, e agora
perceptível diante do poder emergente da América. Esses grupos tinham por sede, desde o
século XVII, a Grã-Bretanha e representavam interesses de natureza essencialmente
econômico-financeira, ligados à rede bancária, ao comércio e à indústria. Seus integrantes
proviriam de diversas nacionalidades, etnias, credos políticos, filosóficos e religiosos.
Nenhuma dessas características, ao que se conhece, prevaleceu necessariamente nesse arranjo
de poder, que se revela supranacional, apátrida, sem preferências religiosas, de caráter
absolutamente materialista. Sendo sua única motivação ostensiva, portanto, a mais ilimitada
ambição, o objetivo da coligação conspiratória seria alcançar a máxima concentração de
poderes políticos e econômicos, o pleno controle da riqueza física ou virtual, o domínio da
ciência e dos processos de alta tecnologia, tudo pela via pacífica do convencimento e do
mercado, sem contestações ideológicas e resistências armadas, civis ou militares.

Sutilmente caracterizado como uma "Nova Ordem Mundial", sempre apresentado como evolução natural,modernidade, em diversas épocas da história, o conjunto organizado, sincronizado, de ações dessa elite almejaria, em última instância, a reorganização consentida da humanidade. No
plano político, resultaria em governo mundial único, instituído em torno de princípios
comuns. Os mais relevantes desses postulados seriam: a supressão de todas as forças armadas,
substituídas por um contingente policial supranacional com a bandeira da ONU ou da OTAN,
capaz de impor a paz e a ordem em qualquer parte do globo, com o respaldo de uma corte de
justiça universal; a instituição de moeda única, física e eletrônica, emitida e controlada por um
13 N.A. Para maiores detalhes recomendo a leitura do assunto em "rule by SECRECY", de Jim Marrs, pág. 29/30.

Armindo Augusto de Abreu

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ou mais bancos centrais privados e independentes de qualquer governo nacional; o
afastamento da civilização ocidental dos seus antigos valores morais, éticos e religiosos, de
tradição judaico-cristã, submetendo-a, tão somente, ao domínio de uma "nova ética"
materialista, com base exclusiva na razão, no conhecimento científico e no direito positivo; o
fim dos estados nacionais, com a abolição de fronteiras fixas e do conceito de soberania.


Como visto, para que um processo de tamanha ambição e alcance pudesse prosperar na
prática, seria necessária a existência de uma poderosa e atuante rede de instituições e
lealdades, mantidas sob pesado véu de discrição e sigilo. Essa antiga urdidura, que esteve
presente e influenciou fatos primordiais da história, como as revoluções americana, francesa e russa, e erodiu o poder das monarquias cristãs formadas a partir da Idade Média, começou a ser tecida, em sua fase mais contemporânea, no governo do Pres. Woodrow Wilson, com a criação de três instituições chaves, que asseguraram a perfeita consolidação do sistema secreto de poder: A "Liga das Nações", o "Federal Reserve System", e o "Council on Foreign Relations" (CFR). "Este último, influencia o governo dos Estados Unidos, fornecendo-lhe quadros de estrita confiança e sugerindo os passos de sua política externa e as de seus aliados.
Segundo respeitáveis opiniões,.."o CFR é o verdadeiro governo dos Estados Unidos..."14 mantendo laços estreitos com organizações semelhantes e associadas, nos principais países, inclusive no Brasil. Registros históricos evidenciam que o marco de criação da..." mãe de todas as organizações secretas contemporâneas...", o CFR, foi o final da I Grande Guerra.
Contados os mortos, pensadas as feridas dos sobreviventes e avaliados os prejuízos, líderes
mundiais se reuniram na Conferência de Paris, em 1919, para deliberar sobre o traumático
pós-guerra. A intenção declarada seria deflagrar providências e criar mecanismos no sentido
de eliminar e impedir futuras divergências entre os países.
Um governo global unificado seria a solução alvitrada. A delegação americana compreendia, entre outros, o presidente Woodrow Wilson, seu assessor e braço direito, Cel. Edward Mandell House, os banqueiros Paul Warburg e Bernard Baruch, financiadores de sua campanha, e uma dúzia de líderes proeminentes, pertencentes a um grupo que se auto intitulava "The Inquiry"(os inquiridores).
Essa estranha fraternidade, de filosofia globalista, defendia um acordo de paz que garantisse a
remoção de todas as barreiras econômicas, igualdade nas condições de comércio e a criação
de uma "associação geral de nações". Desse pleito, nasceria o projeto de criação da "Liga das
Nações", por Wilson, em projeto elaborado e defendido pelo Cel. House. Curiosamente,
fundamentos de uma outra plataforma, implementada por Wilson, apareciam num livro de
ficção escrito, pouco antes, por Edward House, denominado "Philip Dru: Administrator -A
Story of Tomorrow". Nesse livro, o socialista marxista House descrevia uma conspiração (sic)
ocorrida nos Estados Unidos, visando à criação de um banco central privado, um imposto de
renda gradual e o controle dos partidos republicano e democrata. Um par de anos após a
publicação do livro, pelo menos dois desses objetivos, senão os três, tinham sido
conquistados. No dia 30 de maio de 1919, House reuniu-se com os membros americanos e
britânicos à Conferência de Paz, em Paris, no Hotel Majestic, quando resolveram formar um
Instituto de Assuntos Internacionais, visando preparar a opinião pública para a aceitação de
um "governo mundial único", ou a "globalização", tendo uma sede nos Estados Unidos e
outra na Inglaterra. A sede americana foi incorporada em 21 de julho de 1921, com o nome de Council on Foreign Relations (CFR). A sede britânica tornou-se o "Royal Institute of
International Affairs". O CFR nasceu sob o signo do mais absoluto sigilo. No artigo II de seus estatutos, reza que "qualquer membro que venha a revelar detalhes de suas reuniões, contrariando as regras estabelecidas pelo CFR, será passível de expulsão". Essa aura de sigilo tem sido mantida e respeitada pela grande mídia americana. Em 1971, o jornalista J. Antony Lucas escrevia que... "analistas da imprensa soviética afirmam ser o CFR mais noticiado no
.14 ROBERTSON, Pat, in "The New World Order".

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Pravda e no Izveztia do que no New York Times." De forma coerente com os planos de
instruir e governar todas as fases da política externa americana, foram membros do Council
on Foreign Relations QUASE TODOS os diretores da CIA desde Allen Dulles, TODOS os
Secretários de Estado, menos um 15, desde 1940 e TODOS os Secretários da Guerra/Defesa,
sem exceção. Esta assertiva abrange o governo George W. Bush, em curso. A face do CFR
começou a ser revelada, para o público americano, a partir dos anos 70, com o surgimento das
novas tecnologias de comunicação. Num esforço aparentemente destinado a desviar essas
atenções, David Rockefeller, então seu presidente, envidou esforços para criar uma
organização mais visível, que pudesse servir de "biombo" para as atividades do Conselho: a
Comissão Trilateral. A idéia de criar a Trilateral lhe fora ofertada por Zibigniew Brzezinski,
chefe do Departamento de Estudos sobre a Rússia, da Universidade de Columbia (New York),
e autor de inúmeros documentos e livros que tinham servido de linhas mestras para o
estabelecimento de diretrizes de políticas e estratégias pelo CFR. Ele pesquisara,
anteriormente, uma forma de "cooperação mais próxima" entre as nações da Europa, da
América do Norte e da Ásia, assim defendida: "Uma nova e mais ampla aproximação é
necessária: a criação de uma comunidade de nações desenvolvidas que possa, efetivamente, se
dedicar às maiores preocupações relativas à humanidade... Uma Comissão representando os
Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão, com reuniões periódicas de seus chefes de
estado, bem como uma pequena infra-estrutura de apoio, seria um bom começo".16
Eletambém vislumbrava uma sociedade "... que fosse moldada cultural, psicológica, social e
economicamente pelo impacto da tecnologia e da eletrônica, particularmente na área dos
computadores e das comunicações..." Os pensamentos de Brzezinski começaram a suscitar
suspeitas entre todos aqueles que já se opunham à consolidação de um poder político e
econômico unificado, ao declarar: "... a soberania nacional não é mais um conceito viável..." e
prever que "... as nações desenvolvidas mover-se-iam na formação de uma comunidade mais
ampla... através de uma série de laços indiretos e de limitações, já iniciadas, nas suas
soberanias nacionais,... e com um sistema de coleta global de impostos". Explicando que um
organismo de cooperação, como a Trilateral, deveria preparar o palco para a conformação
desse cenário, entendia que "... o objetivo inicial de formar uma grande comunidade de
nações, embora menos ambicioso do que formar um governo mundial, seria mais factível".

Em sua concepção geopolítica, Brzezinski não pretendia deixar de fora dessa sociedade global
nem mesmo as nações submetidas ao marxismo, que ele considerava... "um estágio posterior
de maturidade da visão universal do homem, vital e criativo," e "uma vitória do homem
exterior sobre o homem interior, passivo, uma vitória da razão sobre a fé." A Comissão
Trilateral de Brzezinski foi fundada, oficialmente, em 1 de julho de 1973, tendo David
Rockefeller como presidente, mas os planos de sua criação e funcionamento foram
apresentados, em primeiríssima mão, aos membros do ultra-secreto grupo dos Bilderberger,
em abril de 1972, na pequenina cidade belga de Knokke-Heist. Ali, a reação ao projeto foi
entusiástica. A grande preocupação do fechado grupo, nesse dia, era quanto às vigorosas,
porém esperadas, reações da comunidade internacional, especialmente da Europa e do Japão,
à devastadora desvalorização do dólar, representada pelo rompimento do pacto de Bretton
Woods, por Nixon, desvinculando a moeda americana do padrão-ouro. Mas, havia, ainda,
outras razões de inquietação entre os presentes àquela fechadíssima reunião: eram as novas
sobretaxas aplicáveis às importações americanas, visando à redução do seu déficit externo; a
política de "détente" iniciada com a China, de olhos no seu potencial de comércio; e o
gradativo, porém brutal, aumento de preços do petróleo. Os países produtores tinham reagido,
de pronto, à astronômica depreciação do dólar, que elevara o preço do ouro às nuvens (passou
15 N.A. A exceção a esta regra foi o ex-Gov.James Byrnes, da Carolina do Sul. A lista completa desses secretários pode ser encontrada em Robertson, Pat, in "The New World Order," pág 98.
16 In "Foreign Affairs" (órgão de divulgação oficial do CFR), 1970.
Armindo Augusto de Abreu

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de US$ 800,00/onça), reajustando, também eles, sua valiosa e finita matéria-prima, conhecida
no jargão do mercado como "ouro negro". Afinal, os petrodólares não poderiam mais ser
convertidos no metal amarelo, ao preço de US$ 35,00 a onça, conforme estipulara o acordo de
Bretton Woods, desde o pós-guerra. Para os países produtores, vender petróleo, dali em
diante, em troca de uma moeda agora inconversível e desvalorizada, representaria, como num
passe de mágica, transformar sua poupança monetária (os petrodólares) em areia e reduzir,
pesadamente, o valor econômico de suas reservas de óleo, dos contratos de fornecimento de
longo prazo, de sua receita bruta e dos estoques formados. Essa foi, na verdade, a causa real
dos chamados "choques do petróleo" que se seguiram, em 1973 e 1979. Não obstante, esse
gravíssimo fato foi transmitido ao grande público, pela "mass media" , como atitude
"gananciosa e monopolista" do cartel de países produtores, decididos a "levar à bancarrota" a
economia ocidental...

Todas essas questões, que estavam amargurando os aliados dos americanos, causavam deterioração nas relações externas dos Estados Unidos, especialmente com o Japão. Ele era o principal prejudicado, face à sua total dependência de combustíveis fósseis e das exportações maciças de produtos de alta tecnologia para os Estados Unidos.
A reunião entre os Bilderberger, entretanto, tinha lhes dado mostras de que houvera certa
precipitação em se deflagrar, quase simultaneamente, medidas tão duras e explícitas visando a
resultados financeiros convergentes, concentradores. Era imprescindível, portanto, abrandálas
e, por isso, a proposta de Brzezinski, sugerindo um estágio intermediário, tripartícipe, na
unificação desse poder, com especial destaque para o Japão, na liderança do que viria a ser
um futuro bloco asiático, foi aclamada, unanimemente.
A Trilateral estava informalmente criada e liberada para iniciar seus trabalhos, o que ocorreu, apenas três meses depois, numa propriedade particular da família Rockefeller, em Pocantico Hills, Tarritown, estado de New York, nos dias 23 e 24 de julho de 1972. Participaram desse primeiro encontro diversas personalidades, ao que tudo indica selecionadas apenas por Rockefeller e Brzezinski. Somente um ano depois ocorreria a cerimônia oficial. David Rockefeller, então, nomeou Brzezinski fundador e diretor do ramo norte-americano da Comissão, que abrigava, ainda, o governador Jimmy Carter, o congressista John B. Anderson (outro candidato presidencial) e Hedley Donovan (editor-chefe do grupo Time, Inc.). Entre os demais fundadores estavam Reginald Maulding, Lord Eric Roll, Alistair Burnet (editor do Economist), Giovanni Agnelli
(presidente da FIAT), Raymond Barre (França) e um grupo de representantes da elite
japonesa, à frente Sujiro Fujino (Mitsubishi). Segundo a revista "TRIALOGUE", publicação
oficial, espécie de relatório anual da Comissão Trilateral, "ela foi fundada em 1973 por
cidadãos particulares da Europa Ocidental, Japão e América do Norte, para promover uma
cooperação mais próxima, entre as três regiões, a respeito de seus problemas comuns".
Autores mais cépticos, entretanto, interpretam a expressão "cooperação próxima" como um
"conluio entre banqueiros e corporações multinacionais, de olho no governo mundial
único".17 A Comissão mantém, hoje, sedes em New York, Paris e Tóquio, sendo seus

principais financiadores os Fundos Irmãos Rockefeller, German Marshall e Lilly Endowment,

bem como empresas do porte do The Time, Bechtel, Exxon, General Motors, Wells Fargo e

Texas Instruments". "Muitos dos membros da Comissão Trilateral estão hoje em posições de

poder, de onde podem implementar políticas recomendadas pela Comissão; medidas que eles

mesmos prepararam como membros da Trilateral. É por esta razão que ela adquiriu a

reputação de ser o governo oculto do ocidente". 18 "Os tentáculos da Comissão Trilateral
foram tão longe na esfera política e econômica que ela tem sido descrita, por muitos, como
prova cabal de que homens poderosos podem controlar o mundo, através da criação de uma
comunidade supranacional, dominada pelas corporações multinacionais". 19
17 MARRS, Jim, ibidem.
18 ERINGER, Robert, jornalista e pesquisador.
19 STRAND, Laurie K. in "Who is in charge-Six Possible Contenders", for Peoples Almanac#3.
Armindo Augusto de Abreu

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No princípio de 1977, até mesmo o jornal conservador "Washington Post, "sustentáculo do "establishment,"comentava em editorial que...
"há alguma coisa preocupante sobre a Comissão Trilateral. O presidente eleito (Carter) é um membro. O vice-presidente Walter Mondale, também, da mesma forma que os novos Secretários de Estado, Defesa e Tesouro, Cyrus Vance, Harold Brown e Michael Blumental. Brzezinski, um antigo diretor da Trilateral e assessor de segurança nacional de Carter, também é, assim como um grupo de outros que farão a política externa da América nos próximos quatro anos ". Entre esse "grupo de outros", releva destacar
o nome de Paul Volker, indicado para presidir o Federal Reserve. Conhecido na praça como
pessoa "ligada a David Rockefeller", Volker tinha sido presidente do ramo norte-americano
da Trilateral e era membro das organizações secretas CFR e Bilderberger. A despeito de todas
essas credenciais, acabou sendo apeado, durante o governo Reagan, do cargo de presidente do
FED, substituído pelo atual, Alan Greespan, coincidentemente, como visto, membro da
Comissão Trilateral, do CFR e dos Bilderberger... 20
A despeito de declarações públicas, nas

quais nega ser uma entidade secreta, a Comissão Trilateral não pode deixar de ser incluída

nesse rol, uma vez que suas reuniões são sempre fechadas, com acesso negado ao público. "A

mais nova cabala internacional de David Rockefeller21 (a Trilateral)... planeja ser o veículo

para a consolidação multinacional dos interesses comerciais e bancários, pela tomada do

controle político dos Estados Unidos". 22 "Ela consiste num grupo, cujo objetivo é acelerar a
era do Governo Mundial e promover uma economia global controlada, atrás dos bastidores,
pela Irmandade Secreta (os Iluminados)."23 Há quem garanta que esses Iluminados,
invariavelmente abrigados na penumbra, costumam se materializar nas reuniões dos
Bilderberger. Esta revelação nos remete a uma outra questão crucial: -quem são os
Bilderberger? ? ? O modo mais prosaico de se defini-los é como um grupo de poderosos,
homens e mulheres, muitos pertencentes à realeza européia, que se encontram secretamente,
todos os anos, para discutir assuntos de seu interesse. Pesquisadores afirmam que eles
conspiram para "fabricar" e "administrar" acontecimentos de âmbito mundial. Apesar da
presença de figuras exponenciais da mídia em suas reuniões, nada, ou quase nada, transpira ou
é noticiado. Eles, também, costumam ser filiados às demais sociedades secretas. O grupo,
pelas características de sigilo absoluto, não possui sequer um nome oficial. A designação atual
foi outorgada por pesquisadores, quando vazou para o público, pela primeira vez na história, a
notícia de uma reunião feita, em 1954, no Hotel Bilderberger, em Oosterbeek, Holanda. Após
uma série de encontros informais, realizados na Europa, entre membros da realeza e
importantes nomes de suas mais altas elites, foi decidida, em 1950, a criação desse comitê
altamente secreto. A sessão inaugural teve a presença de vários ministros das relações
exteriores europeus, o príncipe Bernhard da Holanda e o socialista polonês Joseph Retinger,
fundador do movimento europeu após a II Guerra Mundial. Já o primeiro encontro do grupo
em solo americano foi feito em 1957, na ilha de Saint Simons, próximo à paradisíaca ilha de
Jekill (em frente ao estado da Georgia), onde, em 1910, outros conspiradores se reuniram para
planejar a criação do FED. Nas suas reuniões tem sido registrada, quase sempre, a presença de
membros das famílias reais britânica, sueca, holandesa e espanhola. O príncipe Bernhard foi o
"chairman" do grupo até 1976, quando renunciou devido às denúncias de que recebera uma
grande importância da Lockheed, para promover vendas de aviões. A partir de 1991, a
presidência tem sido ocupada por Lord Carrington, ex-ministro, ex-Secretário Geral da OTAN
e presidente do Royal Institute of International Affairs, organização gêmea do CFR. Outros
membros, não menos ilustres, foram ou são Brzezinski, Dean Rusky, Robert McNamara, Gen.
20 MARRS, Jim in "rule by SECRECY"
21 N.A. A família Rockefeller é cristã, do ramo batista. Por isso, a palavra cabala, de origem hebraica, empregada em relação a David Rockefeller, na frase original de Goldwater traduzida do inglês, não possui qualquer conotação de etnia, crença ou religião, significando,apenas, no texto transcrito, uma trama secreta, conspiração."
22 GOLDWATER, Barry in "With no apologies", 1979.
23 MARRS, Texe, presidente da editora Living Truth, Austin, Texas.
Armindo Augusto de Abreu

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Lyman Leminitzer, todos também do CFR, e Henry Ford II, Giscard d´Estaing, George
Pompidou, Helmut Schmit, Margaret Thatcher e o barão francês Edmond de Rothschild.
Segundo o autor e analista de inteligência, Dr. John Coleman, "... A Conferência de
Bilderberger é uma criação do M16 (o serviço secreto britânico), sob a direção do Royal
Institute of International Affairs..." Mas, e do Royal Institute (RII), o que dizem as más
línguas? ? ? ..."Da mesma forma que o CFR, o RII foi criado sob auspícios do Cel House,
braço direito de Woodrow Wilson, do seu grupo de internacionalistas conhecido como "The
Inquiry" (os Inquiridores) e dos banqueiros Warburg e Baruch. O RII, entretanto, foi montado
a partir de uma outra sociedade secreta já existente, o Round Table Groups (Grupos da Távola
Redonda) estabelecida em 1910 pelo legado de Cecil Rhodes, o magnata inglês dos
diamantes."24 "O Royal Institute foi criado em 1919 para perpetuar o poder britânico no

mundo e ajudou a criar o Council on Foreign Relations como parte de um esforço para unir as

elites inglesas e seus interesses de política externa, com os dos Estados Unidos."25O RII fica

na conhecida Chatam House (Mansão Chatam), situada em Londres, na praça de Saint James,

em frente à residência da multimilionária família Astor.26 Costuma-se dizer, mundo afora,
talvez sem muita atenção para a conexão implícita, que a política externa inglesa é emanada
da Chatam House... Além de sua atuação direta na área de política externa, o RII atua na
esfera da preparação de quadros para o futuro, especialmente na concessão de bolsas
universitárias a pessoas de alto potencial, segundo critérios próprios. "As bolsas Rhodes
(Clinton foi bolsista)... são conhecidas de todos. O que não é tão abertamente divulgado é o
fato de que Rhodes, em cinco testamentos, deixou sua fortuna para formar uma sociedade
secreta que deveria dedicar-se à preservação e à expansão do império britânico.
E, o que parece ser também desconhecido de todos, é que essa sociedade secreta continua a existir até os dias de hoje". 27 Como se depreende, a inegável conexão entre alguns dos mais importantes líderes americanos e essas organizações já não podem mais ser ignoradas. Muito embora o conceito de se criar uma comunidade global de nações venha de muitos séculos passados, foi com o surgimento dessas modernas so ciedades secretas que ele adquiriu a dimensão e a materialização contemporâneas. Apesar da importante presença da família Rockefeller no
CFR e também na coordenação das demais organizações secretas mencionadas, é preciso ficar
claro que outras importantes forças políticas e financeiras, apesar de poderosíssimas, existem
e se mantém ao abrigo da luz, nesse contexto. É chegado o momento de se lhes lançar algum
ar fresco. O grande patriarca da família Rockefeller foi John Davison, considerado como o
milionário mais conhecido da história americana até os dias de hoje, muito embora tenha
morrido em 1937. Nenhuma outra família teve mais notoriedade do que ela, não só pela
imensa fortuna acumulada, como pelos laços poderosos que a ligava às elites européias,
especialmente as inglesas. Esses laços, ao que parece, não eram somente de amizade. O pai de
John D., William, era conhecido como "Big Bill" e viveu da venda de frascos de uma poção,
supostamente destinada à cura do câncer, num carroção que ele mesmo guiava em suas
andanças pelo país, ao melhor estilo dos filmes de faroeste. No começo da guerra civil
americana, John D. era um jovem corretor de commodities agrícolas em Cleveland, no estado
de Ohio. Nessa atividade, percebeu que o futuro estaria, não na agricultura, mas no petróleo.
Em 1863, ele e alguns sócios construíram uma refinaria. Em 1870, já havia criado a Standard
Oil Company of Ohio. O dinheiro para toda essa empreitada, garantindo-lhe a formação do
monopólio de refino, veio do National City Bank of Cleveland, cidade onde John D. residia.
24 MARRS, Jim, ibidem.
25 GIBSON, Donald. Escritor.
26 O patriarca da família, Jacob Astor, morreu no naufrágio do Titanic. Aliás, faleceram também nessa tragédia outros potentados, associados ao grande círculo secreto de poder, que celebravam, nessa viagem, seu sucesso e as conquistas políticas, financeiras e tecnológicas até ali alcançadas. Desafortunadamente, a celebração terminou em desgraça, razão pela qual, mesmo sem revelação explícita ao público, esse
naufrágio pertence ao rol das fatalidades inesquecíveis pelos poderosos. N.A.
27 QUIGLEY, Caroll. Historiador e professor de história na Escola de Relações Exteriores da Universidade de Georgetown, mentor
acadêmico de Bill Clinton.
Armindo Augusto de Abreu

12

Isso seria absolutamente normal, não fora um pequeno detalhe: o National City Bank de
Cleveland pertencia à família européia dos barões Rothschild, a mais rica e poderosa em todo
o planeta... Rockefeller não gostava de competidores. Seu objetivo era absorver todo o
mercado, formando um monopólio privado. Sob o lema "a competição é um pecado", John D.
investia contra os adversários, comprando ou absorvendo seus negócios. Quando não
conseguia fazê-lo, reduzia seus preços até que o competidor quebrasse. Em 1902, essa tática
começou a lhe trazer problemas. Ida Tarbell, filha de um produtor de óleo da Pensilvânia,
arruinado por John D., escreveu uma série de artigos sob o título: "A História da Standard Oil
Company", publicados na revista "McClures". Um crítico da época registrou que o trabalho
de Ida Tarbell "significava o corajoso desmascaramento de uma moral criminosa, disfarçada
sob o manto da respeitabilidade e do cristianismo." 28 O monopólio de Rockefeller começou a

ser combatido por uma América sinceramente religiosa, defensora da moral nos negócios e

profundamente indignada. Em 1906, a companhia foi condenada por violação da lei antitruste.

A sentença da Suprema Corte, prolatada em 15 de maio de 1911, era vazada nos seguintes

termos: "Sete homens e uma máquina corporativa conspiraram (sic) contra seus concidadãos.

Em nome da segurança da República, essa perigosa conspiração (sic) deve ser encerrada até o

próximo dia 15 de novembro. A Standard Oil de Ohio foi, então, dividida em diversas novas

corporações, das quais oito, de início, mantiveram a expressão "Standard Oil" em seus novos

nomes. Mais tarde, para dar ao público a impressão de que o desmembramento da empresa

original fora mesmo efetivo, essas empresas foram assim reagrupadas e renomeadas: Mobil

Oil (fusão da Standard de New York com a Vacum Oil); Amoco Corp. (fusão das Standard de

Indiana, Nebraska e Kansas); Chevron Corp. (Standard Oil da California e de Kentucky);

Exxon (Standard de New Jersey); Atlantic Richfield; Buck-eye Pipe Line; Pennzoil e Union

Tank Car Co. Curiosamente, o fracionamento da empresa de Rockefeller só fez-lhe aumentar

a fortuna. Ele foi o primeiro bilionário da história da América. Ao morrer, John Davison e seu

único filho John Jr., tinham construído não só um império do petróleo, como instituições do

porte do Banco Chase Manhattan, da Fundação que lhes leva o nome, da Universidade de

Chicago, da Lincoln School, da Universidade Rockefeller, em New York, e do Instituto

Rockefeller de Pesquisas Médicas. Dizem os especialistas que, se algum dia, alguém rivalizou

em riqueza e poder com John D. Rockefeller, foi John Pierpont Morgan, um homem, ainda

mais do que ele, ligado às elites britânicas. Sua mãe, Juliet Pierpont Morgan, era filha do

reverendo John Pierpont, um conhecido anglófilo, e neta de um dos fundadores da

Universidade de Yale. Seu pai, Junius Spencer Morgan, financista, mudou-se para a Inglaterra

em 1850 e lá virou sócio de outro americano, George Peabody, um antigo associado da

família Rothschild (ramo inglês). Formaram uma empresa financeira denominada Peabody,

Morgan & Co. Com a retirada do sócio Peabody, em 1864, Junius e o filho John assumiram

integralmente o negócio, mudando-lhe o nome para Morgan & Co. Os Morgan logo se

tornaram íntimos dos Rothschild, até mesmo se hospedando em sua casa. Muitos autores

denunciaram o fato de que os Morgan se tornaram testas de ferro dos Rothschild nos Estados

Unidos. Eustace Mullins, o americano que primeiro revelou, em 1952, as manobras secretas

que resultaram na criação do Federal Reserve pela banca privada, também denunciou que os

interesses do barão britânico Nathan Mayer Rothschild eram defendidos, na América, pelos

Morgan. "Apesar deles manterem um agente registrado nos Estados Unidos... era

extremamente vantajoso possuir um representante americano não identificado com os

Rothschild. Por isso, preferiam operar anonimamente, naquela praça, atrás da fachada de

J.P.Morgan & Co...".

28 MARRS, JIM, in "rule by SECRECY".

Armindo Augusto de Abreu

13

ORA, DIREIS, OUVIR ESTRELAS...

"O Segredo é a Alma do Negócio"

VELHO ADÁGIO PORTUGUÊS

Sabendo, anteriormente, que os fundamentos das ações de conquista e
manutenção do poder são o sigilo e as informações estratégicas ou privilegiadas, compreendesse
porque pesquisar segredos, de forma legal ou clandestina, pode ser considerada atividade
de altíssimo interesse, apesar do risco envolvido. Não é de todo repulsivo que ao Estado,
através das polícias e dos serviços secretos, seja dado bisbilhotar a vida alheia, desde que os
produtos dessa xeretice se destinem, apenas e tão somente, à sua defesa ou à inteira proteção
dos cidadãos. Como, às vezes, a investigação é percebida ainda a meio, sem que se possa, ou
se deseje, instruir acusações contra o observado, o remédio é negar, sempre que possível, o
feito, considerá-lo "apenas um caso fortuito", naturalmente atribuível a "interesses escusos"
ou aos "inimigos das liberdades democráticas".
O complicado, desde tempos imemoriais,
mesmo antes de se inventarem os telefones e os grampos, tem sido distinguir entre as
operações feitas no legítimo interesse público e aquelas em prol das causas restritas,
particulares. Como todos percebemos, os mercados, principalmente os das informações, já
governam tudo nos dias de hoje, até mesmo certos governos,...por que conhecimento é poder.
Conhecimento exclusivo é poder restrito e, portanto, matéria-prima preciosa para qualquer um
que dele possa se valer. Daí fica-nos a certeza de que os grampos, apesar de incompatíveis
com os discursos líricos ou oficiais em favor da privacidade do cidadão e da mais irrestrita
democracia, continuarão a ser "commodity" ambicionada pelo mercado, público ou privado.
Afinal, como reza o adágio,..."o preço da liberdade é a eterna vigilância"... , o que certamente
não exclui as conversas e os movimentos alheios. Ante essa evidência, não se deve deixar de
apreciar os meios, lícitos ou espúrios, ostensivos ou secretos, as conspirações enfim, de que se
valem os humanos para se manterem adequadamente informados, ou, apenas, para impedirem
essa possibilidade aos adversários. Como é universalmente bem aceito, não pairam muitas
dúvidas quanto ao fato de que a sede das forças que detém o poder mundial esteja, mesmo,
localizada nos Estados Unidos muito embora, deva-se ressaltar, isso não signifique,
necessariamente, que o poder mundial seja os Estados Unidos. Intelectos respeitáveis têm
assumido que aquele país possa vir a ser, apenas, a materialização física, visível, desse poder,
consubstanciado em pujança física, riqueza e capacidade militar inigualáveis. De outro lado, é
razoável supor-se que o "mercado de informações secretas", essencial às atividades
concernentes à ampliação do poder, como qualquer outro mercado nos dias de hoje, também
tenha evoluído sob forte tendência concentradora. Isto posto, não é difícil aceitar o fato de que
a sede do "observatório universal", centro mundial da espionagem, também fique em
território norte-americano, não apenas recebendo e processando informações de sua rede de
aliados como, igualmente, controlando-a. E isso, registre-se, é a pura verdade. A luta tem-se
revelado tão pesada e profissional nesse terreno que, além das pessoas físicas e dos estados
nacionais, os próprios mercados comuns, meninas dos olhos do status globalizante e sonho
dourado dos trilateralistas, já sofrem as incômodas conseqüências da desconfiança e da
bisbilhotice internacional. É cobra comendo cobra. O Parlamento Europeu, órgão legislativo
da União Européia, denunciou a existência de um aparato de espionagem internacional
denominado ÉCHELON, desenvolvido a partir do fim da II Guerra Mundial para monitorar a
antiga URSS e seus aliados. Com o fim da guerra fria, o sistema foi adaptado para farejar as
"comunicações civis do século XXI". Com tal manobra, o núcleo de poder conseguiu
preservar o orçamento de bilhões de dólares do tempo da bipolaridade ideológica e militar.
Ativo desde os anos 70, o ÉCHELON consistiria numa rede capaz de filtrar e ordenar
informações a partir de palavras-chave pronunciadas, da mesma forma que sistemas existentes
para rastrear informações na Internet. Essa denúncia foi responsável por dezenas de reuniões
de especialistas, entre os quais o investigador neozelandês Nicky Hager, autor do livro
"PODER SECRETO". Nele, Hager confirma a denúncia de que o sistema central do
"ÉCHELON" fica em "Fort Meade", próximo a Washington, onde opera a National Security
Agency (NSA), Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, e possui, entre outros,
um braço australiano, o Government Communications Security Bureau (GESB), que lhe
municia com informações a respeito de tudo que se passa nos países da área do Pacífico,
colhidas em Waihopai (Nova Zelândia) e Geraldtown (Austrália). Segundo o livro, os agentes
do GESB que, na verdade, é o próprio serviço secreto da Nova Zelândia, passam os dias lendo
as correspondências eletrônicas e as transcrições dos telefonemas entre governantes, políticos
e empresários da região, repassando os achados "interessantes" para a NSA, em Washington.
O "poder secreto", a que alude Hager, transcende à política e atua em questões puramente
comerciais, incluindo espionagem industrial nos chamados "países amigos". Antigamente, 52
conjuntos de monitoramento trabalhavam de forma independente, porém nos anos 80 foram
reunidos sob um sistema integrador denominado "Platform". Toda a estrutura desses
conjuntos foi unificada, nos dias de hoje, sob o nome de United States Sigint System (USSS).
Nem mesmo os grandes aliados dos Estados Unidos escapam dos "olhos eletrônicos",
estruturados a partir do importante centro de Menwith Hill, na Inglaterra. A França decidiu se
precaver contra essa vigilância montando aparato próprio de interceptação, na certeza de que
é vítima dos olhares malignos do "big brother" e atribuindo a eles a perda do contrato para a
construção do nosso Sivam. Essa informação é suportada por Duncan Campbell, o jornalista
que redigiu a denúncia do Parlamento Europeu, o qual afirma haver a empresa francesa
Thomson, em 1995, quando concorrente à licitação para a construção do Sivan, denunciado
que o Brasil também estaria sendo alvo dessa rede de espionagem. A norte-americana
Raytheon teria se valido de informações privilegiadas da Thomson, obtidas por meio do
USSS, para vencer a corrida pela encomenda. Até mesmo a nossa EMBRAER, segundo
informações veiculadas no Canadá, onde fica a sede de sua maior concorrente no mercado, a
Bombardier, seria um dos alvos preferenciais do sistema.29 Todo o universo seria vulnerável
ao esquema eletrônico desse conjunto, que possui o mais espetacular, amplo e sofisticado
sistema de satélites do mundo. A América Latina seria monitorada pelo Canadá, o Pacífico
pela Austrália e a Nova Zelândia, e toda a Europa, pela Inglaterra. Na Ásia, dois países são o
alvo principal do aparato: o Japão, adversário econômico, e a China, que pode vir a se tornar o
grande rival militar. Hager e Campbell continuam as investigações, mantendo estreito
intercâmbio, e já levantaram a existência de outros sistemas secundários, sob uma única
bandeira, ainda não inteiramente revelados para o público30. Essa é a lógica cruel e fria do
negócio, não poupando, sequer, a privacidade de nenhum cidadão, deste ou de qualquer outro
país onde se viva. Câmeras de televisão, nos Estados Unidos e em diversos outros países
industrializados, monitoram permanentemente as ruas, os"shopping centers", os
estacionamentos, os edifícios públicos e privados, sob a alegação de prevenção do crime,
proteção aos clientes e moradores, programas de prevenção ao uso de drogas, segurança
patrimonial, etc.
A espirituosa frase "Sorria, você está sendo filmado", vista aqui e em todos
esses países, é apenas uma cortesia adicional do status quo, para que você se lembre de ser
socialmente bem comportado e não cometa pequenos delitos. Ela não significa, em hipótese
alguma, que você não possa estar sendo vigiado, em qualquer ocasião, por outros meios não
anunciados ou perceptíveis. Em sociedades que se vão sofisticando, a polícia e algumas
organizações conhecem amplamente a vida privada de cada cidadão, dispondo do registro
completo de seus movimentos. Fique despreocupado, mesmo que pouco organizado com seus
papéis, documentos e registros de informações pessoais, pois, provavelmente, eles já estarão a
29 NASSIF, Luis in "O projeto "Echelon", São Paulo, na Folha de S.Paulo de 05/12//2000, fls B3.

30 CARLOS, Newton in "PODER SECRETO", Rio de Janeiro, no J. Brasil de 28.08.2000.

salvo, devidamente catalogados por pessoas mais cuidadosas do que você, ao alcance de
olhares atentos à frente de um computador. Junto a esses dados, é provável que estejam,
também, os registros completos dos destinos de suas viagens, dos seus programas sociais e
amizades favoritas, preferências por livros, restaurantes, jornais, revistas, filmes, "chats" e
"sites" favoritos na Internet, programas de TV paga ou aberta, multas de trânsito, com
fotografias do carro e seus passageiros, registrando locais e horários das infrações, bem como
todos os pagamentos efetuados com seus cartões de crédito ou de débito automático em conta
corrente. Permaneça sempre atento. Olhos curiosos podem conhecer por onde e com quem
você anda, fazendo o que, com quanta pressa e a que custo. Se você vive no Brasil, país onde
ainda se convive com costumes e práticas consideradas um tanto primitivas por outras
sociedades, acredite: até mesmo suas declarações do imposto de renda podem ter sido
"disponibilizadas" em algum mercado informal de balcão ou da esquina mais próxima da sua
casa...
LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS SOBRE NÓS...

"O Povo Quer Saber!!!"

SÉRGIO MALLANDRO, apresentador de TV.

Apesar do exacerbado culto à privacidade e do discurso populista universal da

"democracia a qualquer preço,"leis severas e restritivas têm sido aprovadas em várias partes

do mundo ocidental, reduzindo a presença popular nas grandes decisões e enfeixando poderes

quase discricionários nas mãos dos dirigentes eleitos, sem que disso o cidadão se aperceba ou

venha a ser alertado. As tenazes totalitárias vão sendo apertadas e as liberdades reais

murcham, quase imperceptivelmente. A "democracia das medidas provisórias" não é um

fenômeno exclusivamente brasileiro. Mesmo o sistema americano, paradigma para o resto do

mundo, acompanha, ou lidera, essa inquietante tendência. Desde o fim da II Guerra Mundial,

o Congresso dos Estados Unidos vem concedendo, ao presidente, poderes executivos que lhe

permitem, solitariamente, controlar a máquina governamental e as forças armadas, em caso de

um ataque nuclear inimigo ou de qualquer outra emergência nacional. Entende-se que, na

eventualidade de uma ameaça de calibre atômico, seja natural que o presidente disponha de

poderes legais para atuar, sem restrições, na defesa do país e dos cidadãos. O que eminentes

americanos questionam é o fato de que, sendo a lei pouco clara nas definições do que seja

uma efetiva "emergência nacional", possa um futuro presidente vir a declarar como tal uma

situação que lhe sirva, apenas, de pretexto para fazer passar medidas que o Congresso negaria

em circunstâncias normais. O medo de que uma ditadura se estabeleça em solo da "soidisante"

maior democracia do planeta existe, de fato, entre muitos. Eles alegam que tais

poderes discricionários, colocados nas mãos do presidente em situações de definição

imprecisa, seriam iguais ou maiores dos que possuíram Adolf Hitler e Joseph Stalin nos

períodos de suas ditaduras. Isso, porque a leis de exceção em vigor facultariam ao presidente,

a seu único e exclusivo critério, o direito de declarar tal estado de emergência. A partir daí, e

sem qualquer ingerência do Congresso, ele poderia invocar, no conjunto ou em parte, os

decretos de números 10995 a 11005 que lhe permitem, entre outras medidas: arrestar todo e

qualquer material impresso ou elementos de comunicação e mídia eletrônica; combustíveis e

geradores de energia elétrica; minerais, suprimentos alimentares, todos os veículos e meios

Armindo Augusto de Abreu

16

úteis de transporte público ou privado; mão de obra para trabalhos forçados, podendo,
inclusive, separar famílias para tal fim, e, também, transferir cidadãos ou determinar-lhes o
abandono de áreas residenciais. Compreender o alcance dessas medidas, se efetivamente
aplicadas em situações de extrema gravidade, não é difícil. O que, entretanto, causa
perplexidade e temor é a possibilidade de um outro decreto legislativo, o de número 11051,
vir a ser utilizado por pressões externas irresistíveis, principalmente do sistema financeiro
internacional. É que ele, simplesmente, "autoriza o Office of Emergency Planning (Secretaria
de Planejamento das Situações de Emergência) a colocar em efeito todas as medidas de
exceção acima citadas, em casos de grave tensão internacional ou de crise financeira". O
jornal Washington Report, em editorial nos anos 90, ressaltou que o presidente também
poderia, sob força da lei conhecida como "McCarran Act-Title II" (Lei McCarran, parágrafo
segundo), deflagrar a chamada Operação DRAGNET (rede de arrastão), suspendendo a
vigência da Constituição, com um simples telefonema, e impondo a lei marcial. Fontes
confiáveis relatam que agências governamentais acumulam os nomes de mais de um milhão
de americanos em Washington, num computador Univac de alta velocidade, como candidatos
à prisão, no caso de uma emergência nacional vir a ser declarada no futuro. 31 Comprovando

que as esquerdas podem estar mesmo no poder, as mesmas fontes sugerem que essa lista

contém nomes de membros da chamada "direita cristã", hoje abrigada sob o "guarda-chuva"

do Partido Republicano, e de todos os cidadãos que já expressaram, publicamente,

preocupações com a Nova Ordem Mundial e a formação de um governo globalmente

unificado, pondo fim à soberania e à liberdade da América. Agências federais, como o FBI,

poderiam prender rapidamente as pessoas constantes dessas listas e confiná-las em "campos

de detenção". Numerosas fontes confirmam que esses campos já existem em vários estados

americanos e podem estar relacionados com o programa de Segurança Nacional do presidente

Reagan, conhecido como "Rex 84", que criou onze centros federais de detenção na Flórida,

Virgínia, Geórgia, New York, Pennsilvania, Winsconsin, Arkansas, Arizona e Califórnia32.

Outras fontes confiáveis asseguram que unidades da Guarda Nacional e do Exército estão

treinando em réplicas de cidades americanas, construídas em unidades do exército, para, em

operações porta a porta, atacar civis portadores de armas de fogo e confiscá-las à força. Elas

também afirmam que os interessados em submeter os Estados Unidos ao governo mundial

sabem que tanto civis armados quanto segmentos militares poderosos representariam séria

ameaça ao seu intento. A estratégia adequada de neutralização será, portanto, desarmar os

civis e enfraquecer, progressivamente, todos os militares, enquanto for armado um poderoso

exército para a ONU. Lembram que, já em 1961, o Pres. John Kennedy ordenara ao

Departamento de Estado que produzisse um programa denominado "Libertação da Guerra: o

Programa dos Estados Unidos para o Total e Completo Desarmamento em um Mundo

Pacífico" (Publicação do Departamento de Estado n.7277). É um projeto a ser desenvolvido

em três fases: primeiramente, diminuir os efetivos do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

Em seguida, implementar o estágio atual, em que a força de paz das Nações Unidas seria

formada e progressivamente fortalecida. O terceiro e último estágio, de desmobilização

controlada, impediria que quaisquer forças armadas, inclusive as dos Estados Unidos,

pudessem desafiar o fortalecido contingente da ONU. Significativamente, lembram que o

Presidente Bush (pai) assinou uma ordem executiva em 1990, transferindo a terça parte das

aeronaves (aviões e helicópteros) da reserva estratégica americana para um organismo

chamado FINCEN: Financial Crimes Enforcement Network (Rede para a Imposição da Lei

contra Crimes Financeiros), destinado a operações especiais, ao custo de $12,8 bilhões de

dólares. Essas aeronaves foram inteiramente pintadas de negro, sem qualquer identificação

externa, e estão sendo usadas pela FINCEN e outras forças tarefas especiais de jurisdição

31 McALVANY, Don, McAlvany Intelligence Advisor. Phoenix, Dec. 1993

32 McAlvany Intelligency Advisor, 1995.

múltipla, incluindo tanques e equipamentos pesados como, por exemplo, as que teriam
causado a tragédia de Waco, no Texas, em 1993, onde um grupo, dito religioso, incluindo
mulheres e crianças, em suposta sedição, encontrou a morte num pavoroso incêndio
provocado por armamento de grosso calibre. 33
As mais recentes investigações desse episódio,
causadoras de embaraços para o governo, evidenciam, não só, que agentes federais atacaram
primeiro, como o referido grupo parecia ter motivações políticas preponderando sobre
quaisquer interesses religiosos. O revide não se fez esperar. Em 1995, no exato dia do
segundo aniversário da tragédia, em episódio também ainda nebuloso, uma poderosa bomba
destruiu o prédio federal "Alfred P. Murray", quartel do FBI na cidade de Oklahoma, também
no Texas, onde, além da imensa perda material, morreram civis e crianças abrigadas numa
creche ali existente, exclusiva para filhos de funcionários daquela Agência. O resultado das
investigações, à moda dos desastres aéreos, nunca ficou claro para o público pagante, tendo o
cidadão Timothy McVeigh, ex-militar combatente, sido condenado à morte pela autoria
material do atentado. Hoje, ele está preso na penitenciária federal de Terre Haute, Indiana.
Apesar de sua execução ter sido fixada para o dia 16 de maio de 2001, por injeção letal, suas
reais motivações ainda não tinham sido inteiramente reveladas até o momento da sentença.
Apesar dos silêncios ou das negativas governamentais, tais focos de resistência ao governo e à
mundialização prosperam rapidamente. Como tem sido usual nesses casos, os grupos rebeldes
recebem da imprensa o título genérico de "milícias" e seus integrantes de "fanáticos
religiosos". Os que não se satisfazem com as inconsistentes versões dos governos e da mídia,
são referidos como "paranóicos". Com isso, o cerco às possibilidades de defesa, moral ou
física, individual ou organizada dos cidadãos, se estreita. Mas, em contrapartida, aumenta a
reação popular ostensiva. A persistente campanha deflagrada pela erradicação das armas de
fogo comercializadas legalmente, na quase totalidade entre cidadãos de bem, para sua
legítima defesa, sob a convincente chantagem emocional da "paz" e da "bala perdida", nunca
trouxe à discussão pública dois aspectos de grande relevância: primeiro, a de que é uma
batalha travada, simultaneamente, em âmbito mundial, especialmente junto ao povo dos
Estados Unidos; segundo, a de que visa, em verdade, a impedir, em qualquer parte do globo,
que a população, organizada, pegue em armas contra um governo que considere espúrio,
opressor, contrário aos seus interesses, aspirações e necessidades ou aos objetivos nacionais.
Esses "novos valores", que reformulam ou substituem antigas aspirações cristalizadas no
"sonho americano," aliados às crescentes desconfianças contra a ONU, o Governo Federal, o
FBI e outras agências governamentais ou multilaterais, têm tornado duríssima a batalha entre
autoridades e a sociedade, pelo banimento das armas de fogo. Durante o governo democrata
de Bill Clinton, os desarmamentistas conseguiram alguns avanços sensíveis, como a proibição
do porte de armas pesadas e de repetição pelos cidadãos, permanecendo em vigor a permissão
para o porte de armas leves, semi-automáticas. Entretanto, com o retorno dos republicanos de
George W. Bush ao poder, que julgam simpáticos a sua causa, grupos armamentistas,
liderados pela combativa National Rifle Association, presidida pelo veterano ator Charlton
Heston, esperam recuperar o espaço perdido no período democrata. A tese
racionalista/iluminista da legitimidade na derrubada de um regime opressor, consolidada com
a guerra da independência americana, veio a ser mundialmente aceita, especialmente a partir
da Revolução Francesa. Ela serviu de sustentação político-filosófica para a derrocada, pacífica
ou revolucionária, das monarquias européias, respaldadas desde a Idade Média pelo "direito
divino" do cristianismo, e dos impérios coloniais surgidos posteriormente, fortalecendo os
parlamentos e a chamada "democracia participativa". Aos céticos e incrédulos, que costumam
desdenhar dessas possibilidades, convém lembrar que Thomas Jefferson, ao redigir a
"Declaração de Independência" dos Estado Unidos (1776), subscrita por todos os membros do
Segundo Congresso Continental, inspirando-se nas idéias racionalistas de John LOCKE
33 JEFFREY, Grant R., Oregon, Harvest House Pub.,1982.

Armindo Augusto de Abreu

18

(1632/1704), argüia que: "Os homens possuem direitos naturais à vida, liberdade e

propriedade. Os governos são estabelecidos não por Deus, mas pelos homens para proteger

esses direitos. Se o governo falhar em cumprir seus deveres, os homens têm o pleno direito de

se revoltar, depor o governo que eles criaram antes e estabelecer novo governo de sua

preferência". É claro que os cidadãos americanos, para quem "todo o poder emana do povo",

e, em conseqüência, "os governos devem ser do povo, pelo povo e para o povo," percebem o

perigo que os anda rondando e prometem reagir, até pela força como fizeram no passado, se

preciso for, para que tais princípios e ideais continuem a governar a sociedade e a inspirar sua

consciência cívica. Em várias partes do mundo, essas idéias têm sido simpáticas à

intelectualidade militar desde o século XIX, inclusive no Brasil, quando adeptos do

racionalismo positivista defenderam e proclamaram a república. Aqui, elas têm sido,

tradicionalmente, debatidas e acolhidas por civis e militares que cursam a Escola Superior de

Guerra ESG 34. De certa forma, tais fundamentos filosóficos deram respaldo doutrinário, não

só entre nós, como em toda a América Latina e em outras partes do mundo, a movimentos

insurrecionais que originaram freqüentes e longos períodos de governos de exceção.

Corrupção, subversão, quebra da hierarquia, da disciplina e o comunismo foram as

determinantes para as reações a governos declarados ilegítimos. A etiologia e a geopolítica do

poder, entretanto, mudaram radicalmente após a guerra fria, quando têm início os movimentos

pela etapa radical da mundialização e da concentração dos poderes e interesses

supranacionais, muito acima e além daqueles jamais detidos pelo estado-nação. Esta nova

questão, como se percebe, é séria demais para ser decidida apenas nas esferas filosófica,

política ou econômica."Os militares representam a expressão física do instinto de preservação

e sobrevivência de uma nação". 35A globalização e a falência dos estados nacionais, pela
desnacionalização acelerada das economias; a rendição ao mercado, entidade cada vez mais
excelsa, fria e distante do homem, a quem seria suposto servir ao invés de subordinar; a
submissão servil a desígnios espúrios e legislações de cunho mundialista poderiam vir a
despertar esse poderosíssimo instinto. Daí, não seria demasiado surpreendente se ele viesse a
se converter no leviatã de novas inquietações ou rebeldias entre as tropas, que hoje se vêem
enfraquecidas, em gradual extinção, juntamente com os estados que juraram servir e defender
com o sacrifício das próprias vidas. Exatamente por isso, no novo cenário que se está
desenhando, em longo prazo, não haveria mais espaço, em país algum, o que não exclui o
Brasil e os Estados Unidos, para a influência do pensamento militar e dos seus centros de
excelência intelectual sobre o poder civil. O simples cogitar dessa possibilidade, em qualquer
local do globo, será, futuramente, vista pelo "establishment" como anacrônica, ameaçadora
aos interesses globais e desencadeará reações e retaliações em bloco. Isso, pelo menos, é o
que pretende o sistema. Resta saber se todas as partes interessadas no processo estarão, em
quaisquer circunstâncias, inteiramente de acordo com essas novas regras do jogo... Tamanho
conjunto de fatos bastaria para explicar, sem excessiva dose de paranóia, o esvaziamento
orçamentário e o sucateamento a que vêm sendo submetidas as Forças Armadas brasileiras e
as de muitos outros países dispersos pelo globo. Em decorrência, a ESG, agora jurisdicionada
ao Ministério da Defesa, outra invenção maquiavélica dos que desejam aumentar distâncias
entre os comandos militares e os centros de decisão governamental, também vai sendo
aliviada de apoios institucionais, de recursos materiais, humanos e de seu, outrora, inabalável
e merecido prestígio. Suavemente, a ESG vai sendo obrigada a ceder espaço para "thinktanks"
de extração exclusivamente civil, internacionalista e globalizante, como o recémcriado
CEBRI-Centro Brasileiro de Relações Internacionais, correspondente brasileiro do
todo poderoso "Council on Foreign Relations" CFR. À tradicional instituição militar,
dedicada exclusivamente aos interesses nacionais, conforme consagra o slogan pespegado ao
34 Manual Básico, Rio de Janeiro, ESG, 1983, páginas 44 e 45.

35 BOAVENTURA, Jorge, em entrevista pessoal e palestras na ESG.

Armindo Augusto de Abreu

19

seu frontispício, "Nesta casa estuda-se o destino do Brasil", tem sido oferecido a mesma dieta

espartana das demais unidades militares: pão escasso, pensamentos e vozes intramuros, em

nome do equilíbrio orçamentário e da "democratização" do país. Já o neonato CEBRI,

organização de direito privado, demonstrando força e prestígio, surge rica e abundantemente

apadrinhado com recursos públicos, que lhe repassaram o Itamarati e uma plêiade de

poderosas estatais, além do generoso mecenato de prestigiosas empresas privadas ou recém

privatizadas, e de financiamentos externos do Banco Interamericano de Desenvolvimento

(BID) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).36 A sua força

motriz é tão poderosa que já se sobrepôs, até mesmo, aos interesses do povo do Rio de

Janeiro, cidade que abriga o seu quartel-general. Segundo importante órgão da nossa

imprensa, "foi preciso que viessem pedidos de deuses de Brasília para fazer Artur da Távola,

secretário municipal de Cultura, desistir de pedir de volta o casarão da Rua Dona Mariana,

que pertenceu a Afonso Arinos de Melo Franco. O imóvel da prefeitura foi cedido na gestão

passada (do ex-prefeito Conde-N.A.) para o Centro Brasileiro de Relações Internacionais

(Cebri), ONG dirigida pelo ex-chanceler..." 37 O CEBRI se define, peculiarmente, como uma

"ONG, um espaço autônomo e independente", que "embora apoiado pelo Governo Federal,

por meio do Ministério das Relações Exteriores, não é uma instituição governamental".

Informa, ainda, que "foi criado com a finalidade de ser o mais importante think-thank de

políticas públicas na área externa do país" e de exercer "influência no processo decisório

governamental e na atuação do governo em negociações internacionais". Tem como principal

objetivo "auxiliar na definição dos interesses nacionais e estratégias de atuação na área

externa". Sua pauta de intenções, um tanto peculiar e ambiciosa, pretende, ainda, "produzir

conhecimento específico na área externa e propostas para a elaboração de políticas

públicas".38 Enquanto a atual direção do CEBRI foi confiada ao diplomata e ex-chanceler

Felipe Lampreia, que, ao deixar, subitamente, o Ministério das Relações Exteriores, assumiu

tamanha honraria, o Comando da ESG sofreu um "downgrade", sendo agora destinado a

oficiais generais de três estrelas, ainda com possibilidades e naturais aspirações de progressão

funcional. Isso não conforta tanto aos atuais titulares desse comando, obrigados, por dever de

ofício, a formular críticas às políticas e estratégias de governo, quanto favorecia aos generais

de quatro estrelas de um passado recente, assegurando ao cargo a independência e a

autoridade de quem já atingira o topo da carreira. Muito embora não se possa, a rigor, inferir

que tal medida tenha sido arquitetada para impor limites à atuação técnica e política da ESG, é

inegável que ela certamente contribuirá, pelo menos, para a adoção de cuidados adicionais aos

relatórios críticos ali elaborados. Outra questão que não pode mais ser negligenciada pelos

intelectuais, em geral, e analistas de inteligência, em particular, é a do pensamento

doutrinário. Sendo as doutrinas, no sentido mais amplo, genérico, estruturas organizadas de

pensamentos, embasadas em sólida sustentação axiológica (de valores), conceitual,

metodológica, normativa, destinadas a fundamentar sistemas religiosos, políticos, filosóficos,

científicos e militares, são ferramentas indispensáveis a uma disciplina intelectual de visão

ampla, abrangente, forma preferentemente confiável de permitir, aos pensadores, a melhor

visão crítica do universo. Como as doutrinas, com base no perfeito conhecimento da

realidade, têm a pretensão de indicar caminhos para modificá-la 39em busca do Bem Comum,

são indispensáveis à percepção global dos problemas coletivos e à formulação das suas

soluções mais criativas. Já as especializações científicas, hoje tão em voga, ao contrário das

doutrinas, fracionam o conhecimento ao dissecá-lo, contribuindo para que desapareçam os

generalistas em favor de especialistas, a visão universal em prol do confinamento de limites,

36 CEBRI, Boletim Informativo, n. 1, Maio 2000. Colaboração gentilmente oferecida pelo Prof. Jorge E.F.Barbosa, Cel., ex-Reitor da UFF.

37 GOIS, Ancelmo, in No Ponto, J. do Brasil, de 10 abril, 2001, pág. 04.

38 Boletim Informativo do CEBRI número 1, maio de 2000, ibidem.

39 MAFRA, Roberto Cel., Geopolítico, Professor Emérito da Eceme, Chefe da Divisão de Pesquisa e Doutrina da ESG, em depoimento ao

autor, em documentos escritos e palestras na Esg.

Armindo Augusto de Abreu

20

mesmo que altamente aprofundados. Com isso, as doutrinas estão virando letra morta e

sepultando, com elas, a capacidade e o adestramento para se pensar amplo, holisticamente. A

doutrina da Igreja Católica, por haver perdido muito do seu vigor operacional, face às

sucessivas baixas sofridas no contingente de fiéis, resultando no seu fracionamento em

múltiplas facções e seitas de resultados. Nessas novas "igrejas", surgidas sob o dogma da

liberdade religiosa, em que até iletrados podem ser, em algumas delas, pastores, o que menos

importa são os fundamentos axiológicos, a essencialidade da boa doutrina, a perspectiva de se

alcançar amplos horizontes teológicos ou filosóficos. Essas competências, como em qualquer

outro mercado meramente terreno, foram substituídas por ações de resultados exclusivamente

práticos, dirigidos, como o combate sem quartel a todos os demônios ou a recuperação da

saúde e do emprego, atividades financiadas por convincente e eficaz sistema de coleta dos

dízimos... Prepara-se, também, para abandonar o púlpito, a última geração de competentes

marxistas, adeptos de uma organização de idéias e de princípios polêmicos, mas, sem dúvidas,

capazes de despertar visões macroscópicas e de provocar pensamentos de grande acuidade e

ampla visão. Sua doutrina, subitamente condenada ao julgamento da história, vai deixando o

cenário, extinguido-se por decurso de prazo... Já as militares, as das três forças singulares, e a

doutrina política da ESG, com seu eficaz método de planejamento para a ação política,

perderam o viço num mundo que desmonta o estado e onde não se faz mais necessário, nem

permitido, planejar, para não serem "contrariadas as forças livres do mercado..." Vão-se,

portanto, as doutrinas e a capacidade de pensar grande e à longa distância. Vêm o marketing

agressivo e as "reflexões instantâneas" da comunicação de massa, formas modernas, porém

banalmente previsíveis, da unificação programada dos corações e das mentes humanas...

A ASCENÇÃO DO PODER DA CIÊNCIA E

O PRENÚNCIO DE UM GENOCÍDIO EM MASSA.

No campo da Ciência e da Tecnologia, outro terreno onde as forças do "poder

oculto" se assentam solidamente, fazendo esmaecer a ética religiosa e encontrando

justificativas para os rumos que pretendam dar aos destinos da humanidade, reações, outrora

tímidas, começam a surgir com indignação e vigor, inclusive da comunidade científica

brasileira. Documentos competentemente elaborados indicam que o anúncio de novas

descobertas no campo da engenharia genética "se faz cercado da habitual deificação da

ciência atual" que, "com sua enorme capacidade de gerar inovações e saltos tecnológicos,

promete em manchetes futuristas estar se aproximando para controlar o envelhecimento e

produzir clones de nós mesmos. Esse processo, legitimado por alguns de seus êxitos, leva-a a

adquirir uma auréola mágica e determinista, colocando-a acima da razão e da ética. A

camuflagem dos riscos, alguns deles enormes, é feita com competência nas mídias globais,

impedindo-nos julgamentos e escolhas, já que apontam as conquistas da ciência apenas como

libertadoras da humanidade. Posições de cautela com relação a alimentos transgênicos,

objeções éticas quanto aos imensos riscos de manipulação genética e reações contra o

desemprego gerado pela automação radical, tudo passa a ser encarado por essa mídia como

posição reacionária de quem não quer o progresso". Renomados cientistas protestam quanto a

experiências secretas que estariam sendo feitas sem o conhecimento da comunidade científica.

"Transformados em fator fundamental na disputa dos mercados e da acumulação global, os

vetores tecnológicos autonomizaram-se de considerações sociais e políticas, definidos que

estão pelas grandes corporações e orientando-se exclusivamente pela criação de valor

econômico. No mundo global, os poderes que atuam sobre o destino individual estão mal

identificados, ocultos pelas redes transnacionais. No caso da manipulação genética, os riscos

Armindo Augusto de Abreu

21

são infinitamente maiores e não se pode permitir que essa atitude frívola de aprendizes de

feiticeiros possa ser a única forma de definir os rumos da ciência".40. O que nenhum cientista

responsável pode ainda explicitar, por falta de provas públicas, é o que se conjectura, ainda à

boca pequena e atrás de portas bem aferrolhadas: Experimentos de engenharia genética

possibilitariam, no futuro, virem a ser inoculados nos organismos humanos, através da

ingestão de alimentos transgênicos, mecanismos literalmente comparáveis aos "vírus" dos

computadores, que, em determinadas circunstâncias e condições, deflagrariam respostas

orgânicas passíveis de lhes alterar o funcionamento biológico natural. É certo e claro que tal

descoberta, se dirigida para o bem estar dos seres humanos, poderá vir a eliminar doenças,

defeitos genéticos e, até mesmo, acrescentar-lhes anos de vida saudável. Ao contrário, o que,

infelizmente, se receia, é que tais experimentos possam vir a ser aplicados de forma pouco

ética, com geração de fatores limitadores ou restritivos da vida humana, modificando-lhes o

funcionamento ou a duração do ciclo vital. Este temor advém de haverem fracassado, até o

presente, as chamadas políticas malthusianas, para redução drástica do contingente

populacional do planeta, tais como: a legislação pró-aborto; a eutanásia; processos de

esterilização em massa, largamente aplicados no terceiro mundo; a chantagem da AIDS,

obrigando ao uso da camisinha, como contraceptivo, a pretexto de se evitar a contaminação

virótica; a proteção social e legal aos casamentos homossexuais, por resultarem estéreis, e a

banalização do sexo, a ser praticado como motivo de prazer e recreação, ao invés de voltado à

procriação como prescreve a tradicional ética judaico-cristã. Nessas circunstâncias, teme-se

que a engenharia genética, auxiliada por alimentação transgênica, venha a viabilizar o corte

populacional julgado "conveniente" pelos teóricos de um planeta que imaginam saturado,

poluído, com muitas espécies de animais em extinção, e que precisa ser protegido, por essa

elite oligárquica, do seu predador natural, o HOMEM CARENTE. Esse terrível argumento,

que ignora os fundamentos essenciais da criação, da solidariedade, da fé, da esperança, da

caridade, do domínio da terra e da ciência para o bem comum, poderá, camuflado pelo sigilo

absoluto, vir a ser fator preponderante no genocídio de gerações inteiras de seres humanos

"indesejáveis".

A CONSPIRAÇÃO DO QUARTO PODER

A Liberdade de Imprensa é para os proprietários dos Jornais,...ou das Estações de Rádio e TV.

J.LIEBLING

Raríssimas pessoas, nos dias de hoje, deixaram de perceber que poucos indivíduos

e organizações monopolizam a maior parte do conhecimento global restrito e que a opinião

pública tem sido moldada por uma visão açucarada dos fatos e da história. Jocosamente,

alguns autores americanos denominam essas "verdades edulcoradas" como a versão

"Disneylândia" dos fatos, versão "New York Times", versão "dos noticiários da TV" ou,

ainda, como a versão dos "livros textos das faculdades". Por essa razão, "a maior resistência

às teorias conspiratórias não vem do povo das ruas, mas da mídia, da academia e do governo,

gente que controla as economias da informação nacional e global". 41 "Uma "história oficial",

patrocinada pelo establishment, domina os livros textos, as publicações em geral, a mídia e as

prateleiras das bibliotecas. Durante os últimos cem anos, quaisquer teorias ou evidências

históricas que fujam a um padrão estabelecido pela American Historical Association e pelas

40 DUPAS, Gilberto in Aprendizes de Feiticeiro, Jornal do Brasil, 29/01/2001, p.nove. São de autoria do citado, as transcrições indicadas

neste trecho do texto.

41 VANKIN,Jonathan e WHALEN,John.

Armindo Augusto de Abreu

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grandes fundações americanas, com seu imenso poder, têm sido sistematicamente atacadas ou

rejeitadas, não pelos fundamentos ou evidências que contenham, mas, simplesmente, pela

recusa formal na aceitabilidade desses argumentos, por parte do chamado sistema liberal do

ocidente (Eastern Liberal Establishment) e sua linha histórica oficial. -"Pobre do livro ou do

autor que sair dessas linhas mestras. Não receberá nenhum auxílio das Fundações. Os editores

lhes darão as costas. A distribuição falhará ou não existirá." 42É claro que os mentores do

círculo de poder, para manter à sombra as idéias que não lhes convém discutir, valem-se

desses e de outros expedientes possíveis e imagináveis. Os mais conhecidos de todos esses

subterfúgios, além do "black-out" completo de novas teses, idéias ou informações, são a

propaganda, a contra-informação, a tentativa de exposição ao ridículo e o descrédito. É fato

notório que a maioria das pessoas, além de muito sensíveis à propaganda, têm horror a

parecerem tolas, desinformadas, antiquadas. Em razão disso, tendem a se apegar, sem maiores

resistências, a modismos, a resultados de "pesquisas" de mídia, e às mais recentes teorias de

interesse do sistema político, social ou econômico, desde que isso as faça parecer modernas,

progressistas, inteligentes, enfim, perfeitamente adaptadas às realidades e novidades de seu

tempo. Sempre que informações relevantes, contrárias á visão "Disneylândia" dos fatos, vêm

à tona, a reação do poder é rápida, mobilizando a mídia de massa e "advogados

administrativos" de nomeada, erodindo logo o rastro incômodo. Isso é feito com inegável

competência, resultando, quase sempre, em completa neutralização dos oponentes,

desacreditando-os pela exposição a controvérsias virulentas e ao ridículo pela desmoralização,

pelo combate sem trégua. Para sucesso ou não dessa "estratégia do descrédito", é primordial o

papel assumido pelas mídias impressa e televisiva na orientação da sociedade, pois são os

veículos de melhor e mais eficiente instrumental de influência e credibilidade, junto à opinião

pública. Em decorrência, todo o aparato de poder não tem resistido, ao longo dos tempos, à

enorme tentação de influenciar, cooptar ou submeter a grande imprensa, tanto para seus

projetos explícitos quanto para os mais secretos, inconfessáveis. Analistas internacionais

contemporâneos de peso afirmam, porém, que esses tempos sutis de "cercos e circunlóquios"

já foram inteiramente superados pela ação prática, rápida e objetiva do mercado. Cortejar,

seduzir, influenciar, pressionar, já teriam sido substituídos por comprar, absorver, fundir,

esmagar, resultando em novos e poderosos conglomerados de mídia, onde o resultado

financeiro prevalece sobre a pureza da informação e do antigo jornalismo de ideais. "As

notícias, nos tempos atuais, são uma espécie de "commodity" do mercado, não pertencem

mais a uma profissão que já foi sagrada", teoriza Daniel Schorr, ex-correspondente da CBS.

"Isso, hoje em dia, não importa mais. Ganhe apenas o seu dinheiro e o interesse público que

vá para o inferno!" Essa importantíssima e sutil transformação estrutural da mídia, ainda

muito mal percebida e analisada, saltando da restrita esfera do interesse público para operar

segundo as regras vigentes no mercado, significa, essencialmente, que ela pode estar

migrando do universo ético, dos princípios e da moral, fiadora, portanto, dos costumes de toda

a sociedade, para o terreno movediço dos negócios, das jogadas e interesses do "business" e

da política partidária. Veículos jornalísticos de largo prestígio já não conseguem dissimular,

aos olhos de seus leitores, as manipulações que operam, ao alvedrio da ética e da verdade, em

favor de causas interessantes ao poder. Estariam, a se confirmar a tese, movendo-se na direção

dos lucros e do que se convencionou chamar de "estratégia de mercado", seja lá o que isso

signifique, mas que poderia, perfeitamente, ser entendido como abdicação da velha e

romântica aura de pureza e respeitabilidade em prol de interesses apenas materiais. O mal

estar profissional é tão forte que a reação já surge do próprio seio da mídia, comprometido

com os princípios mais elementares que deveriam orientar tão nobre atividade. E a quem viria

a convir e beneficiar este novo estado de coisas, em que os meios de comunicação se

submetem ao deus-mercado? Seguramente, não ao interesse público. E quais seriam os

42 SUTTON,Antony C, research fellow at Stanford University -Hoover Institution.

Armindo Augusto de Abreu

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poderosíssimos e felizes beneficiários desses modernos e lucrativos negócios, que se renovam

a cada dia em velozes aquisições e fusões, gerando mega-estruturas empresariais de poder

inimaginável, quase absoluto? Não é fácil responder. Neste negócio, o segredo também é

pedra fundamental. Sabe-se, entretanto, que, segundo relatório produzido em 1982 por Ben

Bagdikian, reitor da Escola de Jornalismo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, apenas

cinqüenta corporações controlavam a mídia de massa nos Estados Unidos. Em janeiro de

1990 esse número fora reduzido a vinte e três. Ao final de 1997 eram apenas dez: Time-

Warner, Walt Disney Co., Tele-Com., News Corp., General Electric, Gannet Co., Advance

Pub., Cox Enterp. e New York Times. Hoje, outras manobras acionárias reduziram ainda mais

esse pequeno número de empresas. Quanto aos seus titulares, pode-se apenas afirmar, com

alguma segurança, que grandes bancos retêm a maioria dos blocos acionários controladores

dessas empresas, cujos donos pertencem às mesmas organizações e sociedades "fechadas", ou

"secretas" anteriormente referidas. "Através de grupos de elite que modelam as políticas

americanas, como o Council on Foreign Relations, a Business Roundtable, a Comissão

Trilateral, o Federal Reserve Board e a Suprema Corte de Justiça, elas guiam a nave do

Estado na direção que lhes parece mais interessante ou lucrativa".43 "A GE, a CapCities, a

CBS, a NBC, o New York Times e o Washington Post possuem diretores que têm assento no

Council on Foreign Relations". O segredo profissional e empresarial que cerca a maioria

dessas operações e os conglomerados que as executam, em outras circunstâncias seria até

natural se a matéria não envolvesse diretamente o interesse público, muito embora, nos dias

em que vivemos, ele seja tratado, tão simplesmente, como "assunto de mercado". Diante

disso, qualquer tese ou consideração contrária aos interesses deste formidável poder oculto é

logo rotulada de "paranóia conspiratória", trazendo aos autores toda a força e a carga negativa

do preconceito.

O FUNDAMENTALISMO POLÍTICO E RELIGIOSO

Nos Estados Unidos de hoje, o mais dedicado esforço para o esclarecimento das

possibilidades conspiratórias junto ao grande público está sendo feito através de verdadeiras

"cruzadas" empreendidas por organizações religiosas de confissão cristã, como a "Christian

Coallision", que recebem de importantes setores da mídia o tratamento jocoso de

fundamentalistas cristãos ou de "Komeinis americanos". Alguns grupos dessa coalizão, que,

em síntese, defende a volta aos ensinamentos básicos da Bíblia, têm fornecido farta munição

aos opositores, como faz, por exemplo, a "Coalision for Revival", defendendo o puro regresso

aos costumes do Século XVII, quando "mandava a Teologia do Reino e as colônias

americanas eram governadas pela Bíblia". Nem tudo, entretanto, está sendo colocado no

embornal do descrédito. ..."Jornais do porte do New York Times e Washington Post tratam

seriamente de livros como: "A Nova Ordem Mundial", escrito pelo reverendo Pat Robertson,

estrela da Christian Coalision, um dos componentes nobres da direita religiosa, onde estão

evangelistas, pentecostais, batistas e muitos outros. Robertson tem ficha respeitável. Andou na

corrida presidencial de 1988, concluindo que, primeiro, era preciso mobilizar tropas e depois

pensar na tomada do poder. É o que tem feito desde então, a partir da TV a cabo Family

Channel, na qual acusações freqüentes a Clinton envolvendo sexo se misturam, sabiamente,

com entretenimento de boa audiência. O livro de Paterson garante que as Revoluções

Francesa e Russa e o Banco Central dos Estados Unidos saíram de sinistra conspiração de

maçons, ocultistas, europeus e banqueiros suíços. O tamanho do alcance dessas pregações

pode ser medido pelos números da "National Religion Broadcasters". São 1600 rádios, o

dobro de 10 anos atrás, e 274 canais de televisão, contra 90 em 1984. Os ativistas devem

43 LEE, Martin A.; SOLOMON, Norman. Unreliable Sources. New York: Carol Pub. Group, 1990.

Armindo Augusto de Abreu

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somar um milhão. Mas vinte milhões, de acordo com o New York Times, se identificam com

as mensagens, contra "ateus que governam o país". "Num país onde votam pouco mais de 50

por cento do eleitorado, essa tropa de choque, em cima das urnas com chuva ou sol, só tem

avançado ultimamente. Tanto que a direita religiosa assumiu o controle interno do partido

Republicano em estados importantes como Texas, Minnesota, Oregon, Iwoa e Washington.

Participou da redação dos programas dos candidatos a governadores da Califórnia e Flórida e

se mostra com peso em mais partes do sul, agora sob domínio republicano, como na Virgínia,

Carolina do Sul e Louisiana. Muitos milhares já saíram às ruas da Califórnia a Nova York, de

uma costa a outra, para protestar contra "desmandos morais, sociais e políticos" e pedir nova

Constituição," em nome de Deus"... O ex-presidente da Câmara dos deputados, o republicano

Newt Gingrich, assumiu o posto prometendo emendar a constituição, reintroduzindo orações

diárias nas escolas. Há 38 anos a Corte Suprema julgou essa prática inconstitucional, porque

Estado e Igreja são separados. Clinton e sua mulher Hillary, acusados de " gay-loving" e

"feiticeira-feminista", entre outras pérolas, são os alvos principais. Também há o chamado

terrorismo antiaborto... "Se para salvar um milhão de bebês inocentes a cada ano for preciso

matar cem médicos, tudo bem, diz a "Prolife Action League", autora do livro "99 Ways to

Stop Abortion." Os "soldados de Cristo" se tornam, isoladamente," a mais efetiva organização

política dos Estados Unidos ", com o controle de TVs, rádios, conselhos de colégios e

parcelas significativas do partido Republicano. A ordem é "refazer a América como a Terra

de Deus"44. Pelo visto, as recentes eleições americanas, que confrontaram o democrata Al

Gore e o republicano George W. Bush, expondo tantas fragilidades no sistema eleitoral

daquele país e inesperadas disputas judiciais entre ambas as facções políticas, representaram

algo muito mais importante do que uma simples e burocrática escolha entre as faces de uma

mesma moeda, como jocosamente se dizia. Pelo menos, é o que se pode inferir, sob a ótica

aguerrida dos deterministas cristãos. Aliás, evocados por essa inesperada guerra nos tribunais

pelo desfecho das eleições americanas, que ascendeu ao arbítrio da mais elevada instância

judicial do Estado da Flórida e, posteriormente, à Suprema Corte Federal, ocorre-nos que

Michael Novak ressaltou haver a constituição dos Estados Unidos sido redigida por simples

pecadores. E, acrescentou, que esse importante trabalho, tendo sido feito na presunção de que

o ser humano seria, sempre e irremediavelmente, um pecador, pressupunha também, na sua

essência, que os homens não mereceriam confiança integral. Por isso, os seus redatores

teriam, em verdade, "amarrado" o texto de modo a torná-lo propositadamente ambíguo. Este

foi o modo pelo qual "os pais da pátria" teriam organizado o governo daquele país, de forma a

que este não pudesse contrariar os interesses do povo e que nenhum grupo, isoladamente,

alcançasse controlar o país em detrimento dos demais. Foi um plano ousado e engenhoso que,

entretanto, poderá ficar comprometido pela existência de uma corte suprema sem peias nem

amarras. É o que imaginam já haver acontecido, por exemplo, as famílias cristãs, maioria nos

Estados Unidos, e cujos filhos estão legalmente impedidos de receber instrução religiosa nas

escolas públicas, ajudando-os a praticar e preservar princípios éticos e morais de sua milenar

cultura, os chamados fundamentos axiológicos da civilização ocidental judaico-cristã, em

nome dos quais tantos morreram em duas guerras mundiais. Thomas Jefferson, aliás, lançara

sérias dúvidas a esse respeito, ainda nos primórdios da formação do estado americano

democrático, em carta a um adversário político: "Em matéria de interpretação de assuntos

constitucionais, você me parece passar a impressão de que julga ser a Suprema Corte o árbitro

definitivo". Ainda segundo Jefferson, esse sentimento lhe parecia constituir-se em

"perigosíssima doutrina, que poderia conduzir os Estados Unidos ao despotismo de uma

oligarquia"..."Infelizmente, é precisamente isto o que vem acontecendo nos últimos trinta

anos. Nós transferimos o poder do povo para um corpo não eleito, de apenas oito homens e

uma mulher, cinco dos quais podem, efetivamente, controlar as regras da moral e o destino

44 CARLOS, Newton, in "Komeinis Americanos", publicado no Jornal do Brasil, R.J., em 26 de janeiro de 1995

Armindo Augusto de Abreu

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social da nação. E, junto com a Suprema Corte, nós colocamos no poder outra oligarquia não

eleita, na forma do Federal Reserve Board. Este não foi, seguramente, o sistema que os

autores da nossa constituição pretenderam para este país. O sistema de pesos e contrapesos

que eles vislumbraram incluía um judiciário poderoso, uma poderosa casa legislativa e um

poder executivo forte, todos equilibrados, em contrapartida, pelos poderosos direitos dos

cidadãos livres".45 46A forma pela qual esses sagrados ideais dos fundadores da nação

americana foram suplantados no seu próprio solo e daí exportados para o resto do planeta, em

favor de uma temida oligarquia político-financeira, é o que seguiremos apreciando.

O TEMPLO DOS DOZE DINHEIROS

"O poder do dinheiro corrói a nação nos tempos de paz e conspira contra ela nas

épocas de adversidade. Ele é mais despótico do que a monarquia, mais insolente que a autocracia,

mais egoísta que a burocracia. Eu vejo, num futuro próximo, uma crise se aproximando que me

inquieta e faz temer pela segurança do meu país. As grandes corporações foram entronadas, uma

era de corrupção se instalará nos altos escalões e o poder do dinheiro, neste país, imporá à força o

seu reinado, contra o interesse do povo, até que a riqueza esteja concentrada em poucas mãos e a

república destruída".

ABRAHAN LINCOLN, no exercício da presidência dos Estado Unidos.

Em plena era do "New Deal", no ano de 1937, quando o Presidente Roosevelt

liderava o fantástico esforço de reconstrução dos Estados Unidos, povo e país devastados pela

monumental depressão que se abatera sobre a nação como praga bíblica, um belíssimo prédio

em estilo clássico, revestido de mármore branco, acabara de ser erguido em meio a uma

repousante paisagem verde, na "Constitution Avenue", próximo ao "Lincoln Memorial". De

linhas sóbrias, marcantemente caracterizadas por colunas gregas, sem excessos decorativos ou

a monumentalidade arquitetônica dos prédios públicos de Washington, estaria mais adequado

a abrigar uma organização religiosa do que a séde do maior e mais fantástico centro de poder

financeiro da face da Terra. Ante essa característica física e pela verdadeira devoção ao mais

desenfreado materialismo, ali praticado, a instituição nele abrigada ficou conhecida, por

muitos, como "O Templo". Ao cruzar suas portentosas portas de bronze, o visitante passará

sob uma imponente águia americana, também em mármore branco, ali estrategicamente

instalada para que se tenha a sensação de estar penetrando, sob a proteção de suas asas, nas

próprias entranhas da nacionalidade. Ao final do amplo corredor de entrada, chega-se ao

lobby, cujo teto foi fina e artisticamente decorado com desenhos em alto relevo,

representando, certamente não ao acaso, moedas gregas circundando a deusa Cybele, símbolo

da abundância e da estabilidade.47 O Templo, totalmente às escâncaras, sem deixar margem a

dúvidas, revela logo na entrada suas origens e inspirações pagãs... Naquele amplo saguão,

devidamente entronados em retratos a óleo, o Federal Reserve System, apenas FED para os

íntimos, homenageia e cultua dois dos principais responsáveis pela sua criação e lucrativa

existência: o presidente Woodrow Wilson, que sancionou a lei, e o Senador Carter Glass, da

Virgínia, que patrocinou o projeto no Congresso americano, em 1913. Embora amplamente

reveladora, essa homenagem de gratidão se revela historicamente injusta, pois mantém

45 ROBERTSON, Pat in THE NEW WORLD ORDER, Dallas, Word Pub.1991, pag.59.

46 NOTA DO AUTOR: Durante a administração Clinton, do partido democrata, a composição da Suprema Corte foi modificada, devido a

aposentadorias, ganhando a presença de dois novos membros, um dos quais uma mulher, a saber: STEVEN BREYER e RUTH BADER Com

isso, aquela corte máxima passou a ser composta por sete homens e duas mulheres. Além dos já citados, os demais membros WILLIAM

REHNQUIST(atual presidente), ANTONY KENNEDY, DAVID SOUTER, SANDRA DAY O´CONNOR, JOHN PAUL STEVENS,

ANTONIN SCALIA e CLARENCE THOMAS foram todos indicados para o cargo por presidentes republicanos. Apud Jornal do Brasil, RJ,

de 1/12/2000, pág, 10.

47 GREIDER, William, in "SECRETS of the TEMPLE." Touchstone, N.York, 1987.

Armindo Augusto de Abreu

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envoltos nas sombras de profundo anonimato os mais importantes personagens da trama que

deu à luz o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos: o Coronel Edward Mandel House,

alter ego do presidente Wilson, o Senador Nelson Aldrich, presidente da Autoridade Nacional

Monetária, e Paul Moritz Warburg, financista, representante e homem de confiança da

poderosa família de banqueiros Rothschild, ramificada pela Alemanha, França e Inglaterra, de

quem era sócio na propriedade do Reischbank. Desde que o eixo do poder econômico

começara a se mover da Inglaterra para os Estados Unidos, antes das lutas pela independência

americana, sabiam os banqueiros e negociantes europeus que só poderiam, efetivamente,

controlar a economia daquele colosso se lhe pudesse impor, como haviam feito antes à

França, Inglaterra e Alemanha, um Banco Central independente do governo e...

TOTALMENTE PRIVADO! ! ! O que na verdade eles desejavam, há muito tempo, era

constituir uma base sólida, segura, uma nova sede para os seus negócios no Novo Mundo

onde, vislumbravam, além do paraíso terrestre, o futuro do "business" mundial. Uma tentativa

feita, anos antes no Brasil, em Pernambuco, fracassara por motivos religiosos. Os soldados

holandeses, que garantiam a segurança das operações agrícolas e mercantis da Companhia das

Índias Ocidentais (ramo da multinacional que controlava, a ferro e fogo, sob bandeira

holandesa, os interesses do centro mundial dos negócios), eram calvinistas. Subitamente, de

forma inesperada para seus superiores, começaram a hostilizar os católicos brasileiros,

profanando-lhes as igrejas e os altares. O episódio deflagrou violento sentimento de revolta na

região, antes pacífica e tolerante com a presença estrangeira, e se transformou no estopim da

revolta, fazendo de Pernambuco, como sabemos, o berço da nacionalidade brasileira. Expulsa

a guarnição, os negócios fugiram atrás. Após breve passagem pela Holanda, para

reorganização, a comitiva, que incluía, entre outros, os empresários que viveram em Recife e

no interior, voltou ao mar do Novo Mundo, dessa vez um pouco mais para o norte,

desembarcando numa ilha que adquiriram, aos locais, por ninharias. Ali, fundaram a cidade de

New Amsterdam, em homenagem ao porto de origem, e reiniciaram seus afazeres, dessa vez

em paz absoluta. Posteriormente, quando seu quartel-general migrou da Holanda para a Grã

Bretanha, a "filial" americana, ajustando-se aos novos tempos, teve seu nome trocado de New

Amsterdam para... New York, assim permanecendo até hoje. O Brasil perdera, por muito

pouco, a oportunidade de ser o berço do primeiro mundo, sede do poder mundial

secreto...Enfim, os centros financeiros europeus haviam fincado, definitivamente, profundas

raízes nas terras do Novo Mundo e lá começaram a se organizar e a prosperar, sempre na

expectativa de lançar sementes para colher o maior entre os maiores instrumentos do poder e

da opulência: seu próprio banco central ultramarino. Em 1902, Paul Warburg, sócio dos

Rothschild e perito em operações de bancos centrais na Europa, viajou para os Estados

Unidos a fim de se associar à poderosa firma financeira "Kuhn, Loeb & Co". Dado que

apenas palavras empenhadas e lealdades juradas não pareciam garantias suficientes para selar

projeto de tamanha envergadura, Abraham Kuhn e Solomon Loeb, fundadores da empresa,

haviam-se casado um com a irmã do outro, tornando-se duplamente cunhados.

Posteriormente, o cabeça da empresa passara a ser Jacob Schiff, tornado sócio da firma,

instantaneamente, por casamento com Teresa, filha do senhor Loeb. Paul Warburg, então, ao

assumir sua parte na sociedade, casou-se com Nina, a outra filha de Solomon Loeb, o que o

tornara cunhado de Schiff. Jacob Schiff, aliás, numa parceria ainda muito pouco esmiuçada,

socorreria os comunistas russos com um donativo de 20 milhões de dólares em ouro,

garantindo, financeiramente, o sucesso da revolução bolchevique.48 Esse mistério se adensa

quando vêm a lume os fatos de que Lord Milner, da British Round Tables, também foi

generoso contribuinte dos revolucionários russos, e que os banqueiros de Wall Street sempre

socorreram financeiramente os dirigentes soviéticos, quando seu regime claudicava. São

muitas as evidências de que possa ter havido, circunstancialmente ou de forma irrestrita, um

48 ROBERTSON, Pat in "The New World Order"Word Pub. New York, 1991, pág.123.

Armindo Augusto de Abreu

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pacto secreto, nunca abertamente explicitado ou admitido, entre os socialistas marxistas e os

barões da fortuna. Tudo, ao que parece, resumia-se à melhor, mais eficiente e rápida forma de

apropriação e acumulação do capital. A via de mercado, milenar, evoluía de forma lenta,

cheia de acidentes de percurso, restrições legais, muitos impostos a pagar. A comunista,

instantânea pela luta revolucionária armada, representava uma forma total e imediata de

acumulação e apropriação, bastando, apenas, assumir o férreo comando do estado capturado.

O resto, o tempo resolveria, com a criação de uma estrutura confiável de lealdades, quando,

então, seria viável e seguro devolver a economia e seus enormes custos sociais, antes

centralizados, às forças do "livre mercado". Ao que tudo indica, em se tratando de empolgar

ou acumular poder, Wall Street e seus tentáculos invisíveis nunca demonstraram

preocupações com qualquer prurido ideológico... Felix Warburg, o irmão de Paul que ficara

na Alemanha ajudando a administrar os negócios bancários da família, a Casa Warburg e o

Reischbank, viajou para a América a fim de também assumir uma participação na "Kuhn,

Loeb & Co", e acabou casando-se com Frieda, filha de Jacob Schiff. Tornou-se, como na

velha piada, sobrinho do próprio irmão...49 Garantido o negócio, por acordos de honra e

deveres de família, Paul Warburg passou a coordenar, dos bastidores, o desenrolar da

fantástica operação de montagem de um banco central privado para os Estados Unidos, ao

juntar as forças desse grupo com os Rockefeller e os Morgan... A constituição americana dá

ao seu congresso o poder de "cunhar moeda, regular o seu valor e o valor de moedas

estrangeiras" proibindo que os estados façam com que "qualquer coisa, exceto moedas de

ouro e prata, sirva de meio legal para o pagamento de dívidas". Exercitando esse poder, e

atendendo a uma recomendação de Alexander Hamilton, o congresso aprovou, em 2 de abril

de 1792, uma lei de cunhagem, definindo a moeda americana como sendo o "dólar". Ele teria

moedas divisionárias em bases decimais, sendo estipulados seus pesos em ouro e prata, e

autorizada a livre cunhagem, aberta a todos e isenta de ônus. A recomendação de Hamilton

agradara aos bancos, que logo foram liberados para cunhar seu próprio dinheiro. Entretanto, à

falta de uma autoridade central coordenadora, cada banco operava apenas segundo seus

próprios interesses, tornando o sistema caótico. Isso levara o país a registrar, no primeiro terço

do século XIX, cerca de 12.000 tipos de moedas em circulação, nacionais e estrangeiras, das

quais, perto de 5.000, eram totalmente fraudulentas ou falsas. A primeira tentativa de se criar

uma verdadeira moeda única nacional, durante a guerra civil, fracassara. O dinheiro da União,

conhecido como "Greenbacks" (costas verdes), por pressão dos bancos sobre o congresso,

temerosos de perder os privilégios da emissão própria, tivera circulação restrita, não podendo

ser usado no pagamento de taxas e impostos. Ao final da guerra civil, tinha perdido cerca de

70 % do poder liberatório inicial, sendo repudiado pela população. Em 1907, ocorreu mais

uma severa crise. Com os bancos fechados e as pessoas sem dinheiro, trabalhadores

desempregados perambulando pelas ruas, o pânico se instaurou. Desta vez, a crise parecia ter

nome certo: os Morgan foram responsabilizados, de tal forma, pela convulsão nacional, que o

congresso criou, em 1908, uma "Autoridade Monetária Nacional", administrada pelo senador

Nelson Aldrich, de Rhode Island, visando a uma solução definitiva, que afugentasse situações

críticas para sempre, ao que se supunha, ministradas intencionalmente pelos banqueiros. Essa

decisão federal era tudo que eles queriam.50 Chegara a hora de conquistarem seu banco central

privado. Aldrich era ligadíssimo aos Rockefeller, tanto que sua filha se casara com John

Davison II e um dos filhos do casal recebera, na pia batismal, o nome de Nelson Aldrich

Rockefeller, em homenagem ao avô. Em 1910, um grupo de trabalho, formado por Aldrich,

A. Andrews (vice-secretário do Tesouro), Frank Vanderlip (presidente do National City

Bank/New York, dos Rockefeller), H. Davison (sócio sênior do J.P. Morgan), Charles Norton

(presidente do First National Bank of New York, dos Morgan), Benjamin Strong (outro

49 SACHAR, Howard M. in "A History of the Jews in America." Vintage Books, Ramdom House, New York,1993, pág. 92.

50 ROBERTSON, Pat. ibiden, pág. 124.

Armindo Augusto de Abreu

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preposto da família Morgan) e Paul Warburg deixou a cidade de Hoboken, New Jersey, num

trem fechado, e dirigiu-se à ilha de Jekill, na Geórgia, hospedando-se num paraíso de caça

pertencente à família Morgan. O encontro foi tão secreto que ninguém podia ser chamado

pelo próprio nome e novos empregados, desconhecidos de todos os presentes, foram

contratados para servi-los, sem saber a quem. Frank Vanderlip, presente à reunião, assim a

descreveu, muitos anos mais tarde (1935), no The Saturday Evening Post: "Houve uma

ocasião, em 1910, em que eu agi tão secretamente, de forma tão furtiva, como qualquer

conspirador... pois teria sido fatal para os planos do senador Aldrich se alguém soubesse que

ele estava convocando pessoas de Wall Street para ajudá-lo a preparar seu projeto de lei...

Penso que não há nenhum exagero em me referir a nossa expedição à Ilha de Jekill, como a

ocasião em que foi feita a concepção real daquilo que, eventualmente, veio a ser conhecido

como o Federal Reserve System". Em Jekill, Warburg assumiu a função de relator do projeto

que, por ter-se baseado na organização do Reichbank (o banco central alemão), cujos

acionistas majoritários eram as famílias Rothschild e Warburg, viria a refletir, integralmente,

a vontade dos banqueiros. O plano era muito simples. O novo banco central não podia ser

assim denominado porque o povo americano não o desejava. Por isso, ele teria que receber

um nome enganoso, onde não constassem as palavras banco nem central. E, o mais importante

de tudo, ele teria de se assemelhar com uma agência oficial do governo americano. Em

conseqüência, ficou acertado que o banco deveria parecer controlado pelo congresso, mas a

maioria do seu corpo diretor seria eleita pelos bancos privados, donos integrais de suas ações.

Evitando a percepção pública de que o FED seria administrado a partir de Wall Street (New

York), foi criado um sistema múltiplo, de doze bancos centrais, designados por números de

um a doze e por letras maiúsculas de A até L, tendo cada um deles limites bem definidos de

atuação regional, com sedes nas cidades e estados constantes dos respectivos nomes. Esses

doze bancos são: 1-Federal Reserve Bank of Boston/Massachussets (A); 2-Federal Reserve

Bank of NewYork/NewYork (B); 3-Federal Reserve Bank of Philadelphia/Pennsilvania (C);

4-Federal Reserve Bank of Cleveland/Ohio (D); 5-Federal Reserve Bank of

Richmond/Virginia (E); 6-Federal Reserve Bank of Atlanta/Georgia (F); 7-Federal Reserve

Bank of Chicago/Illinois (G); 8-Federal Reserve Bank of St. Louis/Missouri (H); 9-Federal

Reserve Bank of Minneapolis/Minnesota (I); 10-Federal Reserve Bank of

KansasCity/Missouri (J); 11-Federal Reserve Bank of Dallas/Texas (K) e 12-Federal Reserve

Bank of San Francisco/California (L). Apesar de possuírem diretorias individuais, respondem

a um comando central, cujo poder emana de New York, constituindo-se num cartel

denominado "Federal Reserve System. Esse grupo empresarial privado, como acertado no

plano secreto de Warburg, Aldrich e do Cel. House mantém as aparências de submissão ao

congresso americano nas suas relações com a área federal, assumindo a forma de uma

"agência reguladora", sob o nome de "Federal Reserve Board". A junta de governadores desse

Board deveria ser escolhida pelo presidente dos Estados Unidos, entre diretores indicados

pelo FED e pessoas da confiança do governo, mas, nas palavras do Cel. House, ..."O Board

exercerá seu mandato de forma a se manter longe do alcance de qualquer poder do

presidente". Isso é tão verdadeiro que, desde a sua criação, até o dia de hoje, o Fed nunca

sofreu uma auditoria, sequer, do governo americano. Confirmando a previsão do Cel. House,

os primeiros cargos no Fed foram logo preenchidos pelos que engendraram sua criação.

Benjamin Strong, do grupo Morgan, tornou-se o primeiro governador do Federal Reserve

Bank de Nova York, carro chefe do sistema. O primeiro governador do Federal Board (a

agência reguladora federal) foi o próprio Paul Warburg, logo depois presidente do Federal

Reserve System (o cartel privado, de propriedade dos demais bancos). Os doze bancos

centrais privados do sistema, mantendo as tradições do passado, quando cada banco particular

imprimia sua moeda, assumiram essa concessão pública terceirizada, apesar de proibida pela

constituição, passando também a emitir, cada um deles, seu próprio dinheiro individual. Há,

Armindo Augusto de Abreu

29

portanto, no mercado, doze dólares diferentes, embora de aspecto (desenho e cores)
padronizado, e com a mesma denominação legal. As diferenças entre essas moedas existem
claramente, e resumem-se aos selos contendo as letras identificadoras e os nomes dos bancos
a que pertencem. Ambos estão inseridos numa coroa circular, à esquerda da efígie
presidencial. Os números correspondentes a cada banco vêm indicados nos cantos interiores
das notas, junto aos valores expressos em algarismos. Hoje, com a globalização e a
dolarização de alguns países, que cedem sua soberania, não a outra potência, mas a um
sistema bancário privado e internacionalista, o FED está mudando a aparência dos seus doze
dinheiros, unificando suas estampas de molde a fazê-los parecer um só. Nas notas da nova
emissão, onde as efígies presidenciais aparecem em formato ampliado, foi suprimido o selo
circular contendo o nome de cada banco e sua letra correspondente. Agora, aparece apenas
uma logomarca, também circular, do Federal Reserve System. É o novo "dólar tipo
exportação", de uso geral, mas particularmente dedicado a países como o Panamá, o Equador
e outros na fila de espera que, abandonando a "prata da casa", adotaram-no como moeda
corrente...Caso o prezado leitor seja do tipo curioso, observador, olhe atentamente para as
notas do novo dólar e perceba que na numeração delas ainda é possível distinguir as letras
(A/L) e os números (1/12) aqui descritos, só que em tamanho muito reduzido. Quando for
viajar divirta-se, identificando quais, entre os doze dinheiros, você levará em seu bolso, pois,
apesar de escondido, o gato continua com o rabo de fora... O Federal Reserve tornou-se uma
força–chave na economia mundial, fazendo com que todos os mercados financeiros do mundo
prestem a máxima atenção quando ele se manifesta. O mais rico país do mundo, os Estados
Unidos, possui, paradoxalmente, a maior dívida do planeta, que pode já haver ultrapassado a
cifra de seis trilhões de dólares! ! ! A quem deve o povo dos Estados Unidos essa monumental
fortuna? ? ? Claro, aos maiores financiadores da América, isto é, ao Federal Reserve Bank e
aos seus afortunados acionistas privados, que acumulam o mais fantástico tesouro da
humanidade: o moto perpétuo de fabricar dinheiro, objeto do desejo da humanidade
consumista, a partir de brisa, papel e tinta! ! !51 Mas a maior lufada da fortuna, que beneficiou

ainda mais esse grupo de poderosos felizardos, foi o histórico fato ocorrido em agosto de

1971, quando caiu por terra o acordo de Bretton Woods, regulador do sistema financeiro

internacional. Ali, Richard Nixon "fechou para sempre o guichê do ouro", tornando letra

morta a obrigação assumida pelos Estados Unidos de converter ao metal, no preço fixo de

US$ 35,00/onça, os dólares amealhados pelos governos estrangeiros. Estava definitivamente

quebrado o padrão metálico em todo o mundo e o FED deixava de se obrigar, por uma

simples canetada presidencial e, mais uma vez, contrariando a constituição americana, a

emitir o dinheiro com lastro em espécie, ouro ou prata! "Antes de 1971, toda moeda

importante, desde tempos imemoriais, estivera vinculada direta ou indiretamente a uma

mercadoria. Ocorriam afastamentos ocasionais de um vínculo fixo, mas só em épocas de

crise. Como resultado, esperava-se que tais episódios fossem temporários, e de fato o foram.

Mas o vínculo foi-se enfraquecendo, cada vez mais, até ser eliminado, de todo, pelo ato do

presidente Nixon. Desde então, nenhuma outra moeda importante teve qualquer vínculo com

uma mercadoria".52 Apesar da famosa advertência de Irving Fisher, escrita em 1911, de que

"o papel moeda inconversível quase invariavelmente revelou-se uma maldição para o país que

a adotou", os Estados Unidos, melhor dizendo, os bancos privados que constituem o Federal

Reserve System, desobrigaram-se, prazerosamente, dessa tremenda e onerosa

responsabilidade. O dólar, para o bem ou para o mal, passou a valer, em essência, além do

papel e da tinta de sua impressão, aquilo que a enorme e magistral propaganda faz com que as

pessoas acreditem que ele possa valer. Estava, assim, inaugurada a era do "castelo de cartas"

em que se transformou o sistema financeiro internacional. Enquanto o mundo, preocupado

51 ROBERTSON, Pat. In "The New World Order".

52 FRIEDMAN, Milton em "Episódios da História Monetária" Rio de Janeiro: Record, 1994, pág. 27.

Armindo Augusto de Abreu

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ante a gravidade do fato, permanecia em vigília insone, os dirigentes e acionistas do Fed

celebravam, felizes, às gargalhadas. Nunca tantas rolhas dos mais finos champanhes franceses

espocaram, simultaneamente, na calada de uma noite tão longa e silenciosa. "Quando se

menciona o nome do Federal Reserve, a atenção é garantida", escreveu Kim Clark do U.S.

News & World Report, "uma vez que a mínima alteração nas taxas de juros pode derrubar

mercados e criar ou destruir milhões de empregos". Mas, o maior segredo do FED é saber

quem o controla e com que finalidade."Usar um banco central para criar períodos alternados

de inflação e deflação e depois explorar o povo para obter enormes lucros, é uma atividade

que os banqueiros internacionais aperfeiçoaram como uma ciência exata".53 "Algumas vozes

importantes se levantaram, à época, contra a criação do FED. Talvez a mais incisiva tenha

sido a do congressista Lindbergh, pai do famoso ás da aviação, que em 1913 declarou:..."O

Federal Reserve estabelece o mais gigantesco trust da face da terra" ..."Quando o presidente

assinar esse ato, o governo invisível, do poder do dinheiro, será finalmente legitimado. Então,

a nova lei vai criar inflação quando os trusts quiserem inflação. Daqui por diante, as

depressões serão criadas cientificamente."54 Mas, a quem pertence, finalmente, o poder de

todos os poderes, isto é, o Federal Reserve System ? ? ? A resposta já pode ser conhecida. Ele

é propriedade de seus doze membros, bancos pertencentes a acionistas privados. "Um exame

dos maiores acionistas dos principais bancos de Nova York, mostra, claramente, que umas

poucas famílias, relacionadas pelo sangue, casamentos ou interesses comuns, controlam todos

os bancos daquela cidade que, por sua vez, possuem o controle acionário do Federal Reserve

Bank de Nova York, controlador dos demais bancos do sistema. Entre essas famílias estão os

Rothschild, Morgan, Rockefeller, Warburg e outras.55 Os 19.752.655 de ações do Federal

Reserve Bank de N. York são, majoritariamente, controladas por dois bancos: 6.389.445

ações (32,35%) pertencem ao Chase Manhattan Bank (agora fundido ao Chemical Bank) e

4.051.851 ações (20,51%) ao Citibank, N.A., perfazendo 10.441.295 ações (52,86%), isto é,

controle total e absoluto! ! !

É TARDE, EU JÁ VOU INDO...

Um intrincado conjunto de fenômenos políticos, econômicos, sociais, científicos,

tecnológicos e militares, têm sido, há muitos anos, ocultados ou cuidadosamente apresentados

à opinião pública de forma destorcida, tendenciosa, como se fossem conquistas inexoráveis,

incontestáveis frutos da genialidade alcançada pela civilização contemporânea, para o bem de

toda a humanidade. A elas, segundo seus mentores, deveríamos, portanto, reverenciar e

cultuar, contritos, agradecidos, sem qualquer contestação. Expressões e conceitos como

"Nova Ordem Mundial", "Globalização", "Livre Comércio", "Mercados Globais",

"Liberdade", "Democracia", "Modernidade", "Reformas", "Cidadania", "Tendência

Mundial", "Investidores Internacionais", divulgadas por órgãos oficiais de comunicação e

pelas diversas mídias privadas, como pilares dessa "nova e moderna" organização planetária,

acobertam, engenhosamente, brutal concentração de poder e riquezas, beneficiando

privilegiada minoria oligárquica, em detrimento do homem comum. O mundo, como visto, é

governado por uma autocracia oculta, através de um sistema gerencial de altíssima lealdade

aos seus princípios e objetivos, que opera em seu favor sob o manto do interesse público, da

democracia e da liberdade. É lobo em pele de cordeiro. O homem do povo, tratado como

53 ALLEN, Garry, pesquisador e escritor.

54 Muito embora, nada leve a provar qualquer relação entre o duro combate movido pelo senador Lindbergh aos defensores da criação do

FED e a desgraça familiar que lhe ocorreu, trazendo revolta e consternação mundial, cabe lembrar que o neto do senador, filho do ás da

aviação Charles Lindbergh, foi seqüestrado em seu berço e morto, apesar da família ter pagado o seu resgate. N.A.

55 MULLINS, Eustace in "The Secrets of the Federal Reserve", N.Y., 1983.

Armindo Augusto de Abreu

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massa de manobra, joão-teimoso da mentira, da propaganda, das jogadas e armações políticas,

continua, ingenuamente, a dar legitimidade ao sistema, pelo voto, que imagina exercer de

forma livre e democrática. A toda e qualquer tentativa de reação ao embuste, os leões de

chácara do poder reagem, com a truculência e a arrogância dos que só parecem possuir

certezas. Afinal, ganham para isso. Desse combate desigual, sem ética ou compaixão, surgem

os ataques da moda, quando os que procuram iluminar caminhos são tratados como

"obscurantistas", "conservadores", "atrasados", "medievais", "dinossauros", "terroristas",

"retrógrados", "reacionários", "vanguardeiros do atraso", "arautos do caos", "catastrofistas",

viúvas da ditadura ou, simplesmente, "paranóicos". Às verdades que procuram revelar, se lhes

dão o tratamento de "teorias conspiratórias". À motivação dos que não lhes têm concedido

sereníssima trégua, designam como "paranóia conspiratória", imaginando, inutilmente,

remetê-los ao limbo entre a burrice e a loucura... A todos os leitores de mentes sãs, que já

perceberam, na epiderme ou na alma, os incômodos desse patrulhamento persecutório, e a

quem o direito à verdade tem sido, sistematicamente, negado, dedicamos este texto, com a

recompensadora certeza de que, apesar da odiosa opressão e dos ataques virulentos, nunca

estiveram, nem estarão, inteiramente sós e desprotegidos.

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