sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ANTARES

Antares, a dama de vermelho

JOSÉ ROBERTO V. COSTA
Astronomia no Zênite

Vamos começar com “gente” graúda lá de cima. Uma estrela que, vista aqui de nossa humilde morada, está no coração da constelação do Escorpião: Antares. Fácil de ver a olho nu, seu belo nome vem de anti-Ares, que significa rival de Marte.
Cá entre nós, essa rivalidade só existe mesmo em nosso céu, uma vez que Antares e Marte têm uma forte coloração avermelhada que confundimos. Mas quem dera a Marte ter a mesma grandeza que Antares. Estamos falando de uma estrela realmente monumental.
Chame essa estrela para o centro do Sistema Solar (avise o Sol para sair antes) e Antares se estenderá até a beira do cinturão de asteróides, engolindo Mercúrio, Vênus, Terra, Marte e provando que essa história de rivalidade com o Planeta Vermelho é pura intriga.
Supergigante
GIGANTE É POUCO. Os astrônomos (um tipo de paparazzi que aponta suas câmeras somente para o céu) a chamam de supergigante vermelha. Antares é mais de dez mil vezes mais luminosa que o Sol, mas está (sorte nossa!) 37 milhões de vezes mais longe, a 600 anos-luz daqui.

Antares ocupa a posição 14 no ranking das estrelas mais brilhantes e sua fama vem desde a Antiguidade, quando era citada pelos egípcios, persas e árabes, entre outros povos.

Segredos da estrela
A GRANDE REVELAÇÃO SOBRE ANTARES e que ela não mora sozinha! Vive com uma companheira quatro vezes o tamanho do Sol. Ambas giram em torno de um centro comum de gravidade, como um casal de mãos dadas.

Cada órbita leva 878 anos para se completar. Elas estão separadas uma da outra por um distância 14 vezes maior que do Sol a Plutão. Só mesmo a força da gravidade para manter uma união assim.

Apesar de famosa, na verdade Antares não é tão quente quanto o Sol – literalmente. Sua temperatura superficial fica um pouco acima dos 3.000 ºC (tipo espectral M), enquanto o Sol, mesmo comparativamente diminuto, tem o dobro (tipo espectral G).
25.000 a 40.000ºC 11.000 a 25.000ºC 7.500 a 11.000ºC 6.000 a 7.500ºC 5.000 a 6.000ºC 3.500 a 5.000ºC 3.000 a 3.500ºC
O B A F G K M
AS CORES E AS TEMPERATURAS superficiais das estrelas quando vistas do espaço, isto é, sem a influência da atmosfera, das nuvens interestelares e dos movimentos estelares próprios – que alteram nossa percepção. As letras representam os tipos espectrais.
Explicando melhor.
Uma estrela com muita massa produzirá muita energia, e portanto será mais quente e sua cor tenderá ao azul. Já uma estrela com pouca massa produzirá menos energia e sua superfície será mais fria, tendendo ao vermelho.

A quantidade de energia produzida depende da massa e por isso uma estrela azul pode estar na mesma fase de Supergigante que uma vermelha.

Na verdade, a idade de uma estrela deve ser vista com cautela, principalmente se ela fizer parte de um sistema duplo, onde as componentes se encontram muito próximas, estando sujeitas a interações.

As estrelas nascem de enormes nuvens de gás hidrogênio, o elemento químico mais abundante no Universo. Quando jovens são azuis, muito energéticas e turbulentas – o que se espera da juventude, afinal.

Mas com o tempo (muito tempo...) vão mudando de cor. Do azul para o branco, depois o amarelo (meia-idade, como o Sol), o alaranjado e finalmente o vermelho. Estrelas são vaidosas, mas conservadoras. Seguem a mesma moda há bilhões de anos.
Estrelas anãs amarelas ou vermelhas são estáveis e brilham por tempo suficiente para a vida surgir e evoluir em eventuais planetas ao seu redor. Mas elas também podem ser gigantes vermelhas. Astros inchados, num esforço desesperado para se manter brilhando. Mas nem mesmo as estrelas duram para sempre.
Antares (Alfa de Escorpião)
Cor
Classe
espectral Distância
(anos-luz) Luminosidade
(Sol=1) Massa
(Sol=1) Temperatura
superficial Idade
(milhões de anos)
Vermelha M1.5Iab-b 600 10.000 15,5 3.500 K 8

Seu encontro com Antares
ANTARES É INCONFUNDIVELMENTE VERMELHA e está quase no meio, no coração, da imagem do Escorpião no céu. A disposição das estrelas dessa constelação sugere facilmente a cauda, o corpo e a cabeça do aracnídeo.

Se tiver um binóculo ou luneta não hesite em usá-lo. Mas não espere ver muito, as estrelas são bastante reservadas. Dica para os fãs: no final de maio Antares pode ser vista a noite inteira, do anoitecer ao amanhecer. Ela adora se mostrar nessa época do ano!
Acesse uma carta celeste de Escorpião

Celebridade
VOCÊ ESTÁ BEM HABITUADO com a velocidade do som. Vê o relâmpago e muitas vezes conta vários segundos até o trovão. Mas apesar de parecer instantânea, a luz também leva um tempo para se propagar. O problema é que ela viaja a 300 mil quilômetros por segundo e é muito difícil perceber.

Mas ajuda olhar para o céu. As estrelas estão longe o bastante para que sua luz demore para chegar aqui. Se o Sol apagasse agora, ainda teríamos 8 minutos até o último raio de luz. Por isso dizemos que o Sol está a oito minutos-luz de distância.

As outras estrelas estão muito mais longe, a muitos anos-luz de distância. Se Antares saísse de cena agora, ainda se passariam seis séculos na Terra até percebermos. Isto sim é uma celebridade!

GIGANTE VERMELHA

Conhecida desde tempos imemoriais, Antares fez parte da mitologia de muitas civilizações. Mal sabiam eles que aquele pequeno ponto avermelhado do céu era na verdade uma estrela 700 vezes maior e 10.000 mil vezes mais brilhante que o Sol que eles tanto adoravam. Isso mesmo, nosso sol em relação a Antares não passa de um pequeno grão de areia. Só para efeito de comparação, se Antares fosse posta no lugar do sol, engoliria todos os planetas rochosos, ou seja, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
A estrela vermelha é uma super gigante de primeira magnitude e sua coloração avermelhada se deve ao fato dela ter uma superfície fria. Exatamente, a cor é uma medida efetiva da temperatura das estrelas. A cor de Antares indica que sua temperatura superficial é de aproximadamente 3.000 graus. A do Sol é de 5.800 graus, e as estrelas mais quentes tem temperaturas efetivas de 40.000 graus Celsius.
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 3:05 PM 1 COMMENTS

(A Terra comparada com o Sol e demais planetas do Sistema Solar)
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 3:01 PM 0 COMMENTS

(O Sol comparado com Antares e outras estrelas)
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 2:57 PM 4 COMMENTS
TUESDAY, NOVEMBER 14, 2006

A maior estrela do Universo

Com todos esses impressionantes números e imagens ai em cima você deve estar certo que Antares é de longe a maior estrela do Universo, certo? Errado!
Por mais magnífica que Antares pareça, existe estrelas ainda maiores, na realidade, existem três:
KW Sagitarii ( a 9.800 anos-luz), V354 Cephei ( a 9.000 anos-luz) e KY Cygni ( a 5.200 anos-luz) são super gigantes vermelhas e têm todas cerca de 1.500 vezes o tamanho do Sol, ou cerca de sete Unidades Astronômicas (UA). Se qualquer uma das três fosse colocada no lugar do Sol, não só engolfaria a Terra, mas seu corpo monstruoso seria capaz de se estender até algum ponto entre as órbitas de Júpiter e Saturno.

Unidade Astronômica: Abrevia-se UA (ou AU em inglês) . Comprimento equivalente a distância média da Terra ao Sol, ou 149.597,900 Km (cerca de 150 milhões de Km).
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 8:42 AM 2 COMMENTS
MONDAY, NOVEMBER 06, 2006

Antares está próxima da Terra?

A distância de estrelas (a não ser para as mais próximas) em geral são determinadas com muita incerteza. A distância de 520 anos-luz para Antares foi estipulada em 1997 através de medidas de paralaxe obtidas pelo satélite Hipparcos e é o melhor valor disponível na astronomia. Valores mais antigos são bem mais imprecisos.

Deve se ter em mente que mesmo o valor do satélite Hipparcos tem uma incerteza de cerca de 20%, não existem valores exatos, sem margem de erro, para distâncias estrelares desta ordem.
O ano luz é a distancia percorrida pela luz no espaço vazio em um ano. Considerando que a velocidade da luz no vácuo é da ordem de 299.792,6 km/s e que em um ano existem 365 dias, basta multiplicar estas duas grandezas para verificar que um ano-luz corresponde a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros.

Como vocês podem observar, Antares não está nada próxima.
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 9:21 AM 0 COMMENTS
FRIDAY, NOVEMBER 03, 2006



A companheira azul

Antares faz parte de um sistema binário. Isso significa que ela divide sua região com uma outra estrela. Sua companheira é muito mais fraca, invisívela olho nu, e de cor branco-azulada.
Pouco se conhece sobre ela, no entanto sabe-se que é uma estrela anã do tipo espectral B3, e que sua massa é ao redor de 8 vezes a do Sol.

Característica do tipo espectral B - Raias de Hidrogênio.


POSTED BY PEDRO SIRNA AT 4:36 PM 0 COMMENTS
TUESDAY, OCTOBER 17, 2006

O futuro de Antares

Como tudo, as estrelas nascem, crescem, e morrem. E para o azar de Antares, ela já esta em suas ultimas. Isso não significa que ela pode apagar a qualquer momento, pode ter certeza que seus tataranetos ainda vão poder observá-la no céu. Mas o fato é que Antares já esta ai há muito tempo, provavelmente cerca de 7 bilhões de anos. Como sabemos disso? Porque Antares já atingiu seu estagio de Super Nova, o estagio final de qualquer estrela, quando seu núcleo fica tão denso que começa se contrair, aumentando ainda mais a temperatura e provocando a expansão em suas camadas exteriores.

Hoje Antares está em seu esplendor, mas daqui alguns milhares de anos ela começará à se contrair e à diminuir gradativamente, perdendo cada vez mais seu brilho, até chegar ao ponto em que não mais imitira luz, e em vez disso, começara a devorar todo que esteja em seu caminho. Esse colapso gravitacional é conhecido como “Buraco Negro”.

As estrelas com maior massa, o caso de Antares, em seu ultimo suspiro, atingem um grau de contração no núcleo que fazem a aceleração na gravidade se tornar infinita. Nesta situação, a velocidade de escape se torna igual á da luz, fazendo com que nada consiga escapar no seu campo gravitacional, nem mesmo a luz.

Os Buracos Negros são um mistério para a ciência e, de acordo com a Teoria da Relatividade, são uma curvatura no espaço-tempo causada pela presença de massa muito concentrada.
Um final assustador para uma estrela tão bonita.
POSTED BY PEDRO SIRNA AT 5:06 PM 0 COMMENTS
THURSDAY, SEPTEMBER 21, 2006

A Constelação de Escorpião
De todas as 88 constelações Escorpião é uma das que mais se destaca. Notável por sua extensão, forma e riqueza em objetos interessantes à observação, Scorpius (nome latino) sempre surpreendeu aqueles que se dedicaram à astronomia nos últimos milhares de anos.

O padrão é inconfundível: o animal medonho disposto no céu, “caminhando” lentamente pela noite, parece superar a condição de mera constelação (a palavra “constelação” etimologicamente significa “estado do céu”) sugerindo uma entidade real locomovendo-se furtivamente entre as estrelas, com suas pinças e ferrão prontos para atingir alguma vítima.

A constelação de Escorpião foi identificada como tal tanto pelos gregos quanto pelos egípcios e persas. A origem egípcia remete às secas que devastavam a região do Nilo, já que nessa época o Sol passava por essa constelação. Já a mitologia grega tem outra explicação para a constelação. O escorpião foi o animal enviado por Ártemis (deusa da caça de acordo com a mitologia, embora ela também seja associada ao parto e à Lua. Artémis pode ser considerada a versão feminina de Apolo, seu irmão gêmeo) para matar Órion. Diz à lenda que Ártemis, fria e vingativa, sentia-se prejudicada nas suas atividades de caça pelo gigante caçador Órion. Uma variante do mito afirma que o escorpião nunca chegou a matar Órion – de fato, se observarmos o céu nessa época do ano veremos que a constelação de Órion se põe enquanto que as estrelas de Escorpião nascem no outro lado da abóbada celeste.

A figura abaixo é uma representação da constelação de Escorpião como é observada no céu.

Constelação: grupos de estrelas que formavam um padrão abstrato (uma cruz, um cão, um escorpião, etc...).

POSTED BY PEDRO SIRNA AT 9:34 AM 0 COMMENTS
MONDAY, SEPTEMBER 11, 2006

Antares: a estrela vermelha

Antares é a estrela Alfa do Escorpião, isto é, é a mais brilhante desta constelação. Por isso é a estrela principal deste agrupamento e parece que procura representar o coração daquele animal, dada a sua posição na figura, e também por possuir uma cor avermelhada. Seu nome veio dos gregos antigos que achavam que ela era rival de Ares (Anti – Ares), deus da guerra. Ares nada mais é que o planeta Marte, que visto da terra parece uma estrela, e que junto com Antares são os dois objetos mais avermelhados do céu noturno. Daí o motivo da rivalidade.

Antares também era considerada uma das “guardiãs” do céu segundo os persas. Marte na mitologia romana, junto a Regulus, Aldebaran e Fomalhault forma o quarteto de estrelas reais dos antigos. Desde tempos imemoriais, o planeta vermelho é o regente do signo de escorpião.
O futuro de Antares

Como tudo, as estrelas nascem, crescem, e morrem. E para o azar de Antares, ela já esta em suas ultimas. Isso não significa que ela pode apagar a qualquer momento, pode ter certeza que seus tataranetos ainda vão poder observá-la no céu. Mas o fato é que Antares já esta ai há muito tempo, provavelmente cerca de 7 bilhões de anos. Como sabemos disso? Porque Antares já atingiu seu estagio de Super Nova, o estagio final de qualquer estrela, quando seu núcleo fica tão denso que começa se contrair, aumentando ainda mais a temperatura e provocando a expansão em suas camadas exteriores.

Hoje Antares está em seu esplendor, mas daqui alguns milhares de anos ela começará à se contrair e à diminuir gradativamente, perdendo cada vez mais seu brilho, até chegar ao ponto em que não mais imitira luz, e em vez disso, começara a devorar todo que esteja em seu caminho. Esse colapso gravitacional é conhecido como “Buraco Negro”.

As estrelas com maior massa, o caso de Antares, em seu ultimo suspiro, atingem um grau de contração no núcleo que fazem a aceleração na gravidade se tornar infinita. Nesta situação, a velocidade de escape se torna igual á da luz, fazendo com que nada consiga escapar no seu campo gravitacional, nem mesmo a luz.
Os Buracos Negros são um mistério para a ciência e, de acordo com a Teoria da Relatividade, são uma curvatura no espaço-tempo causada pela presença de massa muito concentrada.
Um final assustador para uma estrela tão bonita.

A Constelação de Escorpião
De todas as 88 constelações Escorpião é uma das que mais se destaca. Notável por sua extensão, forma e riqueza em objetos interessantes à observação, Scorpius (nome latino) sempre surpreendeu aqueles que se dedicaram à astronomia nos últimos milhares de anos.

O padrão é inconfundível: o animal medonho disposto no céu, “caminhando” lentamente pela noite, parece superar a condição de mera constelação (a palavra “constelação” etimologicamente significa “estado do céu”) sugerindo uma entidade real locomovendo-se furtivamente entre as estrelas, com suas pinças e ferrão prontos para atingir alguma vítima.

A constelação de Escorpião foi identificada como tal tanto pelos gregos quanto pelos egípcios e persas. A origem egípcia remete às secas que devastavam a região do Nilo, já que nessa época o Sol passava por essa constelação. Já a mitologia grega tem outra explicação para a constelação. O escorpião foi o animal enviado por Ártemis (deusa da caça de acordo com a mitologia, embora ela também seja associada ao parto e à Lua. Artémis pode ser considerada a versão feminina de Apolo, seu irmão gêmeo) para matar Órion. Diz à lenda que Ártemis, fria e vingativa, sentia-se prejudicada nas suas atividades de caça pelo gigante caçador Órion. Uma variante do mito afirma que o escorpião nunca chegou a matar Órion – de fato, se observarmos o céu nessa época do ano veremos que a constelação de Órion se põe enquanto que as estrelas de Escorpião nascem no outro lado da abóbada celeste.
De todas as 88 constelações Escorpião é uma das que mais se destaca. Notável por sua extensão, forma e pela riqueza em objetos interessantes à observação, Scorpius (nome latino) sempre surpreendeu aqueles que já se dedicaram à astronomia nos últimos milhares de anos.
O padrão é inconfundível: o animal medonho disposto no céu, “caminhando” lentamente pela noite, parece superar a condição de mera constelação (a palavra “constelação” etimologicamente significa “estado do céu”) sugerindo uma entidade real locomovendo-se furtivamente entre as estrelas, com suas pinças e ferrão prontos para atingir alguma vítima.
A constelação de Escorpião foi identificada como tal tanto pelos gregos quanto pelos egípcios e persas. A origem egípcia remete às secas que devastavam a região do Nilo, já que nessa época o Sol passava por essa constelação. Antares, a estrela mais brilhante de Escorpião, era considerada uma das “guardiãs” do céu segundo os persas. Já a mitologia grega tem outra explicação para a constelação. O escorpião foi o animal enviado por Ártemis (deusa da caça de acordo com a mitologia, embora ela também seja associada ao parto e à Lua. Artémis pode ser considerada a versão feminina de Apolo, seu irmão gêmeo) para matar Órion. Diz a lenda que Ártemis, fria e vingativa, sentia-se prejudicada nas suas atividades de caça pelo gigante caçador Órion. Uma variante do mito afirma que o escorpião nunca chegou a matar Órion – de fato, se observarmos o céu nessa época do ano veremos que a constelação de Órion se põe enquanto que as estrelas de Escorpião nascem no outro lado da abóbada celeste.
A figura abaixo é uma representação da constelação de Escorpião como é observada no céu. É interessante ressaltar que para a astronomia o termo “constelação” assume um significado um pouco diferente do que costumamos imaginar. Antigamente as constelações eram grupos de estrelas que formavam um padrão abstrato (uma cruz, um caçador, um cão, um escorpião, etc...). Atualmente utiliza-se o termo “constelação” para designar uma dada região do céu. Dessa forma a cúpula celeste foi dividida em 88 regiões, cada uma dessas regiões é uma “constelação”. Obviamente o nome de cada uma delas é dado em função do padrão de suas estrelas constituintes. Na figura abaixo, as linhas ligando as estrelas formando a figura do escorpião remetem à noção antiga de “constelação”. Já a área recortada na qual estão dispostas essas estrelas remete à noção de “constelação” para a astronomia hoje.


Representação artística do Escorpião como foi publicada no Atlas Celeste de Alexander Jamieson em 1882.

As próximas seções serão dedicadas à alguns objetos interessantes para a observação que estão localizados na constelação de Escorpião.

Antares

Antares (Alpha Scorpii) é uma estrela de 1ª magnitude (na verdade é uma estrela binária) – uma supergigante vermelha, distante aproximadamente 600 anos-luz da terra, 700 vezes maior que nosso sol e 10.000 vezes mais brilhante. O nome ´Antares´ significa ´Rival de Marte´ - rivalidade entre os dois objetos mais avermelhados do céu, que são freqüentemente confundidos.
Abaixo temos uma belíssima foto de Antares e regiões próximas:

Parte superior esquerda – a nuvem amarelo-avermelhada é Antares – objeto mais brilhante da foto.
Parte inferior esquerda – Sigma Scorpii envolta por uma nuvem vermelha. Nuvens gasosas cujos átomos são excitados por luz ultravioleta proveniente das estrelas produzem a coloração vermelha.
Parte central direita - Rho Ophiuchi está no centro dessa nebulosa azul. Poeira fina iluminada pela frente, refletindo a luz estelar é a origem da coloração azulada.
Parte central esquerda (entre Antares e Sigma Scorpii) Aglomerado globular M4 (veja mais sobre ele nas próximas seções).





Messier 7 (NGC 6475)

Messier 7 (M7) é um aglomerado aberto de estrelas, isto é, um agrupamento de algumas dezenas de estrelas organizadas assimetricamente, próximas ao plano galáctico. Consiste de aproximadamente 80 estrelas de magnitude maior que 10 e tem idade estimada em torno de 220 milhões de anos.
O primeiro registro de observação do aglomerado M7 é creditado a Ptolomeu, que no ano 140 AD fez a seguinte observação: “Um conjunto nebuloso que segue o ferrão do Escorpião”. M7 também é conhecido como o Aglomerado de Ptolomeu.
Em 1764 Messier fez o registro da observação desse objeto: “Um aglomerado estelar, mais considerável que o precedente (M6). Para o olho nu esse aglomerado parece uma nebulosidade, pouco distante do precedente, disposto entre o arco de Sagitário e o ferrão do Escorpião”.
Pelo esquema a seguir pode-se localizar tanto M7 quanto M6, a partir do ferrão do Escorpião (como já foi sugerido há mais de 2000 anos por Ptolomeu).
Messier 6 (NGC 6405)
Assim como M7, M6 é um aglomerado aberto de estrelas, cuja idade estimada é em torno de 100 milhões de anos. A descoberta de M6 é atribuída à Hodierna, que a observou em 1654.
A descrição de Messier para M6, feita em 1764, foi que o objeto aparentava ser “um aglomerado de estrelas pequenas entre o arco de Sagitário e o ferrão do Escorpião. Para o olho nu esse aglomerado aparenta formar uma nebulosa sem estrelas, mas mesmo com o menor instrumento é possível se observar algumas pequenas e fracas estrelas”.
Observe abaixo uma foto do aglomerado M6, também conhecido como o “aglomerado da borboleta”, uma vez que o arranjo das estrelas sugere uma borboleta de asas abertas. Note que a estrela mais brilhante de M6 é uma supergigante amarela, do tipo espectral K (veja o texto “Observando as cores das estrelas”) localizada à esquerda do aglomerado. As outras são em sua maioria estrelas bastante quentes e azuis, do tipo espectral B. Note também a assimetria característica dos aglomerados abertos.

Messier 4 (NGC 6121)

M4, diferentemente dos dois últimos aglomerados, é um aglomerado globular de estrelas. Aglomerados globulares são concentrações de milhares de estrelas (entre 10 mil e 1 milhão!), com simetria tipicamente esférica, situado longe do plano galáctico. M4 especificamente seria um dos mais esplêndidos aglomerados do tipo, se não fosse as nuvens pesadas de matéria interestelar que absorve a luz, tornando sua coloração aparentemente mais alaranjada (note esse detalhe na foto abaixo).
M4 é também um dos aglomerados abertos mais próximos da Terra (aproximadamente 7.200 anos-luz), bem como um dos mais “dispersos” (menor densidade de estrelas). Sua descoberta é atribuída a De Chéseaux, em 1745; sendo catalogado alguns anos depois (1764) por Messiser, que assim descreveu sua observação: “Aglomerado de pequenas (fracas) estrelas, por um pequeno telescópio. Aparenta ser uma nebulosa. Esse aglomerado está localizado próximo de Antares”. Muitos outros objetos interessantes foram encontrados nesse aglomerado: em 1987 foi descoberto um pulsar (uma estrela de neutrôns rodando em alta velocidade – em torno de 300 vezes por segundo, emitindo pulsos de ondas eletromagnéticas). Em 1995 o telescópio espacial Hubble fotografou estrelas anãs brancas, que estão entre as mais velhas da nossa Via Láctea; e em 2003 esse mesmo telescópio identificou algo que parece ser um, de massa 2,5 vezes maior que a de Júpiter, tão velho quanto o próprio aglomerado, cuja idade estimada é 13 bilhões de anos (3 vezes mais velho que nosso sistema solar!).
Curiosidades

1- O corpo humano no espaço

O pouco uso das pernas deixa o músculo como gelatina. Os astronautas têm que fazer uso de bicicletas ergométricas.
Os astronautas perdem cálcio pela urina.
A coluna vertebral cresce de 2 a 4 centímetros pela diminuição do peso.
2- Planetas

Há limites para o crescimento: Júpiter, por exemplo, cuja massa é 317,9 vezes a da Terra, não poderia ser muito maior do que já é: calcula-se que se fosse acrescentado mais massa a Júpiter, a fantástica pressão que hoje existe no interior do enorme planeta chegaria rapidamente a um ponto em que começaria a esmagar os átomos, iniciando uma reação termonuclear que o transformaria numa estrela.
O céu da Terra é azul porque as moléculas de nitrogênio e oxigênio, que formam a maior parte do ar de nosso mundo, filtram o componente azul da luz solar; já em Marte, o céu é cor-de-rosa; em Urano, verde; em Vênus, amarelo-laranja; em Júpiter, preto sem estrelas; em Plutão, preto com estrelas.
Se fôssemos documentar a história da Terra, desde seu nascimento, dia após dia, ano após ano, num único volume de exatamente mil páginas, cada página cobriria 4 milhões e meio de anos; as primeiras 250 páginas descreveriam o aparecimento das condições propícias à vida; a Idade dos Dinossauros exigiria umas trinta páginas; somente na pág. 984 apareceria o primeiro mamífero; a linguagem Homo viria no fim da penúltima página; e - testando ao máximo nossa capacidade de síntese - tudo o que aconteceu desde a pintura nas cavernas até as viagens espaciais teria de ser condensado na palavra final.
A Terra faz uma trajetória de 965 milhões de quilômetros em torno do Sol, todo ano: se representarmos essa trajetória pelo contorno de uma cabeça de alfinete, o Sol passaria a um diminuto átomo de poeira de 1/3 400 de polegada de diâmetro, e a Terra a um átomo 1.300.000 menor, impossível de ser visto mesmo com o microscópio mais poderoso (nessa escala, a estrela mais próxima, Alfa de Centauro, ficaria a 205 metros).
A Lua que vemos é a de poucos segundos atrás - tempo que a luz demora para percorrer a distância entre ela e nós; Vênus está a mais de 2 minutos; o Sol cerca de 8 minutos; Netuno, a 4 horas; e a estrela mais próxima - Alfa de Centauro - a 4 anos e 3 meses.
3- Corpos (Asteróides, Meteoros, etc.)

A Terra possui um vizinho estranho e errático: o planetóide Toro, observado oficialmente em 1964; em sua órbita ele faz cinco voltas entre Vênus e a Terra e depois uma volta em torno da Terra; na opinião de alguns astrônomos, um alinhamento dos planetas (próximo: maio de 2000) poderia alterar sua órbita e fazê-lo chocar-se com Vênus ou com a Terra (Vênus, de preferência)
Estima-se que para que um astro assuma a forma esférica , deve ter pelo menos 1000Km de diâmetro. Ceres, o maior asteróide do cinturão, tem 760 quilômetros de diametro. Se tivesse os 1000Km deixaria de se um grande asteróide e passaria a ser um pequeno planeta dentro do cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter
Até hoje, mais de 20.000 asteróides já forma fotografados, dos quais cerca de 3.000 têm a rota conhecida e são monitorados com certa facilidade: há asteróides batizados com o nome de Tito, em memória do ex-presidente da Iugoslávia, Evita Perón e João Figueiredo, descoberto na época em que o dito cujo pedia: "Esqueçam-me".
Em março de 1989, um asteróide de 815 metros de diâmetro (mais tarde batizado de 1989 FC) passou "raspando" a Terra, a uma distância apenas duas vezes maior da que a separa da Lua; se caísse no mar, o resultado seriam ondas de 100 metros de altura que engoliriam as regiões costeiras; se caísse em terra firme, a crosta do planeta se fenderia, provocando terremotos e erupções vulcânicas; milhões de toneladas de sólidos seriam arremessadas ao espaço, e reentrariam na atmosfera provocando chuvas de fogo; além disso, o barulho da queda de um asteróide é tão forte que mata todas as criaturas no raio de ação da onda de choque; a vibração pulveriza os ossos e cozinha instantaneamente a carne, como um imenso forno de microondas (o impacto de um asteróide de 2,5 quilômetros de diâmetro - que atinge a Terra, em média, a cada milhão de anos - produz uma explosão equivalente a um trilhão de toneladas de dinamite.
Estima-se que, a cada milhão de anos, três asteróides de pelo menos um quilômetro de diâmetro colidam com a Terra (escavando uma cratera de 13 quilômetros de diâmetro); em fins de 1990, foi descoberta a maior do planeta, de 177 quilômetros de diâmetro, na península de Yucatán, no México (a maior era a do lago Acraman, na Austrália, de 160 quilômetros): como o impacto ocorreu há 65 milhões de anos, tornou-se a hipótese mais verossímil sobre a extinção dos dinossauros.
Meteoros e meteoritos aumentam a massa da Terra em dezenas de milhares de toneladas todos os anos; e os raios atingem o planeta cerca de 200 vezes por segundo.
4- Teoria da Relatividade

Entre a partida e o regresso de um foguete tripulado que viajasse até Andrômeda (a galáxia mais próxima da Via Láctea) a uma velocidade próxima da luz, terão transcorrido, para o astronauta, pouco mais de seis anos; mas, para seus parentes que ficaram lhe aguardando, terá se passado a bagatela de quatro milhões de anos.
5- Estrelas

A estrela Antares é tão grande que, se estivesse na posição do Sol, sua esfera açambarcaria às órbitas de mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Se acaso uma das 300 estrelas que estão no espaço contido dentro de 35 anos-luz do Sol explodisse (supernova), só o saberíamos muitos anos depois, porém de forma espetacular: em questão de horas, ela se tornaria um objeto mais brilhante que o Sol, de uma luz-branca, cegante como um arco de solda elétrica; durante a "noite" haveria um "dia" azulado, irreal, as pessoas assumindo uma cor cadavérica; a tremenda radiação em breve oxidaria o nitrogênio da atmosfera; os óxidos daí resultantes consumiriam todo o ozônio da atmosfera, que nos protege da radiação ultravioleta; a essa altura, metade das pessoas já estariam cegas; em questão de meses, toda a vida desapareceria da superfície terrestre e só restariam os vermes dos abismos marinhos para começar tudo de novo.
Estrela Antares, um futuro buraco negro

Antares (Alpha Scorpii) é uma estrela de 1ª magnitude Tipo Espectral M1, temperatura em torno de 3000ºC (na verdade é uma estrela binária) – uma supergigante vermelha, distante aproximadamente 603,99 anos-luz da terra, 700 vezes maior que nosso sol e 10.000 vezes mais brilhante, e um poder energético de 40.000 sóis. O nome ´Antares´ significa ´Rival de Marte´ - rivalidade entre os dois objetos mais avermelhados do céu, que são freqüentemente confundidos. Antares faz parte de um sistema binário. Isso significa que ela divide sua região com uma outra estrela. Sua companheira é muito mais fraca, invisível a olho nu, e de cor branco-azulada. Pouco se conhece sobre ela, no entanto sabe-se que é uma estrela anã do tipo espectral B3, e que sua massa é ao redor de 8 vezes a do Sol. Característica do tipo espectral B com Raias de Hidrogênio ionizado. Hoje Antares está em seu esplendor, mas daqui alguns milhares de anos ela começará à se contrair e à diminuir gradativamente, perdendo cada vez mais seu brilho, até chegar ao ponto em que não mais emitirá luz, e ao invés disso, começará a devorar tudo o que estiver em seu caminho. Esse colapso gravitacional é conhecido como a formação dum “Buraco Negro”. As estrelas com maior massa, o caso de Antares, em seu ultimo suspiro, atingem um grau de contração no núcleo que fazem a aceleração da gravidade se tornar infinita. Nesta situação, a ‘velocidade de escape’ se torna igual á velocidade da luz, fazendo com que nada consiga escapar ao seu campo gravitacional, nem mesmo a luz. Os Buracos Negros são um mistério para a ciência e, de acordo com a Teoria da Relatividade, são uma curvatura no espaço-tempo causada pela presença de massa muito concentrada. Infelizmente, este é o final de todas as estrelas, virarem um “buraco negro”, apesar de todo o seu grande esplendor atual.
AS CORES DAS ESTRELAS

Quem observar as estrelas com atenção, mesmo a olho nu, perceberá que elas apresentam colorações diferentes. Algumas são nitidamente avermelhadas, outras azuladas, outras esbranquiçadas. Com binóculos e telescópios nota-se também e com maior detalhe as diferentes cores das estrelas.


Quem, por exemplo, olhar para o céu e encontrar as Três Marias (à esquerda) notará “abaixo” (ao norte) delas uma brilhante estrela de cor avermelhada, chamada Betelgeuse. Ela faz parte, juntamente com as Três Marias, da constelação de Orion, o gigante caçador, que simboliza as noites de verão para o hemisfério terrestre sul. Do lado oposto observa-se a brilhante estrela Rigel, de coloração azulada. À esquerda ( a oeste ) do alinhamento das Três Marias destaca-se Aldebaran, outra brilhante estrela avermelhada, da constelação de Touro.


No início das noites de inverno e começo da primavera outra brilhante estrela avermelhada pode ser observada no início das noites: Antares, a mais brilhante da constelação símbolo do inverno, o Escorpião. Também durante o inverno pode-se observar, bem alto no céu logo ao anoitecer, um interessante aglomerado de estrelas presente na constelação do Cruzeiro do Sul. Através de telescópios nota-se que este aglomerado é formado por estrelas de várias cores. por isto mesmo é denominado “Caixinha de Jóias”.


Por que as estrelas apresentam diferentes colorações? A razão foi descoberta principalmente a partir do final do século XIX e início do séc. XX, quando pela primeira vez tornou-se possível determinar a temperatura superficial das estrelas. Verificou-se que, dentre as estrelas mais comuns, as de coloração avermelhada são as de mais baixa temperatura “superficial”, da ordem de 3.000 graus Celsius acima de zero. Já o Sol, estrela amarelada, possui uma temperatura superficial de aproximadamente 5700 graus Celsius acima de zero. As estrelas brancas têm temperaturas próximas a 11.000 graus Celsius e as azuladas em torno de 25.000 graus Celsius acima de zero.

No interior das estrelas as temperaturas alcançam valores de milhões a bilhões de graus acima de zero. Isto se deve ao fato de que ali se processam reações termonucleares, semelhantes às explosões de bombas de hidrogênio. A energia liberada é transmitida por vários processos do interior para as superfícies estelares. Dependendo de sua constituição química, massa e tamanho o calor liberado propicia as temperaturas e as diferentes cores que se observam com as estrelas. Ao longo do processo evolutivo de cada uma delas suas cores e temperaturas vão se alterando, com o decorrer de milhões a bilhões de anos. O Sol, por exemplo, será no futuro um estrela avermelhada para, posteriormente transformar-se numa estrela branca até desaparecer com uma anã negra. Mas isto somente daqui a seis, sete bilhões de anos ...

Além de diferentes temperaturas e cores as estrelas têm diferentes tamanhos. Usualmente toma-se como comparação o tamanho do Sol, que possui um diâmetro de aproximadamente 1.400.000 km, equivalente a 109 vezes o diâmetro da Terra. Isto significa que, em volume, o Sol é cerca de 1 milhão e trezentos mil vezes mais volumoso que a Terra.

Atualmente são conhecidas estrelas de dimensões muito pequenas, como é o caso das estrelas de nêutrons que podem ter cerca de 10 km de diâmetro, sendo portanto insignificantes do ponto de vista de seu tamanho comparado ao tamanho do Sol. Há estrelas maiores que as estrelas de nêutrons mas ainda muito pequenas comparadas ao Sol. Por exemplo as chamadas “anãs brancas”, cujo tamanho é muito próximo ou igual ao tamanho da Terra.

Há também estrelas de muito maiores dimensões que o Sol. É o caso de Aldebaran, uma brilhante estrela de coloração avermelhada, observada na constelação do Touro. Seu diâmetro é cerca de 40 vezes o diâmetro do Sol ou 64.000 vezes o seu volume. Estrelas com tal tamanho são chamadas de estrelas gigantes. Isto porque existem estrelas ainda maiores, chamadas de supergigantes, tal é seu tamanho.

Um bom exemplo de estrela supergigante é a estrela Antares, a mais brilhante (também avermelhada) da constelação do Escorpião. Seu diâmetro é cerca de 400 o diâmetro solar e seu volume é aproximadamente 64 milhões de vezes o do Sol. Para se ter idéia do tamanho desta estrela, imaginemos que ela fosse colocada no local onde está o Sol, no centro do Sistema Solar. Caso isto acontecesse sua superfície (gasosa) ultrapassaria a órbita do planeta Marte. Ou seja, ela é tão grande que englobaria o Sol, e as órbitas de Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Nós simplesmente não mais existiríamos e passaríamos a ser parte daquela estrela. E existem estrelas ainda muito maiores, no interior das bilhões de galáxias que constituem o Universo.

Antares (α Scorpii / Alpha Scorpii) é uma estrela gigante vermelha na constelação de Scorpius. É a 16ª estrela mais brilhante do céu noturno (embora às vezes seja considerada a 15ª, se os dois componentes mais brilhantes da estrela Capella forem contados como uma estrela). Junto com Aldebaran, Spica, e Regulus Antares é uma das quatro estrelas mais brilhantes próximas da eclíptica. Antares é uma estrela de variabilidade lenta com uma magnitude aparente de +1,09.
Antares é uma estrela supergigante de classe M, com um raio de aproximadamente 800 vezes o raio do Sol; se fosse colocada no centro do Sistema Solar, sua parte mais externa se encontraria entre a órbita de Marte e Júpiter. Antares está a aproximadamente 600 anos-luz (180 pc) da Terra. Sua luminosidade visual é de cerca de 10 000 vezes a do Sol, mas como a estrela irradia uma parte considerável de sua energia na parte infravermelha do espectro, sua luminosidade é de 65000 vezes a solar. A massa de Antares é de 15 a 18 massas solares. Esse tamanho grande e relativamente pouca massa dão a Antares uma densidade muito pequena. O tamanho de Antares pode ser calculado usando seu paralaxe e diâmetro angular. O paralaxe de Antares é de 5,40 ± 1,68 mas, e seu diâmetro angular é conhecido a partir de ocultações lunares (41,3 ± 0,1 mas). Isso dá à estrela um raio de 822 ± 80 raios solares. Antares é uma estrela variável irregular lenta de tipo LC, cuja magnitude aparente varia lentamente de +0,88 a +1,16. A melhor época do ano para ver Antares é em 31 de maio, quando a estrela está em oposição com o Sol. Nesse momento, a estrela é visível a noite inteira. Por duas a três semanas do final de novembro, Antares não é visível totalmente devido ao brilho do Sol. Esse período de invisibilidade é maior no hemisfério norte do que no hemisfério sul, uma vez que a declinação da estrela é ao sul do equador celeste. Sua Componente B : Antares tem uma estrela companheira, a Antares B, que tem classe espectral B2.5 e está a 2,9 segundos de arco, ou 550 UA, do componente principal. Com uma magnitude de 5,5, Antares B tem somente 0,37% da luminosidade de Antares A, porém é 170 vezes mais brilhante que o Sol. Normalmente é difícil ver Antares B com um telescópio pequeno devido ao brilho de Antares A, mas torna-se fácil ver as duas estrelas com um telescópio com abertura de pelo menos 150 mm. A companheira é frequentemente descrita como verde, mas isso provavelmente é um efeito de contraste. Antares B pode ser observado com um telescópio pequeno por poucos segundo durante ocultações lunares enquanto Antares A está escondida pela Lua. Isso foi descoberto por Johann Tobias Bürg durante uma ocultação em 13 de abril de 1819. A órbita de Antares B é pouco conhecida, com um período orbital estimado em 878 anos. Posição na eclíptica: Antares é uma estrelas de magnitude 1 que estão a menos de 5° da eclíptica e que podem ser ocultadas pela Lua e raramente por outros planetas. Em 31 de julho de 2009, Antares foi ocultado pela Lua. O evento foi visível em grande parte do sul da Ásia e no Oriente Médio. Todo ano por volta de 2 de dezembro o Sol passa a 5° de Antares. O nome Antares é derivado de Anti-Ares ou Anti-Marte, pois Antares se assemelha em sua cor avermelhada e brilho a Marte, rivalizando com o planeta. É conhecida como uma das quatro estrelas guardiãs do céu dos Persas no ano de 3000 a.C.

Introdução
Podemos contemplar uma paisagem terrestre, o fundo do mar, e também podemos apreciar o céu, os corpos celestes, a Lua, as estrelas e os planetas. Por que apreciamos todas essas coisas? Por que admiramos a natureza? É que valorizamos a beleza e a harmonia – mas o céu encerra algo mais, é o caráter de coisa fora do nosso alcance, desconhecida, infinita, incomensurável e até mística.
O céu é tudo, é todo o espaço e tudo o que há nele, é o Universo, também chamado de Cosmos, é o Sol, a Terra, a Lua, os planetas, as estrelas. O nosso planeta a Terra, e o próprio homem estão no espaço.
Esses são os objetos de estudo da mais antiga das ciências exatas: a astronomia, a ciência de grande destaque e que constitui uma das atividades mais estimulantes, há sempre novos objetos para serem descobertos no céu, muitas pessoas em todo mundo se interessam pela astronomia e dedicam-se à observação do céu.
Os primeiros estímulos são o céu noturno e uma noite estrelada e os motivadores são a Lua, os astros mais brilhantes, o pôr do Sol, o amanhecer, um eclipse da Lua ou do Sol, um meteoro ou até um cometa.
A prática da astronomia deve ser acompanhada da teoria e de estudo, o interesse pela observação do céu deve estar junto do interesse pela compreensão dos fenômenos celestes. Muitas pessoas perderam o interesse pela astronomia pela falta de conhecimento básico necessário para o entendimento dos fenômenos astronômicos. Não pense que basta olhar pela ocular do telescópio para ver tudo o que o instrumento pode mostrar. Estes conselhos são dirigidos aos principiantes que estão interessados em observar o céu. Não tenha pressa, os primeiros passos são fundamentais, e devem ser dados muito devagar.
Primeiro é muito importante olhar o céu a olho nu, sem qualquer instrumento óptico, reconhecer as estrelas mais brilhantes, as principais constelações que aparecem em diferentes épocas do ano. Nessa primeira fase é importante aprender a reconhecer os pontos cardeais, norte, sul, leste, oeste e também observar os movimentos realizados pelas estrelas em diferentes regiões do céu e pelo Sol em diferentes épocas do ano.
Depois do reconhecimento do céu a olho nu, o primeiro instrumento óptico a ser utilizado deve ser o binóculo, depois uma luneta e em seguida um telescópio. Para aqueles que desejam avançar um pouco mais, poderão se interessar por fotografia do céu, e deverão, para isso, utilizar um telescópio equipado com montagem equatorial.
Para fotografar o céu, as etapas descritas anteriormente serão muito importantes para que o astrônomo amador possa adquirir conhecimento e experiência necessários para realização de tal tarefa.
O desenvolvimento da astronomia está diretamente ligado a óptica, sem um bom instrumento seria impossível observar os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as calotas polares de Marte, as crateras, planícies e cordilheiras de montanhas na Lua e muitas outras coisas que veremos adiante.
Atualmente podemos encontrar telescópios cada vez melhores, e cada vez mais acessíveis, graças ao desenvolvimento da eletrônica, da informática, da óptica e da mecânica. Também é possível encontrar vasto material sobre astronomia tais como, programas de computadores que apresentam previsões de fenômenos, cartas celestes, guias práticos, livros, anuários astronômicos e não podemos deixar de citar a rede mundial de computadores (World Wide Web).
A Leitura do céu
Observação a olho nu
Para observar o céu precisamos de um local livre de obstáculos, longe das luzes ofuscantes das grandes cidades em locais afastados dos grandes centros urbanos e de noites límpidas, sem Lua e sem nebulosidade.
Para decifrar o céu, saber o nome de cada constelação e o nome das estrelas mais brilhantes com a vista desarmada, sem instrumentos basta uma carta celeste e um pouco de paciência.
No escuro a sensibilidade do olho é maior, é preciso de 15 minutos a 1 hora para se beneficiar dessa vantagem para que se inicie qualquer observação. A difusão de luzes no céu das grandes cidades fará com que apenas as estrelas mais brilhantes fiquem visíveis; mesmo assim será possível iniciar a observação. Para compreender os movimentos do céu sem nenhum instrumento astronômico, convém observar o deslocamento das estrelas durante algumas horas. É possível observar uma faixa leitosa, a Via Láctea, que atravessa o céu, é possível observar riscos luminosos, os meteoros, cortando o céu cheio de estrelas. Todas as estrelas se deslocam ao redor do mesmo ponto. O Sol se desloca sempre no mesmo sentido das estrelas e surge sempre do mesmo lado do horizonte, o leste, e cruza o céu até o lado oposto, o oeste.

Se nos posicionarmos com o norte à nossa frente, o sul estará atrás de nós, o leste a nossa direita e o oeste a nossa esquerda.

O ponto na vertical, bem acima da nossa cabeça é chamado de zênite e o ponto bem abaixo de nós será o nadir.

Dessa observação a olho nu podemos constatar os seguintes fatos:

A – as estrelas aparecem do lado leste do horizonte e deslocam-se paralelamente no céu em direção ao lado oeste, onde desaparecem.

B – quando olhamos para as estrelas acima do horizonte sul estas parecem girar ao redor de um ponto, o pólo celeste Sul. (isto é válido para um observador situado no hemisfério sul). Este é o movimento aparente diário aparente das estrelas, do Sol e da Lua. Este movimento é aparente por que é a Terra que ao girar ao redor do seu próprio eixo provoca o efeito de movimento dos corpos celestes em torno da Terra.

Tente imaginar que o ponto ao redor do qual as estrelas descrevem círculos concêntricos constitui o ponto em que o prolongamento do eixo da Terra perfuraria a esfera celeste.

Um observador, nos pólos terrestres, norte ou sul, veria as estrelas girando paralelamente ao horizonte, continuamente, e nunca desaparecerem no horizonte.

Um observador, no equador terrestre, veria as estrelas nascerem e se porem perpendicularmente no horizonte.
Tal deslocamento é o movimento aparente diurno provocado pela rotação da Terra em torno do próprio eixo.

C – observando sempre do mesmo ponto o observador verá que uma mesma estrela sempre aparece e desaparece, todos os dias, nos mesmos pontos do horizonte. O observador também irá notar que de um dia para o outro a mesma estrela aparecerá e desaparecerá 4 minutos mais cedo.

Em um mês esse avanço será de duas horas. Assim, o céu de 1 de setembro, às 20 horas, será o mesmo de 1 de agosto as 22 horas. Se observarmos o céu sempre na mesma hora e no mesmo local, veremos que seu aspecto se modificará: algumas estrelas deixarão de ser vistas e outras surgirão.

Tal fenômeno é o movimento anual aparente, causado pelo movimento da Terra ao redor do Sol, durante o ano. Em seu caminho em torno do Sol, a Terra percorre uma distância de 2.596.080 km por dia, mudando diariamente seu ponto de observação no espaço.

D – ao observarmos as constelações junto ao horizonte, iremos vê-las aumentadas e com as estrelas entre si mais afastadas, o que irá ampliar e deformar o seu desenho característico, como aliás ocorre com o Sol e a Lua quando estão próximos ao horizonte. Ao passarem pelo zênite, as constelações parecem menores e as estrelas mais próximas entre si.

A identificação das estrelas
O reconhecimento das constelações pode ser feito em pouco tempo, uma ou duas semanas de observação são suficientes para se conhecer as estrelas mais brilhantes.
Em primeiro lugar devemos conhecer as “principais” constelações, que servirão de referências, essas são de fácil reconhecimento e estão bem distribuídas por toda a abóbada celeste.

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